domingo, junho 05, 2022

Saudades de Federico...

 

GACELA DEL AMOR DESESPERADO

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

 

Gazela do amor desesperado

A noite não quer vir
para que tu não venhas
nem eu não possa ir.

Mas eu irei
embora um sol de lacraus me coma as têmporas.


Mas tu virás
com a língua queimada por uma chuva de sal.


E o dia não quer vir
para que tu não venhas
nem não possa ir.


Mas eu irei
entregando aos sapos o meu mordido cravo.


Mas tu virás
pelas turvas cloacas da obscuridade.


Nem a noite nem o dia querem vir
para que por ti morra
e tu morras por mim.

    

Tradução de Pedro Luna 

 

Pinheiro de Azevedo nasceu há 105 anos

   
José Baptista Pinheiro de Azevedo (Luanda, 5 de junho de 1917 - Lisboa, 10 de agosto de 1983), foi um oficial da Marinha e político português. Foi primeiro-ministro de Portugal do VI Governo Provisório.

Nascimento
Pinheiro de Azevedo nasceu a 5 de junho de 1917, na cidade de Luanda, província ultramarina de Angola, de pais de etnia judaica originários de Viseu e de Braga. Era irmão do escritor Eduardo Baptista Pinheiro de Azevedo. 

Carreira 
Entrou na Escola Naval em 1 de outubro de 1934, e foi promovido a oficial em 1937. Foi professor de Astronomia e Navegação na Escola Naval e lecionou no Curso de Capitães da Escola Náutica Infante D. Henrique. Colaborou em livros técnicos, sobre Trigonometria, Meteorologia e Navegação.
Integrou o Movimento de Unidade Democrática e foi apoiante das candidaturas de José Norton de Matos, Manuel Quintão Meireles e Humberto Delgado. Serviu na Guerra Colonial, tendo sido encarregado da defesa marítima de Angola.
Liderou a defesa marítima de Santo António do Zaire, em Angola, e de 1968 a 1971 exerceu a função de adido naval à Embaixada de Portugal em Londres. A partir de 1970, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra, e, em 1972, tornou-se comandante dos Fuzileiros Navais. Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, foi nomeado para a Junta de Salvação Nacional, tendo sido promovido a chefe do Estado-Maior três dias depois. 
Empenhado na democratização do país durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), assumiu funções como primeiro-ministro do VI Governo Provisório desde 29 de Agosto de 1975. Contribui, igualmente, para a derrota do "gonçalvismo" e defendeu a normalização da vida nacional. No final do seu mandato foi substituído interinamente, entre 23 de junho e 23 de julho de 1976, por Vasco Almeida e Costa, ministro da Administração Interna.
Pinheiro de Azevedo foi, posteriormente, candidato a Presidente da República, sem apoios partidários, nas presidenciais de 1976, nas quais alcançou cerca de 14% dos votos. 
Um ano depois tornou-se presidente do Partido da Democracia Cristã, fundado por José Eduardo Sanches Osório, cargo em que permaneceu até à sua morte.
Ficou conhecido como Almirante sem medo. 

Presidenciais de 1976
Resultados eleitorais das eleições presidenciais de 27 de junho de 1976
 Citações
  • É apenas fumaça!... A discursar num comício no Terreiro do Paço, em 10 de novembro de 1975, quando explodiu uma bomba de gás lacrimogéneo que rebentou junto ao Ministério da Justiça, na esquina da Rua do Ouro.
  • Fui sequestrado. Já duas vezes. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia. E agora vou almoçar, pá. 13 de novembro de 1975, quando as tropas do Copcon – Comando Operacional do_Continente, uma polícia política da extrema-esquerda, libertaram os deputados do parlamento, pois uma manifestação do movimento operário mantivera-os fechados durante toda a noite.
  • O povo é sereno. O povo é sereno.

D. Fernando, dito o Infante Santo, morreu há 579 anos

Pormenor de um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando, possivelmente, o Infante D. Fernando (circa 1450-1470 - por Nuno Gonçalves, atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa)
    
O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração a chegar à idade adulta.
   
Le bien me plaît
Brasão e lema do Infante D. Fernando
 
(...)  
 
Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um irmão mais velho, o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida da expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de El-Rei D. Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
     
Culto
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.
Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.
        

