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domingo, outubro 06, 2024

Afinal havia outro - asteroide...

Afinal, o asteroide que matou os dinossauros não o fez sozinho

 

 

Ilustração artística de dinossauro da ilha de Wight

 

O asteroide que levou os dinossauros à extinção, há 66 milhões de anos, não estava sozinho: um novo estudo encontrou evidências de um “evento catastrófico” provocado por outro asteroide.

Novas análises da cratera submarina Nadir, encontrada na costa da África Ocidental, mostraram que esta formação surgiu quando outra rocha espacial colidiu com o nosso planeta.

O evento ocorreu por volta do final do Período Cretácico - que foi também quando aconteceu a extinção dos dinossauros.

Uisdean Nicholson, geólogo marinho que estudou a cratera e publicou as descobertas num estudo na revista Nature Communications Earth & Environment, descobriu a cratera Nadir em 2022, e, na altura, os detalhes da sua formação ainda eram incertos.

Os novos dados mostraram que o impacto violento, ocorrido entre 65 e 67 milhões de anos atrás, abriu uma cratera com cerca de oito quilómetros de diâmetro. O asteroide parece ter medido cerca de 400 metros e atingiu a Terra enquanto se deslocava a quase 75 mil km/h.

Se for esse o caso, o objeto seria menor que o asteroide responsável pela extinção em massa no nosso planeta, mas suficientemente grande para deixar marcas significativas.

“As novas imagens descrevem uma cena de um evento catastrófico”, explicou Nicholson

O impacto parece ter causado tremores fortes, que derreteram os sedimentos no fundo do oceano e formaram falhas sob o leito oceânico. Além disso, a colisão causou deslizamentos com vestígios visíveis por milhares de quilómetros quadrados para além da borda da cratera.

Os efeitos não se ficaram por aí: a colisão do objeto causou um tsunami com 800 metros de altura, que pode ter percorrido as águas do Atlântico.

Por agora, não está claro onde exatamente ocorreu a colisão. Por outro lado, a descoberta da cratera e da sua idade aproximada sugerem que é uma de várias crateras formadas por impactos no final do Cretácico.

Para comparação, o asteroide relacionado com a extinção dos dinossauros era consideravelmente maior do que aquele que formou Nadir e deixou uma cratera com mais de 180 quilómetros na península de Iucatão, no México.

“O mais próximo que os humanos chegaram de ver algo semelhante foi o evento de Tunguska em 1908, quando um asteroide de 50 metros entrou na atmosfera da Terra e explodiu nos céus da Sibéria”, recordou Nicholson.

“Os novos dados sísmicos em 3D de toda a cratera Nadir são uma oportunidade sem precedentes para testar hipóteses sobre crateras de impacto, desenvolver novos modelos de formação de crateras no ambiente marinho e compreender as consequências de um evento deste tipo”, concluiu.

 

in ZAP

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

A sexta extinção em massa tem o dedo dos humanos...

Extinção de géneros em massa. Os humanos estão a eliminar “árvores inteiras da vida”

 

 

A extinção em massa provocada pelo ser humano está a eliminar espécies, mas também “ramos inteiros da árvore da vida”, alertam os autores de um estudo da Universidade norte-americana de Stanford divulgado em setembro.

Uma análise feita em conjunto com a Universidade Nacional Autónoma do México, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, mostra que os humanos estão a fazer desaparecer espécies, mas também géneros, a categoria superior em que os taxonomistas classificam os seres vivos.

Os investigadores dão como exemplo três vítimas recentes do que muitos consideram ser a sexta extinção, uma vez que as ações humanas estão a eliminar espécies de animais vertebrados centenas de vezes mais depressa do que se não existissem essas ações.

O pombo-passageiro, uma espécie extinta no início do século passado e que era endémica da América do Norte, o lobo da Tasmânia, um marsupial da Austrália também extinto no século passado, e o Baiji, o golfinho do rio Yang-tze, na China, uma das espécies de golfinho de água doce, são três espécies que foram também a última do seu género.

Até agora, o interesse público e científico tem incidido na extinção das espécies.

Mas no estudo agora divulgado, Gerardo Ceballos, da universidade mexicana, e Paul Ehrlich, de Stanford, descobriram que géneros inteiros também estão a desaparecer, naquilo a que chamam uma “mutilação da árvore da vida“.

“A longo prazo, estamos a fazer uma grande mossa na evolução da vida no planeta”, diz Gerardo Ceballos, alertando que por isso, neste século, se vai causar “muito sofrimento à humanidade”.

