segunda-feira, agosto 08, 2022

Raul Solnado morreu há treze anos...

   
Raul Augusto de Almeida Solnado (Lisboa, Santa Isabel, 19 de outubro de 1929 - Lisboa, Campo Grande, 8 de agosto de 2009) foi um humorista, apresentador de televisão e actor português.
    
Biografia
Filho de Bernardino da Silva Solnado (Vila de Rei, Fundada, 1902 - ?) e de sua mulher Virgínia Augusta de Almeida (Fornos de Algodres, Maceira, c. 1905 - Lisboa, Santa Isabel, 19 de outubro de 1929).
Unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (1947), profissionalizando-se em 1952.
Em 1953 estreia-se no teatro de revista com "Viva O Luxo", apresentado no Teatro Monumental. Entra também em "Ela não Gostava do Patrão".
1956 é o ano de "Três Rapazes e Uma Rapariga" no Teatro Avenida. Participa ainda nos filmes "O Noivo das Caldas" e "Perdeu-se um Marido".
No ano de 1958 participou nos filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo". Desloca-se pela primeira vez ao Brasil em 1958, onde correu tudo mal.
Em 1960 torna-se primeiro ator na peça "A Tia de Charley" apresentada no Teatro Monumental. Participa no filme "As Pupilas do Senhor Reitor" (Prémio S.N.I.).
"A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, adaptado para português por Solnado, é interpretado na revista "Bate o Pé", estreada no Teatro Maria Vitória em outubro de 1961. Entra também no filme "Sexta-feira, 13".
O disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida", editado em abril de 1962, bateu todos os recordes de vendas de discos.
Em 1962 entra em "Lisboa à Noite", em cena no Teatro Variedades, onde interpreta os sketcks "É do Inimigo" e "Concerto do Inimigo". É protagonista do filme neo-realista "Dom Roberto", de José Ernesto de Sousa. Vence o Prémio de Imprensa para melhor ator de cinema.
Após 1963, faz teleteatro no Brasil, onde apresentou-se em programas das TVs Record e Excelsior, e na RTP. "Vamos Contar Mentiras" é o grande espetáculo do ano de 1963. Torna-se em 1964 fundador e empresário do Teatro Villaret. A estreia foi em 1965 com "O Impostor-Geral" onde foi o protagonista.
Mariema e Raul Solnado recebem os Prémios de Imprensa para melhores atores de teatro de revista.
Em maio de 1966 foi lançado o EP "Chamada Para Washington."
O EP "Cabeleireiro de Senhoras" foi lançado em dezembro de 1968. Em janeiro de 1969 foi editada a compilação "O Irresistível Raul Solnado" que incluía alguns dos principais êxitos editados anteriormente em EP (História do Meu Suicídio, Chamada para Washington, O Bombeiro Voluntário, A Guerra de 1908, O Cabeleireiro de Senhoras, História da Minha Vida).
No dia 24 de maio de 1969 foi gravado o primeiro programa do "Zip-Zip", no Teatro Villaret. A última emissão foi no dia 29 de dezembro do mesmo ano. O programa da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz foi um dos marcos desse ano.
Em dezembro de 1969 é o protagonista de "O Vison Voador".
A peça "O Tartufo de Moliére" é estreada em janeiro de 1972. Ainda em 1972 participa na revista "Prá Frente Lisboa". A canção "Malmequer" tornou-se um grande êxito popular.
Em 1974, fez quadros humorísticos de sucesso no programa Fantástico, da brasileira Rede Globo.
Em 1975 estrela o filme "Aventuras d'um Detetive Português".
O programa "A Visita da Cornélia" é um grande sucesso da televisão portuguesa em 1977.
Com César de Oliveira adapta a Peça "Checkup" do dramaturgo brasileiro Paulo Pontes. "Isto É Que Me Dói" incluía no elenco Raul Solnado, Guida Maria, Helena Matos, Joel Branco, Cândido Mota, Luís de Mascarenhas e David Silva.
O single "Dá O Cavaquinho, Os Ferrinhos e a Pandeireta" de 1978 inclui dois temas de Luiz Miguel d'Oliveira: "É Tão Bom Sabe tão Bem" e "Viste O Lino?".
Raul Solnado pertencia ao Grande Oriente Lusitano (GOL) desde meados da década de 80, embora depois não tivesse sido muito ativo.
Repete o enorme êxito com a peça "Há Petróleo no Beato" de 1981. "Super Silva" foi outro êxito enorme.
Com Fialho Gouveia e Carlos Cruz apresenta na RTP o programa "E O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa.
No concurso televisivo "Faz de Conta" mostra todo o seu talento ao contracenar e improvisar com os concorrentes que lhe davam réplica.
Na televisão é o protagonista da sitcom "Lá Em Casa Tudo Bem" que dura vários meses.
Em 1987 interpreta um papel dramático no filme "Balada da Praia dos Cães", de José Fonseca e Costa, baseado no livro de José Cardoso Pires.
Foi ator convidado do Teatro Nacional D. Maria II, como protagonista da peça "O Fidalgo Aprendiz", de D. Manuel de Melo.
Publicou a sua autobiografia – A Vida Não Se Perdeu (1991).
Em 1992 foi ator convidado do Teatro Nacional de S. Carlos, na personagem Frosch da opereta "O Morcego", de Strauss.
Em 1993 participou, ao lado de Eunice Muñoz, na telenovela "A Banqueira do Povo" de Walter Avancini.
Entrou na peça "As Fúrias", de Agustina Bessa-Luís, no Teatro Nacional D.Maria II, em 1994.
Em 1995 fez "O Avarento", de Molière, no Teatro Cinearte, encenado por Helder Costa. Nesse ano foi editada a compilação "Best Seller dos Discos".
Em março de 2000 realizou-se em Tondela uma homenagem, organizada pelo grupo Trigo Limpo ACERT, que foi acompanhada por uma exposição biográfica sobre o actor, baseada no livro de Leonor Xavier, "Raul Solnado - A Vida Não Se Perdeu".
Em 2001 voltou aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebe o Prémio Carreira Luís Vaz de Camões.
Foi homenageado em 2002 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e recebeu, em 10 de junho de 2004, do Presidente Jorge Sampaio a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
A compilação "Tá Laáa…? O Melhor de Raul Solnado - volume 2" inclui o inédito "O Paizinho do Ladrão", "A História do Meu Suicídio" e ainda gravações "No Zip-Zip", "No Teatro" e "Nas Cantigas". Além de "Fado Maravilhas" e de "Malmequer" inclui duas novas gravações: "Eu Já Lá Vou" e "Haja Descanso (Viva o Chouriço)".
Foi, até à sua morte, Diretor da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.
Casou a 15 de março de 1958 com Joselita Alvarenga (Cambuquira, Minas Gerais, 4 de dezembro de 1934), de quem se divorciou a 30 de maio de 1980. Era pai de José Renato Alvarenga Solnado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 2 de dezembro de 1959), de Alexandra Solnado e do cantor Mikkel Solnado (1975, filho de Anne Louise), além de avô da atriz Joana Solnado.
Raul Solnado faleceu no dia 8 de agosto de 2009, vitima de doença cardiovascular e os seus restos mortais descansam no Cemitério dos Prazeres. Será para sempre um ícone do povo português e de Portugal.
   