A Guerra dos Seis Dias começou há 55 anos

Esquema da conquista da península do Sinai durante a Guerra dos Seis Dias
       
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. A Força Aérea Israelita lançou um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia. Segundo Menahem Begin, "em junho de 1967, tivemos novamente uma alternativa. As concentrações do exército egípcio nas proximidades do Sinai não provam que Nasser estivesse realmente a ponto de atacar-nos. Temos que ser honestos. Nós decidimos atacá-lo." Yitzhak Rabin, chefe do Estado Maior de Israel em 1967, declarou: "Não penso que Nasser buscava uma guerra. As duas divisões que enviou ao Sinai não seriam suficientes para lançar uma guerra ofensiva. Ele sabia e nós o sabíamos."
O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 07.45 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelitas atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza, o sul da Síria, os Montes Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém, e a Síria interveio no conflito depois de ser atacada.
No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs sua superioridade militar, ocupando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e os Montes Golã, na Síria.
Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.
   
Situação geoestratégia prévia
Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelitas havia aumentado perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais:
1. A instalação de governos nacionalistas em países árabes (Síria e Iraque), em substituição à dominação colonial europeia. Era uma época em que o pan-arabismo (união de todos os países árabes) estava em ascensão. O Egito e a Síria uniram-se na República Árabe Unida (R.A.U.), e o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser tentava usar a luta comum contra Israel como um fator de aglutinação dos povos árabes sob o seu comando.
2. A formação de movimentos de resistência palestinianos como a Organização de Libertação da Palestina (OLP), chefiada por Ahmed Shukairi e posteriormente por Yasser Arafat, que passaram a atuar de forma cada vez mais agressiva contra o estado judeu. A contínua repetição de episódios de confronto, principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, criaram uma situação de atrito constante.
3. A Faixa de Gaza era administrada pelo Egito (R.A.U.), e a Cisjordânia era parte do território do Reino Hachemita da Jordânia, cujos governos faziam vistas grossas às ações de guerrilha da OLP e grupos menores. O Egito formalizou pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque. Egito e Síria estabelecem, em 1966, um Pacto de Defesa - uma aliança militar que os comprometia reciprocamente em caso de guerra que implicasse um dos dois países.
4. Em 18 de maio de 1967, o presidente egípcio Nasser exigiu do secretário-geral das Nações Unidas, o birmanês U Thant, a retirada das Forças de Paz da ONU que faziam a separação entre os israelitas e egípcios na fronteira. O secretário-geral aceitou as exigências e determinou a retirada dos "capacetes azuis", o que possibilitou a concentração de tropas egípcias frente às tropas israelitas na fronteira.
5. Na sequência, em 22 de maio, Nasser ordenou o encerramento do Estreito de Tiran para os navios israelitas e para todos os que tivessem Israel como destino ou origem, interrompendo o fluxo comercial de Israel pelo Mar Vermelho em uma estratégia de asfixia económica.
O primeiro passo para o desencadear da guerra deu-se em 7 de abril de 1967, quando Israel lançou um ataque contra posições da artilharia árabe e bases de resistência nos Montes Golã. Durante a operação seis aviões sírios Mig foram abatidos pelos caças Mirage de Israel, que voavam baixo sobre a capital da Síria, Damasco. Esta provocação inflamou as tensões entre árabes e israelitas.
A União Soviética teria passado, através dos seus serviços secretos, informações ao governo sírio, que alertariam para um ataque em massa do exército de Israel. Embora não existam provas absolutas dessa colaboração russa, tais informações teriam ajudado a empurrar tanto a Síria quanto o Egipto para a guerra.
Contudo, o General e Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser não foi perspicaz sobre uma guerra com Israel e tomou decisões que levavam a uma guerra fechada - um bloqueio para prevenir um provável ataque israelita.
Em maio de 1967, exércitos árabes começaram a juntar forças ao longo das fronteiras de Israel. Ao mesmo tempo Nasser ordenou um bloqueio no Golfo de Aqaba. Enviou tropas para o Deserto do Sinai e pediu aos Capacetes Azuis da ONU para partirem.
Em resposta a esta ação e ao apoio soviético, o exército israelita foi mobilizado. Egito, Síria e Jordânia declararam estado de emergência. Em 22 de maio Nasser fechou o estreito de Tiran aos barcos de Israel, isolando a cidade portuária de Eilat. Três dias mais tarde o exército do Egito moveu-se para junto das fronteiras com Israel. Em 30 de maio, a Jordânia juntou-se ao Pacto Egito-Síria, formando o Pacto de Defesa Árabe. Durante este período, a imprensa árabe teve um papel vital para a abertura das hostilidades. Jornais e rádios passavam constantemente propaganda contra Israel.
Em 4 de junho de 1967, Israel estava cercado por forças árabes que eram muito mais numerosas do que as suas e seu plano de invasão parecia condenado ao fracasso, até o Mossad pensar numa solução, a guerra era iminente.
   
