terça-feira, novembro 19, 2013

Guimarães Rosa morreu há 46 anos

(imagem daqui)

João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de julho de 1908 - Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967), foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.
Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.

Biografia
Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita"). Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando-se no Francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de uma entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polaco, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.
Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos. Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos, de quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano formou-se e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contacto com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração à sua obra. De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina. No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da sua segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as quotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganho, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, o Yad Vashem, que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto. No Brasil, na sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimónia de posse durante quatro anos. No seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu." Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, a 19 de novembro. Se a certidão de óbito atestou que morreu de infarte do miocárdio, a sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada na sua obra mais marcante - Grande Sertão: Veredas -, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional". Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente, aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática.

Contexto literário
Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções linguísticas e neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa, mas não as suficientes para explicar o seu sucesso. Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a linguagem a serviço da temática, e vice-versa, uma potencializando a outra. Nesse sentido, o escritor mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo brasileiro que o traria de novo ao centro da literatura de ficção brasileira.
Guimarães Rosa também seria incluído no cânone internacional a partir do boom da literatura latino-americano pós-1950. O romance entrara em decadência nos Estados Unidos (onde à época era vitrine da própria arte literária, concorrendo apenas com o cinema), especialmente após a morte de Céline (1951), Thomas Mann (1955), Albert Camus (1960), Hemingway (1961), Faulkner (1962). E, a partir de Cem anos de solidão (1967), do colombiano Gabriel García Márquez, a ficção latino-americana torna-se a representação de uma vitalidade artística e de uma capacidade de invenção ficcional que pareciam, naquele momento, perdidas para sempre. São desse período os imortais Mario Vargas Llosa (Peru), Carlos Fuentes (México), Julio Cortázar (Argentina), Juan Rulfo (México), Alejo Carpentier (Cuba) e mais recentemente Angel Ramá (Uruguai).

Obras

Gargalhada


Quando me disseste que não mais me amavas,
e que ias partir,
dura, precisa, bela e inabalável,
com a impassibilidade de um executor,
dilatou-se em mim o pavor das cavernas vazias...
Mas olhei-te bem nos olhos,
belos como o veludo das lagartas verdes,
e porque já houvesse lágrimas nos meus olhos,
tive pena de ti, de mim, de todos,
e me ri
da inutilidade das torturas predestinadas,
guardadas para nós, desde a treva das épocas,
quando a inexperiência dos Deuses
ainda não criara o mundo...

 

in Magma (1936) - João Guimarães Rosa

O Discurso de Gettysburg foi proferido há 150 anos


O Discurso de Gettysburg é o mais famoso discurso do Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. Foi proferido na cerimónia de dedicação do Cemitério Nacional de Gettysburg, na tarde do dia 19 de novembro de 1863, quatro meses depois da vitória na batalha de Gettysburg, decisiva para o resultado da Guerra de Secessão.
Em apenas 269 palavras, ditas em menos de dois minutos, Lincoln invocou os princípios de igualitarismo da Declaração de Independência e definiu a Guerra Civil como um novo nascimento da Liberdade que iria trazer a igualdade entre todos os cidadãos, criando uma nação unificada em que os poderes dos estados não se sobrepusessem ao "Governo do Povo, Pelo Povo, para o Povo".
A importância do Discurso de Gettysburg é comprovada pela sua recorrência na cultura americana. Além de estar gravado no Memorial de Lincoln em Washington, DC, o discurso é estudado em muitas escolas e é frequentemente mencionado pelos media e em obras de cultura popular.

Texto original

Four score and seven years ago our fathers brought forth on this continent a new nation, conceived in liberty and dedicated to the proposition that all men are created equal.


Now we are engaged in a great civil war, testing whether that nation or any nation so conceived and so dedicated can long endure. We are met on a great battlefield of that war. We have come to dedicate a portion of that field as a final resting-place for those who here gave their lives that that nation might live. It is altogether fitting and proper that we should do this.


But in a larger sense, we cannot dedicate, we cannot consecrate, we cannot hallow this ground. The brave men, living and dead who struggled here have consecrated it far above our poor power to add or detract. The world will little note nor long remember what we say here, but it can never forget what they did here.


It is for us the living rather to be dedicated here to the unfinished work which they who fought here have thus far so nobly advanced. It is rather for us to be here dedicated to the great task remaining before us – that from these honored dead we take increased devotion to that cause for which they gave the last full measure of devotion – that we here highly resolve that these dead shall not have died in vain, that this nation under God shall have a new birth of freedom, and that government of the people, by the people, for the people shall not perish from the earth.


Tradução

Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.

Encontramo-nos actualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra.

segunda-feira, novembro 18, 2013

Há 35 anos o Massacre de Jonestown causou a morte de mais de 900 pessoas

(imagem daqui)
     
O Massacre de Jonestown ocorreu a 18 de novembro de 1978 na Guiana, com a morte de mais de 900 pessoas, resultando na maior perda de vidas de civis norte-americanas em desastres não naturais até aos ataques de 11 de setembro de 2001.
O Peoples Temple (Templo dos Povos), com sede em San Francisco, EUA, era conduzido pelo líder religioso Jim Jones. O fanatismo religioso é visto como um caso extremo. O reverendo Jones veio até ao Brasil em 1970 e depois decidiu-se instalar na Guiana.
25 anos após o massacre, foi realizada nos Estados Unidos uma cerimónia em homenagem aos mortos. Estavam presentes dois filhos de Jim Jones no cemitério onde foram enterradas 400 pessoas.


