domingo, junho 05, 2016
Erasmo Carlos - 75 anos!
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Marcadores: Brasil, country rock, Erasmo Carlos, Mesmo que seja eu, MPB, música, pop rock, rockabilly, samba-rock, soul, surf rock
sexta-feira, junho 03, 2016
Harry Glicken morreu há 25 anos...
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Marcadores: Harry Glicken, Japão, nuvem ardente, Unzen, Vulcanologia
Os Krafft morreram há 25 anos...
Maurice Krafft
- Guide des volcans d’Europe: généralités, France, Islande, Italie, Grèce, Allemagne..., Neuchâtel: Delachaux et Niestlé, 1974, 412 pp.
- Questions à un vulcanologue: Maurice Krafft répond, Paris: Hachette-Jeunesse, 1981, 231 pp.
- Les Volcans et leurs secrets, Paris: Nathan, 1984, 63 pp.
- Le Monde merveilleux des volcans, Paris: Hachette-Jeunesse, 1981, 58 pp.
- Les Feux de la Terre, Histoire de volcans, Paris: Découvertes Gallimard, 208 pp.
- À l’assaut des volcans, Islande, Indonésie, Paris: Presses de la Cité, 1975, 112 pp.
- Preface by Eugène Ionesco, Les Volcans, Paris: Draeger-Vilo, 1975, 174 pp.
- La Fournaise, volcan actif de l’île de la Réunion, Saint-Denis: Éditions Roland Benard, 1977, 121 pp.
- Volcans, le réveil de la Terre, Paris: Hachette-Réalités, 1979, 158 pp.
- Dans l’antre du Diable: volcans d’Afrique, Canaries et Réunion, Paris: Presses de la Cité, 1981, 124 pp.
- Volcans et tremblements de terre, Paris: Les Deux Coqs d’Or, 1982, 78 pp.
- Volcans et dérives des continents, Paris: Hachette, 1984, 157 pp.
- Les plus beaux volcans, d’Alaska en Antarctique et Hawaï, Paris: Solar, 1985, 88 pp.
- Volcans et éruptions, Paris: Hachette-Jeunesse, 1985, 90 pp.
- Les Volcans du monde, Vevey-Lausanne: Éditions Mondo, 1986, 152 pp.
- Objectif volcans, Paris: Nathan Image, 1986, 154 pp.
- Führer zu den Virunga Vulkanen, Stuttgart: F. Enke, 1990, 187 pp.
- Au cœur de la Fournaise, Orléans: Éditions Nourault-Bénard, 1986, 220 pp.
- Guide des volcans d'Europe et des Canaries, Neuchâtel: Delachaux et Niestlé, 1991, 455 pp.
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Marcadores: França, Japão, Katia Krafft, Krafft, Maurice Krafft, nuvem ardente, Unzen, Vulcanologia
sábado, maio 28, 2016
O golpe que acabou com a Primeira República foi há 90 anos
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Marcadores: 28 de maio de 1926, estado novo, I república
quinta-feira, maio 26, 2016
Miles Davis nasceu há 90 anos!
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terça-feira, maio 24, 2016
Bob Dylan - 75 anos!
sábado, maio 14, 2016
Bobby Darin nasceu há 80 anos
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Há 101 anos uma sangrenta revolução fez cair o primeiro Presidente da República
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Marcadores: assassinato, carbonária, I república, Manuel de Arriaga, Revolta de 14 de Maio de 1915
sexta-feira, maio 13, 2016
Música para celebrar a data...!
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quinta-feira, maio 12, 2016
Manuel Alegre - 80 anos!
À excepção dos primeiros estudos, feitos em Águeda, frequentou diversos estabelecimentos de ensino: fez o primeiro ano do liceu no Passos Manuel, em Lisboa, no segundo esteve três meses como aluno interno no Colégio Almeida Garrett, no Cartaxo, seis meses no Colégio Castilho, em São João da Madeira, e depois foi para o Porto, concluindo os estudos secundários no Liceu Central Alexandre Herculano. Aí fundou, com José Augusto Seabra, o jornal Prelúdio.
