domingo, agosto 16, 2020

Anto nasceu há 153 anos

   
António Pereira Nobre (Porto, 16 de agosto de 1867 - Foz do Douro, 18 de março de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua principal obra, (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu com apenas 32 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar.
   
  
Torre do Anto - Coimbra

    
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Georges! anda ver meu país de romarias
E procissões!
Olha estas mocas, olha estas Marias!
Caramba! dá-lhes beliscões!
Os corpos delas, vê! são ourivesarias,
Gula e luxúria dos Manéis!
Têm orelhas grossas arrecadas,
Nas mãos (com luvas) trinta moedas, em anéis,
Ao pescoço serpentes de cordões,
E sobre os seios entre cruzes, como espadas,
Além dos seus, mais trinta corações!
Vá! Georges, faz-te Manel! viola ao peito,
Toca a bailar!
Dá-lhes beijos, aperta-as contra o peito.
Que hão-de gostar!
Tira o chapéu, silêncio!
Passa a procissão

Estralejam foguetes e morteiros.
Lá vem o Pálio e pegam ao cordão
Honestos e morenos cavalheiros.
Altos, tão altos e enfeitados, os andores,
Parecem Torres de David, na amplidão!

Que linda e asseada vem a Senhora das Dores!
Olha o Mordomo. à frente, o Sr. Conde.
Contempla! Que tristes os Nossos Senhores,
Olhos leais fitos no vago... não sei onde!
Os anjinhos!
Vêm a suar:
Infantes de três anos, coitadinhos!
Mãos invisíveis levam-nos de rastros
Que eles mal sabem andar.

Esta que passa é a Noite cheia de astros!
(Assim estava, em certo dia, na Judeia!
Aquele é o Sol! (Que bom o Sol de olhos pintados!)
E aquela é a Lua-Cheia!
Seus doces olhos fazem luar...
Essa, acolá, leva na mão os Dados,
Mas perde tudo se vai jogar.
E esta que passa, toda de arminhos,
(Vê! dentre o povo em êxtase, olha-a a Mãe)
Leva, sorrindo, a Coroa dos Espinhos,
Criança em flor que ainda não os tem.
E que bonita vai a Esponja de Fel!
Mas ela sabe, a inocentinha,
Nas suas mãos, a Esponja deita mel:
Abelhas de oiro tomam-lhe a dianteira.
Lá vem a Lança! A bainha
Traz ainda o sangue da Sexta-Feira...
Passa o último, o Sudário!
O Corpo de Jesus, Nosso Senhor...
Oh que vermelho extraordinário!
Parece o sol-pôr...

Que pena faz vê-lo passar em Portugal!
Ai que feridas! e não cheiram mal...

E a procissão passa. Preia-mar de povo!
Maré-cheia do Oceano Atlântico!
O bom povinho de fato novo,
Nas violas de arame soluça, romântico,
Fadinhos chorosos da su'alma beata.

Trazem imagens da Função nos seus chapéus.

Poeira opaca. Abafa-se. E, no céu, ferro e oiro,
O Sol em glória brilha olímpico, e de prata,
Como a velha cabeça aureolada de Deus!

Trombetas clamam. Vai correr-se o toiro.
Passam as chocas, boas mães I passam capinhas.

Pregões. Laranjas! Ricas cavaquinhas!
Pão-de-ló de Margaride!
Aguinha fresca de Moirama!
Vinho verde a escorrer da vide!

À porta dum casal. um tísico na cama,
Olha tudo isto com seus olhos de Outro-Mundo,
E uma netinha com um ramo de loireiro
Enxota as moscas do moribundo.

Dança de roda moças o coveiro.
Clama um ceguinho:
«Não há maior desgraça nesta vida,
que ser ceguinho!»
Outro moreno, mostra uma perna partida!
Mas fede tanto, coitadinho...
Este, sem braços, diz «que os deixou na pedreira...»
E esse, acolá, todo o corpinho numa chaga,
Labareda de cancros em fogueira,
Que o sol atiça e que a gangrena apaga,
Ó Georges, vê! que excepcional cravina...

Que lindos cravos para pôr na botoeira!