 


The Edge faz hoje sessenta e um anos

     
David Howell Evans (Londres, 8 de agosto de 1961) mais conhecido por seu nome artístico The Edge (ou apenas Edge), é o guitarrista, backing vocal e teclista da banda de rock irlandesa U2. Em 2003, foi considerado o 38.º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
    
(...)
   
Edge também fornece o vocal de apoio para os U2. Em 1983, o álbum ao vivo do U2 e o lançamento do vídeo, Under a Blood Red Sky, e Live at Red Rocks: Under a Blood Red Sky são bons pontos de referência para o seu canto (como são os DVDs ao vivo da turnê Elevation Tour, U2 Go Home: Live from Slane Castle e Elevation 2001: Live from Boston).
The Edge canta a canção "Van Diemen's Land" e "Numb", a primeira metade de "Seconds". Faz um duplo vocal com Bono em "Discothèque", e uma ponte na canção "Miracle Drug". Os seu vocais de apoio (coros) sem frequentemente um falsete, como na canção "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of", "Sometimes You Can't Make It on Your Own", "A Man and a Woman", "The Wanderer" e versões ao vivo de "The Fly" e "Window in the Skies".
Ele também canta como vocalista ocasional nas reedições ao vivo de outras músicas (como "Sunday Bloody Sunday" durante a Popmart Tour e "Party Girl" durante a Zoo TV Tour em Roterdão, no aniversário de Bono).
Além de seu papel regular nos U2, The Edge também gravou com artistas como Johnny Cash, BB King, Tina Turner, Ronnie Wood, Jay-Z e Rihanna.
  

domingo, agosto 07, 2022

Poesia adequada à data...

(imagem daqui)

 

Génesis

O mundo existe desde que eu fui nado.
Tudo o mais é um… era uma vez
- A história que se contou.

No princípio criou-se o leite que mamei
E eu vi que era bom e chorei
Quando a fonte materna secou.

A terra era sem forma
E vazia;
Havia trevas no abismo.

E formou-se o chão
E amassou-se o pão
Que eu comi.
(Era este aquela esponja que eu mordia,
Que eu babava,
Que eu sujava,
Que uma gente andrajosa pedia).

E então se fez
A geração remota dos papões:
Nascera a esmola, o medo, a prece
E o rosto que empalidece…
E a rosa criou-se,
Desejada,
E logo o espinho,
A lágrima,
O sangue.
Este era vermelho e doce,
A lágrima doce, brilhante, salgada;
No espinho havia o gosto
Da vingança perfumada.