Anos em Coimbra
Em 1956 entra na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Pouco depois inicia o seu percurso político, nos grupos de oposição de estudantes ao Salazarismo. Torna-se militante do Partido Comunista Português em 1957, que viria a abandonar em 1968. Enquanto membro da Comissão da Academia, apoia a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958. Não teve menor relevo na actividade cultural: participou na fundação do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e foi actor do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, deslocando-se para actuar em Bruxelas (1958), Cabo Verde (1959) e Bristol (1960).
Em 1960 publica poemas nas revistas Briosa (que dirigiu), Vértice e Via Latina, participando ainda na colectânea A Poesia Útil e Poemas Livres, juntamente com Rui Namorado, Fernando Assis Pacheco e José Carlos Vasconcelos.
Guerra Colonial
Em 1961 é chamado a cumprir serviço militar e assenta praça na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, de onde sai, pouco depois, para a Ilha de São Miguel. Aí desencadeia o movimento de Juntas de Acção Patriótica de Estudantes, constituídas por militares e civis. Além disso chega a traçar, com Melo Antunes e outros, um plano para tomar conta da ilha, que não se concretiza. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde é preso pela PIDE e condenado a seis meses de reclusão na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, acusado de tentativa de revolta militar contra à Guerra do Ultramar. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Regressa a Portugal em 1964. A ameaça de nova detenção e de julgamento pelo Tribunal Militar, por suspeita de traição, leva-o a passar à clandestinidade e a partir para o exílio, tendo sido auxiliado pelo poeta João José Cochofel, que o esconde no norte do país.
No exílio
Chegado a Paris em Julho de 1964, participa na Terceira Conferência e é eleito para a Direcção da Frente Patriótica de Libertação Nacional, presidida por Humberto Delgado. Isto dar-lhe-á a possibilidade de depor perante as Nações Unidas, como representante dessa organização, sobre a sua experiência em Angola, e contactar com os líderes dos movimentos africanos de libertação, como Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Samora Machel, Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade e Aquino de Bragança. Em 1964 parte para o exílio, em Argel, onde é locutor da emissora de rádio A Voz da Liberdade. Nessa emissora difunde conteúdos destinados a lutar contra o Salazarismo, declarando apoio aos movimentos de guerrilha do Ultramar, que lutavam contra as Forças Armadas de Portugal, convertendo num símbolo de resistência e liberdade. Entretanto os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), são apreendidos pela censura, mas cópias manuscritas ou dactilografadas circulam de mão em mão, clandestinamente. Poemas seus, cantados, entre outros, por Amália Rodrigues, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luis Cília tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade.
Em 1968 entra em ruptura com o Partido Comunista Português, em consequência dos acontecimentos da Primavera de Praga e da invasão das forças do Pacto de Varsóvia naquele país.
De regresso a Portugal
Uma década depois regressa a Portugal, onde chega a 2 de maio de 1974. Entra nos quadros da Radiodifusão Portuguesa, como director dos Serviços Recreativos e Culturais, e é um dos fundadores (com Piteira Santos, Nuno Bragança e outros) dos Centros Populares 25 de Abril, uma organização que pretendia um papel cívico, complementar ao dos partidos.
Ainda em 1974 adere ao Partido Socialista, de que foi dirigente nacional. Estreia-se como deputado na Assembleia Constituinte, em 1975. É deputado à Assembleia da República a partir de 1976, integrando também o I Governo Constitucional (de Mário Soares), primeiro como Secretário de Estado da Comunicação Social, depois como Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro para os Assuntos Políticos. Também no Parlamento foi presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, vice-presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa ao Conselho da Europa, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e vice-presidente da Assembleia da República. Em 2004 foi candidato a secretário-geral do PS, perdendo para José Sócrates. Em 2006 foi candidato independente às eleições presidenciais, tendo obtido mais votos que Mário Soares, então candidato oficial do PS. Após essas eleições funda o Movimento de Intervenção e Cidadania. Em 2009 cessa o seu último mandato como deputado à Assembleia da República, após trinta e quatro anos no Parlamento. Mantém-se como membro do Conselho de Estado e das Ordens Honoríficas de Portugal. Em 2010 anuncia a sua candidatura às eleições presidenciais de 2011, conseguindo o apoio do PS, do BE, bem como dos dirigentes do MIC.