Tísicos! Doidos! Nus! Velhos a ler a sina!
Etnas de carne! Jobes! Flores! Lázaros! Cristos!
Mártires! Cães! Dálias de pus! Olhos-fechados!
Reumáticos! Anões! Delíriums-trémens! Quistos!
Monstros, fenómenos, aflitos, aleijados,
Talvez lá dentro com perfeitos corações:
Todos, à uma, mugem roucas ladainhas,
Trágicos, à uma, mugem roucas ladainhas,
Trágicos, uivam «uma esmolinha plas alminhas
Das suas obrigações!»
Pelo nariz corre-lhes pus, gangrena, ranho!
E, coitadinhos! fedem tanto – é de arrasar...

Qu'é dos Pintores do meu país estranho,
Onde estão eles que não me vêm pintar?

Eça de Queirós morreu há cento e vinte anos

   
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 - Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores portugueses da história. Foi o autor de romances de reconhecida importância, como Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.
   
Biografia
José Maria de Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi batizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826. O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se divertir no Largo do Café Chinês.
Eça de Queirós foi batizado como «filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e a mãe era Carolina Augusta Pereira de Eça».
Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça. De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino tinha quase quatro anos.
Eça, por sua vez, apresenta episódios incestuosos em criança relatados no diário de sua prima. Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna. Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra, onde estudou Direito. Além do escritor, os pais teriam mais seis filhos.
O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.
Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado postumamente com o título Prosas Bárbaras.
Em 1866, Eça de Queirós terminou a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a advocacia e o jornalismo. Foi director do periódico O Distrito de Évora e colaborou em publicações periódicas como a Renascença (1878-1879?), A Imprensa (1885-1891), Ribaltas e gambiarras (1881) e postumamente na Revista de turismo iniciada em 1916 e na Feira da Ladra (1929-1943). Porém, continuaria a colaborar esporadicamente em jornais e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria a Revista de Portugal.
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao Oriente (de 23 de outubro de 1869 a 3 de janeiro de 1870), em companhia de D. Luís de Castro, 5.º conde de Resende, irmão da sua futura mulher, D. Emília de Castro, tendo assistido no Egito à inauguração do canal do Suez: os jornais do Cairo referem Le Comte de Rezende, grand amiral de Portugal, et chevalier de Queirós. Visitaram, igualmente, a Palestina. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887. Em 1871, foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.
Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do concelho de Leiria. Foi enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queirós escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, publicada em 1875.
Tendo ingressado na carreira diplomática, em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal em Havana. Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados em Inglaterra, entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo em Newcastle e Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, como A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Manteve a sua actividade jornalística, publicando esporadicamente no Diário de Notícias, em Lisboa, a rubrica «Cartas de Inglaterra». Mais tarde, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris.
O seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.
Aos 40 anos casou com Emília de Castro, com quem teve 4 filhos: Maria, José Maria, António e Alberto.
Morreu em 16 de agosto de 1900, na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Teve funeral de Estado, foi sepultado em Cemitério dos Prazeres de Lisboa, mas mais tarde foi transladado para o cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra. Os seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente vinte línguas.
   

Charles Bukowski nasceu há um século

(imagem daqui)
    
Henry Charles Bukowski Jr, nascido Heinrich Karl Bukowski (Andernach, 16 de agosto de 1920 - Los Angeles, 9 de março de 1994) foi um poeta, contista e romancista norte-americano nascido na Alemanha. A sua obra, de caráter inicialmente obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de trabalhos braçais, bebedeiras e relacionamentos baratos, fascinou gerações que buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar
  
(...)
   
Correlação com a Geração Beat
Bukowski tem sido erroneamente identificado com a Geração Beat, por certos temas e estilo correlatos, mas a sua vida e obra nunca mostraram essa inclinação. Jim Christy, autor do livro The Buk Book, disse em uma vez que "ele havia sido um vagabundo, um imprestável, um proletário, um bêbado; bem, que fosse. Claro, outros trabalharam o mesmo território, mas o que diferenciava Bukowski do resto deles - os Knut Hamsun, Jack London, Maxim Gorky e Jim Tully - era que Bukowski era engraçado." Trabalhando esta imagem, Bukowski conseguiu criar um mito ao seu redor.
  