E eu vi que tudo era bom.
E fizeram-se os luminares,
Porque eu tinha olhos,
E o som fez-se de cantares
E de gemidos,
Porque eu tinha ouvidos.
Nasceram as águas
E os peixes das águas
E alguns seres viventes da terra
E as aves dos céus.
O homem que então era vagamente feito,
Dominou o homem, comprimiu-lhe o peito,
E fizeram-se as mágoas
E o adeus,

E eu vi que tudo era bom.

A mulher só mais tarde se fez:
Foi duma vez
Em que eu e ela nos somámos
E ficamos três.

Nisto e no mais se gastaram
Sete longuíssimos dias,
O mundo era feito
E embora por tudo e nada imperfeito,
Eu vi que era bom.

Acaba o mundo
Quando eu morrer.
Sim… será o fim!
Também tu deixas de existir,
No mesmo dia.

E o resto que seguir
É profecia.



in As Três Pessoas (1938) - Políbio Gomes dos Santos

Rabindranath Tagore morreu há oitenta e um anos

     
Rabindranath Tagore (Calcutá, 7 de maio de 1861 - Calcutá, 7 de agosto de 1941), alcunhado de Gurudev, foi um polímata bengali. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX. Como autor de Gitânjali, que em português se chamou "Oferenda Lírica" e os seus "versos profundamente sensíveis, frescos e belos", sendo o primeiro não-europeu a conquistar, em 1913, o Nobel de Literatura. As canções poéticas de Tagore eram vistas como espirituais e mercuriais; no entanto, a sua "prosa elegante e poesia mágica" permanecem amplamente desconhecidas fora de Bengala. Ele é às vezes referido como "o Bardo de Bengala". Tagore foi talvez a figura literária mais importante da literatura bengali. Foi um destacado representante da cultura hindu, cuja influência e popularidade internacional talvez só poderia ser comparada com a de Gandhi, a quem Tagore chamou 'Mahatma' devido à profunda admiração por ele.
Um brâmane pirali de Calcutá, Tagore já escrevia poemas aos oito anos. Com a idade de dezasseis anos, publicou a sua primeira poesia substancial, sob o pseudónimo Bhanushingho ("Leão do Sol") e escreveu os seus primeiros contos e dramas em 1877. Tagore condenava a Índia imperial britânica e apoiou a sua independência. Os seus esforços residiam num vasto conjunto de regras e na instituição que ele fundou, Universidade Visva-Bharati.
Tagore modernizou a arte bengali, desprezando as rígidas formas clássicas. Os seus romances, histórias, canções, danças dramáticas e ensaios falavam sobre temas políticos e pessoais. Gitanjali (Ofertas de Música), Gora (Enfrentamento Justo) e Ghare-Baire (A Casa e o Mundo) são suas mais conhecidas obras. Os seus versos, contos e romances foram aclamados por seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e contemplação. Tagore é talvez o único literato que escreveu hinos dos dois países (Bangladesh e Índia): Hino nacional de Bangladesh e Jana Gana Mana.
   