No total, foi deputado 34 anos. Reforma-se após deixar o parlamento. Aufere uma reforma de 3219,95€ (para a qual contaram os descontos efectuados como deputado), uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais. A sua reforma foi motivo de diversos boatos nos meios de comunicação social, que foram levados a Tribunal, culminando no pagamento a Manuel Alegre de uma indemnização no valor de quarenta mil euros, como compensação por danos morais em virtude de notícia publicada em Junho de 2006, no jornal diário Correio da Manhã, e que lhe imputava o recebimento de uma reforma superior a três mil euros por escassos meses de trabalho na RDP, esquecendo os mais de 30 anos em que Manuel Alegre descontou para a Caixa Geral de Aposentações enquanto deputado na Assembleia da República. Manuel Alegre ganhou os recursos em sede de tribunal de primeira instância, de novo na relação de Lisboa, e de novo em sede de Supremo Tribunal de Justiça. Acumula ainda uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais, aplicada a todos os titulares de cargos públicos com desempenhos superiores a 12 anos.
Casou duas vezes, primeiro com Isabel de Sousa Pires, de quem não teve filhos, e depois com Mafalda Maria de Campos Durão Ferreira (Lisboa, 13 de Dezembro de 1947), de quem tem dois filhos e uma filha.
Poesia
- 1965 - Praça da Canção
- 1967 - O Canto e as Armas
- 1971 - Um Barco para Ítaca
- 1976 - Coisa Amar (Coisas do Mar)
- 1979 - Nova do Achamento
- 1981 - Atlântico
- 1983 - Babilónia
- 1984 - Chegar Aqui
- 1984 - Aicha Conticha
- 1991 - A Rosa e o Compasso
- 1992 - Com que Pena — Vinte Poemas para Camões
- 1993 - Sonetos do Obscuro Quê
- 1995 - Coimbra Nunca Vista
- 1996 - As Naus de Verde Pinho
- 1996 - Alentejo e Ninguém
- 1997 - Che
- 1998 - Pico
- 1998 - Senhora das Tempestades
- 2001 - Livro do Português Errante
- 2008 - Nambuangongo, Meu Amor
- 2008 - Sete Partidas
- 1989 - Jornada de África
- 1989 - O Homem do País Azul
- 1995 - Alma
- 1998 - A Terceira Rosa
- 1999 - Uma Carga de Cavalaria
- 2002 - Cão Como Nós
- 2003 - Rafael
Literatura Infantil
- 2007 - BARBI-RUIVO, O meu primeiro Camões, ilustrações de André Letria, Publicações Dom Quixote, 1ª edição, Novembro de 2007.
- 2009 - O PRÍNCIPE DO RIO, ilustrações de Danuta Wojciechowska, Publicações Dom Quixote, Abril de 2009.
Outros
- 1997 - Contra a Corrente (discursos e textos políticos)
- 2002 - Arte de Marear (ensaios)
- 2006 - O Futebol e a Vida, Do Euro 2004 ao Mundial 2006 (crónicas)
LIBERDADE
Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.
Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.
Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.
Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.
Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.
Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade.
in A Praça da Canção - Manuel Alegre (3ª Edição -1974)
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quarta-feira, maio 11, 2016
Bob Marley morreu há 35 anos...
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Marcadores: Bob Marley, Don't Rock My Boat, Jamaica, música, reggae
Carlos Lyra nasceu há 80 anos!
Biografia
Nasceu no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 11 de maio de 1936. Era o filho mais velho de José Domingos Barbosa, um oficial da Marinha, e da dona-de-casa Helena Lyra Barbosa. Possui dois irmãos: Sérgio Henrique Lyra Barbosa, também oficial da Marinha, e Maria Helena Lyra Fialho, professora de teatro.
Carlos Lyra começou a fazer música com um piano de brinquedo aos sete anos de idade, passando, em seguida, a tocar harmónica. Ainda adolescente, partiu uma perna num campeonato de salto em comprimento. O acidente obrigouo a ficar de repouso na cama por seis meses. Para passar o tempo, foi-lhe oferecido um violão e o Método Paraguaçu de aprendizagem do instrumento.