Legado
Bukowski está presente em álbuns, músicas e letras de muitas bandas, entre as quais: U2 ("Dirty Day"), Red Hot Chili Peppers ("Mellowship Slinky in B Major"), Tom Waits ("Frank's Wild Years"), Anthrax, Apollo 440, Modest Mouse, Nick Cave and the Bad Seeds, Leftover Crack, Bad Radio (uma das bandas de começo de carreira de Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam), entre muitas outras. O filósofofrancêsJean-Paul Sartre referiu-se a Bukowski como "O maior poeta da América". Tal comentário, que transformou-se num dos mais famosos sobre a obra de Bukowski, é quase certo ser uma mentira, inventada pelo próprio Bukowski, pois não existe nenhum registo que confirme tal comentário. Grandes especialistas em Sartre desmentem tal demonstração de prestigio. Do mesmo modo ocorreu sobre o interesse de Jean Genet sobre as suas obras e a critica, publicada numa edição alemã de Notas de um Velho Safado, de Henry Miller. A crítica de Miller foi uma jogada estratégica desesperada para aumentar as vendas na Europa, inventada pelo tradutor Carl Weissner
  

Vitória

as promessas que fizemos
honramo-las
e
quando formos cercados
pelos cães das horas
nada
nos poderá ser confiscado
a não ser
as nossas vidas.


in os cães ladram facas (2018) - charles bukowsky

O poeta Haroldo de Campos morreu há dezassete anos

(imagem daqui)
   
Haroldo Eurico Browne de Campos (São Paulo, 19 de agosto de 1929 - São Paulo, 16 de agosto de 2003) foi um poeta e tradutor brasileiro. Haroldo fez seus estudos secundários no Colégio São Bento, onde aprendeu os primeiros idiomas estrangeiros, como latim, inglês, espanhol e francês. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no final da década de 1940, lançando seu primeiro livro em 1949, O Auto do Possesso quando, ao lado de Décio Pignatari, participava do Clube de Poesia.
Em 1952, Décio, Haroldo e seu irmão Augusto de Campos rompem com o Clube, por divergirem quanto ao conservadorismo predominante entre os poetas, conhecidos como "Geração de 45". Fundam, então, o grupo Noigandres, passando a publicar poemas na revista do grupo, de mesmo título. Nos anos seguintes defendeu as teses que levariam os três a inaugurar em 1956 o movimento concretista, ao qual manteve-se fiel até o ano de 1963, quando inaugura um trajeto particular, centrando-se suas atenções no projeto do livro-poema "Galáxias".
Haroldo doutorou-se pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob orientação de Antonio Candido, tendo sido professor da PUC-SP, bem como na Universidade do Texas, em Austin.
Haroldo dirigiu até o final de sua vida a coleção Signos da Editora Perspectiva. "Transcriou" em português poemas de autores como Homero, Dante, Mallarmé, Goethe, Mayakovski, além de textos bíblicos, como o Gênesis e o Eclesiastes. Publicou, ainda, numerosos ensaios de teoria literária, entre eles A Arte no Horizonte do Provável (1969).
Faleceu em São Paulo, tendo publicado, pouco antes, a sua transcriação em português da Ilíada, de Homero.
Se

se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre
re
re
desnasce
desmorre desnasce
desmorre desnasce desmorre
nascemorrenasce
morrenasce
morre
se

O Irmão Roger deixou-nos há quinze anos...

  
Frère Roger (Irmão Roger) (Vaud, Suíça, 12 de maio de 1915 - Taizé, 16 de agosto de 2005), batizado Roger Louis Schütz-Marsauche, foi o fundador da Comunidade de Taizé.