Houses in Jonestown

"Jonestown" was the informal name for the Peoples Temple Agricultural Project, an intentional community in northwestern Guyana formed by the Peoples Temple led by an American, Jim Jones. It became internationally notorious when on November 18, 1978, 918 people died in the settlement, at a nearby airstrip, and in Georgetown (Guyana's capital). The name of the settlement became synonymous with the incidents at those locations.
A total of 909 Temple members died in Jonestown, all but two from apparent cyanide poisoning, in an event termed "revolutionary suicide" by Jones and some members on an audio tape of the event and in prior discussions. The poisonings in Jonestown followed the murder of five others by Temple members at a nearby Port Kaituma airstrip. The victims included United States Congressman Leo Ryan. Four other Temple members died in Georgetown at Jones' command.
To an extent, the actions in Jonestown were viewed as a mass suicide; some sources, including Jonestown survivors, regard the event as a mass murder. It was the largest such event in modern history and resulted in the largest single loss of American civilian life in a deliberate act until the events of September 11, 2001.

Kirk Hammett, dos Metallica, faz hoje 51 anos

Kirk Stuart Lee "The Ripper" Hammett (São Francisco, Califórnia, 18 de novembro de 1962) é um guitarrista americano da banda de heavy metal Metallica, desde 1983 tido como um virtuoso do instrumento. Hammett foi escolhido como 11° melhor guitarrista de todos os tempos pela revista Rolling Stone, e em muitas outras listas aparece sempre no Top 20.

Biografia
Filho de mãe filipina e pai irlandês, Kirk teve o primeiro contato com os seus irmãos e primos, em especial com o seu irmão Rick, a uma grande coleção de discos de nomes como Jimi Hendrix, UFO e Led Zeppelin. O pequeno Hammett cresceu querendo ser um novo Hendrix ou Santana.
Kirk começou a aprender guitarra com 15 anos de idade e um de seus primeiros professores foi nada mais nada menos que Joe Satriani (que também lhe voltaria a dar aulas de aperfeiçoamento anos depois, com Kirk já nos Metallica). O problema é que, no começo, Hammett não tinha muita coordenação motora. O então futuro guitarrista enfureceu-se e começou a dedicar mais de 12 horas diárias ao instrumento - e numa questão de meses, através do seu esforço, o futuro integrante dos Metallica virou um autodidata no assunto.
No começo dos anos 80, Kirk comprou a sua primeira Fender Stratocaster, a guitarra dos seus sonhos, e tornou-se um verdadeiro fanático, em busca do som perfeito. O guitarrista costumava desmontar todos os seus instrumentos, misturando partes para ver qual a combinação que soaria melhor, até que comprou uma Gibson Flying V e a busca terminou. Para comprar um amplificador melhor (um Marshall), Kirk também trabalhou por um tempo num restaurante Burger King de São Francisco. Nessa mesma época ele fundou o Exodus (banda) com o falecido vocalista Paul Baloff.

Metallica
Em abril de 1983, Lars Ulrich ligou a Kirk, convidando-o para a banda. Kirk não pensou duas vezes e gastou todas as suas economias npara comprar um bilhete aéreo para Nova Jersey, onde os Metallica estavam. No dia 9 de abril, Dave Mustaine foi demitido da banda, fundando pouco tempo depois os Megadeth.
No dia 14 de abril do mesmo ano, Kirk fez o seu primeiro ensaio com os Metallica. Por ter um estilo mais europeu de tocar heavy metal - melódico, muito técnico e rápido - foi aprovado de imediato.


O Aleijadinho morreu há 199 anos

Retrato póstumo do Aleijadinho, realizado por Euclásio Ventura e, em baixo, a sua assinatura

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Ouro Preto, circa 29 de agosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 - Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.
Pouco se sabe com certeza sobre a sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fonte documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita cerca de quarenta anos depois da sua morte. A sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito, a sua contribuição seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seu nome, foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com peças documentadas.
Toda a sua obra, entre talha, projetos arquitetónicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado com o Barroco e o Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do barroco no continente americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.

Cena do carregamento da cruz, na Via Sacra de Congonhas

Há 110 anos os Estados Unidos assinaram um tratado que lhe deu o Canal do Panamá

O tratado Hay-Bunau-Varilla foi assinado em 18 de novembro de 1903 (menos de um mês depois da independência do Panamá da Colômbia), quando Philipe Bunau-Varilla viajou para Washington, DC e Nova Iorque, para negociar os termos do tratado com diversos membros do governo dos Estados Unidos da América, mais precisamente com o Secretário de Estado John Hay.
Os dois homens negociaram os termos de venda do Canal do Panamá e da zona à sua volta. Bunau-Varilla era um francês envolvido na construção do canal sob as ordens de Ferdinand de Lesseps, o mesmo homem que comandara a construção do Canal de Suez. Esse tratado também é chamado de "O tratado que nenhum panamenho assinou", apesar de eles, mais tarde, terem concordado com seus termos (sob pressão do governo dos Estados Unidos).