Paul Ehrlich, noutra abordagem, salienta que as ações do Homem estão a fazer com que este perca os únicos companheiros vivos conhecidos em todo o universo.

Em trabalhos anteriores, Ceballos e Ehrlich tinham já alertado em 2015 que o mundo estava a iniciar a sexta extinção em massa, com os animais a desaparecerem a um ritmo 100 vezes superior ao de uma normal extinção em massa, e, em 2020, que havia mais de 500 espécies de vertebrados em risco.

Os dois investigadores usaram agora bases de dados de entidades como a União Internacional para a Conservação da Natureza ou a “Birdlife International” e examinaram 5.400 géneros de animais vertebrados terrestres, abrangendo 34.600 espécies.

A equipa concluiu que desde o século XV foram extintos 73 géneros de vertebrados terrestres, com as aves a sofrerem as maiores perdas, com 44 géneros extintos, seguindo-se os mamíferos e depois os anfíbios e depois os répteis.

Com base na taxa histórica de extinção de géneros entre os mamíferos, estimam os responsáveis que a atual taxa de extinção de géneros de vertebrados exceda em 35 vezes a do último milhão de anos.

Ou seja, sem a influência humana, a Terra teria perdido apenas dois géneros nesse período. Em cinco séculos as ações humanas extinguiram géneros que sem elas levariam 18.000 anos a desaparecer.

“Como cientistas, temos de ter cuidado para não sermos alarmistas“, afirma Gerardo Ceballos, acrescentando que a gravidade das descobertas exige “uma linguagem mais forte do que o habitual”.

Não seria ético não explicar a magnitude do problema, uma vez que nós e outros cientistas estamos alarmados”.

A muitos níveis, as extinções de géneros são mais graves do que as extinções de espécies, porque quando uma espécie se extingue outra do mesmo género pode preencher esse papel no ecossistema, explica o cientista. Em termos de árvore da vida é como se um único galho caísse e à sua volta outros se ramificassem.

O pior, acrescenta, é quando ramos inteiros (géneros) caem, o que “deixa um enorme buraco na copa das árvores” que pode demorar milhões de anos a ser tapado.

“A humanidade não pode esperar tanto tempo pela recuperação dos seus sistemas de suporte de vida”, já que “a estabilidade da nossa civilização depende dos serviços prestados pela biodiversidade da Terra”, frisa.

Gerardo Ceballos dá o exemplo da doença de Lime, transmitida por carrapatos, que está a aumentar: os ratos de patas brancas, principais portadores da doença, costumavam competir com os pombos-passageiros por alimentos. Com o desaparecimento destes, as populações de ratos aumentaram e com eles os casos da doença.

Neste caso, está envolvido o desaparecimento de um único género, mas uma extinção em massa de géneros pode significar uma explosão proporcional de desastres para a humanidade, avisa o responsável.

Para se evitarem novas extinções e consequentes crises sociais, os dois investigadores apelam a uma ação política, económica e social imediata e a uma escala sem precedentes.

Os esforços de conservação, dizem, devem ser prioritários nas regiões tropicais, uma vez que estas apresentam a maior concentração de extinções de géneros e de géneros com apenas uma espécie remanescente.

De acordo com o sistema que organiza os seres vivos, a espécie é definida como um grupo de organismos que se podem reproduzir e originar novos seres e o género é um conjunto de espécies.

 

in ZAP

domingo, novembro 19, 2023

A tectónica de placas mata...

Um novo “supercontinente” pode dizimar todos os mamíferos (incluindo os humanos)

   

 

  

Os mamíferos existem em quase todos os principais habitats terrestres, pelo que é difícil imaginar um mundo sem a sua presença. Contudo, um novo estudo prevê que a formação de um novo “supercontinente” vai acabar por determinar o fim da vida na Terra.

A nova investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade de Bristol, concluiu que a formação de um novo “supercontinente” poderá extinguir todos os mamíferos (incluindo os seres humanos) dentro de 250 milhões de anos.

“A formação e a decomposição da Pangeia Ultima [nome dado ao potencial supercontinente] limitarão e acabarão com a habitabilidade dos mamíferos terrestres na Terra, ao excederem as suas tolerâncias térmicas milhares de milhões de anos mais cedo do que se supunha”, escreveram os investigadores, citados pelo Science Alert.