La sépulture de Frère Roger
Le , alors qu'il participait comme tous les soirs de l'année à la prière commune avec plusieurs milliers de jeunes pèlerins présents à Taizé durant les Journées mondiales de la jeunesse 2005 qui se déroulaient à Cologne, frère Roger, qui a alors quatre-vingt-dix ans, est poignardé mortellement par Luminita Solcan, une déséquilibrée âgée de trente-six ans qui avait réussi à s'introduire au milieu du chœur des Frères.
Ses funérailles se déroulent le en l'église de la Réconciliation de Taizé en compagnie des membres de la communauté de Taizé et de personnalités politiques et religieuses parmi lesquelles Horst Köhler, président de l'Allemagne, Nicolas Sarkozy, ministre français de l'Intérieur et ministre chargé des cultes, le pasteur Jean-Arnold de Clermont, président du Conseil de la Fédération protestante de France, l'évêque luthérien Wolfgang Huber, président de l'Église évangélique en Allemagne, l'archiprêtre Mikhail Gundyaev, représentant du Patriarcat orthodoxe de Moscou, en présence de plus de douze mille personnes.
Au cours de la messe concélébrée par le cardinal Walter Kasper, président du Conseil pontifical pour l'unité des chrétiens, et quatre prêtres de Taizé, celui-ci a lu un message du pape Benoît XVI accordant sa bénédiction apostolique.
Frère Roger est inhumé dans le cimetière du village. Sa succession à la tête de la communauté est assurée par frère Aloïs, catholique d'origine allemande, désigné par frère Roger en personne quelques années auparavant.
   

sábado, agosto 15, 2020

A Segunda Guerra Mundial terminou oficialmente há 75 anos

A icónica foto de Victor Jorgensen  publicada no New York Times da celebração da vitória dos Aliados
      
O Dia V-J é a sigla para o dia 15 de agosto de 1945, o dia da vitória sobre o Império do Japão. Visto que o Japão foi a última nação da aliança do Eixo a render-se, este foi o fim da Segunda Guerra Mundial.
A rendição formal japonesa, na qual vários diplomatas assinaram os termos da rendição, teve lugar a bordo do navio de guerra USS Missouri, na baía de Tóquio, a 2 de setembro de 1945.
   

Magritte morreu há 53 anos

René Magritte fotografado por Lothar Wolleh
   
René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de novembro de 1898 - Bruxelas, 15 de agosto de 1967) foi um dos principais artistas surrealistas belgas, ao lado de Paul Delvaux.
   
Le Fils de l'homme - 1964
       
 

O Festival de Woodstock começou há 51 anos

   
Woodstock Music & Art Fair (conhecido informalmente como Woodstock ou Festival de Woodstock) foi um festival de música realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur, na cidade de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos. Anunciado como "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", o festival deveria ocorrer originalmente na pequena cidade de Wallkill, mas os moradores locais não aceitaram, o que levou o evento para a pequena Bethel, a uma hora e meia de distância.
O festival exemplificou a era hippie e a contracultura do final dos anos 60 e começo dos anos 70. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um fim de semana, por vezes chuvoso, para 400 mil espectadores. Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original provou ser único e lendário, reconhecido como um dos maiores momentos na história da música popular.
O evento foi capturado num documentário lançado em 1970, Woodstock, além de uma banda sonora com os melhores momentos.
  

Napoleão nasceu há 251 anos

     
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante a última parte da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o código napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
Napoleão nasceu em Córsega, filho de pais com ascendência da nobreza italiana e foi treinado como oficial de artilharia na França continental. Em 2011, um exame de DNA de costelas de Napoleão que eram guardadas em relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão, desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador.
Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul. Cinco anos depois, o senado francês proclamou-o Imperador. Na primeira década do século XIX, o império francês, sob comando de Napoleão se envolveu em uma série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleónicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental, e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.
A Campanha da Rússia em 1812 marcou uma viragem na sorte de Napoleão. A sua Grande Armée foi seriamente afetada na campanha e nunca recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou as suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e o exilou na ilha de Elba. Menos de um ano depois, fugiu de Elba e regressou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos da sua vida confinado pelos britânicos à ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de cancro no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsénio.
   