A Zona do Canal do Panamá (em espanhol Zona del Canal de Panamá) era um território de 1.432 km² (553 milhas²) dentro do Panamá, consistindo do Canal do Panamá e de uma área de 8,1 km (5 milhas) de largura de cada lado. Essa zona foi criada a 18 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado Hay-Bunau-Varilla.
De 1903 a 1977, o território foi controlado pelos Estados Unidos, que construiu e financiou a construção do canal. De 1977 a 1999, o canal esteve sob jurisdição conjunta dos EUA e do Panamá. Em 1977, os Tratados Torrijos-Carter estabeleceram a neutralidade do canal e a cessão do controle de toda a zona ao Panamá.
Durante o controle da zona do canal pelos Estados Unidos, o território, com exceção do canal propriamente dito, era usado principalmente para fins militares; no entanto, aproximadamente 3000 civis estadunidenses (chamados "zonians") habitavam lá como residentes permanentes. O uso militar da zona pelos EUA acabou quando esta retornou ao controle panamenho. Ela é agora um destino turístico, especialmente para navios de cruzeiros.
Existem duas pontes importantes na zona do canal do Panamá: a Ponte das Américas, a mais antiga, e a Ponte Centenária, inaugurada em 2004. Ambas foram construídas sobre o canal com o propósito de proporcionar e facilitar o crescente tráfego entre as partes norte e sul do continente americano. A região também conta, ou já contou no passado, com pontes bem menores e mesmo, em alguns casos, pontes temporárias.
Um ilustre zonian é John McCain, o candidato republicano às eleições presidenciais americanas de 2008. Ele nasceu em 1936, enquanto a zona era um domínio norte-americano.

Manuel António Pina nasceu há 70 anos


Manuel António Pina (Sabugal, 18 de novembro de 1943 - Porto, 19 de outubro de 2012) foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011 com o Prémio Camões.
O autor licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas, tendo sido depois cronista do Jornal de Notícias e da revista Notícias Magazine.
A sua obra incidiu principalmente na poesia e na literatura infanto-juvenil, embora tenha escrito também diversas peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e TV e editadas em disco.
A sua obra foi traduzida em países como França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
A 9 de junho de 2005 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Faleceu no dia 19 de outubro de 2012, no Hospital de Santo António, no Porto, aos 68 anos.

O Medo

Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?


in Nenhum Sítio (1984) - Manuel António Pina

domingo, novembro 17, 2013

Gordon Lightfoot - 75 anos!

Gordon Meredith Lightfoot (Orillia, Ontário, 17 de novembro de 1938) é um cantautor e poeta canadense que alcançou sucesso internacional através da música folk, country e rock.

Gordon Lightfoot é filho de Gordon Meredith Lightfoot Sr. e Jessica Lightfoot. Na década de 1950, frequentou a escola de música em Hollywood, Califórnia. Ele voltou para o Canadá nos anos 1960 e já se apresentava em cafés, em Toronto. Em 1966, lançou o seu álbum de estreia, intitulado Lightfoot!. Neste período, ficou mais conhecido como compositor para artistas como Johnny Cash e Elvis Presley, entre outros.
Lightfoot é um dos primeiros cantores pop canadiano que ficou famoso no seu próprio país, sem ter de se mudar para os Estados Unidos. Mas ele também obteve sucesso nos Estados Unidos, entre outros singles, Sundown, em 1974. Quase dois anos depois, um outro hit, The Wreck of the Edmund Fitzgerald, uma composição em memória ao naufrágio do navio graneleiro SS Edmund Fitzgerald ocorrido a 10 de novembro de 1975, no Lago Superior. Ambos os singles ainda são populares em estações de rádio que executam rock clássico.
Lightfoot recebeu 15 prémios Juno e foi indicado cinco vezes para um Grammy Award. Ele está listado no Canadian Music Hall of Fame e no Canadian Country Music Hall of Fame. Possui uma estrela na Calçada da Fama do Canadá desde 1998. Em maio de 2003 recebeu a Ordem do Canadá, a mais alta condecoração civil do país. Lightfoot é também um membro da Ordem de Ontário, a mais alta honra na província do Canadá.
Em 2002, devido a um aneurisma da aorta, Lightfoot ficou em coma durante seis semanas.


A Rainha D. Leonor faleceu há 488 anos

Estátua da Rainha D. Leonor em Beja, sua cidade natal

A Infanta D. Leonor, chamada também Dona Leonor de Portugal ou D. Leonor de Lencastre, e mais recentemente, no estrangeiro, "Leonor de Viseu", do nome do título secundário de seu pai, o Infante D. Fernando (Beja, 2 de maio de 1458 - Paço de Xabregas, Lisboa, 17 de novembro de 1525), foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, e Rainha de Portugal a partir de 1481, pelo casamento com o seu primo D. João II de Portugal, o Príncipe Perfeito. Pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o epíteto de Princesa Perfeitíssima, inspirado no cognome do El-Rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juizo da história.
A rainha D. Leonor de Avis é também a terceira e última rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido D. Leonor Teles e a segunda a sua tia, e sogra, D. Isabel de Avis, mulher de D. Afonso V. Com o seu casamento acaba o Século de Oiro Português, caracterizado por casamentos endogâmicos continuados entre os descendentes da Ínclita Geração, entre a prole de D. João I e da sua rainha D. Filipa de Lancastre. D. Leonor foi sem dúvida uma das mais notáveis soberanas portuguesas de todos os tempos, pela sua vida, importância, influência, obra, e legado aos vindouros.
Foi também a primeira dos ocupantes do trono português com sangue Bragança, pela sua avó materna, a Infanta D. Isabel, filha do 1º duque de Bragança - logo se lhe seguindo o seu irmão D. Manuel I, como primeiro rei reinante, e o seu sobrinho D. Jaime, duque de Bragança, como primeiro Bragança herdeiro jurado do trono, na permanente relação entre a Casa Real, de origem ilegítima, e o seu ramo Bragança, igualmente ilegítimo, sempre casando entre si.

