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quinta-feira, julho 18, 2024

Há novidades sobre uma supernova do século XII...

Descoberto o mistério da estrela brilhante que iluminou o céu em 1181

 

 

A estrela brilhante que há 833 anos brilhou intensamente no céu durante 180 dias foi o resultado de um acontecimento raro e dramático.

Imagine o Japão no ano de 1181, quando a Guerra de Genpei, que decorreu de 1180 a 1185, estava ainda a ganhar força. Enquanto o poder político estava a ser redefinido, uma convidada inesperada apareceu no céu.

Como é que o sabemos?

O Azuma Kagami, um antigo diário da chamada Guerra dos Shoguns, relatava os pormenores da vida quotidiana dos humanos e os principais acontecimentos da época - incluindo avistamentos celestes, como o desta estrela.

Depois de ter estado a brilhar intensamente nos céus durante algum tempo, a estrela “desapareceu”, sem ter dado a conhecer a sua origem.

Até agora. Takatoshi Ko,  estudante de doutoramento do Departamento de Astronomia da Universidade de Tóquio, e a sua equipa de investigadores, desvendaram o mistério, que dura há séculos.

Segundo o novo estudo, publicado a semana passada na revista científica The Astrophysical Journal, a misteriosa estrela que há 833 anos iluminou os céus era uma supernova, de nome SN 1181.

Há muitos relatos sobre esta estrela convidada temporária em registos históricos do Japão, China e Coreia”, explicou Ko, citado pelo Earth.com. “No seu auge, o brilho da estrela era comparável ao de Saturno“.

A estrela permaneceu visível a olho nu durante cerca de 180 dias, até se apagar gradualmente da vista. “O remanescente da explosão da SN 1181 é agora muito antigo, por isso é escuro e difícil de encontrar“, explica Ko.

 

Duas estrelas anãs criaram a SN 1181

A SN 1181 desapareceu de vista há quase 840 anos, mas está agora a deixar os astrónomos excitados: é o resultado de um acontecimento raro e dramático - duas estrelas anãs brancas colidiram, dando origem a uma supernova.

O remanescente desta supernova foi então deixado para trás como uma única anã branca, brilhante e em rotação rápida, uma maravilha cósmica que despertou o interesse dos astrofísicos modernos.

O remanescente da SN 1181 apresentava um puzzle desconcertante. O seu remanescente tem duas regiões de choque, mas como é que elas se formaram?

Com ajuda de técnicas de modelação computacional  análise observacional, a equipa de investigadores da Universidade de Tóquio conseguiu recriar a estrutura do remanescente e resolver este enigma cósmico.

 

Conto de estrelas e supernovas

A sabedoria tradicional levou-os a acreditar que, quando duas anãs brancas chocam uma contra a outra, devem explodir e desaparecer.

Mas esta colisão deixou uma anã branca a girar no espaço. Haveria um vento estelar envolvido e, se sim, quando é que começou?

O estudo da equipa de Ko levou a descobertas fascinantes. De acordo com os seus cálculos, o vento pode ter começado a soprar nos últimos 20-30 anos.

“Se o vento tivesse começado a soprar imediatamente após a formação da SN 1181, não poderíamos reproduzir o tamanho observado da região de choque interior”, disse Ko.

“No entanto, ao tratar o tempo de início do vento como variável, conseguimos explicar com exatidão todas as características observadas da SN 1181 e desvendar as propriedades misteriosas deste vento de alta velocidade.

A história da SN 1181 é mais do que uma simples descoberta científica. Representa uma mistura fascinante de registos históricos e técnicas astronómicas modernas.

Mas como é que isto funciona?

Para começar, o Azuma Kagami forneceu dados de observação inestimáveis. Ao analisar estes registos históricos, os astrónomos conseguiram reunir informações cruciais sobre o aparecimento e o momento da supernova SN 1181.

Os investigadores utilizaram estes dados históricos em conjunto com ferramentas e métodos astronómicos avançados para cruzar as observações antigas com dados astronómicos atuais.

Como resultado, conseguiram identificar a localização exacta da supernova remanescente na constelação Cassiopeia.

Esta fusão de história e ciência moderna mostra a importância de preservar e estudar textos históricos. Através destes esforços de colaboração, podemos obter uma compreensão mais abrangente do universo e da sua história.

Mas a história da estrela convidada, agora conhecida como supernova, ainda não acabou. A equipa está agora a preparar-se para mais observações utilizando o radiotelescópio Very Large Array e o Telescópio Subaru.