Biografia
O mais novo de treze filhos sobreviventes, Tagore nasceu na mansão Jorasanko em Calcutá, filho de pais Tagore Debendranath (1817-1905) e Sarada Devi (1830-1875). Os patriarcas da família Tagore eram os bramos fundadores da fé Adi Darma. Ele foi educado na maior parte do tempo por criados, uma vez que sua mãe morreu quando ele tinha poucos anos de vida e o seu pai viajava muito. Tagore frequentou pouco o ensino regular, preferindo perambular pela mansão ou por locais próximos: Bolpur, Panihati e outros. Após sua iniciação upanaiana aos onze anos, Tagore deixou Calcutá em 14 de fevereiro de 1873 para uma viagem pela Índia com seu pai, durante vários meses. Eles visitaram o estado de seu pai, e pararam em Amritsar antes de chegar à estação do monte Himalaia de Dalhousie. Lá, o jovem "Rabi" leu biografias e foi educado em casa em história, astronomia, ciência moderna e sânscrito e analisou a poesia de Kālidāsa. Finalizou grandes obras em 1877, inclusive uma série de dez canções (publicadas pela Visva Bharati University, no volume 21 da sua obra musical completa), cujos textos foram escritos no estilo maithili iniciado séculos antes por Vidyapati. Publicado sob pseudónimo, os estudiosos aceitaram-nas como as obras perdidas de Bhānusiṃha, um poeta Vaiṣṇava do século XVII recém-descoberto. Escreveu "Bhikharini" (1877), "A Mulher Pedinte", o primeiro conto em língua bengali e Sandhya Sangit (1882) - incluindo o famoso poema "Nirjharer Swapnabhanga" ("O Vigor da Cachoeira").
Estudou Direito na Inglaterra de 1878 a 1880. Retornando ao país em 1890 para administrar propriedades agrícolas da família, dedica-se ao desenvolvimento da agricultura e a projetos de saúde e educacionais. Com formação filosófica, chega a criar uma escola em 1901, dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. A sua obra poética compreende uma coleção de três mil poemas em língua bengali sobre temas religiosos, políticos e sociais.
A obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, é extensa. Inclui oito novelas, 50 ensaios e contos.
Como músico, compôs cerca de duas mil canções num estilo próprio conhecido como "rabindra-sangita", no qual fundiu a música clássica indiana (sobretudo a hindustani) com as tradições folclóricas de diferentes partes da Índia, mas sobretudo de sua terra natal, Bengala. No campo da música, pode-se afirmar que foi um inovador, já que procurou expressar musicalmente as cores e subtilezas de seus versos inspirados. Segundo Arnold Bake "nas suas composições, Tagore trouxe de volta o sentido do significado e da importância das palavras, afastando-a dos floreios e ornamentos para o seu próprio bem". Assim, enquanto na música clássica hindustani as palavras possuem um papel subsidiário e o raga se desenvolve através de improvisações que por vezes tornam o texto incompreensível, no estilo de Tagore as regras de prosódia são sempre seguidas e os ornamentos vocais são discretos, para que o sentido do texto não deixe de ser compreendido. Essa foi aliás uma das preocupações do jovem Rabindranath que, já em 1881, recém-chegado da Inglaterra, ansiava por um maior entrelaçamento entre poesia e música, tal como demonstrou em sua palestra "Songit o Bhab" (Música e Emoção), publicada posteriormente numa coletânea de artigos sobre música intitulada "Pensamento Musical"(Songit Cinta).
No campo da sua produção literária, o volume de poesias mais conhecido é Oferenda Poética (1913-1915). Os seus últimos trabalhos, entre eles Cantos Musicais (1910), são classificados dentro do Simbolismo.
Tagore participou do movimento nacionalista indiano e era amigo pessoal de Mahatma Gandhi que o chamou de Sentinela da Índia. Como escritor, tornou-se famoso na Índia já nos primeiros anos de carreira, alcançando notoriedade no Ocidente quando da publicação de seus textos traduzidos para o inglês, muitos deles pelo próprio autor. Tagore ganhou a admiração de escritores como William Butler Yeats, que assinou a introdução do seu livro Gitangali, na sua edição britânica.
Em 1913, torna-se o primeiro escritor asiático a ser agraciado com o Nobel de Literatura. Renuncia, em 1919, como forma de protesto contra a política britânica em relação ao Punjab, ao título de Sir, concedido pela Coroa Britânica, em 1915.
   

 
À Espera do Amado 

Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta? 


 

in O Coração da Primavera - Rabindranath Tagore

It's a Long Way, Caetano Veloso...

It's a Long Way - Caetano Veloso 

 

Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my Lord
You know we ain't that strong

I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers

It's a long, long, long, long way
It's a long way
It's a long, it's a long, long, long
It's a long way

Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei

It's a long way
It's a long, it's a long way
It's a long, long, long
It's a long way

Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou

It's a long road
It's a long, it's a long road
It's a long and winding road

It's a long and winding road
It's a long and winding road
It's a long and winding, long and winding road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

It's a hard, it's a hard
It's a hard, hard long way

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar (ah, o amor)
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

Oliver Hardy morreu há 65 anos...

   
Oliver Hardy (Harlem, 18 de janeiro de 1892Los Angeles, 7 de agosto de 1957) foi um ator cómico norte americano que formou, ao lado de Stan Laurel, a famosa dupla Laurel and Hardy (“Bucha e Estica”), que atuou desde a época do cinema mudo até à sua morte, em 1957.

 


Bruce Dickinson, o vocalista dos Iron Maiden, faz hoje 64 anos

 
Paul Bruce Dickinson (Nottinghamshire, 7 de agosto de 1958) é um cantor, compositor, historiador, filósofo, esgrimista, radialista, autor, roteirista, piloto de avião e, inicialmente, diretor de marketing, mais conhecido como o vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden.
    
      

 


Mata Hari nasceu há 146 anos...

      
Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem e que foi condenada à morte, por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
    

O poeta Políbio Gomes dos Santos nasceu há cento e onze anos

(imagem daqui)

    

Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de agosto de 1911 - Ansião, 3 de agosto de 1939, foi um poeta português.
Políbio, frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército em Lisboa e terminou os seus estudos liceais em Coimbra, tendo aí ingressado na Faculdade de Letras.
Devido a ter adoecido, em setembro de 1938, com tuberculose, esteve internado no Sanatório da Guarda.
Foi um dos colaboradores dos Cadernos da Juventude, da Presença, do Sol Nascente e do O Diabo, assim como fez parte do grupo Novo Cancioneiro, de tendência neo-realista.
Atualmente, existe o Prémio Literário Políbio Gomes dos Santos, em homenagem ao poeta.
  
   

 

Génesis

O mundo existe desde que eu fui nado.
Tudo o mais é um… era uma vez
- A história que se contou.