Ao receber alta do médico, já dominava o violão. Estudou no Colégio Santo Inácio, foi semi-interno no Colégio São Bento e concluiu o antigo segundo grau no Colégio Mallet Soares, em Copacabana, onde conheceu o compositor Roberto Menescal, com quem montou a primeira Academia de Violão, uma forma que encontraram de viver profissionalmente da atividade musical, por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá, entre outros. Nessa época, decidiu trocar o curso de Arquitetura na faculdade pela música. Participou da primeira geração da bossa nova ao lado do parceiro Ronaldo Bôscoli, e de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto – todos representados no álbum Chega de Saudade, lançado em 1959.
Carreira
Década de 50
Carlos Lyra escreveu a sua primeira canção, intitulada "Quando chegares", em 1954. Ainda nesse ano, Geraldo Vandré (à época apresentando-se como Carlos Dias), interpretou sua composição "Menina" no I Festival da Canção, realizado pela TV Rio. Em 1955, a música foi gravada por Sylvinha Telles e lançada como single pela gravadora Odeon. O disco é considerado um precursor da bossa nova.
No ano seguinte, iniciou a sua carreira profissional como músico, tocando guitarra elétrica no conjunto de Bené Nunes. Ainda em 1956, o seu samba "Criticando", precursor de "Influência do jazz", foi gravado pelo grupo vocal Os Cariocas. Em 1957, começou a compor em parceria com Ronaldo Bôscoli. São dessa época as canções "Lobo bobo" e "Se é tarde me perdoa". Ainda em 1957, participou, na Sociedade Hebraica de Laranjeiras, de um show cuja apresentação em cartaz dizia: "Hoje, Sylvia Telles, Carlos Lyra e os bossa nova", expressão utilizada pela primeira vez para descrever a música do compositor e seus companheiros de palco daquela noite. No ano seguinte, compôs, em parceria com Geraldo Vandré, as canções "Quem quiser encontrar o amor" (famosa na voz de Maysa) e "Aruanda".
Em 1959, as suas composições "Maria Ninguém", "Lobo Bobo" e "Saudade fez um samba" foram gravadas por João Gilberto no álbum Chega de Saudade, lançado pela Odeon. Ainda em 1959, gravou o seu primeiro disco, Carlos Lyra: bossa nova, lançado pela Philips, com texto de contracapa escrito por Ary Barroso.
Em 1961, compôs "Canção que morre no ar" ao lado de Ronaldo Bôscoli. Escreveu o musical infantil O dragão e a fada, cujas letras foram compostas com a parceria de Nelson Lins e Barros. Musicou Um americano em Brasília, peça teatral de Chico de Assis e Nelson Lins e Barros, que incluiu as canções "Mister Golden", "Maria do Maranhão", "Canção do subdesenvolvido", "É tão triste dizer adeus" e "Promessas de você", entre outras.
Ainda em 1961 fundou, ao lado de Oduvaldo Viana Filho, Ferreira Gullar, Leon Hirszman e Carlos Estevam, o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). No exercício dessa função, entrou em contato com compositores populares como Zé Keti (que viria a se tornar seu parceiro no "Samba da Legalidade", composto durante a Campanha da Legalidade), Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e João do Vale. Este grupo de compositores, mais tarde apresentado por ele a Nara Leão, deu origem ao álbum Nara pede passagem, com destaque para a música "Se alguém perguntar por mim" e, mais tarde, ao Grupo Opinião. Ainda nesse ano, escreveu "Influência do Jazz" e compôs a música da peça infantil Maroquinhas Fru-Fru, de Maria Clara Machado.
Em 1962, musicou Couro de gato, curta-metragem premiado de Joaquim Pedro de Andrade realizado em 1960, e nesse ano incluído como segmento do filme Cinco Vezes Favela, e Gimba, filme dirigido por Flávio Rangel. Participou, também em 1962, do histórico Festival de Bossa Nova, realizado no Carnegie Hall, em Nova York, interpretado as suas canções "Maria ninguém", "Lobo bobo" e "Influência do jazz", esta última também apresentada pelo Bossa Rio, quarteto de Sérgio Mendes. Ainda nesse ano, escreveu com Vinícius de Moraes as canções do musical Pobre menina rica. O espetáculo foi montado em 1963, inicialmente na casa noturna Au Bon Gourmet (RJ), com direção geral de Aloysio de Oliveira e direção musical de Eumir Deodato. No elenco, além do compositor, figuraram ainda o próprio Vinícius e Nara Leão, que estava sendo lançada como cantora. O show seguiu, sob sua direção, para o Teatro Maison de France (RJ) e, depois, para o Teatro de Bolso (RJ), quando contou com a participação de Ari Toledo, que se tornou conhecido por sua interpretação de "Pau de arara (O comedor de giletes)".