Militares israelitas ao lado de uma aeronave árabe destruída, 1967
    
Os seis dias de guerra
Diante da ação árabe iminente, antes da invasão começar, o governo e os líderes militares de Israel implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar imposto pelos árabes. Logo depois das 08.45 horas do dia 5 de junho lançaram um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque aéreo, com o nome de código 'Moked', foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egito enquanto estava no solo. Em três horas, a maioria dos aviões e bases estava destruída. Os caças israelitas operavam continuamente apenas voltando para se reabastecer de combustível e armamento em apenas sete minutos. Neste primeiro dia, os árabes perderam mais de 400 aviões; Israel perdeu 20. Esses ataques aéreos deram a Israel a hipótese de destroçar de forma desigual as forças de defesa árabes. A ideia inicial era somente deixar inoperante a base aérea egípcia, inviabilizando qualquer descolagem de aviões militares, onde obtiveram êxito.
De seguida, as forças terrestres de Israel deslocaram-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias.
A guerra não era longe da frente leste de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levi Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque". Mas na manhã do 2º dia, Nasser telefonou a Hussein, encorajando-o a lutar. Ele disse a Hussein que o Egito tinha saído vitorioso no combate da manhã - um engano de Nasser que provocou uma derrota esmagadora da Jordânia, mas que conseguiu impedir que Israel tomasse Amã.
No mesmo dia, às 11.00 horas, tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém, com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelitas em terra estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia. Por causa disto, os reforços árabes que foram enviados tiveram sérios contratempos, o que permitiu que os israelitas tomassem grande parte da cidade dos jordanos em apenas 24 horas.
No terceiro dia da guerra, 7 de junho, as forças jordanas foram empurradas para a Cisjordânia, atravessando o rio Jordão. Israel tinha anexada toda a Cisjordânia e Jerusalém, entrando e reunificando a cidade.
A ONU, sob pressão americana, inicia apelo e negociações com os países árabes envolvidos já prevendo um super re-armamento desses países pelos soviéticos, face as perdas havidas, além da possível entrada de mais países muçulmanos nessa guerra, podendo a situação ficar desproporcional e incontrolável. Felizmente conseguiu-se de inicio um acordo de cessar-fogo entre Israel e a Jordânia que entra em vigor nessa tarde. Após o cessar-fogo, o grande contingente de tropas e tanques de Israel foi dirigido contra as forças do Egito no Deserto do Sinai e Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel atacaram com três divisões de tanques, páraquedistas e infantaria.
Conscientes de que a guerra somente poderia durar poucos dias face aos apelos da ONU, onde era essencial uma vitória rápida e domínio de territórios limítrofes, apesar de poder haver uma reação, os israelitas concentraram todo o seu poder através das linhas egípcias no Deserto do Sinai.
Em 8 de junho, os israelitas começam o seu ataque no Deserto do Sinai e, sob a liderança do General Ariel Sharon, empurraram os egípcios para o Canal do Suez. No final do dia, as Tzahal alcançaram o canal e a sua artilharia continuou a batalha ao longo da linha de frente, enquanto a força aérea atacava as forças egípcias, que, em retirada, tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas. No final do dia os israelitas controlavam toda a Península do Sinai e em seguida o Egito, por intervenção da ONU, aceitou um cessar-fogo com Israel.
Às primeiras horas do mesmo dia 8 de junho, Israel bombardeou acidentalmente o navio de guerra americano USS Liberty, ao largo da costa de Israel, que havia sido confundido com um barco de tropas árabes. 34 americanos morreram. Isso obrigou Israel a anteceder a sua aceitação dos acordos de cessar fogo pela ONU que resultaria em poucos dias.
Com o Sinai sob controle, Israel começa o assalto às posições sírias nas Colinas de Golã, no dia 9 de junho. Foi uma ofensiva difícil devido às bem entrincheiradas forças sírias e ao terreno acidentado. Israel envia uma brigada blindada para as linhas da frente, enquanto a infantaria atacava as posições sírias, e ganha o controle das colinas, hoje divididas com tropas sírias e da ONU.
Às 18.30 horas do dia 10 de junho, a Síria retirou-se da ofensiva face ao apelo da ONU e foi assinado o armistício, apesar dos soviéticos iniciarem um re-armamento ao estado sírio.
Era o fim da guerra nos campos de batalha e início da guerra burocrática nas dependências da ONU, como tais países o assinaram. Mas alguns resultados se estenderam por anos posteriores.
   