Haverá mais alguma coisa para contar na história da SN 1181? O tempo o dirá.


in ZAP

quinta-feira, julho 04, 2024

Uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia há 970 anos...

A Nebulosa do Caranguejo, remanescente da SN 1054
  
SN 1054 (ou Supernova do Caranguejo) foi uma supernova amplamente vista da Terra a partir de de 4 de julho de 1054. Ela foi registada pelos astrónomos chineses e árabes enquanto esteve brilhante o suficiente para ser vista à luz do dia por 23 dias e foi visível à noite durante 653 dias. Ela foi provavelmente uma supernova do tipo II. Existem ainda evidências de que Mimbros e Anasazi, nativos americanos, também a avistaram e registaram, em petróglifos, a SN 1054.
 
Petróglifos do Canyon de Chaco  que se suspeita representarem a SN 1054
  
Ainda há um obscuro registo nos anais monásticos irlandeses originalmente referindo-se à SN 1054, porém este foi por várias vezes corrompido, tornando-se no processo uma fantasia alegórica baseada na lenda do Anticristo. A poeira remanescente da SN 1054 agora é conhecida como Nebulosa do Caranguejo, também referida como Messier 1 (M-1) como sendo o primeiro objeto celeste colocado no famoso Catálogo Messier, em 1774. Foram detetados raios-X em abril de 1963 deste objeto por um foguete de alto-alcance do tipo Aerobee, com um detetor de raios-x acoplado, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas Navais. A fonte dos raios foi nomeada de Taurus X-1 e a energia emitida pela Nebulosa do Caranguejo é de aproximadamente 100 vezes a emitida pela luz visível. Em 9 de novembro de 1968 uma fonte pulsante de rádio, o Pulsar Caranguejo, foi descoberto em M-1 por astrónomos no Observatório de Arecibo (radiotelescópio), em Porto Rico. O pulsar faz 30 rotações por segundo.
  

terça-feira, julho 04, 2023

Uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia há 969 anos

A Nebulosa do Caranguejo, remanescente da SN 1054
  
SN 1054 (ou Supernova do Caranguejo) foi uma supernova amplamente vista da Terra a partir de de 4 de julho de 1054. Ela foi registada pelos astrónomos chineses e árabes enquanto esteve brilhante o suficiente para ser vista à luz do dia por 23 dias e foi visível à noite durante 653 dias. Ela foi provavelmente uma supernova do tipo II. Existem ainda evidências de que Mimbros e Anasazi, nativos americanos, também a avistaram e registaram, em petróglifos, a SN 1054.
 
Petróglifos do Canyon de Chaco  que se suspeita representarem a SN 1054
  
Ainda há um obscuro registo nos anais monásticos irlandeses originalmente referindo-se à SN 1054, porém este foi por várias vezes corrompido, tornando-se no processo uma fantasia alegórica baseada na lenda do Anticristo. A poeira remanescente da SN 1054 agora é conhecida como Nebulosa do Caranguejo, também referida como Messier 1 (M-1) como sendo o primeiro objeto celeste colocado no famoso Catálogo Messier, em 1774. Foram detetados raios-X em abril de 1963 deste objeto por um foguete de alto-alcance do tipo Aerobee, com um detetor de raios-x acoplado, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas Navais. A fonte dos raios foi nomeada de Taurus X-1 e a energia emitida pela Nebulosa do Caranguejo é de aproximadamente 100 vezes a emitida pela luz visível. Em 9 de novembro de 1968 uma fonte pulsante de rádio, o Pulsar Caranguejo, foi descoberto em M-1 por astrónomos no Observatório de Arecibo (radiotelescópio), em Porto Rico. O pulsar faz 30 rotações por segundo.
  

segunda-feira, julho 04, 2022

Uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia há 968 anos

A
Nebulosa do Caranguejo, remanescente da SN 1054

  
SN 1054 (ou Supernova do Caranguejo) foi uma supernova amplamente vista da Terra a partir de de 4 de julho de 1054. Ela foi registada pelos astrónomos chineses e árabes enquanto esteve brilhante o suficiente para ser vista à luz do dia por 23 dias e foi visível à noite durante 653 dias. Ela foi provavelmente uma supernova do tipo II. Existem ainda evidências de que Mimbros e Anasazi, nativos americanos, também a avistaram e registaram, em petróglifos, a SN 1054.
 