Os especialistas sabem muito pouco sobre o que acontece ao clima do planeta quando os seus continentes se agregam numa grande massa de terra. Por esse motivo, nesta investigação, basearam-se no último supercontinente da Terra, a Pangeia, que surgiu há 310 milhões de anos, para prever o que acontecerá durante a formação do próximo supercontinente.

Os resultados sugerem que o clima irá tornar-se insuportavelmente quente: o Sol irá emitir cerca de 2,5% mais radiação e a formação do supercontinente alterará drasticamente o sistema climático global, podendo secar grandes extensões de terra e reter mais dióxido de carbono na atmosfera.

Durante o período da primeira Pangeia, os níveis de dióxido de carbono atmosférico subiram de cerca de 200 partes por milhão para 2.100 ppm, um fenómeno que originou temperaturas extremas cerca de 10°C superiores à média global atual.

Sendo que os atuais níveis de dióxido de carbono atmosférico situam-se em cerca de 416 ppm em relação aos níveis pré-industriais, no futuro, se o dióxido de carbono atmosférico voltar a ultrapassar os 560 ppm, mesmo que seja apenas durante um século, poderá provocar um fenómeno de extinção em massa.

Os modelos sugerem que é provável que tal aconteça quando a Pangea Ultima se formar, uma vez que as placas tectónicas criam feedbacks climáticos e sistemas meteorológicos alterados. Ou seja, se for transportada menos água doce para as regiões do interior, por exemplo, as florestas poderão secar e os depósitos de carbono do interior poderão transformar-se em torneiras de carbono.

No pior cenário, os investigadores preveem que a Pangea Ultima poderá originar uma temperatura média mensal de 46,5°C. Tendo em conta o stress térmico dos mamíferos, estas temperaturas serão provavelmente proibitivas para a grande maioria das espécies conhecidas.

“Embora não possamos descartar a adaptação evolutiva ao stress do calor e do frio, estudos recentes mostraram que os limites superiores de termotolerância dos mamíferos são conservados ao longo do tempo geológico e não aumentaram durante os eventos de aquecimento rápidos ou mais lentos do passado”, lê-se no estudo.

No fundo, e tendo em conta este contexto histórico, há poucas hipóteses de os mamíferos evoluírem suficientemente depressa para fazer face ao próximo supercontinente da Terra.

O artigo científico foi recentemente publicado na revista Nature Geoscience.

 

in ZAP

domingo, outubro 01, 2023

O planeta Terra tudo supera - mas, a continuar isto, se calhar os humanos não ficam cá para ver as mudanças...

A Corrente do Golfo pode colapsar em 3 anos (e lançar o caos na Terra)

   

    

Um novo estudo alerta que a Circulação Meridional do Atlântico, um sistema crucial que regula o clima do Hemisfério Norte, poderá entrar em colapso a qualquer momento a partir de 2025, lançando a Terra num caos climático.

Segundo o estudo, realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga, a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) poderá colapsar entre 2025 e 2029 - muito mais cedo do que apontado por previsões anteriores.

A AMOC, que inclui a Corrente do Golfo, transporta águas tropicais quentes para o norte e águas frias para o sul, e regula atualmente o clima do Hemisfério Norte.

Os resultados do estudo sugerem que a AMOC pode estar a caminho de um colapso total, entre 2025 e 2095, originando uma dramática queda nas temperaturas, o colapso dos ecossistemas oceânicos e o aumento global das tempestades.

Esta Circulação Meridional manifesta-se em dois estados estáveis: um deles, que está atualmente ativo e influencia o nosso ecossistema, mais forte e mais rápido; e um outro estado, mais lento e mais fraco.

Estimativas anteriores indicavam que a mudança do atual estado forte para o estado mais fraco provavelmente ocorreria em algum momento do próximo século. Mas o novo estudo sugere que, devido às alterações climáticas induzidas pelo homem, a AMOC pode atingir um ponto crítico muito mais cedo.

“O ponto de não-retorno esperado, considerando que continuamos a fazer o mesmo de sempre em relação às emissões de gases de efeito de estufa, será muito mais cedo do que esperávamos”, explicou ao Live Science a bióloga Susanne Ditlevsen, investigadora da Universidade de Copenhaga e co-autora do estudo, publicado esta terça-feira na Nature Communications.

“Este não é um resultado daqueles em que dizemos ‘ora bem, aqui está’; na realidade, ficámos perplexos“, afirmou Ditlevsen.