Os movimentos militares de Israel durante a guerra e, em azul claro, os territórios anexados como consequência do conflito
   
Consequências
A Guerra dos Seis Dias foi uma derrota para os Estados Árabes, que perderam mais de metade do seu equipamento militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes sofreram 18.000 baixas, enquanto do lado de Israel houve 766.
No dia seguinte à conquista da Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egipto resignou do cargo, por causa da derrota (embora depois voltasse atrás na sua decisão). Contudo, esta derrota não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel. Em agosto de 1967, líderes árabes reuniram-se em Cartum e anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: não às negociações diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um grande prejuízo. Tal guerra amplificou muito a aversão do mundo islâmico relativamente ao estado israelita, até em países que nunca tiveram atrito com ele, que acabaram por cortar relações em definitivo com este, como praticamente todos os países árabes (tal como Irão e Iraque), além do uso da religião islâmica na luta contra Israel.
Quanto a Israel, teve resultados consideráveis como consequência da guerra. As fronteiras sob controle eram agora maiores e incluíam os Montes Golã (com controle dividido com os sírios), a Cisjordânia ("Margem Ocidental") e a Península do Sinai com controle dividido com os egípcios. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu, por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade foi judaica até há quase 2000 anos atrás, quando os romanos expulsaram os judeus. Depois, com o passar dos séculos, Jerusalém esteve quase sempre sob o controle de grandes Impérios, como o Bizantino, o Otomano e o Britânico, sendo que, apenas após a guerra, voltaria totalmente ao controle de um estado judeu.
Por causa da guerra iniciou-se a fuga dos palestinianos das suas casas. Como resultado, aumentou o número de refugiados na Jordânia, EAU e demais países fronteiriços, principalmente o Líbano. O conflito criou 350.000 refugiados, que foram rejeitados por alguns estados árabes vizinhos. Tais refugiados tem constantemente atacado isoladamente e de forma localizada o estado de Israel, desde a Cisjordânia, Faixa de Gaza e ate do sul do Líbano.
          

Daniel Gildenlow, vocalista dos Pain of Salvation, faz hoje 49 anos

      
Daniel Gildenlöw (Eskilstuna, Suécia, 5 de junho de 1973) ficou conhecido mundialmente por ser o vocalista de uma das principais bandas de metal progressivo no cenário musical atual, chamada de Pain of Salvation. Além de ser o vocalista, é o segundo guitarrista, compõe, escreve e cria os conceitos temáticos de cada álbum. Gildenlöw também fez parte da banda The Flower Kings, mas saiu dela em 2005, por motivos pessoais.
     

 


Dee Dee Ramone morreu há vinte anos...


Douglas Glen Colvin
, mais conhecido por Dee Dee Ramone, (Fort Lee, 18 de setembro de 1951 - Los Angeles, 5 de junho de 2002) foi baixista duma das bandas mais famosas da história do punk rock, a banda norte-americana Ramones. Dee Dee passou a sua infância numa Alemanha devastada pela II Guerra Mundial, tendo mudado para Nova Iorque com 14 anos de idade, acompanhado da sua irmã e da sua mãe, quando a última se separou do seu pai, um militar americano que trabalhava na fronteira com a Alemanha Oriental.
Já em Nova Iorque conheceu Joey Ramone, Tommy Ramone e Johnny Ramone, e, juntos, formaram os Ramones. Dee Dee tinha dificuldade para tocar e cantar ao mesmo tempo, por isso quase não cantava, mas contribuía na banda com muitas letras. No meio da turnê do álbum Brain Drain, Dee Dee saiu da banda, alegando estar cansado das turnês exaustivas (anos depois admitiu estar abusando de heroína e outras drogas), e embarcou numa curta carreira a solo como rapper, quando adotou o nome artístico de Dee Dee King. O álbum de rap lançado por Dee Dee foi rejeitado pela crítica e pelo público, fazendo-o logo retornar ao punk rock. Dee Dee continuou a gravitar ao redor dos Ramones, contribuindo com letras e músicas para os discos seguintes.
Foi encontrado morto, em sua casa, em Hollywood, a 5 de junho de 2002, devido a uma overdose de heroína.
 

 

Rihanna lançou o álbum Good Girl Gone Bad há quinze anos

   
Good Girl Gone Bad foi o terceiro álbum de estúdio da cantora Rihanna, lançado a 5 de junho de 2007 nos Estados Unidos. Inclui singles como "Umbrella", o primeiro do álbum, com a participação do rapper Jay-Z, que ficou em primeiro lugar durante dez semanas no Reino Unido e oito semanas na Billboard Hot 100, conquistando ainda o primeiro lugar em cerca de vinte e duas tabelas internacionais. Para além disso o álbum, na primeira semana, vendeu mais de 968.000 cópias mundialmente. O disco foi certificado com cinco platinas pela BPI e três pela RIAA.
   