   
in Wikipédia

O Canal do Panamá faz hoje 106 anos

    
O Canal do Panamá é um canal marítimo com 81 quilómetros de extensão, que corta o istmo do Panamá, ligando assim o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, no Panamá. O canal é considerado como um ponto importante para o comércio internacional devido a grande diminuição do percurso feito pelos navios (a rota alternativa contorna o Cabo Horn).
O canal começou a ser construído em 1880 e foi terminado em 1914. Os Estados Unidos e a China são os principais usuários do canal.
O canal possui dois grupos de eclusas no lado do Pacífico (Pedro Miguel e Miraflores) e um outro grupo no lado do Atlântico (Gatún). Neste último, as portas maciças de aço das eclusas triplas de Gatún têm 140 metros de altura e pesam 745 toneladas cada uma, mas são tão bem contrabalançadas que um motor de 56 kW é suficiente para abri-las e reabri-las. O lago Gatún, que fica a 26 metros acima do nível do mar, é alimentado pelo rio Chagres, onde foi construída uma barragem para a formação do lago. Do lago Gatún, o canal passa pela falha de Gaillard e desce em direção ao Pacífico, primeiramente através de um conjunto de eclusas em Pedro Miguel, no lago Miraflores, a 16,5 metros acima do nível do mar, e depois, através de um conjunto duplo de eclusas em Miraflores. Todas as eclusas do canal são duplas, de modo que os barcos possam passar nas duas direções. Os navios são dirigidos ao interior das eclusas por pequenos aparelhos ferroviários. O lado do Pacífico é 24 centímetros mais alto do que o lado do Atlântico, e tem marés muito mais altas.
Diversas ilhas situam-se no lago Gatún, incluindo a ilha Barro Colorado, um santuário mundial de vida selvagem.
(...)
Concluídas as obras complementares, quando o canal entrou finalmente em atividade, a 15 de agosto de 1914, constituía-se numa maravilha tecnológica. A complexa série de eclusas permitia até mesmo a passagem dos maiores navios de sua época. O canal foi um triunfo estratégico e militar importantíssimo para os Estados Unidos, e revolucionou os padrões de transporte marítimo.
    

Hoje é o dia da Assunção da Virgem Maria aos Céus...

A morte da Virgem (1606 - Caravaggio - atualmente no Louvre)
     
A Assunção da Virgem Maria , informalmente conhecido apenas por A Assunção, de acordo com as crenças da Igreja Católica Romana, da Igreja Ortodoxa, das Igrejas Ortodoxas Orientais e partes do Anglicanismo, foi a assunção do corpo da Virgem Maria no Céu no final da sua vida terrestre.
O catolicismo romano ensina como um dogma que a Virgem Maria "tendo completado o curso de sua vida terrestre, foi assumida, de corpo e alma, na glória celeste". Esta doutrina foi definida dogmaticamente, pelo papa Pio XII, a 1 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, dentro do exercício da infalibilidade papal (a única vez que um Papa o fez). Ainda que as Igrejas Católica e Ortodoxa acreditem na Dormição de Maria, que é o mesmo que a Assunção, a morte de Maria não foi definida dogmaticamente.
   

sexta-feira, agosto 14, 2020

Música adequada à data...



Poema adequado à data...

(imagem daqui)

O Vosso tanque General, é um carro forte

Derruba uma floresta esmaga cem
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista

O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar
 
 
Bertolt Brecht

O cineasta Wim Wenders faz hoje 75 anos

   
Ernst Wilhelm "Wim" Wenders (Düsseldorf, 14 de agosto de 1945) é um cineasta, dramaturgo, fotógrafo e produtor de cinema alemão, além de uma das mais importantes figuras do Novo Cinema Alemão. Desde 1996, Wenders é presidente da Academia de Cinema Europeu em Berlim