Armas da Rainha D. Leonor de Avis, em casada

Biografia
As Pessoas Reais, em Portugal, não tiveram, usaram ou assinaram jamais qualquer sobrenome até ao século XIX. No entanto, duas das netas da rainha D. Filipa de Lancastre parecem ter usado algum tempo, ou sido conhecidas, por Lancastre, em homenagem a essa sua avó ou bisavó: D. Filipa, filha do Infante Regente D. Pedro, e D. Leonor.
Dona Leonor era filha do Infante D. Fernando, duque de Viseu e Condestável do Reino (filho do rei D. Duarte de Portugal e da rainha D. Leonor de Aragão) e de sua mulher a Infanta D. Beatriz, também ela uma princesa de Avis. Era neta materna de D. Isabel de Bragança (filha do 1º duque de Bragança) e do Infante D. João, condestável do Reino, o mais novo dos infantes da Ínclita Geração.
Entre os seus irmãos o mais velho foi o Infante D. João, 3º duque de Viseu e Beja, que morreu novo, solteiro, logo sucedido pelo infeliz secundogénito, D. Diogo, 4º duque de Viseu e Mestre da Ordem de Cristo. Outra sua irmã, com apenas menos um ano de idade, foi a Infanta D. Isabel, Duquesa de Bragança pelo seu casamento, e finalmente o benjamim da família, onze anos mais novo do que a futura rainha, D. Manuel. Era ainda prima direita do Maximiliano I, filho de uma irmã de seu pai, e de Isabel a Católica, rainha de Castela, filha de uma irmã de sua mãe, entre outros.
D. Leonor foi destinada ao nascer ao Príncipe Perfeito por vontade e promessa de seu tio D. Afonso V, quando nasceu, ao seu único irmão e melhor amigo, pai da noiva, o Infante D. Fernando. Casou com o primo D. João quando apenas tinha 12 anos de idade, e o noivo 15. Tendo crescido juntos e amigos, tiveram um casamento unido, que nem, quando o rei teve de executar o irmão mais velho da rainha, o seu primo e cunhado D. Diogo, duque de Viseu e Beja, e mandar julgar e decapitar ao seu outro cunhado Fernando II, Duque de Bragança, ambos por traição e conjura a favor dos primos dos Bragança, os Reis Católicos, se viu afectado.

A Rainha e as Misericórdias
Em 22 de janeiro de 1470, casou-se com o rei D. João II, o qual era seu primo direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Após a morte do rei, em 1495, subiu seu irmão D. Manuel ao trono, e ao casar-se este, a rainha passou a ser conhecida como Rainha Velha até à sua morte.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com o rendimento de bens senhoriais e patrimoniais da Coroa, independentes, destinados à sua sustentação e dignidade. Esta seu património era chamado Casa das Rainhas. D. Leonor, além das vilas anteriores mencionadas nas rainhas que a precederam, foi dotada pelo rei com as cidades de Silves e Faro, e as terras de Aldeia Galega e Aldeia Gavinha. Na Casa das Rainhas, que manteve em viúva, mesmo depois de D. Manuel casar, estava também incluida a cidade das Caldas, que ela própria fundara.
Dona Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansão portuguesa, quando Lisboa se transformara na capital europeia do comércio de riquezas exóticas: e foi por isso mesmo no seu tempo a mais rica princesa da Europa, conforme demonstra uma obra recente a respeito da administração da sua grande casa.
Essa grande fortuna, que cresceu exponencialmente com a chegada à Índia e com o comércio ultramarino, visto seu pai ter sido filho adoptivo e herdeiro universal do Infante D. Henrique, o Navegador, e das grandes mercês que recebeu dos reis seu marido e seu irmão, empregou-a depois de viúva na prática da caridade constante, da devoção verdadeira, no patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres: assim, encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de estabelecimento de Misericórdias gerida por irmandades em todo o Reino, notável iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a rainha a destinou.

Rainha Velha - obra e legados
A Rainha D. Leonor, em viúva, manteve grande destaque na corte lusitana, sendo regente do Reino mais do que uma vez. Desprezando a vida mundana, retirou-se para viver no seu Paço de Xabregas, junto com a imensa casa dos seus servidores e criados. Apesar de se situar relativamente perto do Terreiro do Paço, a residência independente em Xabregas permitia-lhe uma vida mais serena e propícia à devoção e austeridade religiosas que se determinou a seguir, ao tomar o hábito laico de viúva.
Apoiou D. Manuel na fundação do Hospital de Todos os Santos, no Rossio de Lisboa, o melhor hospital da Europa no seu tempo; e esteve ainda na origem da fundação do hospital termal das Caldas da Rainha, cuja construção e funcionamento custeou, e que dela tira o seu nome. Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como armas as da rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o pelicano). Ao manter estas armas, a cidade tornou-se uma das poucas povoações portuguesas a manter um brasão anterior à normalização republicana da heráldica municipal, levada a cabo no princípio do século XX.