 


Federico García Lorca nasceu há 124 anos...

     
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 - Granada, 19 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola devido ao seus alinhamentos políticos com a República Espanhola e por ser abertamente homossexual.
     
Biografia
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na Faculdade de Direito de Granada em 1914 e, cinco anos depois, transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou os seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi americano. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol, que ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca regressou a Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar ali um refúgio. Contudo, teve a sua prisão determinada por um deputado, sob o argumento (que se tornou célebre...) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi enterrado num local desconhecido da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão à sua homossexualidade. A sua caneta e voz calava-se, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
    
Federico depois da morte
Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, as suas obras foram proibidas na Espanha.
Com o fim do regime, e o regresso do país à democracia, finalmente  sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. A sua música reflete-se no ritmo e sonoridade da sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais que localizou na sua Andaluzia, as Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram-lhe a sua posição como grande dramaturgo.
  
   

 

 

ODA A WALT WHITMAN

  

Por el East River y el Bronx
los muchachos cantan enseñando sus cinturas,
con la rueda, el aceite, el cuero y el martillo.
Noventa mil mineros sacaban la plata de las rocas
y los niños dibujaban escaleras y perspectivas.

Pero ninguno se dormía,
ninguno quería ser el río,
ninguno amaba las hojas grandes,
ninguno la lengua azul de la playa.

Por el East River y el Queensborough
los muchachos luchaban con la industria,
y los judíos vendían al fauno del río
la rosa de la circuncisión
y el cielo desembocaba por los puentes y los tejados
manadas de bisontes empujadas por el viento.

Pero ninguno se detenía,
ninguno quería ser nube,
ninguno buscaba los helechos
ni la rueda amarilla del tamboril.

Cuando la luna salga
las poleas rodarán para turbar el cielo;
un límite de agujas cercará la memoria
y los ataúdes se llevarán a los que no trabajan.

Nueva York de cieno,
Nueva York de alambres y de muerte.
¿Qué ángel llevas oculto en la mejilla?
¿Qué voz perfecta dirá las verdades del trigo?
¿Quién el sueño terrible de sus anémonas manchadas?

Ni un solo momento, viejo hermoso Walt Whitman,
he dejado de ver tu barba llena de mariposas,
ni tus hombros de pana gastados por la luna,
ni tus muslos de Apolo virginal,
ni tu voz como una columna de ceniza;
anciano hermoso como la niebla
que gemías igual que un pájaro
con el sexo atravesado por una aguja,
enemigo del sátiro,
enemigo de la vid
y amante de los cuerpos bajo la burda tela.
Ni un solo momento, hermosura viril
que en montes de carbón, anuncios y ferrocarriles,
soñabas ser un río y dormir como un río
con aquel camarada que pondría en tu pecho
un pequeño dolor de ignorante leopardo.

Ni un sólo momento, Adán de sangre, macho,
hombre solo en el mar, viejo hermoso Walt Whitman,
porque por las azoteas,
agrupados en los bares,
saliendo en racimos de las alcantarillas,
temblando entre las piernas de los chauffeurs
o girando en las plataformas del ajenjo,
los maricas, Walt Whitman, te soñaban.

¡También ese! ¡También! Y se despeñan
sobre tu barba luminosa y casta,
rubios del norte, negros de la arena,
muchedumbres de gritos y ademanes,
como gatos y como las serpientes,
los maricas, Walt Whitman, los maricas
turbios de lágrimas, carne para fusta,
bota o mordisco de los domadores.

¡También ése! ¡También! Dedos teñidos
apuntan a la orilla de tu sueño
cuando el amigo come tu manzana
con un leve sabor de gasolina
y el sol canta por los ombligos
de los muchachos que juegan bajo los puentes.

Pero tú no buscabas los ojos arañados,
ni el pantano oscurísimo donde sumergen a los niños,
ni la saliva helada,
ni las curvas heridas como panza de sapo
que llevan los maricas en coches y terrazas
mientras la luna los azota por las esquinas del terror.

Tú buscabas un desnudo que fuera como un río,
toro y sueño que junte la rueda con el alga,
padre de tu agonía, camelia de tu muerte,
y gimiera en las llamas de tu ecuador oculto.

Porque es justo que el hombre no busque su deleite
en la selva de sangre de la mañana próxima.
El cielo tiene playas donde evitar la vida
y hay cuerpos que no deben repetirse en la aurora.

