Henri-Julien-Félix Rousseau (
Laval,
21 de maio de
1844 -
Paris,
2 de setembro de
1910), conhecido também pelo público como o
douanier (aduaneiro) por ter trabalhado como inspetor de alfândega, foi um
pintor francês inserido no
movimento moderno do
pós-impressionismo.
A sua obra foi pouco apreciada pelo público geral e pelos críticos,
seus contemporâneos, tendo sido constantemente remetida para o grupo da
arte naïf e
primitivista
- pelo seu carácter autodidata, resultado da inexistência de formação
académica no campo artístico, pela recusa dos cânones da arte
reconhecida até então e pela aparente ingenuidade grotesca.
Vida
Henri Rousseau, filho de Julien Rousseau (latoeiro) e Eléonore, vai
refletir ao longo da sua vida o insucesso financeiro da sua família e o
tormento pela falta de perspetivas resultante desse nível social
inferior. A sua vida escolar até
1860
toma lugar em Laval, incluindo a permanência num internato em
consequência da vida pouco sedentária que os seus pais se vêem obrigados
a levar após a falência do negócio do pai.
Em
1861 a família estabelece-se em
Angres, onde Rousseau trabalhará num escritório de advocacia entre
1863 e
1867. Após roubar 20
francos
a este escritório e ser condenado a 1 mês de prisão, Rousseau alista-se
voluntariamente no 51º Regimento de Infantaria de Angres para um
período de 7 anos, o qual não chegará ao fim por ser dispensado em
1868. Neste mesmo ano o seu pai morre e Rousseau estabelece-se em
Paris onde, no ano seguinte, se casa com Clémence Boitard, uma costureira, com quem terá 5 filhos, dos quais 4 morrerão precocemente.
A partir de
1871, e após ter trabalhado como empregado de um oficial de diligências, Rousseau inicia o seu trabalho na
alfândega de Paris. Decorridos 19 anos de casamento, Clémence morre vítima de
tuberculose e Rousseau volta a contrair matrimónio 10 anos depois, em
1899, com a viúva Joséphine-Rosalie Nourry. Pouco tempo depois, em
1903, morre também a sua 2ª mulher, um ano após Rousseau se tornar professor na
Association Philotechnique onde ensina a técnica da pintura em
porcelana e de miniaturas.
Rousseau infringe de novo a lei e é sentenciado, em
1909, a 2 anos de prisão com pena suspensa e uma coima de 200 francos, por fraude bancária. Morre, com 66 anos, a 2 de setembro de
1910, vítima de
septicemia.