Brasão das Caldas da Rainha, cidade fundada pela Princesa Perfeitíssima, baseado nas armas da soberana

O mais belo e notável dos monumentos, ou edifícios que a rainha ordenou fossem construídos, e onde repousa, o convento da Madre de Deus, em estilo gótico manuelino, abriga hoje o Museu Nacional do Azulejo, constituindo um dos mais ricos patrimónios culturais portugueses. Nele mandou ser sepultada. Foi mandado construir em 1509, e desde então ficou sempre integrado na Casa das Rainhas. Foi ocupado por clarissas, Franciscanas Descalças da primeira regra de Santa Clara, à qual a própria rainha, enquanto viúva, fez voto, e quis obedecer.
O majestoso Convento da Madre de Deus foi sujeito a magníficas intervenções arquitectónicas e a luxuosa decoração ao longo dos séculos, tendo possuído um excepcional património em ourivesaria e obras de arte. Do tempo da sua fundação restam sobretudo no interior o piso térreo, notável pelo seu Claustrim, e a chamada Capela de D. Leonor. E, sobrevivente ao terremoto de 1755, no exterior existe ainda a fachada, ornamentada com belos portais e janelas em puro estilo manuelino, que dantes davam directamente para as areias da praia de Xabregas, sobre o Tejo.

Sucessão no Trono
A Rainha teve apenas dois filhos: um morto à nascença, e o outro o Príncipe, D. Afonso, o herdeiro do trono morto precocemente num infeliz e inesperado acidente de cavalo no Vale de Santarém em 1491, pouco depois de casado com a princesa D. Isabel de Aragão, herdeira dos Reis Católicos nos seus tronos de Aragão, Castela, Nápoles e Sicília.
Durante o seu casamento com D. Leonor, nasceu ao rei um filho bastardo com D. Ana de Mendonça (dama da rainha D. Joana, 2ª mulher de D. Afonso V) - D. Jorge de Lencastre, a quem ao legitimá-lo criou mestre da Ordem de Santiago, e a quem mandou fosse 2º duque de Coimbra, em homenagem ao seu avô, o Infante-Regente D. Pedro, cuja casa foi reconstituída ao seu favor.
Tendo o rei chamado para a corte este seu filho, pediu a D. Leonor lhe servisse de mãe, o que a rainha aceitou, vivendo o Senhor D. Jorge junto do Infante D. Manuel e do Príncipe D. Afonso seu meio-irmão até à sua morte. Depois desta data, no entanto, D. Leonor distancia-se do enteado, custando-lhe vê-lo vivo e o seu único filho já desaparecido, tanto mais que descobre que o rei seu marido determinara agora torná-lo sucessor na coroa, apesar de o direito constitucional português não o autorizar a isso, pois jamais a escolha da sucessão coube ao soberano em Portugal.
No entanto, e com essa finalidade, D. João tentou uma acção diplomática junto da Santa Sé, querendo obter o seu reconhecimento pelo papa como filho legítimo capaz de suceder na coroa - no que foi contrariado pela Rainha, que defendeu os direitos sucessórios de seu irmão D. Manuel - o varão legítimo mais próximo do rei, que subiria ao trono em 1495 após a sua morte, como D. Manuel, O Venturoso.
Ao subir ao trono o seu irmão mais novo, ainda solteiro, a rainha tornou-se automaticamente herdeira do trono. E se este tivesse falecido por essa altura, teria passado de rainha consorte a rainha reinante. Porém, viúva, e já sem idade para vir a ter sucessão própria, além de consagrada às boas obras, não quis nunca ser jurada Princesa Herdeira, pelo que o Rei se determinou a mandar voltar do exílio em Castela sua outra irmã, a Infanta e Duquesa de Bragança, D. Isabel, que ali se acolhera viúva com os filhos desde a sentença que lhe condenara o marido, fazendo por acordo de família jurar como sucessor e herdeiro a D. Jaime, filho desta, até lhe nascer sucessão do seu futuro casamento.

Morte
A Rainha D. Leonor faleceu no seu Paço de Xabregas, nos arredores de Lisboa, junto ao convento do mesmo nome.
Ali mesmo, em Xabregas, quis ficar sepultada, no seu magnífico Convento da Madre de Deus, em campa rasa de fria e nua pedra, num lugar de passagem, para que todos a pisassem: gesto de grande humildade que comove, e quis deixar aos vindouros que por ali viessem a passar como sinal da pequenez das coisas do mundo diante da eternidade.

Parece que Grande Sucessor da República Democrática Popular da Coreia mandou matar 80 pessoas para acalmar a população...

Coreia do Norte executou 80 pessoas por verem filmes ou lerem a Bíblia, diz imprensa sul-coreana

Kim Jong Un com membros da sua guarda militar numa fotografia sem data disponibilizada em outubro pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo crianças, terão sido obrigadas a assistir às execuções realizadas numa acção concertada em sete cidades do país.

A notícia da execução pública de 80 pessoas na Coreia do Norte neste mês foi dada por uma única fonte, anónima, a vários jornais da Coreia do Sul, mas rapidamente se espalhou na imprensa internacional. 