Agonía agonía, sueño, fermento y sueño.
Éste es el mundo, amigo, agonía, agonía.
Los muertos se descomponen bajo el reloj de las ciudades,
la guerra pasa llorando con un millón de ratas grises,
los ricos dan a sus queridas
pequeños moribundos iluminados,
y la vida no es noble, ni buena, ni sagrada.

Puede el hombre, si quiere, conducir su deseo
por vena de coral o celeste desnudo.
Mañana los amores serán rocas y el Tiempo
una brisa que viene dormida por las ramas.

Por eso no levanto mi voz, viejo Walt Whítman,
entra el niño que escribe
nombre de niña en su almohada,
ni contra el muchacho que se viste de novia
en la oscuridad del ropero,
ni contra los solitarios de los casinos
que beben con asco el agua de la prostitución,
ni contra los hombres de mirada verde
que aman al hombre y queman sus labios en silencio.
Pero sí contra vosotros, maricas de las ciudades,
de carne tumefacta y pensamiento inmundo,
madres de lodo, arpías, enemigos sin sueño
del Amor que reparte coronas de alegría.

Contra vosotros siempre, que dais a los muchachos
gotas de sucia muerte con amargo veneno.
Contra vosotros siempre,
Faeries de Norteamérica,
Pájaros de la Habana,
Jotos de Méjico,
Sarasas de Cádiz,
Apios de Sevilla,
Cancos de Madrid,
Floras de Alicante,
Adelaidas de Portugal.

¡Maricas de todo el mundo, asesinos de palomas!
Esclavos de la mujer, perras de sus tocadores,
abiertos en las plazas con fiebre de abanico
o emboscadas en yertos paisajes de cicuta.

¡No haya cuartel! La muerte
mana de vuestros ojos
y agrupa flores grises en la orilla del cieno.
¡No haya cuartel! ¡Alerta!
Que los confundidos, los puros,
los clásicos, los señalados, los suplicantes
os cierren las puertas de la bacanal.

Y tú, bello Walt Whitman, duerme a orillas del Hudson
con la barba hacia el polo y las manos abiertas.
Arcilla blanda o nieve, tu lengua está llamando
camaradas que velen tu gacela sin cuerpo.
Duerme, no queda nada.
Una danza de muros agita las praderas
y América se anega de máquinas y llanto.
Quiero que el aire fuerte de la noche más honda
quite flores y letras del arco donde duermes
y un niño negro anuncie a los blancos del oro
la llegada del reino de la espiga.

 

Os portugueses correram com José Sócrates há onze anos...

     

As eleições legislativas portuguesas de 2011, também designadas de eleições para a Assembleia da República, decorreram no dia 5 de junho de 2011. A data foi definida pelo Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, a 31 de março de 2011.

Estas eleições foram antecipadas após o governo do PS, que não tinha a maioria absoluta, ver o chamado "PEC IV" chumbado (pacote de diversas medidas de austeridade para controlar a crise financeira que o país atravessava) após toda a oposição (PSD, CDS, BE, PCP e PEV) ter votado contra, levando a José Sócrates a pedir a sua demissão. Após a convocação de eleições antecipadas, o governo de José Sócrates assinava um pedido de resgate ao FMI, UE e BCE no valor de 78 mil milhões. Ao governo do PS, PSD e CDS juntaram-se na assinatura ao pedido do resgate.

Numas eleições marcadas por uma forte abstenção (superior a 40% pela primeira vez na história), o PSD, liderado por Pedro Passos Coelho, obteve uma vitória incontestável, ao obter 38,7% dos votos e 108 deputados. O PSD venceu em 19 dos 22 círculos eleitorais, incluindo em distritos como Porto, Lisboa, Coimbra e Castelo Branco, onde já não vencia desde 1991. Apesar da vitória folgada, o PSD não tinha maioria absoluta mas conseguiu formar um governo de coligação com o CDS que voltou a obter um excelente resultado. O CDS de Paulo Portas voltava a crescer e obtinha mais de 11% e 24 deputados, o melhor resultado eleitoral desde 1983.

O PS, com José Sócrates novamente à frente, obtinha o seu pior resultado eleitoral desde 1987 e pela primeira vez desde 1991 ficava abaixo dos 30%, ao conseguir apenas 28,1% dos votos e 74 deputados. Os socialistas apenas venceram nos círculos de Beja, Évora e Setúbal e viram-se completamente arrasados em muitos dos seus bastiões como Castelo Branco, Coimbra ou Portalegre. A dimensão da derrota levou a José Sócrates a pedir a sua demissão como líder do PS na própria noite eleitoral.