Biografia
Wim Wenders nasceu em Düsseldorf, no seio de uma família católica tradicional. O seu pai, Heinrich Wenders, era um cirurgião. O uso do nome holandês, "Wim", um diminutivo do nome batismal "Wilhelm/Willem", reflete a proveniência holandesa de sua mãe. A versão holandesa do nome foi rejeitada pelas autoridades de registo civil em 1945, por não ser considerada alemã. Wim Wenders graduou-se no colégio em Oberhausen, no Vale do Ruhr. Ele, então, estudou medicina (1963–64) e filosofia (1964–65) na Universidade de Freiburg e Düsseldorf. Entretanto, Wenders desistiu dos estudos universitários e se mudou para Paris em outubro de 1966 para tornar-se um pintor. Ele fracassou em seu exame de admissão para escola nacional de cinema da França IDHEC (agora, La Fémis), e, como alternativa, tornou-se um gravurista no estúdio de Johnny Friedlander, um artista norte-americano, em Montparnasse. Durante este tempo, Wim Wenders tornou-se fascinado pelo cinema, e via até cinco filmes por dia na sala de cinema local.
Determinado a fazer de sua obsessão também o trabalho de sua vida, Wenders retornou para a Alemanha em 1967 para trabalhar no escritório de Düsseldorf da United Artists. Nesta época, ele entrou para a "Hochschule für Fernsehen und Film München" (Universidade de Televisão e Filme de Munique). Entre 1967 e 1970, enquanto estava na "HFF", Wim Wenders também trabalhou como crítico cinematográfico para a FilmKritik, para o jornal diário de Munique Süddeutsche Zeitung, e então para a revista Twen e para Der Spiegel.
Wim Wenders concluiu diversos curtas-metragens, antes de se graduar da Hochschule com um longa-metragem em 16mm, preto e branco, chamado Summer in the City (em português, Verão na Cidade).
Foi feito Comendador da Ordem do Mérito a 24 de outubro de 2017, pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O ator Steve Martin faz hoje 75 anos!

     
Stephen Glenn Martin (Waco, 14 de agosto de 1945) é um ator, comediante, produtor, mágico, escritor, dramaturgo, dublador, músico e compositor americano. A popularidade de Martin surgiu na década de 60, quando ele passou a roteirizar a série The Smothers Brothers Comedy Hour, e mais tarde a aparecer com frequência no programa The Tonight Show. Na década de 70, Martin apresentou diversos shows de humor surreal, começando a lotar casas de show em turnês nacionais.
A partir do final dessa mesma década, Martin tornou-se um ator bem sucedido, fazendo diversos filmes de comédia, que lhe renderam diversos prémios ao longo das décadas. No início da carreira cinematográfica, ele chegou a ser apontado por alguns como "um novo Jerry Lewis". Porém, em pouco tempo de carreira, ficou claro que o estilo de humor de ambos era diferente. Em 2004, o canal Comedy Central classificou Martin em sexto lugar na lista das cem maiores comediantes de stand-up.
Martin começou a tocar banjo desde cedo e inclui o instrumento em seus shows desde o início de sua carreira profissional. Desde os anos 2000, ele passou a dedicar-se cada vez mais à carreira musical, passando a atuar menos e a investir mais na música, tocando banjo, gravando e fazendo tours com várias bandas de bluegrass, incluindo com o cantor Earl Scruggs, com quem ganhou um Grammy de Melhor Performance de Música Country em 2001.
   

São Maximiliano Maria Kolbe foi assassinado há 79 anos

  
São Maximiliano Maria Kolbe nascido Rajmund Kolbe, Ordem dos Franciscanos Menores Conventuais (Zduńska Wola, Polónia, 8 de janeiro de 1894Auschwitz, 14 de agosto de 1941), foi um padre missionário franciscano da Polónia. Morreu como mártir no campo de concentração nazi de Auschwitz, como voluntário para morrer de fome no lugar de Franciszek Gajowniczek como castigo pela fuga de um outro prisioneiro.
Foi canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II, em 10 de outubro de 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, que sobreviveu aos horrores de Auschwitz. O próprio Papa, em numerosos textos, chama-o de “santo do nosso século difícil”.
  
(...)
   