Segundo jornais de Seoul, como o JoongAng Ilbo, um dos maiores e mais influentes do país, as 80 pessoas, algumas consideradas culpadas de actos delituosos para o regime de Pyongyang, como ver vídeos de entretenimento sul-coreanos ou estar em posse de uma Bíblia, foram executadas em público em sete cidades, perante o olhar de milhares de pessoas onde se incluíam crianças, forçadas a assistir. Numa das cidades, as autoridades juntaram dez mil pessoas para assistir. Algumas das vítimas tinham sido acusadas de disseminar pornografia.

A confirmarem-se, estas execuções, realizadas numa acção coordenada no mesmo dia, terão constituído o acto mais brutal do regime desde que Kim Jong Un chegou ao poder depois da morte do pai Kim Jong Il, em 2011.

Familiares e amigos das vítimas terão depois sido enviados para centros de detenção, para impedir que a informação das mortes fosse divulgada. “Relatos de execuções públicas teriam certamente um efeito muito negativo nas pessoas”, disse ao jornal inglês Daily Telegraph Daniel Pinkston, analista do instituto de investigação International Crisis Group em Seoul.

A notícia nos jornais sul-coreanos tem uma única fonte e esta coincide com os rumores de mortes em sete cidades na informação dada por uma agência de notícias de dissidentes da Coreia do Norte.

Testemunhos publicados na imprensa descrevem um caso, no Estádio de Shinpoong, na província de Kanwon, em que oito pessoas foram alinhadas com fardos colocados por cima da cabeça enquanto soldados disparavam de forma ininterrupta. “Ouvi relatos de residentes que dizem ter visto os cadáveres [dos executados] de tal maneira perfurados pelas balas que depois foi impossível identificá-los”, disse a fonte citada também em jornais como o Los Angeles Times ou o Daily Telegraph.

As execuções terão ocorrido em cidades onde o líder norte-coreano estará a tentar intimidar trabalhadores que desafiam as regras do regime, considera o LA Times. O Daily Telegraph refere a tentativa do regime em esmagar qualquer suspeita de descontentamento popular e cita um relatório do think tank Rand Corporation em como Kim Jong Un terá sobrevivido a uma tentativa de assassínio em 2012, o que, desde então, motivou um reforço substancial da sua guarda.

in Público - ler notícia

Uma má notícia para a cultura e geologia portuguesas

Calçada portuguesa, o princípio do fim?

(imagem daqui)

A notícia que dá conta da intenção oficial da CML, plasmada na "janela de oportunidade" Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa (em consulta pública), em substituir, paulatinamente mas em força, a quase totalidade da calçada portuguesa de Lisboa salvo na zona histórica, por novos pavimentos ditos menos perigosos e, supomos, mais fáceis e baratos de colocar e manter, não é nova, apenas recorrente, mas desta vez é a sério, parece.
Desde logo, há duas questões básicas por esclarecer: uma, semântica, sobre o que se entende por "zona histórica" (o novel PDM consagra quase toda a Lisboa como histórica, certo?), outra, de igualdade de género, como agora se diz: a calçada portuguesa passa a ser apenas para turista ver? Só ao turista é "permitido" cair e estatelar-se?
É que ao avançar com esse condicionamento no tratamento do espaço público, a CML passa a ter duas realidades, duas cidades: a do natural e a do turista - afinal de contas, já se passa o mesmo na portagem ao Castelo, dirão os mais sarcásticos, pelo que por aí também nada de novo...
Há também um punhado de esclarecimentos que tardam a vir da CML (quererá mesmo fazê-lo?), e que responda às perguntas, também básicas, infelizmente recorrentes: a escola de calceteiros da CML forma quantos calceteiros por ano? Depois de formados, vão trabalhar com quem? Quem costuma colocar a calçada? É calçada aquilo que é colocado na generalidade do espaço público ou outra coisa qualquer a que se chama calçada? Não é verdade que existem vários tipos de vidrado? Por que razão não é sempre aplicado o melhor vidrado? Qual o ordenado-base de um calceteiro da CML e que incentivos extra há em termos de carreira e outros? Por que não é dignificada esta profissão? Quanto é que custa e quanto demora em média a boa colocação/reparação de um metro quadrado de calçada portuguesa vs bloco de lioz, por ex.? Quando é que a CML acaba com o estacionamento automóvel em cima dos passeios? Quando é que a CML regulamenta convenientemente as obras avulsas que abrem e fecham o subsolo? Por que não dispõe a CML de brigadas de calceteiros de fiscalização diária aos arruamentos da cidade, de modo a poder corrigir o mau calcetamento no devido tempo? Não é sadio e custa a aceitar que a CML decida unilateralmente (a calçada nem sequer foi minimamente abordada durante a campanha (?) eleitoral recente), mesmo que pela melhor das intenções (maior segurança e conforto aos peões mais velhos, deficientes motores, senhoras de saltos altos ou, simplesmente, aos distraídos), abrir guerra à calçada portuguesa e condicionar Lisboa a duas velocidades: a "moderna", pseudo-asséptica e antiderrapante, e a retrógrada, histórica, para postalinho de ocasião (os belos tapetes de calçada artística de Belém ou da Baixa, etc.) só que a CML já se contradisse ao repavimentar com lioz o miradouro de Santa Catarina e a Rua da Vitória...
Pior, parece haver também duas CML: a que pugna pela boa manutenção da calçada portuguesa e que procura soluções para a dignificar e manter como ex-líbris da cidade a par do azulejo, do fado, dos eléctricos e dos Santos Populares (veja-se a excelente intervenção recente nos passeios íngremes e estreitos das calçadas do Sacramento e do Combro, em que se misturaram dois tipos de pedra, diminuindo drasticamente o risco de escorregadela e o polimento rápido) e a que não vê forma de colocar senão lioz, tantas vezes mal cortado e fica logo sujo, feio e também esburacado e tão escorregadio como a melhor das calçadas - dirão que é mais barato, não precisa de mestres-calceteiros, é de rápida colocação e substituição, e implicará um maior negócio do que um simples cubo de calçada, talvez.
Seja como for, a CML parece esquecer-se de um facto insofismável: a calçada portuguesa é parte intrínseca de Lisboa, faz parte do nosso ADN, como é moda ouvir-se. E é uma vantagem comparativa e competitiva (idem) para a nossa capital, inclusive, chega a ser o elemento distintivo e valorizador de um espaço público (e urbano) feito, regra geral, de pouca valia estética e fraca luminosidade.
Daí este alerta a quem de direito: para que não deixe escapar este trunfo para terras distantes do Brasil, por ex., onde a calçada parece estar já a ser mais acarinhada do que aqui... E para que não ceda ao facilitismo e a supostos ganhos de poupança no curto prazo, pois tal será, creio, um tremendo erro estratégico e que custará caro no longo prazo. Haja CML!