No princípio criou-se o leite que mamei
E eu vi que era bom e chorei
Quando a fonte materna secou.

A terra era sem forma
E vazia;
Havia trevas no abismo.

E formou-se o chão
E amassou-se o pão
Que eu comi.
(Era este aquela esponja que eu mordia,
Que eu babava,
Que eu sujava,
Que uma gente andrajosa pedia).

E então se fez
A geração remota dos papões:
Nascera a esmola, o medo, a prece
E o rosto que empalidece…
E a rosa criou-se,
Desejada,
E logo o espinho,
A lágrima,
O sangue.
Este era vermelho e doce,
A lágrima doce, brilhante, salgada;
No espinho havia o gosto
Da vingança perfumada.

E eu vi que tudo era bom.
E fizeram-se os luminares,
Porque eu tinha olhos,
E o som fez-se de cantares
E de gemidos,
Porque eu tinha ouvidos.
Nasceram as águas
E os peixes das águas
E alguns seres viventes da terra
E as aves dos céus.
O homem que então era vagamente feito,
Dominou o homem, comprimiu-lhe o peito,
E fizeram-se as mágoas
E o adeus,

E eu vi que tudo era bom.

A mulher só mais tarde se fez:
Foi duma vez
Em que eu e ela nos somámos
E ficamos três.

Nisto e no mais se gastaram
Sete longuíssimos dias,
O mundo era feito
E embora por tudo e nada imperfeito,
Eu vi que era bom.

Acaba o mundo
Quando eu morrer.
Sim… será o fim!
Também tu deixas de existir,
No mesmo dia.

E o resto que seguir
É profecia.



in As Três Pessoas (1938) - Políbio Gomes dos Santos

A médica Verginia Apgar morreu há 48 anos

       
Virginia Apgar (Westfield, New Jersey, 7 de junho de 1909Nova Iorque, 7 de agosto de 1974) foi uma médica norte-americana que se especializou em anestesia. Ela foi uma líder em vários campos da anestesiologia e, efetivamente, foi a responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia. Para o público em geral, ela é mais conhecida como a responsável pelo desenvolvimento do Índice de Apgar, um método de avaliação de saúde de recém-nascidos que reduziu drasticamente a mortalidade infantil em todo o mundo.
A Dra. Apgar jamais casou e faleceu aos 65 anos, no Columbia-Presbyterian Medical Center.
      
    
     
     
A Escala ou Índice de Apgar é um teste desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, médica norte-americana, que consiste na avaliação de 5 sinais objetivos do recém-nascido no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2, sendo utilizado para avaliar as condições dos recém-nascidos. Os sinais avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tónus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. O somatório da pontuação (mínimo zero e máximo dez) resultará no Índice de Apgar e o recém-nascido será classificado como ausência de asfixia (Apgar 8 a 10), com asfixia leve (Apgar 5 a 7), com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) e com asfixia grave - Apgar 0 a 2.
No momento do nascimento, este índice é útil como parâmetro para avaliar as condições do recém-nascido e orientar nas medidas a serem tomadas quando necessárias. As notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são registadas na Ficha Médica e permitem identificar posteriormente as condições de nascimento desta criança (se ela nasceu sem asfixia ou com asfixia leve, moderada ou grave).
Quando o bebe nasce, iniciamos a contagem do tempo e avaliamos o índice de Apgar no primeiro e no quinto minutos de vida da criança.
É o método mais comummente empregado para avaliar o ajustamento imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando as suas condições de vitalidade. Para cada um dos 5 pontos é atribuída uma nota de 0 a 2. Somam-se as notas de cada pontos e temos o total, que pode dar uma nota mínima de 0 e máxima de 10. Uma nota de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos significa que o bebé nasceu em ótimas condições. Uma nota 7 significa que o bebé teve uma dificuldade leve. De 4 a 6, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade de ordem grave. Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem tratamento, pode levar a alterações metabólicas no organismo do bebé, gerando uma situação potencialmente perigosa, a chamada anóxia (falta de oxigenação). O boletim Apgar de primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da situação presente, índice que pode traduzir sinal de asfixia e da necessidade de ventilação mecânica. Já o Apgar de quinto minuto e o de décimo minuto são considerados mais importantes, levando ao prognóstico da saúde neurológica da criança (sequelas neurológicas ou morte).
   
Tabela para cálculo do índice
Pontos 0 1 2
Frequência cardíaca Ausente <100/min >100/min
Respiração Ausente Irregular Forte/Choro
Tónus muscular Flácido Flexão de pernas e braços Movimento ativo e boa flexão
Cor Cianose  ou palidez Cianose de extremidades Rosado
Irritabilidade reflexa ao cateter nasal Ausente Alguns  movimento ou caretas Espirros ou choro

  

Há vinte quatro anos um duplo atentado matou 223 pessoas em África...