De acordo com os autores do estudo, as mudanças climáticas já estão a afetar o fluxo da AMOC, uma vez que a água doce proveniente da fusão dos glaciares está a tornar a água menos densa e menos salgada.

 

Modelo simplificado da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) - a vermelho, correntes à superfície, a azul correntes em profundidade

 

As conclusões do estudo não são no entanto consensuais na comunidade académica, havendo cientistas que apontam algumas incertezas - nomeadamente em relação à ligação entre a evolução da temperatura à superfície da AMOC e a força da sua movimentação.

Os principais críticos do estudo sustentam que a fundamentação física do mesmo é “extremamente instável”, assentando na suposição de que o colapso mostrado por modelos simplificados retrata de forma precisa a realidade.

Não é, porém, a primeira vez que um estudo científico aponta para o risco de colapso da AMOC - e para as suas consequências.

Um estudo, realizado por Niklas Boers, investigador da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e publicado na Nature em agosto de 2021, alertou então que a Circulação Meridional já se encontra no nível mais fraco dos últimos 1600 anos — e que poderá estar agora à beira do colapso.

A última vez que a AMOC mudou de estado, na altura da última Era Glaciar, as temperaturas na região do norte do Atlântico aumentaram, em cerca de dez anos, entre 10 e 15 graus Celsius,

Se esta circulação fosse interrompida, sustentam os autores do novo estudo, as temperaturas na Europa e na América do Norte poderiam cair, nos mesmos dez anos, até 5 graus Celsius.

“Não me considero propriamente alarmista”, disse Peter Ditlevsen, co-autor do estudo e professor de Física e Ciências Climáticas no Instituto Niels Bohr, em Copenhaga, à Live Science.

“É por isso que os nossos resultados, de certa forma, me incomodam. Porque se o horizonte temporal para o início deste possível colapso é tão curto e o seu impacto tão significativo, temos que agir imediatamente“.

 

in ZAP

 

domingo, janeiro 01, 2023

Especulações sobre o tsunami gerado pelo asteroide que provocou a extinção dos Dinossáurios...

O asteroide que matou os dinossauros provocou o pai de todos os tsunamis

  

   

O mítico asteroide que dizimou os dinossauros gerou um tsunami com uns impressionantes 4,5 quilómetros de altura.

A maior onda alguma vez surfada, pelo havaiano Garrett McNamara, na Nazaré, tinha 27 metros de altura. O Empire State Building, em Nova Iorque, tem 443 metros. E o maior tsunami do mundo? A maior onda do mundo da qual se tem notícia foi a de 9 de julho de 1958, no Alasca. Este tsunami atingiu os 524 metros de altura.

Um novo estudo descobriu agora que o asteroide que matou os dinossauros, há 66 milhões de anos, desencadeou um tsunami gigante, no Golfo do México, com 4,5 quilómetros de altura. As suas águas viajaram metade do mundo.

“Este tsunami foi forte o suficiente para perturbar e erodir sedimentos em bacias oceânicas do outro lado do globo”, disse a autora principal do estudo, Molly Range, num comunicado citado pelo ScienceAlert.

A equipa de investigadores modelou o asteroide que media 14 quilómetros de diâmetro e viajava a 43.500 km/h, ou 35 vezes a velocidade do som, quando atingiu a Terra.

Após a colisão do asteroide, muitas formas de vida morreram; os dinossauros não-avianos foram extintos e cerca de 75% de todas as plantas e espécies animais foram completamente exterminadas.

Para perceber o impacto do asteroide nos tsunamis, os cientistas analisaram sedimentos marinhos depositados pouco antes ou depois do evento de extinção em massa.

A energia inicial do tsunami de impacto foi até 30 mil vezes maior do que a energia libertada pelo tsunami de dezembro de 2004 no Oceano Índico que matou mais de 230 mil pessoas.

Assim que atingiu a Terra, criou uma cratera de 100 km de largura e levantou uma densa nuvem de poeira. Dois minutos e meio depois, uma cortina de material ejetado empurrou uma parede de água, formando uma onda de 4,5 km de altura, de acordo com a simulação.

Ao fim de dez minutos, uma onda de tsunami de 1,5 km de altura, a cerca de 220 km de distância do local do impacto, varreu o Golfo do México. Uma hora após o impacto, o tsunami foi em direção ao Atlântico Norte. Quatro horas volvidas, o tsunami passou pelo Mar da América Central e entrou no Pacífico.

   

   

Um dia inteiro após a colisão do asteroide, as ondas viajaram pela maior parte do Pacífico e do Atlântico, entrando no Oceano Índico e tocando a maior parte das costas do globo 48 horas após o impacto.

Os resultados foram recentemente publicados na revista científica AGU Advances.

“Esta é talvez a confirmação mais reveladora do significado global deste evento”, disse Range.

“Dependendo das geometrias da costa e do avanço das ondas, a maioria das regiões costeiras terá sido inundada e erodida em certa medida”, escreveram os autores do estudo. “Quaisquer tsunamis historicamente documentados empalidecem em comparação com este impacto global”.

 

in ZAP

 

sábado, agosto 06, 2022

Notícia interessante sobre a maior extinção de sempre...

Após a “Grande Morte” do Pérmico-Triássico, os animais moles foram os primeiros a recuperar
   
  

 Saber mais sobre as espécies que recuperaram e quanto tempo a recuperação demorou dá-nos pistas sobre que reação esperar dos animais perante o cenário de alterações climáticas.

Há cerca de 252 milhões de anos, aconteceu o evento de extinção do Pérmico-Triássico, também conhecido como a Grande Morte já que quase dizimou toda a vida na Terra.

No entanto, aos poucos as espécies foram recuperando e um novo estudo publicado na Science Advances identificou quais foram as espécies que recuperaram mais rápido. Os animais que se alimentam da matéria orgânica no fundo dos oceanos, como os vermes e os camarões, foram os primeiros a recuperar nos números de população e na biodiversidade, escreve o Science Alert.

Os animais que se alimentam da matéria orgânica suspensa na água foram os próximos, mas já muito tempo depois, de acordo com as datas dos trilhos e das tocas do solo do oceano no sul da China calculadas devido aos vestígios de atividade animal encontrados na zona.

Como estes animais não têm esqueletos que possam ser fossilizados, estes vestígios são vitais para se perceber como estas criaturas vivem. Os investigadores também conseguiram incorporar fósseis no estudo para perceberem como as outras espécies começaram a recuperar.

“A crise do Pérmico foi causada pelo aquecimento global e pela acidificação dos oceanos, mas os animais que deixam vestígios podem ter sido selecionados pelo ambiente de uma forma que os organismos com esqueletos não foram”.

“Os nossos dados dos vestígios revelam a resiliência dos animais moles aos níveis altos de CO2 e ao aquecimento. Estes engenheiros dos ecossistemas podem ter tido um papel na recuperação dos bentónicos depois de extinções em massa, potencialmente, por exemplo, incentivando as inovações evolutivas e as radiações no início do período Triássico”, revela a paleoecologista Xueqian Feng.

A equipa teve em conta quatro métricas quando mediu a recuperação das espécies: a diversidade (os tipos diferentes de um animal), a disparidade (quão variados esses tipos são), como o espaço foi usado (utilização do ecoespaço) e como os habitats foram modificados pelos animais (engenharia do ecossistema).

A vida começou a regressar primeiro no fundo dos oceanos. Depois dos vermes e dos animais que se alimentam de matéria orgânica suspensa na água, seguiram-se os corais. Foram precisos cerca de três milhões de anos para os animais moles que vivem nos sedimentos no fundo do mar voltarem aos níveis antes da extinção.

O evento de extinção do Pérmico-Triássico matou entre 80% e 90% da vida marinha na Terra. Ao percebermos como certos animais sobreviveram e conseguiram recuperar após esta dizimação, podemos tirar notas sobre como estas criaturas vão reagir ao atual período de aquecimento global e quais serão mais resilientes.

   

 in ZAP

domingo, maio 15, 2022

Notícia sobre o KTB...

 “Descoberta alucinante”. Pode este fragmento pertencer ao asteróide que matou os dinossauros?

 

Entre um fragmento que pode ser do asteroide que matou os dinossauros e uma perna de dinossáurio perfeitamente preservada, há várias descobertas promissoras no sítio de Hell Creek Formation, nos Estados Unidos.

Há 66 milhões de anos, um asteroide chocou com a Terra e dizimou os dinossáurios. Até aqui, nada de novo - a novidade é que é possível que tenha sido encontrado um fragmento desta rocha devastadora.

Esta é apenas uma das várias incríveis descobertas feitas no sítio de Hell Creek Formation, na Dakota do Norte, que tem muitos registos do momento catastrófico, como fósseis de peixes que sugaram os detritos causados pelo impacto, uma tartaruga empaleada num pau e uma pata que pertencia a um dinossáurio.

A busca por estas relíquias arqueológicas é contada ao detalhe no documentário “Dinosaur Apocalypse”, que inclui o biólogo David Attenborough e o palentólogo Robert DePalma, relata a CNN.

A pesquisa em Tanis, o nome dado ao sítio arqueológico, começou em 2012. O local está a 3,2 mil quilómetros de distância da cratera de Chicxulub, onde se deu o impacto, no México.

DePalma acredita que os fósseis de peixes ficaram bem-preservados porque os animais foram enterrados vivos pelos sedimentos que foram arrastados com a enorme quantidade de água que foi libertada após o impacto do asteroide.

O paleontólogo acredita ainda que os peixes morreram na hora seguinte ao choque devido às esférulas de impacto - pequenas quantidades de rocha derretida que se cristalizaram e criaram um material semelhante ao vidro - que foram encontradas nas guelras.

No sítio, foi também encontrada uma perna de dinossáurio excecionalmente preservada e com a pele intacta, o que sugere que o corpo não teve tempo de se decompor antes de ser enterrado no meio dos sedimentos, tendo o animal morrido com o impacto ou imediatamente antes deste.

Muitas das descobertas reveladas no documentário ainda não foram publicadas em estudos revistos por pares, mas já há um consenso generalizado na comunidade de que o sítio tem provas do devastador último dia do reinado dos dinossáurios.

A equipa também encontrou esférulas que aterraram na resina da superfície dos ramos das árvores e que ficaram “congeladas no tempo” em âmbar e protegidas da água, o que evitou que se transformassem em argila. “É como ter um frasco de amostra, voltar atrás no tempo, recolher uma amostra do sítio do impacto e guardá-la para o estudo científico”, revela DePalma.

Foram encontrados fragmentos de rochas que não derreteram dentro das esférulas de vidro e a maioria destes era rica em cálcio. Os cientistas esperam conseguir confirmar o material de que o asteroide era feito — e este objetivo também despertou o interesse da NASA.

“Este exemplo daquilo que pode ser um pequeno fragmento, talvez microgramas, do asteroide - o facto de haver um registo preservado, seria alucinante“, revela Jim Harvin, cientista chefe do Centro de Voo Espacial Goddard.

 

in ZAP

domingo, novembro 07, 2021

Eles andam aí...

Asteroide passou a rasar a Terra sem ser detetado

 


O corpo celeste, identificado como 2021 UA1, sobrevoou a Antártida no dia 24 de outubro a uma velocidade de 57 mil quilómetros por hora, a uma distância 125 vezes menor do que a da Terra à Lua.

Um pequeno asteroide, com dois metros de diâmetro, passou a apenas 3.047 quilómetros da superfície de nosso planeta no dia 24 de outubro, sem ser detetado pelos astrónomos.

À escala astronómica, esta distância é um “fio de cabelo”, 125 vezes menor do que a distância da Terra à Lua, 384.400 km. Uma simulação por computador mostra como o corpo celeste passou “a rasar” pela Terra.

Segundo o Catalina Sky Survey, o corpo celeste, identificado como 2021 UA1, sobrevoou a Antártida a uma velocidade de 57 mil quilómetros por hora.

De acordo com os especialistas, um asteroide deste tamanho não representa risco, já que quando se aproxima da Terra incinera-se e desintegra-se ao entrar em contacto com a atmosfera terrestre, sem afetar a superfície do planeta.

O facto mais preocupante, no entanto, é que o asteroide passou pela Terra sem ser detetado, tendo sido identificado apenas após a sua passagem.

O corpo celeste aproximou-se da Terra durante o dia, numa rota que passou por trás do Sol, pelo que era indetetável antes de se ter aproximado, explica o astrónomo Tony Dunn no seu perfil no Twitter.

 

Este é o terceiro asteroide que nas últimas semanas passou próximo da Terra, depois do 2020 HQ e do 2020 VT4 - ambos demasiado pequenos para representar uma ameaça à segurança, e cuja aproximação, em ambos os casos, tinha sido detetada.

Em setembro, um asteroide potencialmente mais perigoso passou pela Terra a uma distância de apenas 366.000 quilómetros - o que significa que, por breves momentos, esteve mais próximo do nosso planeta do que a Lua. O 2010 RJ53, com  774 metros de diâmetro, tinha mais do dobro da altura da Torre Eiffel.

    

in ZAP - ler notícia