sexta-feira, setembro 27, 2013

Avril Lavigne - 29 anos

Avril Ramona Lavigne (Belleville, 27 de setembro de 1984) é uma cantora e compositora canadiana. Também desenvolve trabalhos paralelos na área do design de moda, da filantropia e, ocasionalmente, como atriz.
Alguns críticos denominam-na de Princesa do Pop Punk. Iniciou a sua carreira musical ao assinar contrato em dezembro de 2001, após uma apresentação feita pela cantora em uma feira e exposição de gado, quando despertou o interesse do produtor L. A. Reid, que trabalhava na já extinta Arista Records. Até 2011, os seus então quatro álbuns de estúdio, Let Go, Under My Skin, The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby, já haviam vendido juntos mais de 30 milhões de cópias e 50 milhões de singles em todo o mundo, além de mais de 500 mil álbuns e 700 mil downloads pagos somente no Brasil, sendo uma das recordistas de vendas digitais neste país, de acordo com a ABPD. Lavigne também é uma das jovens mais ricas do mundo, segundo a lista da revista Forbes, com uma lucros de mais de 12 milhões de dólares por ano.
A revista Rolling Stone fez uma votação para eleger as 100 melhores canções e discos entre 2000 e 2009, na qual a música "Complicated" ficou na oitava posição e o álbum Let Go na quarta, respetivamente. Lavigne também está no livro Guinness World Records como a cantora mais jovem a estrear no topo da parada oficial do Reino Unido, aos 18 anos e 106 dias de idade, em 11 de janeiro de 2003, com Let Go, que alcançou o primeiro lugar na sua 18º semana na UK Albums Chart. O mesmo trabalho entrou na posição 162º na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.
A revista Billboard fez uma lista dos 100 artistas mais populares da década de 2000 nos Estados Unidos, na qual Lavigne ficou na 28ª posição. Na categoria Billboard 200 Artists, que indica os artistas mais bem sucedidos na parada de vendas de álbuns Billboard 200, a canadiana ficou na 38ª colocação - além da 10ª posição na Pop Songs, na 48ª na Radio Songs Artists e na Digital Songs Artists. No Brasil, o portal de entretenimento e notícias IG elegeu a cantora, através de mais de meio milhão de votos de internautas, como o "som da década" de 2000. Já foi anunciado o seu quinto álbum de estúdio, autointitulado Avril Lavigne, previsto para ser lançado a 5 de novembro de 2013, pela gravadora Epic Records.
Além de cantora e compositora, Avril Lavigne também está envolvida nas áreas de moda e perfumaria, lançando a fragrância Black Star, criada sob licença da Procter & Gamble; e uma linha de roupas, Abbey Dawn, lançada em julho de 2008 nos Estados Unidos pela loja Kohls. Também teve participações em três filmes, Going the Distance, Fast Food Nation e The Flock, além de ter composto a faixa-tema do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, "Alice". A artista foi casada com o vocalista da banda Sum 41, Deryck Whibley, durante três anos - entre 2006 e 2009. É atualmente casada com o vocalista da banda Nickelback, Chad Kroeger, desde 1 de julho de 2013.



quinta-feira, setembro 26, 2013

Para que quero eu olhos...


Para Que Quero Eu Olhos - António Zambujo & Raquel Tavares
Cante alentejano - canção tradicional

Para que quero eu olhos,
Senhora Santa Luzia
Se eu não vejo o meu amor,
Nem de noite nem de dia.

Oh és tão linda, oh és tão formosa
Como a fresca rosa que eu num jardim vi.
Oh dá-me um beijo, para matar desejos
Que eu sinto por ti
Ai dá-me um beijo, para matar desejos
Que eu sinto por ti

Paul Newman partiu há cinco anos...

Filho de um bem sucedido comerciante de artigos desportivos, Newman começou a sua carreira participando em peças no colégio e, após sair da marinha americana em 1946, foi estudar no Kenyon College. Após a formatura, ele passou um ano na Yale Drama School, indo depois para Nova Iorque, onde entrou para na famosa escola de formação de artistas, a Actors Studio, dirigida por Lee Strasberg.

Vida
Depois de sua primeira aparição na Broadway em Picnic (1953), foi-lhe oferecido um contrato pela Warner Bros.. O seu primeiro filme, The Silver Chalice (no Brasil, apelidado de Cálice Sagrado), de 1954, foi quase o seu último: considerou a sua performance muito má e publicou um anúncio, de página inteira, num jornal, pedindo desculpas a quem tivesse visto o filme.
Saiu-se muito melhor na sua segunda tentativa, em Marcado pelo Ódio (1956), onde deu vida ao boxer Rocky Graziano e que foi aclamado pela crítica pela sua grande atuação.
Com Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Telhado de Zinco Quente) e The Long Hot Summer (Paixões que Escaldam), cuja atuação lhe deu o prémio de melhor ator no Festival de Cannes, estabelecendo-o como o novo astro de Hollywood no final da década de 50, Paul tornou-se um líder de bilheteiras da década seguinte, estrelando filmes como The Hustler (A Vida é um Jogo, 1961), The Prize (Prémio), 1963), Hud (O mais selvagem entre mil, 1963), Cool Hand Luke (O Presidiário, 1967) e Hombre (1967), fechando os anos 60 com o mega sucesso de crítica e bilheteira mundial Butch Cassidy and the Sundance Kid (Dois Homens e um Destino, 1969), ao lado de Robert Redford.
A dupla trabalharia junta, quatro anos depois, em A Golpada, de George Roy Hill, outro grande sucesso de Newman e vencedor do Óscar de melhor filme de 1973.
Também produziu e dirigiu muitos filmes de qualidade, incluindo Rachel, Rachel (1968), estrelado pela sua esposa Joanne Woodward e com o qual foi premiado com o Globo de Ouro de melhor Diretor. Indicado dez vezes pela Academia como melhor ator, finalmente venceu pela sua atuação em The Color of Money (A Cor do Dinheiro, 1986). Por curiosidade, no ano anterior havia recebido um Óscar especial, pelo conjunto da carreira.
Outros filmes importantes de Paul Newman são: Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Telhado de Zinco Quente, 1958), The Long Hot Summer (Paixões que escaldam, 1958), Exodus (1960), Sweet Bird of Youth (Corações na Penumbra), onde refez no cinema o mesmo papel que já havia feito na Broadway (1962), Torn Curtain (Cortina Rasgada, 1966), The Towering Inferno (Torre do Inferno, 1974), Absence of Malice (A Calúnia, 1981) e The Verdict (O Veredicto, 1982).
Fazendo menos filmes na década de 90, dedicando mais tempo à sua fábrica de molhos e condimentos, Newman's Own (com a qual ganhou mais dinheiro do que no cinema, que, porém, dedicou quase todo o lucro à caridade e à sua equipa de corridas de automóveis), Paul reapareceu em grande estilo, já aos 77 anos, em Road to Perdition (Caminho para a Perdição, 2002), trabalhando com Tom Hanks e o futuro James Bond, Daniel Craig, e foi novamente nomeado para o Óscar, desta vez como ator secundário. Em 1995, ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim como melhor ator no filme Nobody's Fool (Vidas Simples).

Nomeações para o Óscar

Carros e política
Newman também foi conhecido pelo seu apoio a causas políticas liberais nos Estados Unidos. Nos anos 60, esteve bastante envolvido na campanha de candidatos democratas à Presidência. O seu forte apoio a Eugene McCarthy, em 1968, fazendo diversos tempos de antena de televisão a favor do candidato democrata, fez Richard Nixon (o adversário de McCarthy e que acabou sendo eleito Presidente) colocá-lo em 19º lugar numa lista dos seus piores inimigos, o que fez Newman declarar que esta seria uma das maiores honras de sua vida.
A sua paixão pelo automobilismo e pela velocidade foram famosas. Apesar de daltónico, dos anos 70 aos 90 Newman destacou-se como piloto amador, correndo em carros desportivos nos Estados Unidos e na Europa, onde chegou a conseguir um segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans com um Porsche 935. Nos anos 80 envolveu-se com a Fórmula Indy, quando se tornou sócio-proprietário da equipa Newman-Haas Racing, equipa vencedora dos quatro últimos títulos da Champ Car. Aos setenta anos, foi o mais velho piloto a vencer uma corrida de prestígio, ao fazer parte da equipa de pilotos do carro que venceu as 24 Horas de Daytona em 1995.

Cancro e morte
Newman, ex-fumador inveterado, padeceu muito tempo de cancro do pulmão, de tal maneira que, em maio de 2008, foi afastado da direção de uma versão de Ratos e Homens, baseada no livro de John Steinbeck. A doença havia sido diagnosticada no hospital Sloan-Kettering Cancer Centre, em Nova York.
Em março de 2008, Newman negou boatos de que estaria com cancro, depois de ter faltado a um evento de beneficência da instituição infantil Hole in The Wall Gang, criada por ele. No mesmo mês, ele cancelou uma aparição no talk show The Late Show with David Letterman. O seu porta-voz, Warren Cowan, escondeu a sua hospitalização, insistindo que o ator estava "recebendo tratamento para o pé-de-atleta e queda de cabelo". O jornal New York Post divulgou que um paciente de cancro disse ter visto Newman em março de 2008 num oncologista regularmente.
Em agosto, após encerrar as sessões de quimioterapia contra o cancro, o ator Paul Newman foi informado de que teria poucas semanas de vida, pelo que pediu aos médicos e aos seus familiares para deixar o hospital e ser levado para a sua casa, em Westport, no estado americano de Connecticut, onde morreu a 26 de setembro de 2008, rodeado dos seus familiares e amigos, incluindo a sua esposa, Joanne Woodward, com esteve casado 50 anos e os seus três filhos. O seu corpo foi cremado, após um serviço fúnebre privado, perto da sua casa, em Westport.

Paul Newman e Joanne Woodward - 1960

O primeiro (e único...) satélite (praticamente) nacional foi lançado há 20 anos

(imagem daqui)

O PoSAT-1, o primeiro satélite português, entrou em órbita em 26 de setembro de 1993, por volta das 02.45, hora de Lisboa. Foi lançado ao espaço no voo 59 do foguetão Ariane 4; o lançamento foi realizado no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. 20 minutos e 35 segundos após o lançamento e a 807 km de altitude, o PoSAT-1 separou-se com sucesso do foguetão.
O PoSAT-1 pertence à classe dos micro-satélites, que têm entre 10 e 100 kg, e pesa cerca de 50 kg. Todo este projecto foi desenvolvido por um consórcio de universidades e empresas de Portugal e foi construído na Universidade de Surrey, em Inglaterra. Custou cerca de mil milhões de escudos (ou seja, um milhão de contos - cerca de 5 milhões de euros), sendo 600 milhões de escudos pagos pelo Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa e 400 milhões por empresas portuguesas envolvidas no Consórcio PoSAT: INETI, EFACEC, ALCATEL, MARCONI, OGMA, IST, UBI e CEDINTEC. O responsável máximo foi Fernando Carvalho Rodrigues, que devido ao seu envolvimento é apelidado de "pai" do primeiro satélite português.

Carvalho Rodrigues.jpg
 Retrato de Carvalho Rodrigues, por Bottelho

Missão
A Missão foi designada por Voo 59, onde foram lançados vários satélites para além do PoSAT-1, nomeadamente: o EyeSat e o ItamSat (da Itália); o KitSat-B (Coreia); o HealthSat (da organização médica internacional Satellite); o Stella (França); tendo sido dado destaque, pela sua relevância entre estes, ao satélite francês de reconhecimento fotográfico SPOT-3.

Dados do PoSAT-1
O PoSAT-1 é uma caixa de alumínio, em forma de paralelepípedo, com as dimensões de 35 centímetros de lado por 35 de profundidade, 58 de comprimento e 50 quilos de peso. Sobre uma gaveta-base, que contém as baterias e o módulo de detecção remota, estão empilhadas dez gavetas cheias de placas electrónicas - os subsistemas do engenho. Na parte superior do satélite encontram-se os sensores de atitude e o mastro de estabilização, instrumentos essenciais para o PoSAT-1 manter a órbita correcta.
Os quatro painéis solares estão montados nas faces laterais da estrutura do satélite, formando um paralelepípedo, que constituem a fonte de energia para todos os sistemas de bordo. Cada painel contém 1344 células de GaAs.

Elementos orbitais
  • Órbita: 822 x 800 km, sol-síncrona;
  • Inclinação: 98,6º, sol-síncrona;
  • Período orbital: 101 minutos, fazendo uma média de 14 voltas por dia à Terra;
  • Velocidade orbital: 7,3 km por segundo.
Funcionamento e destruição
A morte física do PoSAT-1 prevê-se para 2043. Em 2006 o PoSAT-1 deixou de comunicar com o Centro de Satélites de Sintra. O satélite encontra-se à deriva numa órbita descendente, até se desintegrar na atmosfera terrestre.


NOTA: o Professor Doutor Fernando Carvalho Rodrigues, guardense como o autor deste post (portanto somos ambos nascidos no distrito e diocese da Guarda) é um velho conhecido meu, que fez com muito brio o que se esperava dele (além de ser um brilhante comunicador e divulgador científico). É pena que este esforço nacional não estivesse enquadrado no trabalho da ESA (Agência Espacial Europeia), o que só se veio a concretizar muito mais tarde, e ainda com poucos frutos, mas já com sinais interessantes para a economia nacional...

Gal Costa - 68 anos

Maria da Graça Costa Penna Burgos, mais conhecida como Gal Costa, (Salvador, 26 de setembro de 1945) é uma cantora brasileira.
Em 2012, Gal Costa foi eleita a 7ª maior voz da música brasileira de todos os tempos, pela revista Rolling Stone.


George Gershwin nasceu há 115 anos

George Gershwin, nascido Jacob Gershowitz, (Brooklyn, Nova Iorque, 26 de setembro de 1898 - Hollywood, Califórnia, 11 de julho de 1937) foi um compositor dos Estados Unidos. Escreveu a maioria dos seus trabalhos vocais e teatrais em colaboração com o seu irmão mais velho, o letrista Ira Gershwin. George Gershwin compôs tanto para a Broadway quanto para concertos clássicos. Ele também escreveu músicas populares de grande sucesso.
Muitas das suas composições tem sido usadas na televisão e em inúmeros filmes, além de tornar-se standards de jazz. A cantora Ella Fitzgerald gravou muitas das canções de Gershwin no seu álbum de 1959, Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook (com arranjos de Nelson Riddle). Incontáveis músicos e cantores gravaram músicas de autoria de George Gershwin, incluindo João Gilberto, Oscar Peterson, Fred Astaire, Louis Armstrong, Al Jolson, Percy Grainger, Bobby Darin, Art Tatum, Bing Crosby, Yehudi Menuhin, Janis Joplin, John Coltrane, Frank Sinatra, Billie Holiday, Sam Cooke, Miles Davis, Herbie Hancock, Madonna, Judy Garland, Julie Andrews, Barbra Streisand, Marni Nixon, Natalie Cole, Nina Simone, Maureen McGovern, John Fahey, The Residents, Sublime (banda) e Sting.

Biografia
Gershwin nasceu como Jacob Gershowitz em Brooklyn, Nova Iorque, filho de pais judeus russos. O seu pai Morris (Moishe) Gershowitz, trocou o nome da família para Gershwin logo pouco depois de imigrar de São Petersburgo, Rússia. A mãe de Gershwin, Rosa Bruskin, também veio da Rússia; ela casou com Gershowitz quatro anos depois de chegar à América.
George Gershwin foi o segundo de quatro filhos. A primeira vez que ele mostrou interesse pela música foi com 10 anos, quando ele ouviu o seu amigo de infância, Max Rosen, num recital de violino. O som e a forma como seu amigo tocava o instrumento surpreenderam-no. Os seus pais tinham comprado um piano para o seu irmão mais velho, Ira Gershwin, mas, para surpresa deles e alívio de Ira, foi George quem começou a tocá-lo. Embora a sua irmã mais nova, Frances Gershwin, ter sido a primeira da família a ganhar dinheiro com o seu talento musical, ela casou nova e veio a tornar-se uma dona de casa, além de mãe, desistindo da sua carreira de canto e dança - fixando-se na pintura, um hobby de George Gershwin também.
Gershwin estudou com vários professores de piano durante dois anos, e então foi apresentado a Charles Hambitzer por Jack Miller, um pianista da Orquestra Sinfónica de Beethoven. Hambitzer atuou como um mentor de George até à sua morte, em 1918. Hambitzer ensinou a Gershwin a técnica convencional de piano, introduzindo-o na tradição da música clássica europeia, encorajando-o a assistir a concertos de orquestras. Em casa, George tentava reproduzir no piano a música que ouvia nos concertos. Ele mais tarde estudou com o compositor clássico Rubin Goldmark e o compositor e teórico Henry Cowell.

Tin Pan Alley
Com 15 anos de idade George saiu da escola e encontrou o seu primeiro emprego como músico na Tin Pan Alley, em Nova Iorque, ganhando $15 por semana. A sua inovadora rag "Rialto Ripples", em 1917, foi um sucesso comercial, e em 1919 ele alcançou o seu primeiro grande sucesso com a música "Swanee". Em 1916, ele começou a trabalhar para a Aeolian Company and Standard Music Rolls em Nova Iorque, gravando e arranjando rolos de piano. Ele produziu dúzias, se não centenas de rolos, sob seu nome e usando pseudónimos como Fred Murtha e Bert Wynn. Ele gravou rolos de composições próprias para pianolas Duo-Art e Welte-Mignon, assim como rolos de pianos, Gershwin fez uma breve incursão dentro do vaudeville, acompanhando Nora Bayes e Louise Dresser no piano.
Em 1924, George e Ira colaboraram no musical cómico, Lady Be Good, que incluiu futuros standards do jazz como "Fascinating Rhythm" e "Lady Be Good".
Seguiram-se sucessos como "Oh, Kay!" (1926), "Funny Face" em 1927, "Strike Up the Band" (1927 e 1930), "Show Girl" (1929), "Girl Crazy" (1930), que introduziu o standard "I Got Rhythm", e "Of Thee I Sing" (1931), o primeiro musical de comédia a ganhar um Prémio Pulitzer.

Música clássica, ópera e  Europa
Em 1924, Gershwin compôs a sua primeira grande obra, Rhapsody in Blue, para orquestra e piano, que foi orquestrada por Ferde Grofé e estreada pela banda de Paul Whiteman em Nova Iorque e que veio a ser a sua obra mais popular.
Gershwin ficou em Paris por um período curto de tempo, onde estudou composição com Nadia Boulanger. Boulanger, tal com vários outros professores, como Maurice Ravel, acabaram, entretanto, por recusar dar-lhe aulas, receosos de que estes estudos rigorosos influenciassem o seu estilo, influenciado pelo jazz. Nessa mesma altura, ele escreveu An American in Paris. Este trabalho recebeu diversas críticas negativas na sua primeira performance, no Carnegie Hall, em 13 de dezembro de 1928, mas tornar-se-ia rapidamente parte do reportório de standards na Europa e nos Estados Unidos. Como consequência, ele acabou por achar a cena musical em Paris demasiado arrogante e voltou para a sua América natal.
A sua mais ambiciosa composição foi Porgy and Bess (1935). Chamada por Gershwin como uma "ópera folk", a peça estreada no teatro da Broadway é considerada como a mais importante ópera americana do século XX. Baseada no romance de Porgy de DuBose Heyward, passa-se num bairro negro na cidade de Charleston, na Carolina do Sul, e, com exceção de pequenas falas de alguns personagens, todos cantores/atores são negros. A música combina elementos da música popular, que foi fortemente influenciada pela música negra, técnicas achadas na ópera, assim como recitais e leitmotifs. Incluía também fugas e técnicas "avançadas" como politonalidade e tone row.

Hollywood e morte
Gershwin recebeu somente uma nomeação para um Óscar, pelo filme "They Can't Take That Away From Me", escrita por seu irmão Ira para o filme de 1937 Shall We Dance.
No começo de 1937, Gershwin começa a queixar-se de dores de cabeças cegantes e uma recorrente impressão que estava a cheirar borracha queimada. Ele tinha desenvolvido um tipo raro de tumor no cérebro conhecido como glioblastoma multiforme. Em junho, ele apresentou-se num concerto especial com a Orquestra Sinfónica de San Francisco, sob a direção do maestro francês Pierre Monteux. Foi em Hollywood, enquanto trabalhava na partitura de The Goldwyn Follies, que teve um colapso, em 11 de julho de 1937, morrendo aos 38 anos de idade, no Cedars of Lebanon Hospital, depois de uma cirurgia para tentar retirar o tumor. Por coincidência, poucos meses depois, em 1937, o seu ídolo Ravel também morreria de uma cirurgia ao cérebro.
Gershwin teve um caso de 10 anos de duração com a compositora Kay Swift e frequentemente consultava-a sobre as suas músicas. Oh, Kay foi nomeada em homenagem a Kay Swift. Após a morte de Gershwin, Swift organizou algumas de suas músicas, transcreveu as suas gravações, e colaborou com Ira em vários projetos. Gershwin teve um caso também com a atriz Paulette Goddard.
Gershwin morreu sem deixar testamento, e todas as suas propriedades e direitos de autor foram herdados por sua mãe. Ele está enterrado no Westchester Hills Cemetery em Hastings-on-Hudson, Nova Iorque. Os trabalhos de Gershwin ainda trazem significantes quantias de royalties das licenças de direitos de autor, que expiraram no final de 2007 na União Europeia e irão expirar entre 2019 e 2027 nos Estados Unidos.
De acordo com uma carta de Fred Astaire para Adele Astaire, Gershwin sussurrou o seu nome antes de morrer.
Em 2005, o jornal The Guardian determinou "estimando os lucros acumulados na vida de um compositor" que Gershwin foi o compositor mais rico de todos os tempos. Gershwin foi escolhido para a Calçada da Fama, de Long Island, em 2006. O Teatro George Gershwin foi assim nomeado em sua homenagem.

Estilo musical e influências
Gershwin foi muito influenciado pelos compositores franceses do começo do século. Maurice Ravel ficou completamente impressionado com as habilidades de Gershwin, comentando: "Pessoalmente eu acho o jazz mais interessante - os ritmos, o jeito que as melodias são tocadas, as próprias melodias. Eu escutei as obras de George Gershwin e as achei intrigantes." A orquestração nas obras sinfónicas de Gershwin geralmente são bastante parecidas com as de Ravel; igualmente, o concerto para dois pianos de Ravel demonstra influências de Gershwin. Ele pediu a Ravel algumas lições. Quando Ravel perguntou quanto Gershwin tinha ganho, Ravel respondeu "Que tal você me dá algumas lições?" (algumas versões desta história apresentam Igor Stravinsky no papel de Ravel, mas o próprio Stravinsky confirmou que, originalmente, tinha ouvido a história de Ravel).
O Concerto in F de Gershwin foi criticado por ser fortemente influenciado pelo estilo de Claude Debussy, mais do que o estilo de jazz, que era esperado. A comparação não impediu Gershwin de continuar a explorar os estilos franceses. O início de An American in Paris reflete a longa jornada que ele seguiu como compositor: "A parte inicial será desenvolvida no típico estilo francês, da maneira de Debussy e os Seis, ainda que as melodias sejam originais".
Além da influência francesa, Gershwin ficou fascinado com as obras de Alban Berg, Dmitri Shostakovich, Igor Stravinsky, Darius Milhaud e Arnold Schoenberg. Ele pediu a Schoenberg algumas lições de composição. Schoenberg se recusou, alegando "Eu apenas o faria um mau Schoenberg, e você é um bom Gershwin." (Esta frase é similar a uma creditada a Ravel durante a visita, em 1928, de Gershwin a França - "Porquê ser um Ravel de segunda classe se pode ser um Gershwin de primeira?").
A influência russa do seu professor de composição Joseph Schillinger (1932-1936) foi essencial para proporcionar a Gershwin um método de composição. Houve alguma discordância sobre a natureza da influência de Schillinger sobre Gershwin; após o sucesso póstumo de Porgy and Bess, Schillinger alegou que ele teve uma grande e direta influência ao supervisionar a criação da ópera; Ira negou completamente que seu irmão tivesse qualquer ajuda para tal obra. Há ainda um terceiro relato sobre a relação com Schillinger escrita por um amigo próximo de Gershwin, Vernon Duke, em um artigo para a Musical Quartely em 1947.
Uma habilidade diferencial de Gershwin foi conseguir manipular as formas de música em uma só. Ele utilizou o jazz, que ele descobriu no Tin Pan Alley, combinando os seus ritmos e tonalidades com as canções populares da época.
A primeira canção que George Gershwin publicou foi "When You Want 'Em You Can't Get 'Em, When You've Got 'Em, You Don't Want 'Em." Publicada em 1916 quando Gershwin tinha 17 anos ganhando um total de $5, entretanto ele prometeria bem mais.
Em 2007, a Biblioteca do Congresso batizou o Prémio de Melhor Canção Popular de Gershwin Prize. Reconhecendo o profundo e positivo efeito da música popular na cultura, o prémio é dado anualmente para o compositor e músico para quem as contribuições ao longo de sua vida exemplificam a excelência alcançada pelos irmãos Gershwin. Como exemplo, em 1 de março de 2007, o prémio Gershwin foi dado ao compositor Paul Simon.


Música adequada à data

Robert Palmer morreu há 10 anos


Robert Allen Palmer (19 January 1949 – 26 September 2003), born in Batley, Yorkshire, was a Grammy Award winning English singer-songwriter. He was known for his distinctive voice and the eclectic mix of musical styles on his albums, combining soul, jazz, rock, pop, Reggae and blues. He found success both in his solo career and in the supergroup Power Station, and had Top 10 songs in both the US and the UK. His iconic music videos for the hits "Simply Irresistible" and "Addicted to Love", featured identically dressed dancing women with pale faces, dark eye makeup and bright red lipstick, which resembled the women in the art of Patrick Nagel, an artist popular in the 1980s. Sharp-suited, his involvement in the music industry commenced in the 1960s, covered five decades and included a spell with Vinegar Joe.

O poeta Affonso Ávila morreu há um ano

É considerado um dos mais importantes poetas brasileiros contemporâneos.
Teve participação ativa em importantes movimentos literários, foi criador do Instituto Estadual do Património Histórico e Artístico de Minas Gerais e de toda uma linha de pesquisas e ensaios cujo enfoque é o barroco no Brasil, principalmente do barroco mineiro.
Foi organizador da Semana de Poesia de Vanguarda, um importante evento realizado em 1963, e vencedor de diversos prémios – entre eles o Prémio Jabuti de Literatura, com O visto e o imaginado.
Vida
Affonso Ávila é filho de Lindolfo de Ávila e Silva e Liberalina de Barros Ávila, viúvo da ensaísta e escritora Laís Correa de Araujo (falecida em 2006). Também é pai do poeta Carlos Ávila, da historiadora Cristina Ávila e de Paulo, Myriam e Mônica.
Foi leitor assíduo durante a adolescência, costume que o acompanharia pelo resto da vida, como a leitura da Coleção Brasiliana e dos cadernos literários dos jornais do Rio e de São Paulo, e também o tornaria escritor.
Trabalhou como auxiliar de gabinete de Juscelino Kubitschek de Oliveira, então governador.
Em 2006, recebeu uma homenagem concedida pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais com a publicação da Fortuna crítica de Affonso Ávila.
Em junho de 2010, foi homenageado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a mais prestigiada universidade do estado, com a exposição exposição constructopoético – affonso80anosávila, realizada no Palácio das Artes, formada por livros, cartas, documentos, acervo pessoal do poeta, desenhos de outros artistas sobre a obra do escritor e pelo vídeo de Eder Santos, baseado num poema de Affonso Ávila.
Após um mês de internação no Hospital Felício Rocho, faleceu aos 84 anos, por causa de uma paragem cardíaca, na sua casa, na Rua Cristina, Bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte.

Carreira
Foi, juntamente com Fábio Lucas, Rui Mourão, Laís Corrêa de Araújo, Cyro Siqueira e outros jovens intelectuais, fundador da revista Vocação, que o levaria a ser nomeado assessor de gabinete de Juscelino Kubitschek.
A carreira de Affonso Ávila acumula trabalhos de levantamento e conservação do património artístico e arquitetónico das cidades históricas mineiras, sendo um dos marcos desse percurso a criação do Iepha.
Em 1956, passou a ser colunista do jornal O Estado de S.Paulo em assuntos sobre o estado de Minas Gerais.
Em 1957, funda a revista Tendência.
Em 1967, teve publicado o livro Resíduos seiscentistas em Minas que se tornaria um clássico nos estudos sobre a história de Minas Gerais.
Em 1969, foi lançado O poeta e a consciência crítica e Código de Minas & poesia anterior, dois livros que marcaram para sempre a sua trajetória.
Em 1969, foi diretor do Centro de Estudos Mineiros (CEM) da UFMG.
Entre 1969 e 1996, dirigiu a revista Barroco, publicada pelo CEM/UFMG, que se tornou uma leitura obrigatória sobre o assunto.
É autor de diversos livros, alguns deles premiados, editor de revistas e colaborador de diversas publicações, como da revista Tendência, da qual fez parte da direção, e da Fundação Gulbenkian, de Portugal.
   
  
IMPROVISO


A palavra justa
a mim não pertence,
busco-a nessa luta
em que não se vence,
trabalho diário,
pelo amor de sempre.

A palavra triste
a mim não pertence,
perco-a numa lide
cujo amor me vence,
trabalho diário
pelo amor de sempre.

A palavra louca
a mim não pertence,
bebo-a noutra boca
e ela me convence,
trabalho diário
pelo amor de sempre.


in
Carta do Solo(1961) - Affonso Ávila

quarta-feira, setembro 25, 2013

Jean-Philippe Rameau nasceu há 331 anos

Jean-Philippe Rameau (Dijon, 25 de setembro de 1682 - Paris, 12 de setembro de 1764), foi um dos maiores compositores do período Barroco-Rococó. Na França, porém, é tido com a maior expressão do Classicismo musical.
Filho de organista na catedral de Dijon, seguiu a carreira do pai, na qual se distinguiu desde cedo, trabalhando em várias catedrais. Não foi apenas um dos compositores franceses mais importantes do século XVIII, como também influenciou a teoria musical. O seu estilo de composição lírica pôs fim ao reinado póstumo de Jean-Baptiste Lully, cujo modelo dominara a França por meio século.
Até 1722 Rameau compusera apenas poucas e curtas peças para teclado e obras sacras, mas a publicação do seu tratado sobre harmonia naquele ano marcou o começo de um período muito produtivo, conhecendo a fama. As suas Pièces de Clavecin foram publicadas em 1724, seguidas por um novo livro de teoria, em 1726, e de obras para teclado e cantatas, em 1729. Somente aos cinquenta anos ingressou no terreno da música cénica, compondo a sua primeira ópera, Hippolyte et Aricie, um grande sucesso que lhe valeu a posição de principal criador de óperas francês do seu tempo. Escreveu várias óperas em vários géneros, sempre acolhidas com entusiasmo, e mesmo desencadeando grandes polémicas pela sua ousadia, inventividade e pelas novidades que introduziu. A sua música caracteriza-se por um dinamismo que contrasta com o estilo mais estático de Lully.
Era também professor de cravo, bastante na moda em Paris na sua época. A técnica do dedilhado dos instrumentos de teclado deve muito a Rameau. Foi "Compositor da Câmara do Rei", sendo agraciado poucos meses antes de morrer com o título de Cavaleiro. O seu funeral foi cercado de pompa, recebendo também homenagens em muitas cidades como um compositor excepcional que orgulhava a nação.


John Bonham, baterista dos Led Zeppelin, morreu há 33 anos

John Henry Bonham (Redditch, 31 de maio de 1948 - Clewer, 25 de setembro de 1980) foi um baterista inglês membro da banda de rock, heavy metal e hard rock Led Zeppelin, grupo de sucesso formado em 1968 pelo guitarrista Jimmy Page, junto ao vocalista Robert Plant e ao baixista e teclista John Paul Jones. Bonham era estimado por sua velocidade, potência, e o seu pé direito rápido, sons característicos, e seu "sentir" para a música Groove. Ele é considerado o maior bateristas da história da música rock. Mais de 30 anos após sua morte, Bonham continua a angariar prémios e elogios, incluindo uma lista dos leitores da Rolling Stone em 2011 e Gibson colocando-o em primeiro lugar da lista dos "melhores bateristas de todos os tempos".

O símbolo de Bonham do álbum Led Zeppelin IV

Morte
Bonham não gostava de se ausentar de casa e da família por longos períodos de tempo; Isto levou-o ao uso abusivo do álcool para controlar os seus nervos. Em 24 de setembro de 1980, na viagem do hotel para o estúdio onde a banda ensaiava para a sua digressão pelos Estados Unidos, Bonham bebeu cerca de quarenta shots de vodka.
Quando terminou o ensaio foram para a casa de Jimmy Page em Windsor. Depois da meia noite, Bonham adormeceu e foi levado para a cama. Benji LeFevre encontrou o corpo de Bonham na manhã seguinte. Apesar do alarido feito pela imprensa sensacionalista, a autópsia não revelou a presença de drogas no seu corpo. Foi diagnosticado de que Bonham morreu asfixiado pelo próprio vómito.


Shostakovich nasceu há 107 anos

Dmitri Dmitriyevich Shostakovich (São Petersburgo, 25 de setembro de 1906 – Moscovo, 9 de agosto de 1975) foi um compositor russo e um dos mais célebres compositores do século XX.
Shostakovich ganhou fama na União Soviética graças ao mecenato de Mikhail Tukhachevsky, chefe de pessoal de Leon Trotsky, tendo mais tarde uma complexa e difícil relação com a burocracia estalinista. A sua música foi oficialmente denunciada duas vezes, em 1936 e 1948, e foi periodicamente banida. Não obstante, ele recebeu alguns prémios e condecorações estatais e serviu na Soviete Supremo da União Soviética. Apesar das controvérsias oficiais, os seus trabalhos eram populares e bem recebidos pelo público.
Após um período influenciado por Sergei Prokofiev e Igor Stravinsky, Shostakovich desenvolveu um estilo híbrido, como exemplificado pela sua ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk (1934). Esta obra individual justapôs uma variedade de tendências, incluindo o estilo neoclássico (mostrando a influência de Igor Stravinsky) e o estilo pós-romântico (após Gustav Mahler).
Os trabalhos orquestrais de Shostakovitch incluem quinze sinfonias e seis concertos. A sua música de câmara inclui quinze quartetos para cordas, um quinteto para piano, duas peças para um octeto de cordas e dois trios para piano. Para piano, ele compôs duas sonatas solo, um primeiro conjunto de prelúdios e um outro conjunto mais tardio de prelúdios e fugas. Outros trabalhos incluem duas óperas e uma quantidade substancial de música para filmes.


Há 49 anos começou a guerra colonial ou de independência em Moçambique

A Guerra da Independência de Moçambique, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional, foi um conflito armado entre as forças da guerrilha da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Armadas de Portugal. Oficialmente, a guerra teve início a 25 de setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (actualmente província) de Cabo Delgado, e terminou com um cessar-fogo a 8 de setembro de 1974, resultando numa independência negociada em 1975.
Ao longo dos seus quatro séculos de presença em território africano, a primeira vez que Portugal teve que enfrentar guerras de independência, e forças de guerrilha, foi em 1961, na Guerra de Independência de Angola. Em Moçambique, o conflito começou em 1964, resultado da frustração e agitação entre os cidadãos moçambicanos, contra a forma de administração estrangeira, que consideravam ser exploratória e de maus tratos, e que só defendia os interesses económicos portugueses na região. Muitos moçambicanos ressentiam-se das políticas portuguesas em relação aos nativos, que eram discriminatórias, tradicionais e que limitavam o acesso à educação, ministrada pelos portugueses, e ao emprego qualificado. Influenciados pelos movimentos de autodeterminação africanos do pós-guerra, muitos moçambicanos tornaram-se, progressivamente, nacionalistas e, de forma crescente, frustrados pelo contínuo servilismo da sua nação às regras exteriores. Por outro lado, aqueles moçambicanos mais cultos, e integrados no sistema social português implementado em Moçambique, em particular os que viviam nos centros urbanos, reagiram negativamente à vontade, cada vez maior, de independência. Os portugueses estabelecidos no território, que incluíam a maior parte das autoridades, responderam com um incremento da presença militar e com um aumento de projectos de desenvolvimento.
Um exílio em massa de políticos da intelligentsia de Moçambique para países vizinhos providenciou-lhes um ambiente ideal no qual radicais moçambicanos podiam planear acções, e criar agitação política, no seu país de origem. A criação da organização de guerrilha moçambicana FRELIMO e o apoio da União Soviética, China e Cuba, por meio do fornecimento de armamento e de instrutores, levaram ao surgimento da violência que continuaria por mais uma década.
Do ponto de vista militar, o contingente militar português foi sempre superior durante todo o conflito contra as forças de guerrilha. Embora em desvantagem, as forças da FRELIMO saíram vitoriosas, após a Revolução dos Cravos em Lisboa, a 25 de abril de 1974, que acabou com o regime ditatorial em Portugal. Moçambique acabaria por obter a sua independência em 25 de junho de 1975, após mais de 400 anos de presença portuguesa nesta região de África. De acordo com alguns historiadores da Revolução, o golpe de Estado militar em Portugal foi, em parte, causado pelos protestos face ao comportamento das tropas portuguesas em relação à população moçambicana. No entanto, o crescente aumento da influência comunista sobre os militares portugueses revoltosos que lideraram o golpe militar em Lisboa, e, por outro lado, a pressão internacional sobre a condução da Guerra Colonial Portuguesa em geral, foram as principais causas para o resultado final.
 
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A primeira vítima do conflito terá sido o padre holandês Daniel Boormans, da Missão Católica de Nangololo, em 24 de agosto de 1964 que, alegadamente, foi confundido com o chefe do posto. A FRELIMO, que tinha acabado de entrar em Moçambique vinda da Tanzânia, rapidamente atribuiu este incidente às forças da Manu e da Udenamo, e um mês depois, a 25 de setembro, lançou os primeiros ataques na região de Mueda, marcando, oficialmente, o início do conflito. Nesta data, Alberto Joaquim Chipande, à frente de um grupo de 12 homens, atacou um posto administrativo na localidade de Chai, matando o chefe do posto e outras seis pessoas, segundo a sua versão. No entanto, segundo outra versão, de tropas portuguesas, ninguém teria sido abatido; apenas as paredes do posto administrativo teriam sido atingidas.
Historicamente, Chipande é considerado como o primeiro a disparar o tiro que deu início ao conflito, embora haja vozes discordantes, mesmo no seio da FRELIMO. Eduardo Nihia, membro do Conselho de Estado e antigo combatente, reclamou igualmente a autoria desse disparo, referindo mesmo que também houve disparos noutras frentes, embora sem sucesso. Chipande reagiu a estas declarações afirmando a sua abertura a novas versões sobre o que realmente acontecera.