Aftermath at the US embassy in Nairobi

The 1998 United States embassy bombings were a series of attacks that occurred on August 7, 1998, in which hundreds of people were killed in simultaneous truck bomb explosions at the United States embassies in the East African capitals of Dar es Salaam, Tanzania, and Nairobi, Kenya. The date of the bombings marked the eighth anniversary of the arrival of American forces in Saudi Arabia.
The attacks were linked to local members of the Egyptian Islamic Jihad, brought Osama bin Laden and Ayman al-Zawahiri to the attention of the American public for the first time, and resulted in the U.S. Federal Bureau of Investigation placing bin Laden on its Ten Most Wanted Fugitives list. The FBI also connected the attack to Azerbaijan, as 60 calls via satellite phone were placed by Bin Laden to associates in Baku regarding the strike. Fazul Abdullah Mohammed was credited for being the mastermind behind the bombings.
 
A Nissan Atlas truck, similar to that used in Dar es-Salaam
   
The bombings are widely believed to have been revenge for American involvement in the extradition, and alleged torture, of four members of Egyptian Islamic Jihad (EIJ) who had been arrested in Albania in the two months prior to the attacks. Between June and July, Ahmad Isma'il 'Uthman Saleh, Ahmad Ibrahim al-Sayyid al-Naggar, Shawqi Salama Mustafa Atiya and Mohamed Hassan Tita were all renditioned from Albania to Egypt, with the cooperation of the United States; the four men were accused of participating in the assassination of Rifaat el-Mahgoub, as well as a later plot against the Khan el-Khalili market in Cairo. The following month, a communique was issued warning the United States that a "response" was being prepared to repay them for their interference.
According to journalist Lawrence Wright, the Nairobi operation was named after the Holy Kaaba in Mecca; the Dar es Salaam bombing was called Operation al-Aqsa in Jerusalem, but "neither had an obvious connection to the American embassies in Africa. Bin Laden initially said that the sites had been targeted because of the 'invasion' of Somalia; then he described an American plan to partition Sudan, which he said was hatched in the embassy in Nairobi. He also told his followers that the genocide in Rwanda had been planned inside the two American embassies."
Wright concludes that bin Laden's actual goal was "to lure the United States into Afghanistan, which had long been called 'The Graveyard of Empires.'" According to a 1998 memo authored by Mohammed Atef and seized by the FBI, around the time of the attacks, al-Qaeda had both an interest in and specific knowledge of negotiations between the Taliban and the American-led gas pipeline consortium CentGas.
In May 1998, a villa in Nairobi was purchased by one of the bombers for the purpose of accommodating bomb building in the garage. Sheikh Ahmed Salim Swedan purchased a beige Toyota Dyna truck in Nairobi and a 1987 Nissan Atlas refrigeration truck in Dar es Salaam. Six metal bars were used to form a "cage" on the back of the Atlas to accommodate the bomb.
In June 1998, KK Mohamed rented House 213 in the Illala district of Dar es Salaam, about four miles (6 km) from the U.S. Embassy. A white Suzuki Samurai was used to haul bomb components hidden in rice sacks, from House 213.
In both Nairobi and Dar es Salaam, Mohammed Odeh supervised construction of two massive, 900kg destructive devices. The Nairobi bomb was made of 400 to 500 cylinders of TNT (about the size of soda cans), aluminum nitrate, aluminum powder and detonating cord. The explosives were packed into some twenty specially designed wooden crates that were sealed and then placed in the bed of the trucks. Muhsin Musa Matwalli Atwah ran a wire from the bomb to a set of batteries in the back of the truck cab and then to a detonator switch beneath the dashboard. The Dar es Salaam bomb used a slightly different construction: the TNT was attached to fifteen oxygen tanks and gas canisters, and was surrounded with four bags of ammonium nitrate fertilizer and some sand bags to tamp and direct the blast.
The bombings were scheduled for August 7, the eighth anniversary of the arrival of American troops in Saudi Arabia, likely a choice by Osama bin Laden.
   
Attacks and casualties
On August 7, between 10:30 am and 10:40 am local time (3:30–3:40 am Washington time), suicide bombers in trucks laden with explosives parked outside the embassies in Dar es Salaam and Nairobi, and almost simultaneously detonated. In Nairobi, approximately 212 people were killed, and an estimated 4,000 wounded; in Dar es Salaam, the attack killed at least 11 and wounded 85. Seismological readings analyzed after the bombs indicated energy of between 3–17 tons of high explosive material. Although the attacks were directed at American facilities, the vast majority of casualties were local citizens; 12 Americans were killed, including two Central Intelligence Agency employees in the Nairobi embassy, Tom Shah and Molly Huckaby Hardy, and one Marine, Sergeant Jesse Aliganga, a Marine Security Guard at the Nairobi embassy.
While driver Azzam drove the Toyota Dyna quickly toward the Nairobi embassy along with Mohamed Rashed Daoud Al-Owhali, local security guard Benson Okuku Bwaku was warned to open the gate immediately – and fired upon when he refused to comply. Al-Owhali threw a stun grenade at embassy guards before exiting the vehicle and running off. Osama bin Laden later offered the explanation that it had been Al-Owhali's intention to leap out and shoot the guards to clear a path for the truck, but that he had left his pistol in the truck and subsequently ran off. As Bwaku radioed to Marine Post One for backup, the truck detonated.
The explosion damaged the embassy building and flattened the neighbouring Ufundi Building where most victims were killed, mainly students and staff of a secretarial college housed here. The heat from the blast was channelled between the buildings towards Haile Selassie Avenue where a packed commuter bus was burned. Windows were shattered in a radius of nearly one kilometer. A large number of eye injuries occurred because people in buildings nearby who had heard the first explosion of the hand grenade and the shooting went to their office windows to have a look when the main blast occurred and shattered the windows.
Meanwhile, the Atlas truck in Dar es Salaam was being driven by Hamden Khalif Allah Awad, known as "Ahmed the German" due to his blonde hair, a former camp trainer who had arrived in the country only a few days earlier. The death toll was less than in Nairobi as the U.S. embassy was located outside the city center on Bagamoyo Road on a large plot with no immediate neighbours close to the gate where the explosion occurred.
Following the attacks, a group calling itself the "Liberation Army for Holy Sites" took credit for the bombings. American investigators believe the term was a cover used by Egyptian Islamic Jihad, who had actually perpetrated the bombing.
   
Aftermath and international respons
In response to the bombings, President Bill Clinton ordered Operation Infinite Reach, a series of cruise missile strikes on targets in Sudan and Afghanistan on August 20, 1998, announcing the planned strike in a prime time address on American television.
In Sudan, the missiles destroyed the Al-Shifa pharmaceutical factory, where 50% of Sudan's medications for both people and animals were manufactured. The Clinton administration claimed that there was ample evidence to prove that the plant produced chemical weapons, but a thorough investigation after the missile strikes revealed that the intelligence was false.
The United Nations Security Council passed Resolution 1189 condemning the attacks on the embassies.
Both embassies were heavily damaged and the Nairobi embassy had to be rebuilt. It is now located across the road from the office of the World Food Programme for security purposes. A few months after the attacks and subsequent American missile strikes in Afghanistan, the American energy company Unocal withdrew its plans for a gas pipeline through Afghanistan.
Within months following the bombings, the United States Department of State Bureau of Diplomatic Security added Kenya to its Antiterrorism Assistance Program (ATA), which was originally created in 1983. While the addition was largely a formality to reaffirm America's commitment to fighting terrorism in Kenya, it nonetheless sparked the beginning of an active bilateral antiterrorism campaign between the United States and Kenya. The U.S. Government also rapidly and permanently increased the monetary aid to Kenya. Immediate changes included a $42 million grant targeted specifically towards Kenyan victims.
  

Caetano Veloso faz hoje oitenta anos...!

 
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, 7 de agosto de 1942) é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro. Com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação e considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético. Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos de bossa nova (notavelmente João Gilberto, seu "mestre supremo" e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou o seu trabalho profissionalmente apenas em 1965, com o compacto "Cavaleiro/Samba em Paz", enquanto acompanhava a irmã mais nova, Maria Bethânia, nas suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro.

Nessa década, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, participou dos festivais de música popular da Rede Record e compôs bandas sonoras de filmes. Em 1967, saiu seu primeiro LP, Domingo, com Gal Costa, e, no ano seguinte, liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco Tropicalia ou Panis et Circencis, ao lado de vários músicos. Em 1968, face ao endurecimento do regime militar no Brasil, compôs o hino "É Proibido Proibir", que foi desclassificado e amplamente vaiado durante o III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres, onde lançou o disco Caetano Veloso (1971), disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil. O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar os Doces Bárbaros, grupo influenciado pela temática hippie dos anos 1970, lançando um disco, Doces Bárbaros, e saindo em turnê. Na década de 80, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock brasileiros, aventurou-se na produções dos discos Outras Palavras, Cores, Nomes, Uns e Velô, e, em 1986, participou de um programa de televisão com Chico Buarque. Na década de 90, escreveu o livro Verdade Tropical (1997) e o disco Livro (1998). Ganhou o Prémio Grammy em 2000, na categoria World Music. Com o disco A Foreign Sound, cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum , fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes géneros ao samba, Zii e Zie, de 2009, manteve a parceria com a Banda Cê, que encerrou-se no disco Abraçaço, de 2012.

Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de "aedo pós-moderno". Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em bandas sonoras de filmes como Hable con Ella, de Pedro Almodovar e Frida, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polémicas no Brasil. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley, John Lennon e Paul McCartney.
Foi eleito pela revista Rolling Stone, o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra, e pela mesma revista, o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.
     

 


Música de aniversariante de hoje...!

sábado, agosto 06, 2022

Notícia interessante sobre a maior extinção de sempre...

