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quinta-feira, setembro 02, 2021

Aldir Blanc, o recentemente falecido letrista, compositor e cronista brasileiro, nasceu há 75 anos...

     
Aldir Blanc Mendes (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1946 - Rio de Janeiro, 4 de maio de 2020) foi um letrista, compositor e cronista brasileiro. Médico formado pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, hoje parte da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) com especialização em psiquiatria, abandonou a profissão para se tornar compositor e um dos grandes letristas da história da música brasileira.
Em 50 anos de atividade como letrista e compositor, foi autor de mais de 600 canções. A sua principal parceria se deu com João Bosco, em colaboração que se estendeu pela década de 1970 e parte da década de 1980 e foi considerada como uma das "duplas fundamentais da MPB". Blanc teve cerca de 50 parceiros em sua carreira, destacando-se, além de Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra. Entre seus trabalhos mais notáveis como letrista estão “Bala com Bala”, O Mestre-sala dos Mares, “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, “De Frente pro Crime”, “Kid Cavaquinho”, “Incompatibilidade de Gênios”, “O Ronco da Cuíca”, “Transversal do Tempo”, “Corsário”, "O Bêbado e a Equilibrista", “Catavento e Girassol”,“Coração do Agreste” e “Resposta ao Tempo”.
Além de letrista, Blanc foi também cronista, tendo escrito colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Muitas dessas crônicas foram lançadas mais tarde como livros, como são os casos de "Rua dos Artistas e arredores", "Porta de tinturaria" e "Vila Isabel, inventário da infância". Apaixonado pelo Vasco da Gama, escreveu - em parceria com José Reinaldo Marques - o livro "Vasco - a Cruz do Bacalhau". Ao longo de sua obra, são várias as referências - implícitas ou explícitas - ao Vasco.
Salgueirense boêmio por muitos anos, acabou se tornando uma pessoa quase totalmente reclusa em seu apartamento na Muda, no bairro carioca da Tijuca. Segundo o próprio Aldir, sua reclusão era consequência de uma fobia social desenvolvida a partir de um grave acidente de carro, em 1991, que limitara os movimentos da perna esquerda. Em 2010, ao descobrir sofrer de diabetes tipo 2 e pressão alta, parou de fumar e consumir álcool. Em 2020, dias após ser internado em estado grave, com infecção urinária e pneumonia, morreu de COVID-19. A sua morte foi muito lamentada no meio artístico brasileiro. 

 

 

O Bêbado e a Equilibrista - Elis Regina
João Bosco & Aldir Blanc


Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos

A lua, tal qual a dona do bordel,

Pedia a cada estrela fria

Um brilho de aluguel

E nuvens, lá no mata-borrão do céu,

Chupavam manchas torturadas, que sufoco!

Louco, o bêbado com chapéu-coco

Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.

Meu Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil.

Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.

Chora a nossa pátria mãe gentil,

Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.

Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente, a esperança

Dança na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha pode se machucar

Azar, a esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista

Tem que continuar...

quarta-feira, setembro 02, 2020

O letrista, compositor e cronista brasileiro Aldir Blanc nasceu há 74 anos

   
Aldir Blanc Mendes (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1946 - Rio de Janeiro, 4 de maio de 2020) foi um letrista, compositor e cronista brasileiro. Médico formado pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, hoje parte da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) com especialização em psiquiatria, abandonou a profissão para se tornar compositor e um dos grandes letristas da história da música brasileira.
Em 50 anos de atividade como letrista e compositor, foi autor de mais de 600 canções. A sua principal parceria se deu com João Bosco, em colaboração que se estendeu pela década de 1970 e parte da década de 1980 e foi considerada como uma das "duplas fundamentais da MPB". Blanc teve cerca de 50 parceiros em sua carreira, destacando-se, além de Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra. Entre seus trabalhos mais notáveis como letrista estão “Bala com Bala”, O Mestre-sala dos Mares, “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, “De Frente pro Crime”, “Kid Cavaquinho”, “Incompatibilidade de Gênios”, “O Ronco da Cuíca”, “Transversal do Tempo”, “Corsário”, "O Bêbado e a Equilibrista", “Catavento e Girassol”,“Coração do Agreste” e “Resposta ao Tempo”.
Além de letrista, Blanc foi também cronista, tendo escrito colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Muitas dessas crônicas foram lançadas mais tarde como livros, como são os casos de "Rua dos Artistas e arredores", "Porta de tinturaria" e "Vila Isabel, inventário da infância". Apaixonado pelo Vasco da Gama, escreveu - em parceria com José Reinaldo Marques - o livro "Vasco - a Cruz do Bacalhau". Ao longo de sua obra, são várias as referências - implícitas ou explícitas - ao Vasco.
Salgueirense boêmio por muitos anos, acabou se tornando uma pessoa quase totalmente reclusa em seu apartamento na Muda, no bairro carioca da Tijuca. Segundo o próprio Aldir, sua reclusão era consequência de uma fobia social desenvolvida a partir de um grave acidente de carro, em 1991, que limitara os movimentos da perna esquerda. Em 2010, ao descobrir sofrer de diabetes tipo 2 e pressão alta, parou de fumar e consumir álcool. Em 2020, dias após ser internado em estado grave com infecção urinária e pneumonia, morreu de COVID-19. A sua morte foi muito lamentada no meio artístico brasileiro. 



O Bêbado e a Equilibrista - Elis Regina
João Bosco & Aldir Blanc


Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos

A lua, tal qual a dona do bordel,

Pedia a cada estrela fria

Um brilho de aluguel

E nuvens, lá no mata-borrão do céu,

Chupavam manchas torturadas, que sufoco!

Louco, o bêbado com chapéu-coco

Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.

Meu Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil.

Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.

Chora a nossa pátria mãe gentil,

Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.

Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente, a esperança

Dança na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha pode se machucar

Azar, a esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista

Tem que continuar...