À esquerda do PS, os resultados foram mistos. A CDU ou PCP-PEV continuava o seu percurso de ligeira ascensão iniciada em 2005 e voltava a eleger mais um deputado, neste caso pelo distrito de Faro, algo que não acontecia desde 1987. Quanto ao Bloco de Esquerda foi um dos grandes derrotados da noite a par do PS ao perder metade do eleitorado e dos deputados que obteve em 2009 ao ficar-se pelos 5,2% e 8 deputados.

Por fim, destacar os resultados do histórico PCTP/MRPP e do recém-formado Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) que falharam por pouco a eleição de um deputado no círculo de Lisboa.
 

O ditador Teodoro Obiang faz hoje oitenta anos

   
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (Acoacán, 5 de junho de 1942) é um político e militar guinéu-equatoriano, atual presidente da Guiné Equatorial desde 1979, após depor seu tio, Francisco Macías, num golpe de estado militar. Obiang foi apontado pela revista Forbes como o oitavo governante mais rico do mundo, apesar da população do seu país ser considerada uma das mais pobres da Terra, sendo que 70 por cento vivem abaixo da linha de pobreza.
Nascido no seio do clã Esangui em Acoacán, Obiang juntou-se aos militares durante o período colonial, tendo frequentado a Academia Militar de Saragoça, em Espanha. Alcançou o posto de tenente após a eleição de Francisco Macías Nguema. Sob a liderança de Macías, Obiang ocupou vários cargos, incluindo os de governador de Bioko, chefe da prisão da Praia Negra e líder da Guarda Nacional.
Depôs Francisco Macías, de quem era sobrinho, a 3 de agosto de 1979, num golpe de estado sangrento (Macías foi levado a julgamento pelas suas atividades ao longo da década anterior e condenado à morte -  as suas atividades incluíram o genocídio dos bubis) e foi executado a 29 de setembro de 1979, por fuzilamento. Obiang declarou que o novo governo iria trazer um novo começo em contraste com as medidas repressivas tomadas pela administração de Macías. Obiang herdou um país com um tesouro vazio e uma população que tinha decaído para um terço do seu total em 1968, tendo 50% dos seus anteriores 1,2 milhões de habitantes emigrado para Espanha, para os seus vizinhos africanos ou sido mortos durante a ditadura do predecessor de Obiang. A presidência foi assumida oficialmente em outubro de 1979. Uma nova constituição foi adotada em 1982. Ao mesmo tempo, Obiang era eleito para um mandato de 7 anos como presidente. Foi reeleito em 1989, sendo candidato único. Após a legalização de outros partidos, foi eleito em 1996 e 2002 em eleições consideradas fraudulentas pelos observadores internacionais.
O regime de Obiang reteve características claramente autoritárias, mesmo após a legalização dos outros partidos em 1991. Muitos observadores nacionais e internacionais consideram o seu regime um dos mais corruptos, etnocêntricos, opressivos e não democráticos do mundo. A Guiné Equatorial é hoje essencialmente um estado de partido único, dominado pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE) de Obiang. Em 2008, o jornalista americano Peter Maas chamou a Obiang "o pior ditator de África", pior mesmo que Robert Mugabe do Zimbabué. A constituição garante a Obiang o poder de governar por decreto. Contudo, Obiang tem muito menos poder que Macías, e grande parte da sua governação tem sido mais suave que a do seu antecessor. Notavelmente, não têm existido as atrocidades que caracterizaram o período de Macías.
Todos os membros, com exceção de um dos 100 assentos parlamentares, pertencem ao PDGE ou estão alinhados com o partido. A oposição está severamente desamparada pela falta de imprensa livre como veículo para a propagação das suas ideias. Cerca de 90% de todos os políticos da oposição vivem no exílio, 550 ativistas anti-Obiang estão presos injustamente e vários foram mortos desde 1979. Em julho de 2003, a estação de rádio estatal declarou que Obiang era um deus "em permanente contacto com o Todo Poderoso" e que "pode decidir matar sem ninguém o chamar a prestar contas e sem ir para o inferno". Ele próprio fez comentários semelhantes em 1993. Apesar desses comentários, continua a alegar ser um devoto católico, tendo sido convidado para ir ao Vaticano pelos papas João Paulo II e Bento XVI. Macías proclamava igualmente ser um deus.
Obiang tem encorajado o culto da sua personalidade assegurando-se que os discursos públicos terminam em votos de prosperidade para si e não para a república. Vários edifícios importantes têm um pavilhão presidencial, várias vilas e cidades têm ruas comemorando o golpe de estado de Obiang contra Macías, tal como é comum entre a população utilizar roupas com a sua cara estampada. Tal como o seu predecessor e outros ditadores africanos, tais como Idi Amin ou Mobutu Sese Seko, Obiang atribuiu a si mesmo vários títulos criativos. Entre eles estão "cavalheiro da grande ilha de Bioko, Annobón e Río Muni". Também se refere a si próprio como El Jefe (O Chefe).
De forma semelhante a Idi Amin, Obiang permitiu propositadamente que se espalhassem rumores sobre se seria ou não canibal. Rumores fictícios sobre o canibalismo têm sido utilizados durante séculos entre o povo fang do centro e oeste africano de forma a criar medo entre os oponentes, dos quais Obiang descende. Vários testemunhos de antigos residentes no país, antes e durante as perseguições, indicam que o canibalismo tem sido utilizado como arma psicológica de guerra. A revista Forbes considera Obiang um dos chefes de estado mais ricos do mundo, com uma riqueza avaliada em cerca de 600 milhões de dólares. Fontes oficiais têm-se queixado de que a Forbes está a contar erradamente propriedades estaduais como pessoais do presidente.
Em 2003, Obiang informou o país de que se sentia obrigado a tomar controlo total sobre o tesouro nacional de forma a prevenir que funcionários públicos fossem tentados a participar em práticas corruptas. Para evitar esta forma de corrupção, Obiang depositou mais de metade de mil milhões de dólares, em contas controladas por si mesmo e pela sua família, no Banco Riggs, em Washington, D.C., levando um tribunal federal americano a multar o banco em 16 milhões de dólares.
   