Morte em Auschwitz
Em 17 de fevereiro de 1941 foi preso pela polícia secreta alemã e enviado para o campo de concentração de Auschwitz.
Em julho de 1941 um prisioneiro conseguiu escapar, por isso o comandante do campo nazi escolheu 10 homens para serem mortos de fome.
Um dos homens selecionados, Franciszek Gajownickek, gritou: "Minha pobre mulher e meus filhos, que não os volto a ver!" Kolbe oferece-se a si mesmo em vez do outro homem "Sou um padre católico da Polónia, quero morrer em lugar de um destes. Já sou velho e não presto para nada. A minha vida não servirá para grande coisa… Quero morrer por aquele que tem mulher e filhos."
Na cela, Kolbe celebrava a missa e cantava hinos todos os dias. Ele oferecia conforto aos outros presos, encorajava-os, dizendo-lhes que em breve estariam com Maria no céu.
Cada vez que os guardas verificam a cela, ele estava lá em pé ou de joelhos, no meio, a olhar calmamente para aqueles que entravam. Segundo Bruno Borgowiec, "secretá­rio-intérprete-coveiro" dos oficiais nazis, Kolbe e os demais presos rezavam o tempo todo:
Na cela daqueles miseráveis havia rezas diárias, rosários e cânticos, dos quais participavam os presos em celas vizinhas... Tinha a impressão de estar numa igreja. O frei Kolbe liderava, e os outros presos respondiam em uníssono. Eles estavam tão envolvidos na reza que nem sequer ouviam a chegada dos inspetores da SS.
Após duas semanas de desidratação e fome, só Kolbe e outros três prisioneiros permaneciam vivos. Os guardas queriam a cela vazia e deram a Kolbe uma injeção letal de ácido carbónico. Bruno Borgowiec testemunhou o momento:
Frei Maximiliano Kolbe, desnudo, esquelético como um crucifixo românico, estava ainda sentado na posição dos últimos três dias, com a cabeça levemente inclinada para a esquerda, a suavidade dum sorriso nos lábios, os braços abandonados sobre o corpo, as costas apoiadas na parede do fundo. Diante dele, três corpos descarnados pela fome e pela sede, estendidos no chão sem sentidos, mas ainda vivos. O Dr. Boch moveu-se, frio, impassível, em direção dos quatro últimos sobreviventes da longa agonia de vinte e um dias. Pôs um joelho ao chão, amarrou o laço hemostático no braço esquerdo do primeiro, enfiou a agulha na veia, desfez o laço e comprimiu o êmbolo. Repetiu, depois, a mesma operação nos outros dois que jaziam ao solo, e cada vez, antes mesmo que a agulha fosse extraída da veia, o ácido fênico injetado já havia cumprido sua obra. A imobilidade da morte o testemunhava. Agora era a vez de Maximiliano Kolbe. O carrasco de uniforme branco levantou-se e dirigiu-se até ele. Então frei Kolbe - contara Bruno Borgoviec - com uma prece aos lábios ofereceu, ele mesmo, o seu braço ao algoz. Eu não pude mais resistir, os meus olhos não quiseram mais ver e, murmurando um pretexto - que devia trabalhar no escritório - fugi ... »
Os seus restos mortais foram cremados no dia 15 de agosto, o dia da festa da Assunção de Maria
     
    
Legado
Fundador do Milícia da Imaculada que criou um boletim de enorme tiragem entre outros meios de divulgação da ação cristã, pelo seu apostolado, é considerado o patrono da imprensa.
É igualmente visto como padroeiro especial das famílias em dificuldade, dos que lutam pela vida, da luta contra os vícios, da recuperação da droga e do alcoolismo; é considerado também padroeiro dos presos comuns e políticos.
Em julho de 1998 a Igreja de Inglaterra ergueu uma estátua de Kolbe na parte frontal da Abadia de Westminster, em Londres, como parte de um conjunto monumental dedicado à memória de dez mártires do século XX.
     
   

Larry Graham - 74 anos

    
Larry Graham (Beaumont, Texas, 14 de Agosto de 1946), é um músico, compositor, cantor e produtor musical dos Estados Unidos da América, a quem se atribui a invenção da técnica de bater com o polegar nas cordas do baixo eléctrico, usualmente designada pelo termo slapping ou, conforme definição do próprio artista, Thumpin' and Pluckin' . É especialmente conhecido como baixista da banda "Sly & the Family Stone", que influenciou o funk e o soul psicadélico nos anos 70 do século XX. Foi ainda o fundador e principal figura da banda "Graham Central Station". 
  
  

Bertolt Brecht morreu há 64 anos

  
Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburgo, 10 de fevereiro de 1898 - Berlim Leste, 14 de agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Os seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia, o Berliner Ensemble, realizadas em Paris durante os anos de 1954 e 1955.
No final dos anos 20 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. A sua praxis é uma síntese das experiências teatrais, de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos de 1917 a 1926. O seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
   

  
Do rio que tudo arrasta

Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem