Georges Joseph Chistian Simenon (Liège, 13 de fevereiro de 1903 - Lausanne, 4 de setembro de 1989) foi um escritor belga de língua francesa.
segunda-feira, setembro 04, 2023
Georges Simenon morreu há trinta e quatro anos...
Georges Joseph Chistian Simenon (Liège, 13 de fevereiro de 1903 - Lausanne, 4 de setembro de 1989) foi um escritor belga de língua francesa.
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Danny Worsnop, vocalista dos We Are Harlot e Asking Alexandria faz hoje trinta e três anos
Danny co-fundou os Asking Alexandria com o guitarrista Ben Bruce em 2008. A banda já lançou seis álbuns de estúdio, dois EP, um álbum de remixes e uma curta-metragem. Já trabalhou com artistas como I See Stars, com One Last Breath, Memphis May Fire e Breathe Carolina, fornecendo vocais em diversas canções. Com o passar do tempo, Danny veio tendo mudanças no seu vocais limpos e guturais, sendo um vocal agressivo e profundo de metalcore no início de sua carreira, hoje tendo um alcance vocal drive alto e rouco, mais voltado para o hard rock.
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James Bay comemora hoje trinta e três anos
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Anton Bruckner nasceu há 199 anos...
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Robert Schuman, o Pai da Europa, morreu há sessenta anos...
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domingo, setembro 03, 2023
São Gregório Magno foi eleito Papa há 1433 anos
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António Sérgio nasceu há cento e quarenta anos
António Sérgio de Sousa Júnior (Damão, 3 de setembro de 1883 – Lisboa, 24 de janeiro de 1969) foi um pensador, pedagogo e político português. Existe uma escola secundária com o seu nome em Vila Nova de Gaia.
Biografia
António Sérgio nasceu na Índia Portuguesa e viveu parte da infância em África. Já em Lisboa, seguindo uma linhagem de familiares militares, estudou no Colégio Militar e depois na Escola Politécnica e na Escola Naval. Cedo sentiu grande interesse pela poesia e pela filosofia, devendo-se o seu precoce pendor racionalista à leitura da Ética de Espinosa, ao estudo da geometria analítica e ao interesse pela obra de Antero de Quental.
Iniciando uma carreira de oficial da Marinha, fez várias viagens que o levaram a Cabo Verde e a Macau. Abandonou a Marinha com a implantação da República em 1910, por ter jurado fidelidade ao Rei deposto.
Casou com Luísa Epifâneo da Silva (que assinou escritos pedagógicos como Luísa Sérgio), com quem teve uma grande camaradagem intelectual. As suas duas primeiras obras publicadas foram um volume de Rimas e uma obra filosófica sobre Antero de Quental onde reagiu contra o naturalismo positivista.
Em 1912 concorreu para lente assistente da secção de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num concurso a que também se apresentaram Leonardo Coimbra e Matos Romão, que haveria de ser nomeado.
Após estudos de pós-graduação no Instituto Jean-Jacques Rousseau (1914-16), grande centro mundial do movimento da Escola Nova, onde estudou com a sua mulher, e onde privou com Édouard Claparède e com Adolphe Ferrière, participou no mais consequente projeto de reforma do Ensino Português elaborado durante a Primeira República (Projecto Camoesas).
A sua vida aventurosa fê-lo viver em diversos lugares (Lisboa, Rio de Janeiro, Londres, Genebra, Paris, Santiago de Compostela, Madrid) o que favoreceu o seu assumido cosmopolitismo.
Durante o consulado sidonista (1918-19), lança a revista Pela Grei (1918-1919), para a qual convoca diversos especialistas para apresentar um programa de Fomento Nacional (tendo a parte económica sido bastante trabalhada por Ezequiel de Campos); nos anos 20 integra a direção da Seara Nova (junto com Raul Proença e Jaime Cortesão) e é nesse quadro que vem a integrar o governo de Álvaro de Castro (1923), assumindo a pasta da Educação, com o principal propósito de criar uma Junta de Ampliação de Estudos, organismo autónomo que enviaria sistematicamente bolseiros ao estrangeiro para estudar, e que financiaria institutos de investigação e escolas modernas (o projeto foi executado, sem a componente pedagógica e sem o espírito democrático que inspirava Sérgio, em 1929, com a criação da Junta de Educação Nacional, antepassado do Instituto de Alta Cultura, do INIC e da FCT).
Com o fim da Primeira República, vê-se obrigado ao exílio, residindo em Paris de 1926 até 1933.
De volta ao solo pátrio, tornou-se um dos principais nomes do
movimento cooperativista e do socialismo democrático; entre os seus
companheiros de luta contaram-se Alves Correia, Mário Azevedo Gomes, José Régio, Bento de Jesus Caraça (com quem travou uma polémica sobre a interpretação de Platão, cerca de 1945, onde a tensão entre marxismo e proudhonismo e idealismo racionalista está implícita), Manuel Antunes
e muitos outros vultos da cultura portuguesa. A importância das suas
ligações políticas nota-se perfeitamente nessa época. Sérgio fez parte
do Movimento de Unidade Democrática, juntamente com nomes como Alves
Redol, o General Norton de Matos, Ruy Luís Gomes e Bento de Jesus Caraça
(oposicionistas e excecionais matemáticos), Irene Lisboa, Fernando
Lopes Graça, Ferreira de Castro, Abel Salazar, Miguel Torga, Maria
Lamas, Pulido Valente, Vitorino Magalhães Godinho, Mário Dionísio e
Francisco Salgado Zenha (à data ainda estudante) e muitos outros.
Apoiou a candidatura de Humberto Delgado e desenvolveu ampla campanha em prol da cultura.
A partir de 1959, abandonou a intervenção cívica ativa e a pena de escritor. O desalento que o acometeu depois da derrota de Delgado e a prisão a que foi torpemente submetido, em novembro de 1958, aos 75 anos, terão sido o principal motivo. A morte da mulher, em fevereiro de 1960, veio ainda agravar mais o seu estado depressivo. Passou a viver amparado pela sobrinha materna e sua família. Veio a falecer no Hospital da Cruz Vermelha, pelas 19h30 de 24 de janeiro de 1969.
O seu nome perdura na toponímia portuguesa, em nomes de arruamentos. Em Campo Maior (Portugal) existe inclusivamente um busto de António Sérgio na Avenida que também tem o seu nome.
Pensamento
António Sérgio, muito influenciado pelo socialismo de Proudhon por via de Antero, não considerava a questão república/monarquia importante por julgar a questão social (melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras) mais fundamental que a revolução política.
A sua ação e pensamento, inicialmente inspirados por figuras como Alexandre Herculano, Oliveira Martins e Antero de Quental, foi marcadamente voltada para a reforma das mentalidades, para a compreensão histórico-sociológica de Portugal e para a problemática da educação; defendeu o modelo da escola-município, baseado no ideal de self-government e de educação cívica.
O seu pensamento inscreve-se numa constelação de pensadores cosmopolitas de pendor voluntarista seus contemporâneos, defensores da democracia e de ideais socialistas, entre os quais se contam John Dewey, Guglielmo Ferrero, Ramsay MacDonald e Georg Kerschensteiner.
A sua interpretação da história de Portugal, que foi amadurecendo em textos publicados entre 1913 e 1924, valorizou os fatores sócio-económicos (as duas políticas nacionais: transporte e fixação) e de psicologia social (dicotomia ideal-típica entre particularismo e comunarismo, originária da corrente sociológica francesa do grupo de La Science Sociale, onde se destacaram Edmond Desmolins, autor de À quoi tient la supériorité des anglo-saxons, e Léon Poinsard, que veio estudar Portugal a convite de D. Manuel II, de que resultou a obra Le Portugal Inconnu, publicada em 1909); António Sérgio criticou as histórias românticas que enalteciam os feitos guerreiros e a aventura norte-africana de D. Sebastião, esquecendo a pesada herança do nosso colonialismo.
Durante a década de 10, a sua intervenção foi enquadrada pelo movimento cultural da Renascença Portuguesa (onde pontificavam Teixeira de Pascoaes e Jaime Cortesão), movimento que Sérgio sempre considerou de natureza plural, por isso se opondo à ideia de que o saudosismo de Pascoaes, cujo valor restringia ao plano estético, poderia servir de farol para a solução do problema nacional; pelo contrário denunciou a mania da purificação e o parasitismo que nos inquinava desde os Descobrimentos, enaltecendo o papel dos estrangeirados reformistas e dos que se inspiravam de corrente liberais cosmopolitas (Luís António Verney, Ribeiro Sanches e depois Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Mouzinho de Albuquerque, Antero de Quental, Oliveira Martins).
No plano político, Sérgio considerou prioritária a constituição de uma opinião pública e de uma elite, recrutada sobre a base social mais ampla, a qual fiscalizaria os representantes eleitos - esta seria uma condição fundamental para uma democracia efetiva, a qual, na aceção filosófica, equivaleria ao regime em que todo o ser humano estivesse investido da dignidade que resulta de o considerar sempre como fim em si e nunca como meio (Kant); por isso teorizou sobre a noção de elite, para o que se inspirou em Proudhon, Gabriel Tarde e Paul de Roussiers.
Durante a residência em Paris de 1926 até 1933, tornou-se amigo de Paul Langevin, frequentando os cenáculos racionalistas onde Léon Brunschvicg era figura maior. Continuou entretanto a publicar os seus Ensaios, onde os temas literários, históricos e filosóficos eram dominantes, sempre apresentados numa perspetiva pedagógica e crítica (que se manteve fiel às intuições maiores dos seus anos de formação) e a lutar pelo retorno de Portugal à democracia.
Nos anos 50 rodeou-se de um grupo de jovens estudantes de ciências (entre os quais se contou João Luís Andrade e Silva, discípulo de Louis de Broglie, que a voltar de Paris iniciou de modo consequente o ensino superior da História das ideias científicas), para os quais escreveu as Cartas de Problemática.
Para os seus detratores (bergsonistas, nacionalistas de feição romântica ou integralista, marxistas-leninistas), o seu pensamento foi essencialmente polémico e datado; não obstante, o seu pensamento continuou a despertar vocações em gente das ciências sociais e exatas, que não se reclamando seus discípulos sentem ser decisiva a sua inspiração.
- "O desenvolvimento do capitalismo português, na sua unidade fundamental e na diversidade das suas orientações, não determinou entre nós um alto desenvolvimento das forças produtivas. O sistema escolar português não ultrapassou, por isso mesmo, os limites dos estreitos interesses económicos e culturais da burguesia. Nunca se alcançou a democratização real da Educação e da Instrução."
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Hoje é dia de ler e ouvir Poesia...
Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Carrega para a cama dos desempregados
todas as coisas verdes, todas as coisas vis
fechadas no cofre das águas:
os corais, as anémonas, os monstros sublunares,
as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.
Vem, serenidade,
com o país veloz e virginal das ondas,
com o martírio leve dos amantes sem Deus,
com o cheiro sensual das pernas no cinema,
com o vinho e as uvas e o frémito das virgens,
com o macio ventre das mulheres violadas,
com os filhos que os pais amaldiçoam,
com as lanternas postas à beira dos abismos,
e os segredos e os ninhos e o feno
e as procissões sem padre, sem anjos e, contudo
com Deus molhando os olhos
e as esperanças dos pobres.
Vem, serenidade,
com a paz e a guerra
derrubar as selvagens
florestas do instinto.
Vem, e levanta
palácios na sombra.
Tem a paciência de quem deixa entre os lábios
um espaço absoluto.
Vem, e desponta,
oriunda dos mares,
orquídea fresca das noites vagabundas,
serena espécie de contentamento,
surpresa, plenitude.
Vem dos prédios sem almas e sem luzes,
dos números irreais de todas as semanas,
dos caixeiros sem cor e sem família,
das flores que rebentam nas mãos dos namorados
dos bancos que os jardins afogam no silêncio,
das jarras que os marujos trazem sempre da China,
dos aventais vermelhos com que as mulheres esperam
a chegada da força e da vertigem.
Vem, serenidade,
e põe no peito sujo dos ladrões
a cruz dos crimes sem cadeia,
põe na boca dos pobres o pão que eles precisam,
põe nos olhos dos cegos a luz que lhes pertence.
Vem nos bicos dos pés para junto dos berços,
para junto das campas dos jovens que morreram,
para junto das artérias que servem
de campo para o trigo, de mar para os navios.
Vem, serenidade!
E do salgado bojo das tuas naus felizes
despeja a confiança,
a grande confiança.
Grande como os teus braços,
grande serenidade!
E põe teus pés na terra,
e deixa que outras vozes
se comovam contigo
no Outono, no Inverno,
no Verão, na Primavera.
Vem, serenidade,
para que se não fale
nem da paz nem da guerra nem de Deus,
porque foi tudo junto
e guardado e levado
para a casa dos homens.
Vem, serenidade,
vem com a madrugada,
vem com os anjos de ouro que fugiram da Lua,
com as nuvens que proíbem o céu,
vem com o nevoeiro.
Vem com as meretrizes que chamam da janela,
o volume dos corpos saciados na cama,
as mil aparições do amor nas esquinas,
as dívidas que os pais nos pagam em segredo,
as costas que os marinheiros levantam
quando arrastam o mar pelas ruas.
Vem, serenidade,
e lembra-te de nós,
que te esperamos há séculos sempre no mesmo sítio,
um sítio aonde a morte tem todos os direitos.
Lembra-te da miséria dourada dos meus versos,
desta roupa de imagens que me cobre
o corpo silencioso,
das noites que passei perseguindo uma estrela,
do hálito, da fome, da doença, do crime,
com que dou vida e morte
a mim próprio e aos outros.
Vem, serenidade,
e acaba com o vício
de plantar roseiras no duro chão dos dias,
vicio de beber água
com o copo do vinho milagroso do sangue.
Vem, serenidade,
não apagues ainda
a lâmpada que forra
os cantos do meu quarto,
o papel com que embrulho meus rios de aventura
em que vai navegando o futuro.
Vem, serenidade!
E pousa, mais serena que as mãos de minha Mãe,
mais húmida que a pele marítima do cais,
mais branca que o soluço, o silêncio, a origem,
mais livre que uma ave em seu vôo,
mais branda que a grávida brandura do papel em que escrevo,
mais humana e alegre que o sorriso das noivas,
do que a voz dos amigos, do que o sol nas searas.
Vem, serenidade,
para perto de mim e para nunca.
....................................... ................
De manhã, quando as carroças de hortaliça
chiam por dentro da lisa e sonolenta
tarefa terminada,
quando um ramo de flores matinais
é uma ofensa ao nosso limitado horizonte,
quando os astros entregam ao carteiro surpreendido
mais um postal da esperança enigmática,
quando os tacões furados pelos relógios podres,
pelas tardes por trás das grades e dos muros,
pelas convencionais visitas aos enfermos,
formam, em densos ângulos de humano desespero,
uma nuvem que aumenta a vã periferia
que rodeia a cidade,
é então que eu te peço como quem pede amor:
Vem, serenidade!
Com a medalha, os gestos e os teus olhos azuis,
vem, serenidade!
Com as horas maiúsculas do cio,
com os músculos inchados da preguiça,
vem, serenidade!
Vem, com o perturbante mistério dos cabelos,
o riso que não é da boca nem dos dentes
mas que se espalha, inteiro,
num corpo alucinado de bandeira.
Vem, serenidade,
antes que os passos da noite vigilante
arranquem as primeiras unhas da madrugada,
antes que as ruas cheias de corações de gás
se percam no fantástico cenário da cidade,
antes que, nos pés dormentes dos pedintes,
a cólera lhes acenda brasas nos cinco dedos,
a revolta semeie florestas de gritos
e a raiva vá partir as amarras diárias.
Vem, serenidade,
leva-me num vagão de mercadorias,
num convés de algodão e borracha e madeira,
na hélice emigrante, na tábua azul dos peixes,
na carnívora concha do sono.
Leva-me para longe
deste bíblico espaço,
desta confusão abúlica dos mitos,
deste enorme pulmão de silêncio e vergonha.
Longe das sentinelas de mármore
que exigem passaporte a quem passa.
A bordo, no porão,
conversando com velhos tripulantes descalços,
crianças criminosas fugidas à policia,
moços contrabandistas, negociantes mouros,
emigrados políticos que vão
em busca da perdida liberdade,
Vem, serenidade,
e leva-me contigo.
Com ciganos comendo amoras e limões,
e música de harmônio, e ciúme, e vinganças,
e subindo nos ares o livre e musical
facho rubro que une os seios da terra ao Sol.
Vem, serenidade!
Os comboios nos esperam.
Há famílias inteiras com o jantar na mesa,
aguardando que batam, que empurrem, que irrompam
pela porta levíssima,
e que a porta se abra e por ela se entornem
os frutos e a justiça.
Serenidade, eu rezo:
Acorda minha Mãe quando ela dorme,
quando ela tem no rosto a solidão completa
de quem passou a noite perguntando por mim,
de quem perdeu de vista o meu destino.
Ajuda-me a cumprir a missão de poeta,
a confundir, numa só e lúcida claridade,
a palavra esquecida no coração do homem.
Vem, serenidade,
e absolve os vencidos,
regulariza o trânsito cardíaco dos sonhos
e dá-lhes nomes novos,
novos ventos, novos portos, novos pulsos.
E recorda comigo o barulho das ondas,
as mentiras da fé, os amigos medrosos,
os assombros daÍndia imaginada,
o espanto aprendiz da nossa fala,
ainda nossa, ainda bela, ainda livre
destes montes altíssimos que tapam
as veias ao Oceano.
Vem, serenidade,
e faz que não fiquemos doentes, só de ver
que a beleza não nasce dia a dia na terra.
E reúne os pedaços dos espelhos partidos,
e não cedas demais ao vislumbre de vermos
a nossa idade exacta
outra vez paralela ao percurso dos pássaros.
E dá asas ao peso
da melancolia,
e põe ordem no caos e carne nos espectros,
e ensina aos suicidas a volúpia do baile,
e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem,
e não apagues nunca o fogo que os consome.
o impulso que os coloca, nus e iluminados,
no topo das montanhas, no extremo dos mastros
na chaminé do sangue.
Serenidade, assiste
à multiplicação original do Mundo:
Um manto terníssimo de espuma,
um ninho de corais, de limos, de cabelos,
um universo de algas despidas e retrácteis,
um polvo de ternura deliciosa e fresca.
Vem, e compartilha
das mais simples paixões,
do jogo que jogamos sem parceiro,
dos humilhantes nós que a garganta irradia,
da suspeita violenta, do inesperado abrigo.
Vem, com teu frio de esquecimento,
com tua alucinante e alucinada mão,
e põe, no religioso ofício do poema,
a alegria, a fé, os milagres, a luz!
Vem, e defende-me
da traição dos encontros,
do engano na presença de Aquele
cuja palavra é silêncio,
cujo corpo é de ar,
cujo amor é demais
absoluto e eterno
para ser meu, que o amo.
Para sempre irreal,
para sempre obscena,
para sempre inocente,
Serenidade, és minha.
Raul de Carvalho
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Marcadores: Fernando Pessoa, Mário Viegas, poesia, Raul de Carvalho
Poesia para recordar um dia triste...
beslan. canção das crianças mortas
o que mais dilacera
é que mate crianças
o abutre cego e surdo.
devora tudo em sangue,
com sangue escreve a morte,
com morte escreve a noite,
com noite, só com noite
os nomes dilacera
e dá o seu nome à morte
e a morte é com crianças
que suja tudo em sangue
que faz seu jogo absurdo
vil jogo a rogos surdo
turvo rumor da noite
só empapado em sangue,
que esmaga, dilacera
os corpos das crianças
e dá vivas à morte
e se nutre da morte
da mesma que o faz surdo.
não sabem as crianças
que vão entrar na noite
que a noite as dilacera
em carne viva e sangue,
e a carne viva e o sangue
a ave negra da morte
ávida os dilacera,
assim rasgando o surdo,
denso estertor da noite,
com nomes de crianças.
ah, braços de crianças
nadando em mar de sangue
à torpe luz da noite
assim tornada morte,
assim tornada um surdo
uivar que as dilacera.
noite sem dó, crianças
que dilacera um sangue
de morte espesso e surdo
in Poesia 2001/2005 - Vasco Graça Moura
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Marcadores: Beslan, Chechénia, Inguchia, Islão, Massacre de Beslan, Ossétia do Norte, poesia, Rússia, terrorismo, Vasco Graça Moura
Irene Papas nasceu há 94 anos...
Irene Papas or Irene Pappas; born Eirini Lelekou (Greek: Ειρήνη Λελέκου, romanized: Eiríni Lelékou); Chiliomodi, Corinthia, 3 September 1929 – Chiliomodi, Corinthia, 14 September 2022) was a Greek actress and singer who starred in over 70 films in a career spanning more than 50 years. She gained international recognition through such popular award-winning films as The Guns of Navarone (1961), Zorba the Greek (1964) and Z (1969). She was a powerful protagonist in films including The Trojan Women (1971) and Iphigenia (1977). She played the title roles in Antigone (1961) and Electra (1962). She had a fine singing voice, on display in the 1968 recording Songs of Theodorakis.
Papas won Best Actress awards at the Berlin International Film Festival for Antigone and from the National Board of Review for The Trojan Women. Her career awards include the Golden Arrow Award in 1993 at Hamptons International Film Festival, and the Golden Lion Award in 2009 at the Venice Biennale.
In 1947 she married the film director Alkis Papas; they divorced in 1951. In 1954 she met the actor Marlon Brando and they had a long love affair, which they kept secret at the time. Fifty years later, when Brando died, she recalled that "I have never since loved a man as I loved Marlon. He was the great passion of my life, absolutely the man I cared about the most and also the one I esteemed most, two things that generally are difficult to reconcile". Her second marriage was to the film producer José Kohn in 1957; that marriage was later annulled. She was the aunt of the film director Manousos Manousakis and the actor Aias Manthopoulos.
In 2003 she served on the board of directors of the Anna-Marie Foundation, a fund which provided assistance to people in rural areas of Greece. In 2013 she began to suffer from Alzheimer's disease. Papas spent her final years in Chiliomodi. She died there on 14 September 2022, at the age of 93.Saudades...
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Eduardo Galeano nasceu há 83 anos
Eduardo Germán María Hughes Galeano (Montevideo, 3 de septiembre de 1940 - Montevideo, 13 de abril de 2015) fue un periodista y escritor uruguayo, considerado uno de los escritores más influyentes de la izquierda latinoamericana.
Sus libros más conocidos, Las venas abiertas de América Latina (1971) y Memoria del fuego (1986), han sido traducidos a veinte idiomas. Sus trabajos trascienden géneros ortodoxos y combinan documental, ficción, periodismo, análisis político e historia.
in Wikipédia
Na parede de uma taberna de Madrid, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.
Eduardo Galeano
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Marcadores: América Latina, Eduardo Galeano, jornalismo, literatura, Uruguai
Al Jardine, dos Beach Boys, nasceu há 81 anos
Postado por Fernando Martins às 08:10 0 bocas
Marcadores: Al Jardine, art rock, Beach Boys, Help me Rhonda, música, Pop barroco, pop psicadélico, Rock, rock experimental, rock psicadélico, Sunshine pop, surf rock, The Beach Boys
Freddie King nasceu há 89 anos...
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Marcadores: blues, Chicago blues, Freddie King, funk, Going Down, guitarra, música
Perry Bamonte faz hoje 63 anos
Perry Archangelo Bamonte (born 3 September 1960) is an English musician and illustrator, best known as a member of the rock band The Cure from 1990 to 2005, and again since 2022.