Nicko McBrain, o baterista dos Iron Maiden, faz hoje setenta anos...!

      
Nicko McBrain (nome artístico de Michael Henry McBrain; Londres, 5 de junho de 1952) é um músico inglês de heavy metal. É conhecido por ser o baterista da banda Iron Maiden, onde ingressou em dezembro de 1982 e permanece desde então, gravando todos os discos. Anteriormente fora baterista de bandas como Trust, Streetwalkers e Pat Travers.
Ficou em 13° lugar na lista dos "50 melhores bateristas de hard rock e metal de todos os tempos" do site Loudwire. Também apareceu na lista dos 'melhores bateristas da atualidade' do site MusicRadar.
     

 


Hoje é o Dia Mundial do Ambiente...!

Foto pessoal - Canhão da Ribeira dos Amiais
     
O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 5 de junho e foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano. Todos os anos, nesse dia, diversas organizações da sociedade civil lançam manifestos e tomam medidas para relembrar o público geral da necessidade de preservação do meio ambiente.

 
  
Da Realidade

Que renda fez a tarde no jardim,
Que há cedros que parecem de enxoval?
Como é difícil ver o natural
Quando a hora não quer!
Ah! não digas que não ao que os teus olhos
Colham nos dias de irrealidade.
Tudo então é verdade,
Toda a rama parece
Um tecido que tece
A eternidade.
  

  
in Nihil Sibi
(1948) - Miguel Torga

sábado, junho 04, 2022

Saudades de Raul Indipwo...

Pinduca, o Rei do Carimbó, faz hoje 85 anos...!

   
Pinduca (batizado como Aurino Quirino Gonçalves) ou Rei do Carimbó estilizado (Igarapé-Miri, 4 de junho de 1937) é um músico brasileiro, cantor e compositor de músicas no gênero e ritmo paraense de um Carimbó diferenciado do conhecido Carimbó de raiz, chamado "Carimbó Pau e Corda". Pinduca, em suas composições, mistura referências de musicas típicas da América central, das Guianas e Suriname, países fronteiriços e/ou próximos ao Norte do Brasil. Neste fluxo de trocas culturais, Pinduca mistura estas referências ao Carimbó Raíz que tem como grandes nomes o considerado Rei do Carimbó Mestre Verequete e o Grande Mestre Lucindo, Rei do Carimbó do Salgado paraense. Essas referências de outros países da América Latina são nitidamente percebidas na indumentária "caribenha" do cantor Pinduca, que sempre se apresenta com um grande chapéu, uma espécie de sombreiro, repleto de pequenos adereços tropicanos.

Pertencente a uma família de músicos, Pinduca iniciou a sua carreira aos catorze anos de idade, cantando carimbó.

Pinduca, atendendo às demandas da indústria cultural brasileira, fez parte de uma geração de músicos que transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofónica. O cantor é conhecido no Estado do Pará por seu contato com os músicos carimbozeiros-raiz, ressignificando as composições do Carimbó Pau e Corda.

Em 2017 o seu álbum No Embalo do Pinduca foi indicado para o Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum de Raízes Brasileiras.