in Público - Opinião (Paulo Ferrero - Fundador do Fórum Cidadania Lx)


NOTA: Como português e geólogo, acho uma vergonha que o Presidente da Câmara de Lisboa decida sozinho, sem consultar a sério à população alfacinha, sobre um aspeto único da nossa capital. Porque não falou do assunto na campanha eleitoral? E pode alguém, sem ouvir os argumentos contrários, decidir sobre um aspeto cultural tão importante para todo o país? Sabe o Presidente da CML qual o valor económico deste subsetor da indústria extrativa portuguesa? Há que alertar quem de direito para que isto nunca venha a acontecer...

O estranho caso do asteroide que queria ser cometa

Descoberto um asteroide que parece um cometa com seis caudas

O aspecto do asteroide a 10 de setembro (à esquerda) e a 23 de setembro (à direita)

A estranha aparência do objecto deixou os especialistas a coçar a cabeça.

O telescópio Hubble acaba de descobrir, pela primeira vez, um asteroide que não parece um asteroide, anunciaram esta quinta-feira as agências espaciais europeia ESA e norte-americana NASA, as duas entidades responsáveis por aquele telescópio espacial, em simultâneo com a publicação online do inédito achado na revista Astrophysical Journal Letters.
Segundo os seus autores – uma equipa internacional liderada por David Jewitt, da Universidade da Califórnia  –, o estranho objecto parece “um regador automático da relva”, com seis “caudas” luminosas a sair do seu centro.
O asteroide, nome de código P/2013 P5, faz parte da cintura de asteroides situada entre Marte e Júpiter. Normalmente, os asteroides parecem apenas pontinhos de luz ao telescópio, mas a luz emitida pelo P/2013 P5, que foi avistado pela primeira vez por um telescópio terrestre no Havai e apresentado oficialmente em agosto deste ano, parecia invulgarmente difusa. Por isso, os cientistas apontaram o Hubble na sua direcção a 10 de setembro – e descobriram as suas múltiplas caudas. Mais: quando o Hubble voltou a olhar para o asteroide a 23 de setembro, o seu aspecto era totalmente diferente, como se toda a sua estrutura tivesse rodado.
"Ficámos completamente banzados”, diz Jewitt, citado pela NASA. “Mais surpreendente ainda foi o facto de a sua estrutura de caudas se alterar em apenas 13 dias (…). Isso também nos apanhou de surpresa. É difícil acreditar que estamos a olhar para um asteroide.”
Uma explicação possível do inédito fenómeno é que a velocidade de rotação do asteróide tenha aumentado ao ponto de a sua superfície começar a ser despedaçada, produzindo ejeções de poeiras em erupções episódicas que tiveram início na Primavera, explica um comunicado da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
A equipa descarta que se possa tratar do resultado de uma colisão de asteróides, uma vez que isso teria causado a expulsão de uma enorme quantidade de poeiras de uma só vez. Ora, não parece ser o que terá acontecido: com base numa modelização, Jessica Agarwal, do Instituto Max Planck de Lindau (Alemanha) e co-autora dos resultados, calculou que, ao longo de cinco meses, terá havido uma série de ejeções de poeiras – a 15 de abril, 18 de julho, 24 de julho, 8 de agosto, 26 de agosto e 4 de setembro.
Segundo Jewitt, o fenómeno agora observado no P/2013 P5 é provavelmente algo de frequente na cintura de asteroides – e até poderá ser a forma como os asteroides costumam morrer. “Em astronomia, quando encontramos um [objecto de um dado tipo], acabamos sempre por encontrar mais um monte deles. Este é um objecto espantoso e quase de certeza o primeiro de muitos outros a vir.”
Diga-se já agora que Jewitt desempenhou um papel importante, em 1993, na descoberta da cintura de Kuiper, que de repente revelou a presença, para lá de Neptuno, de milhões de objectos num local onde se pensava não haver nada. Isso mudou radicalmente a visão que os astrónomos tinham do sistema solar, faz notar o comunicado da UCLA.
Até agora, apenas uma pequena fracção da massa principal do asteroide P/2013 P5 – talvez entre cem e mil toneladas de poeiras – foi ejectada, salienta Jewitt. O núcleo do asteroide, com mais de 400 metros de diâmetro, é milhares de vezes mais maciço.
Os astrónomos tencionam continuar a observar o bizarro objecto, não só para medir à velocidade com que gira sobre si próprio como para determinar se as poeiras são ejectadas no plano equatorial do asteróide. A se confirmar, isto sugeriria fortemente que o asteroide está de facto a sofrer uma ruptura provocada pela sua rotação.