Ainda em 1963, participou, com Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá, do concerto promovido pelo então embaixador Roberto Campos e realizado no George Washington Auditorium, na capital norte-americana. Lançou pelo CPC da UNE a "Canção do subdesenvolvido" no disco O povo canta. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE. No ano seguinte, o disco foi retirado de circulação pela recém instaurada ditadura militar. Na mesma época, o Teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC).
Atuou também como diretor musical do Teatro de Arena, promovendo apresentações de Zé Keti, Cartola, Nélson Cavaquinho, João do Vale, Nara Leão, As baianinhas (batizadas por ele como "Quarteto em Cy", nome artístico com o qual passaram a atuar profissionalmente) e Trio Tamba. Musicou Bonitinha mas ordinária, filme de José Pereira de Carvalho, baseado em obra de Nélson Rodrigues. Compôs, com Vinícius de Moraes, a "Marcha da quarta-feira de cinzas" e o "Hino da UNE". Atuou como diretor musical da Rádio Nacional, exercendo o cargo até ao golpe militar em 1964. Nesse ano, viajou para os Estados Unidos, onde participou, com Stan Getz, do Festival de Jazz de Newport.
Em 1965, gravou a banda sonora de Pobre menina rica, em disco lançado pela CBS, que contou com a participação de Dulce Nunes, Moacir Santos, Catulo de Paula e Telma Soares. Gravou, também pela CBS, o disco Sound of Ipanema, em parceria com Paul Winter, produzido por John Hammond com contracapa de Felix Grant (disc jockey de Washington, que era grande apreciador da bossa nova). Ainda nesse ano, escreveu a banda de O padre e a moça, filme de Joaquim Pedro de Andrade. Participou do show O remédio é bossa, realizado no Teatro Paramount, em São Paulo, ao lado de Sylvinha Telles, Tom Jobim, Alaíde Costa e Marcos Valle. Ainda em 1965, fez espetáculos com Stan Getz em diversas cidades norte-americanas, e cinco regiões: Brasil, Japão, Canadá, Europa e México.
Em 1966, compôs "Lá vem o bloco" com Gianfrancesco Guarnieri. Em seguida, viajou para o México, onde se apresentou com Stan Getz, fixando residência nesse país durante quatro anos. Ainda em 1966, apresentou o Concerto de Bossa Nova e Jazz do México, no Parque de Chapultepec, para uma plateia de seis mil pessoas, no qual os seus músicos abriam o espetáculo com três números de jazz instrumental. No ano seguinte, compôs 20 trilhas musicais para curta metragens, além de criar e fazer a locução de textos de orientação turística para os Jogos Olímpicos da Cidade do México.
Voltou para o Brasil em 1971, casado com a atriz e modelo norte-americana Kate Lyra, sua parceira nas canções "I see me passing by", "Nothing night" e "It's so obvious" (versão de "Cara bonita"). Nesse ano, lançou pela gravadora Philips o álbum ...E no entanto é preciso cantar, que contou com a participação de Chico Buarque na música "Essa passou", parceria de ambos. Em 1972, lançou, também pela Philips, o álbum Eu e elas, produzido por Paulinho Tapajós. Participou da banda sonora da novela O Cafona, com suas canções "Tudo que eu sou eu dei" e "Gente do morro", esta última escrita originalmente com Vinicius de Moraes para a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
Em 1973, assinou contrato com a gravadora Continental e lançou o álbum Carlos Lyra. Em 1974, gravou o disco Herói do medo, censurado na íntegra e finalmente deixado entrar no mercado brasileiro e lançado no ano seguinte. Mudou-se, ainda em 1974, para Los Angeles, onde viveu durante dois anos. Participou da "terapia do grito primal", de Arthur Janov, e estudou astrologia na Sideral School of Astrology. Voltou para o Brasil em 1976, e lançou, pela Editora Codecri, a mesma do jornal O Pasquim, o livro "O seu verdadeiro signo".