Petróglifos do Canyon de Chaco  que se suspeita representarem a SN 1054
  
Ainda há um obscuro registo nos anais monásticos irlandeses originalmente referindo-se à SN 1054, porém este foi por várias vezes corrompido, tornando-se no processo uma fantasia alegórica baseada na lenda do Anticristo. A poeira remanescente da SN 1054 agora é conhecida como Nebulosa do Caranguejo, também referida como Messier 1 (M-1) como sendo o primeiro objeto celeste colocado no famoso Catálogo Messier, em 1774. Foram detetados raios-X em abril de 1963 deste objeto por um foguete de alto-alcance do tipo Aerobee, com um detetor de raios-x acoplado, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas Navais. A fonte dos raios foi nomeada de Taurus X-1 e a energia emitida pela Nebulosa do Caranguejo é de aproximadamente 100 vezes a emitida pela luz visível. Em 9 de novembro de 1968 uma fonte pulsante de rádio, o Pulsar Caranguejo, foi descoberto em M-1 por astrónomos no Observatório de Arecibo (radiotelescópio), em Porto Rico. O pulsar faz 30 rotações por segundo.
  

domingo, julho 04, 2021

Uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia há 967 anos

A
Nebulosa do Caranguejo, remanescente da SN 1054

  
SN 1054 (ou Supernova do Caranguejo) foi uma supernova amplamente vista da Terra a partir de de 4 de julho de 1054. Ela foi registada pelos astrónomos chineses e árabes enquanto esteve brilhante o suficiente para ser vista à luz do dia por 23 dias e foi visível à noite durante 653 dias. Ela foi provavelmente uma supernova do tipo II. Existem ainda evidências de que Mimbros e Anasazi, nativos americanos, também a avistaram e registaram, em petróglifos, a SN 1054.
 
Petróglifos do Canyon de Chaco  que se suspeita representarem a SN 1054
  
Ainda há um obscuro registo nos anais monásticos irlandeses originalmente referindo-se à SN 1054, porém este foi por várias vezes corrompido, tornando-se no processo uma fantasia alegórica baseada na lenda do Anticristo. A poeira remanescente da SN 1054 agora é conhecida como Nebulosa do Caranguejo, também referida como Messier 1 (M-1) como sendo o primeiro objeto celeste colocado no famoso Catálogo Messier, em 1774. Foram detectados raios-X em abril de 1963 deste objeto por um foguete de alto-alcance do tipo Aerobee, com um detector de raios-x acoplado, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas Navais. A fonte dos raios foi nomeada de Taurus X-1 e a energia emitida pela Nebulosa do Caranguejo é de aproximadamente 100 vezes a emitida pela luz visível. Em 9 de novembro de 1968 uma fonte pulsante de rádio, o Pulsar Caranguejo, foi descoberto em M-1 por astrónomos no Observatório de Arecibo (radiotelescópio), em Porto Rico. O pulsar faz 30 rotações por segundo.
  

quarta-feira, julho 04, 2012

Há 958 anos uma famosa supernova tornou-se vísivel durante o dia

A Nebulosa do Caranguejo, remanescente da SN 1054

SN 1054 (ou Supernova do Caranguejo) foi uma supernova amplamente vista da Terra a partir de de 4 de julho de 1054. Ela foi registada pelos astrónomos chineses e árabes enquanto esteve brilhante o suficiente para ser vista à luz do dia por 23 dias e foi visível à noite durante 653 dias. Ela foi provavelmente uma supernova do tipo II. Existem ainda evidências de que Mimbros e Anasazi, nativos americanos, também a avistaram e registaram, em petróglifos, a SN 1054.

Petróglifos do Canyon de Chaco  que se suspeita representarem a SN 1054

Ainda há um obscuro registo nos anais monásticos irlandeses originalmente referindo-se à SN 1054, porém este foi por várias vezes corrompido, tornando-se no processo uma fantasia alegórica baseada na lenda do Anticristo. A poeira remanescente da SN 1054 agora é conhecida como Nebulosa do Caranguejo, também referida como Messier 1 (M-1) como sendo o primeiro objeto celeste colocado no famoso Catálogo Messier, em 1774. Foram detectados raios-X em abril de 1963 deste objeto por um foguete de alto-alcance do tipo Aerobee, com um detector de raios-x acoplado, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas Navais. A fonte dos raios foi nomeada de Taurus X-1 e a energia emitida pela Nebulosa do Caranguejo é de aproximadamente 100 vezes a emitida pela luz visível. Em 9 de novembro de 1968 uma fonte pulsante de rádio, o Pulsar Caranguejo, foi descoberto em M-1 por astrónomos no Observatório de Arecibo (radiotelescópio), em Porto Rico. O pulsar faz 30 rotações por segundo.