Após a “Grande Morte” do Pérmico-Triássico, os animais moles foram os primeiros a recuperar
   
  

 Saber mais sobre as espécies que recuperaram e quanto tempo a recuperação demorou dá-nos pistas sobre que reação esperar dos animais perante o cenário de alterações climáticas.

Há cerca de 252 milhões de anos, aconteceu o evento de extinção do Pérmico-Triássico, também conhecido como a Grande Morte já que quase dizimou toda a vida na Terra.

No entanto, aos poucos as espécies foram recuperando e um novo estudo publicado na Science Advances identificou quais foram as espécies que recuperaram mais rápido. Os animais que se alimentam da matéria orgânica no fundo dos oceanos, como os vermes e os camarões, foram os primeiros a recuperar nos números de população e na biodiversidade, escreve o Science Alert.

Os animais que se alimentam da matéria orgânica suspensa na água foram os próximos, mas já muito tempo depois, de acordo com as datas dos trilhos e das tocas do solo do oceano no sul da China calculadas devido aos vestígios de atividade animal encontrados na zona.

Como estes animais não têm esqueletos que possam ser fossilizados, estes vestígios são vitais para se perceber como estas criaturas vivem. Os investigadores também conseguiram incorporar fósseis no estudo para perceberem como as outras espécies começaram a recuperar.

“A crise do Pérmico foi causada pelo aquecimento global e pela acidificação dos oceanos, mas os animais que deixam vestígios podem ter sido selecionados pelo ambiente de uma forma que os organismos com esqueletos não foram”.

“Os nossos dados dos vestígios revelam a resiliência dos animais moles aos níveis altos de CO2 e ao aquecimento. Estes engenheiros dos ecossistemas podem ter tido um papel na recuperação dos bentónicos depois de extinções em massa, potencialmente, por exemplo, incentivando as inovações evolutivas e as radiações no início do período Triássico”, revela a paleoecologista Xueqian Feng.

A equipa teve em conta quatro métricas quando mediu a recuperação das espécies: a diversidade (os tipos diferentes de um animal), a disparidade (quão variados esses tipos são), como o espaço foi usado (utilização do ecoespaço) e como os habitats foram modificados pelos animais (engenharia do ecossistema).

A vida começou a regressar primeiro no fundo dos oceanos. Depois dos vermes e dos animais que se alimentam de matéria orgânica suspensa na água, seguiram-se os corais. Foram precisos cerca de três milhões de anos para os animais moles que vivem nos sedimentos no fundo do mar voltarem aos níveis antes da extinção.

O evento de extinção do Pérmico-Triássico matou entre 80% e 90% da vida marinha na Terra. Ao percebermos como certos animais sobreviveram e conseguiram recuperar após esta dizimação, podemos tirar notas sobre como estas criaturas vão reagir ao atual período de aquecimento global e quais serão mais resilientes.

   

 in ZAP

Andy Warhol nasceu há 94 anos

 
Andy Warhol (nascido Andrew Warhola; Pittsburgh, 6 de agosto de 1928 - Nova Iorque, 22 de fevereiro de 1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento de pop art.


  

Albano Dias Martins nasceu há 92 anos

(imagem daqui)
  
Albano Dias Martins (Fundão, 6 de agosto de 1930Vila Nova de Gaia, 6 de junho de 2018) foi um poeta português.
Formado em Filologia Clássica clássica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professor do Ensino Secundário de 1956 a 1976. Exerceu o cargo de Inspetor-coordenador da Inspeção-Geral do Ensino.
Tendo ingressado, em 1980, nos quadros da Inspeção-Geral de Ensino, passou, em 1993, à situação de aposentado. Presentemente, é professor na Universidade Fernando Pessoa, do Porto.
O poeta foi um dos fundadores da revista Árvore e colaborador da Colóquio-Letras e Nova Renascença.
Fez também algumas traduções como "O Essencial de Alceu" e "Cantos de Leopardi", "Cântico dos Cânticos". "Dez Poetas Gregos Arcaico", "O Aprendiz de Feiticeiro", "Dez Poetas Italianos Contemporâneos", "O Aprendiz de Feiticeiro" e "Os Versos do Capitão".
Morreu a 6 de junho de 2018, em Mafamude, Vila Nova de Gaia, onde residia.

Sobre os seus poemas:

Cquote1.svg sóbrios, breves, mas rutilantes, coloridos, vibrantes Cquote2.svg

Cquote1.svg a nomeação é um acto de criação vital e a presentificação de uma realidade física. Cquote2.svg  
António Ramos Rosa
   

 

Pequenas coisas

Falar do trigo e não dizer o joio.
Percorrer
em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão. Abrir
um fruto e sentir
no ar o cheiro
a alfazema. Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível. Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo. Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites. Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.
 


 

in Escrito em vermelho (1999) - Albano Martins

Música adequada à data...

Música para um dia triste...