Em 1979, participou do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes - Associação que congrega todos os estudantes universitários do Brasil) realizado em Salvador. Nessa ocasião, regeu um coro de cinco mil estudantes que cantavam em uníssono o "Hino da UNE", de sua autoria, ao lado de Vinícius de Moraes. No ano seguinte, musicou Vidigal, peça teatral de Millôr Fernandes baseada em Memórias de um sargento de milícias, romance de Manoel Antônio de Almeida. Ainda em 1980, a peça infantil O dragão e a fada, em cartaz desde 1970 no México, foi contemplada com cinco Deusas de Prata, o maior prémio mexicano de teatro, nas categorias Melhor Direção, Melhor Texto, Melhor Música, Melhor Elenco e Melhor Cenário e Figurino.
Participou, em 1986, do VII Carrefour Mondial de La Guitare, realizado na Ilha da Martinica. Em 1987, apresentou-se em Espanha ao lado de Caetano Veloso, Toquinho e Nana Caymmi. Em 1989, viajou para o Japão, dividindo o palco com Leila Pinheiro e o Quarteto em Cy. No ano seguinte, apresentou-se no Norte e Nordeste do país pelo "Projeto Brasileirinho", promovido pelo SESC. Em 1991, o seu musical Pobre menina rica foi remontado sob a direção de Aderbal Júnior. Em 1992, viajou em turnê pela Espanha e Portugal. Participou também do Festival de Jazz de Pescara, na ltália, ao lado de Gerry Mulligan e Gary Burton. No ano seguinte, gravou no Japão o CD Bossa Lyra, lançado pela BMG/Victor.
Em 1994, a Editora Lumiar, de Almir Chediak, lançou o livro e o CD Carlos Lyra. De acordo com entrevista de Lyra publicada no livro, "Maria Ninguém" era a canção favorita da primeira-dama americana Jacqueline Kennedy. Publicou, em seguida, pela Editora Maltese, o livro Ayanamsa: astrologia sideral. Ainda nesse ano, seu CD Bossa Lyra foi lançado no mercado brasileiro pela BMG/Ariola. Gravou, também em 1994, o CD Carioca de algema, lançado pela EMI-Odeon. No ano seguinte, realizou vários shows pelo Brasil, apresentando sua obra.
Em 1996, compôs, com Paulo César Pinheiro, a trilha sonora de Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, filme de Paulo Thiago. Voltou ao Japão para uma temporada de shows. Ao final desse ano, estreou, no Metropolitan, no Rio, o show Vivendo Vinícius, ao lado de Leila Pinheiro, Toquinho e Baden Powell. Em 1997, participou do álbum Get's bossa nova lançado pela Pony Cannion Records. Ainda naquele ano, apresentou-se, ao lado de Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Astrud Gilberto, entre outros, no espetáculo Get's bossa nova, realizado em Tóquio, em comemoração aos 40 anos da bossa nova. Em 1998 participou, ao lado de Baden Powell, Toquinho e Miucha, da nova montagem do espetáculo Vivendo Vinícius, realizado no Teatro João Caetano e gravado ao vivo em CD pela BMG.
No ano seguinte, apresentou-se no "Festival de Verão: Rio, sempre Bossa Nova", projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro realizado no Parque Garota de Ipanema. Participou, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Joyce, Leila Pinheiro, Roberto Menescal e Wanda Sá, entre outros, do show de encerramento desse projeto, realizado no Posto 10 da Praia de Ipanema em comemoração aos 40 anos da Bossa Nova. Ainda em 1999, musicou o poema "Quando ela fala", de Machado de Assis. A canção foi interpretada por sua filha Kay Lyra na cerimónia do transladação dos restos mortais do escritor e de sua esposa Carolina para o Mausoléu da Academia Brasileira de Letras.