in Público - ler notícia

O escultor Machado de Castro morreu há 191 anos

Joaquim Machado de Castro (Coimbra, 19 de junho de 1731 - Lisboa, 17 de novembro de 1822) foi um dos maiores e mais nomeados escultores portugueses. Machado de Castro foi um dos escultores de maior influência na Europa do século XVIII e princípio do século XIX.
Para além da escultura, descrevia extensamente o seu trabalho, do qual se destaca, a extensa análise sobre a estátua de José I que se situa na Praça do Comércio em Lisboa, intitulada: Descripção analytica da execução da estátua equestre, Lisboa 1810.
A (Descripção) consiste no relato pormenorizado, feito ao estilo e à execução técnica, levada a cabo no que é considerado o seu melhor trabalho, a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal datada de 1775, como parte da obra de reconstrução da cidade de Lisboa, seguindo os planos de Marquês de Pombal, logo após o Terramoto de 1755. As partes da construção estão detalhadas e ilustradas, incluindo variados planos e componentes utilizados para a sua execução.
Na introdução da sua obra Machado de Castro comenta outras estátuas equestres situadas em diversas praças europeias.

Estátua equestre do Rei D. José I na Praça do Comércio, Lisboa


O Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de belas artes e arqueologia de Portugal, tanto pela quantidade como pela qualidade das suas coleções. Encontra-se instalado no antigo Paço Episcopal de Coimbra, classificado como Monumento Nacional em 1910. Está localizado na freguesia da Coimbra, na cidade e concelho de Coimbra, distrito de Coimbra, em Portugal.

O reinado de Isabel I, Rainha da Inglaterra e da Irlanda, começou há 455 anos

Isabel I (Greenwich, 7 de setembro de 1533 - Richmond, 24 de março de 1603), também conhecida sob a variante Elisabete I ou Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess. Filha de Henrique VIII, Isabel nasceu como princesa, mas a sua mãe, Ana Bolena, foi executada dois anos e meio depois do seu nascimento e Isabel foi declarada bastarda. Mais tarde, o seu meio-irmão, Eduardo VI, deixou a coroa a Lady Jane Grey, excluindo as suas irmãs da linha de sucessão. No entanto, o seu testamento foi rejeitado, Lady Jane Grey foi executada e, em 17 de novembro de 1558, Isabel sucedeu, por morte desta, à sua meia-irmã católica, Maria I, depois de passar quase um ano presa por suspeita de apoiar os rebeldes protestantes.
Isabel decidiu que reinaria com bons conselheiros, dependendo fortemente de um grupo de intelectuais de confiança liderado por William Cecil, barão Burghley. Uma das suas primeiras iniciativas como rainha foi apoiar o estabelecimento da igreja protestante inglesa, da qual se tornou governadora suprema. Este Acordo Religioso Isabelino manteve-se firmemente durante o seu reinado e desenvolveu-se, tornando-se naquela que é conhecida hoje como a Igreja de Inglaterra. Era esperado que Isabel se casasse, mas apesar de vários pedidos do parlamento e de numerosas cortes feitas por vários membros de casas reais por toda a Europa, ela nunca o fez. As razões para esta decisão já foram muito debatidas. À medida que envelhecia, Isabel tornou-se famosa pela sua virgindade, criando um culto à sua volta que foi celebrado nos retratos, festas e literatura da época.
Seu reinado é conhecido por Período Elisabetano (ou Isabelino) ou ainda Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico, e pela produção artística crescente, principalmente na dramaturgia, que rendeu nomes como Christopher Marlowe e William Shakespeare. No campo da navegação, o capitão Francis Drake foi o primeiro inglês a dar a volta ao mundo, enquanto na área do pensamento Francis Bacon pregou suas ideias políticas e filosóficas. As mudanças se estendiam à América do Norte, onde se deram as primeiras tentativas de colonização, que resultaram em geral em fracassos.
Isabel era uma monarca temperamental e muito decidida. Esta última característica, vista com impaciência por seus conselheiros, frequentemente a manteve longe de desavenças políticas. Assim como seu pai Henrique VIII, Isabel gostava de escrever, tanto prosa quanto poesia.
O seu reinado foi marcado pela prudência na concessão de honrarias e títulos. Somente oito títulos maiores: um de conde e sete de barão no reino da Inglaterra, mais um baronato na Irlanda, foram criados durante o reinado de Isabel. Isabel também reduziu substancialmente o número de conselheiros privados, de 39 para 19. Mais tarde, passaram a ser apenas 14 conselheiros.
A colónia inglesa da Virgínia (futuro estado americano, após a independência dos Estados Unidos), recebeu esse nome em homenagem a Isabel I.