segunda-feira, outubro 17, 2011

A Supernova de Kepler começou a ser estudado pelo famoso astrónomo há 407 anos

 Uma imagem compósita em cores falsas da remanescente nebulosa da supernova SN 1604 (HST/SIRTF)


Supernova de Kepler ou SN 1604 é o termo usado para a supernova observada em 1604. Kepler não foi o seu primeiro observador, mas quem publicou os principais estudos sobre ela. A explosão ocorreu há 20.000 anos atrás, e a sua luz chegou à Terra em 1604.
A supernova foi inicialmente observada no norte da Itália em 9 de outubro de 1604, e Kepler iniciou suas observações em 17 de outubro.


Remanescente de supernova
As observações atuais mostram um remanescente de supernova no lugar onde estava esta estrela. A composição de imagem de raios X do Chandra (azul e verde), óptica do Telescópio Espacial Hubble (amarelo) e infra-vermelha do Telescópio Espacial Spitzer (vermelho) mostra uma nuvem de gás e poeira que possui 14 anos-luz de diâmetro e se expande a 2.000 quilómetros por segundo. A imagem óptica revela gás a 10.000 graus Celsius onde a onda de choque da supernova afeta as regiões mais densas de gás nas proximidades. A imagem infra-vermelha destaca partículas de poeira microscópica expelida e aquecida pela onda de choque da supernova. Os dados de raios X mostram regiões com gás a milhões de graus ou partículas de energia extremamente alta. Os raios X com energia maior (de cor azul) provêm principalmente das regiões imediatamente atrás da face de choque. Os raios X com energia menor (de cor verde) marcam a localização dos remanescentes quentes da estrela que explodiu.

segunda-feira, julho 04, 2011

Há 957 anos surgiu uma Supernova na constelação do Caranguejo

Quando a morte é bela e explosiva


A supernova de 1054 registada pelos primeiros índios norte americanos

Deixo, aqui, a minha crónica semanal no jornal i.

Se na crónica da semana passada viajámos até ao futuro, convido-o hoje a imaginar precisamente este 4 de Julho mas do ano de 1054. Na distante China, os astrólogos do Palácio Real dedicavam-se ao estudo do rendilhado mapa de constelações na tentativa de desvendar os insondáveis destinos da nação. Nada de "biscoitos da sorte" ou cartas astrológicas personalizadas, não, que a astrologia chinesa era apenas voltada para futuros colectivos. E, repita-se, rendilhada: enquanto no Ocidente se contavam 88 constelações, a China encontrou 283 padrões criativos nos céus! Nesse 4 de Julho assistiram a um dos maiores espectáculos celestes de todos os tempos: na constelação do Touro, um portentoso ponto brilhante no céu, que rivalizou em brilho com o Sol e a Lua, denunciava o início do término da vida de uma estrela de enorme massa. Os astrólogos chineses registaram com temor e admiração esse evento e os primeiros índios da América do Norte registaram também, nas rochas, o fenómeno. Curiosamente, na Europa da Idade Média não se encontra uma única nota, um único desenho. Durante 23 dias, esse marco foi visível à luz do dia. Por mais de dois anos foi uma forte lanterna da abóbada celeste nocturna. Hoje, 957 anos depois e naquele local, uma enorme miscelânea de filamentos gasosos coloridos transformou um fim num cenário glorioso e belo - a Nebulosa do Caranguejo. A morte, no cosmos, não é necessariamente feia e triste!

in De Rerum Natura - post de

domingo, junho 05, 2011

Uma supernova na M51...!

Supernova SN2011 dh em M51

Fotos de João Cruz

A M51 regista neste momento a morte de uma estrela, cuja denominação passou a ser SN2011 dh.
Este fenómeno é típico e corrente no universo e não é nada mais nada menos que o culminar da "vida" de uma estrela massiva, que esgotou o seu combustível e acaba numa violenta explosão de matéria e energia, criando novos elementos químicos pesados como o molibdénio que existe no nosso organismo.
A animação representa a galáxia M51 registada no passado dia 1 de Abril, e na noite de 3 de Junho de 2011, podendo ver-se um ponto de luz que não existia antes e que corresponde precisamente à explosão da estrela em supernova.
As diferenças de brilho que se vêem nas restantes estrelas relaciona-se apenas com o tempo de exposição diferente entre as 2 fotos e o processamento das mesmas.

in AstroLeiria - post de João Cruz