Em 2001, seu disco Saravá, relançado em CD pela BMG em produção assinada por Arnaldo DeSouteiro, foi premiado pela revista japonesa Record Collectors como o melhor relançamento do ano. Em 2002, a WEA Music relançou em CD o disco Herói do medo, com evento promovido na Modern Sound, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, o CD Sambalanço foi lançado no mercado brasileiro. Nesse mesmo ano, comemorou 50 anos de carreira com show no Canecão. O espetáculo contou com a participação de Emílio Santiago, João Donato, Ivan Lins, Toni Garrido, Leila Pinheiro, Miúcha, Quarteto em Cy, Leny Andrade, Roberto Menescal, Wanda Sá, Marcos Valle, Leo Gandelman, Chico Caruso, Os Cariocas e Antonio Adolfo, além do seu sobrinho Claudio Lyra e da sua filha Kay Lyra. Também em 2004, participou, ao lado de Johnny Alf, João Donato, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas e Bossacucanova, do espetáculo Bossa Nova in Concert, realizado no Canecão. O show foi apresentado por Miele.
Apresentou-se, em 2005, no Martinus Concert Hall, em Helsinki. No mesmo ano, foi contemplado com o Prémio Shell de Música, pelo conjunto de sua obra. Também em 2005, participou, como convidado especial, do show Bossa entre amigos, no Bar do Tom, no Rio, ao lado de Marcos Valle, Roberto Menescal e Wanda Sá. Nesse mesmo ano, fez show no Songbook Café, no Rio, ao lado de Antonio Adolfo, e atuou na segunda apresentação do espetáculo Bossa nova in concert, no Pátio dos Patins, também no Rio. Também em 2005, lançou o DVD 50 anos de música, registo do show realizado no ano anterior no Canecão. Ainda nesse ano, estreou o documentário Coisa mais linda - Histórias e casos da bossa nova, de Paulo Thiago, que contou com sua participação, ao lado de Roberto Menescal, na condução da narrativa. Apresentou-se, também em 2005, no Mistura Fina, no Rio.
No dia 25 de abril de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série Sarau da Pedra. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical. A comemoração contou com palestra sobre Vinicius de Moraes, proferida pelo poeta e membro da Academia Brasileira de Letras Ivan Junqueira, além de show de Kay Lyra, interpretando músicas de sua autoria. Em 2008 apresentou-se no Mistura Fina, no Rio de Janeiro, com o show Eu e a bossa. No mesmo ano, participou do espetáculo Bossa nova 50 anos, realizado na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Também no elenco, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Wanda Sá, Leila Pinheiro, Emílio Santiago, Zimbo Trio, Leny Andrade, Fernanda Takai, Maria Rita, João Donato, Joyce, Marcos Valle e Patrícia Alvi, Bossacucanova e Cris Delanno. O show foi feito em comemoração aos 50 anos da bossa nova, e também ao aniversário da cidade do Rio. Em 2008, publicou o livro Eu e a bossa pela editora Casa da Palavra. No mesmo ano, lançou, com João Donato, Roberto Menescal e Marcos Valle, o CD Os Bossa Nova, contendo suas canções "Samba do carioca", "Até o fim", "Sextante" e "Ciúme".
Compôs, em parceria com Aldir Blanc, a trilha sonora do espetáculo Era no tempo do Rei, baseado no livro homónimo de Ruy Castro, que estreou em março de 2010 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, com direção geral de João Fonseca, direção musical de Délia Fischer e roteiro assinado por Heloisa Seixas e Julia Romeu. No mesmo ano, a banda Mantiqueira faz um show em sua homenagem no Espaço Tom Jobim, no Rio, interpretando canções de sua autoria, como "Maria Ninguém" e "Se é tarde me perdoa" no estilo big band. No dia 9 de julho de 2010, fez recital na Academia Brasileira de Letras, no Rio, dentro da série "MPB na ABL", homenageando o parceiro Vinicius de Moraes. A apresentação do espetáculo esteve a cargo de Ricardo Cravo Albin, com roteiro elaborado pelo compositor, em parceria com o Instituto Cultural Cravo Albin. A homenagem marcou os 30 anos de falecimento do poeta e diplomata, e também sua promoção post mortem ao cargo de Embaixador do Brasil, com ato solene no Palácio do Itamaraty, em Brasília, no dia 16 de agosto do mesmo ano.
Postado por Fernando Martins às 08:00 0 bocas
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