Biography
Born in London, England, Bamonte became a guitar tech for The Cure in 1984. He joined the band as keyboardist in 1990, replacing Roger O'Donnell who abruptly quit after a tour, and Bamonte played both guitar and keyboards on the band's 1992 album Wish. Following the departure of Porl Thompson in 1993, Bamonte took on additional lead guitar duties, O'Donnell rejoined in 1995 to fill the keyboardist position. Bamonte appeared on the subsequent albums Wild Mood Swings, Bloodflowers, and The Cure. He has been credited for writing the music for the songs "Trust" from Wish, "This Is a Lie" from Wild Mood Swings, and "Anniversary" from The Cure. He also appeared on the live albums Paris and Show as well as Trilogy.
In 2005, it was reported that Bamonte and Roger O'Donnell were let go by the Cure's leader Robert Smith, who wanted to make some changes to the group. Smith reportedly wanted to make the band a three-piece. The news was officially announced on May 27, 2005 on The Cure's website. On June 18, 2005, The Cure announced the return of former guitarist Porl Thompson. The seemingly abrupt changes in the band brought about rumors and speculation, while no official statement was given by Smith as to why Bamonte and O'Donnell were let go. While it was a surprise to both, both Bamonte and O'Donnell remained on amicable terms with Smith.
In September 2012, Bamonte was revealed as the bassist for London band Love Amongst Ruin to help them tour their second album Lose Your Way.
In March, 2019, Bamonte joined fellow members of The Cure, past and present, for their induction into the 2019 Rock and Roll Hall of Fame.
Bamonte rejoined The Cure in 2022 onstage as a guitarist/keyboardist, performing on the first night of the band’s “Lost World Tour” in Riga, Latvia.
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Marcadores: alternative Rock, Friday I'm In Love, gothic rock, música, new wave, Perry Bamonte, Post-punk, punk rock, The Cure
e. e. cummings morreu há 61 anos...
i like my body when it is with your
body. It is so quite new a thing.
Muscles better and nerves more.
i like your body. i like what it does,
i like its hows. i like to feel the spine
of your body and its bones,and the trembling
-firm-smooth ness and which i will
again and again and again
kiss, i like kissing this and that of you,
i like, slowly stroking the,shocking fuzz
of your electric furr,and what-is-it comes
over parting flesh….And eyes big love-crumbs,
and possibly i like the thrill
of under me you so quite new
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Marcadores: e. e. cummings, poesia
Steve Jones, guitarrista dos Sex Pistols, nasceu há 68 anos
Stephen Philip Jones (Shepherd's Bush, London, 3 September 1955) is an English guitarist, best known as a member of the punk band Sex Pistols. Following the split of the Sex Pistols, he formed the Professionals with former bandmate Paul Cook. He has released two solo albums, and worked with Johnny Thunders, Iggy Pop, Cheap Trick, Bob Dylan and Thin Lizzy. In 1995, he formed the short-lived supergroup Neurotic Outsiders with members of Guns N' Roses and Duran Duran. Jones was ranked #97 in Rolling Stone's 2015 list of the "100 Greatest Guitarists of All Time".
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Marcadores: God save the Queen, guitarra, hard rock, heavy metal, música, punk, punk rock, Sex Pistols, Steve Jones
O músico Walter Becker morreu há seis anos...
Walter Carl Becker (Queens, New York, February 20, 1950 – Manhattan, New York, September 3, 2017) was an American musician, songwriter, and record producer. He was the co-founder, guitarist, bassist, and co-songwriter of the jazz rock band Steely Dan.
Becker met future songwriting partner Donald Fagen while they were students at Bard College. After a brief period of activity in New York City, the two moved to Los Angeles in 1971 and formed the nucleus of Steely Dan, which enjoyed a critically and commercially successful ten-year career. Following the group's dissolution, Becker moved to Hawaii and reduced his musical activity, working primarily as a record producer. In 1985, he briefly became a member of the English band China Crisis, producing and playing synthesizer on their album Flaunt the Imperfection.
Becker and Fagen reformed Steely Dan in 1993 and remained active, recording Two Against Nature (2000), which won four Grammy Awards. Becker released two solo albums, 11 Tracks of Whack (1994) and Circus Money (2008). Following a brief battle with esophageal cancer, he died on September 3, 2017.
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