quinta-feira, abril 25, 2013

Marcos, o autor de um dos Evangelhos canónicos, morreu há 1945 anos

São Marcos, por Donatello

São Marcos Evangelista (circa 10 a.c. - Alexandria, 25 de abril de 68) é o nome tradicional do autor de um dos Evangelhos. Ele é também um dos Setenta Discípulos e é considerado o fundador da Igreja de Alexandria, uma das principais sedes do Cristianismo primitivo.

A tradição cristã o identifica com o João Marcos mencionado como companheiro de São Paulo nos Atos dos Apóstolos, e que posteriormente teria se tornado um discípulo de Simão Pedro (São Pedro). Uma tradição anterior, relatada já no século II-III d.C. por Hipólito (obra espúria;"Sobre os Setenta Apóstolos") distingue os dois. De acordo com ele, Marcos, o evangelista, de 2 Timóteo 4:11 é diferente de João Marcos (de Atos 12:12-25, Atos 13:5-13 e Atos 15:37) e Marcos, primo de Barnabé (de Colossenses 4:10 e Filemon 24:1). Todos eles pertenceriam aos "Setenta Discípulos" que foram enviados por Jesus para converter a Judeia com o evangelho (veja-se Lucas 10:1-16).

De acordo com Eusébio de Cesareia (Hist. Ecl. II.9.1-4), Herodes Agripa I no seu primeiro de governo sob toda a Judeia (41 d.C.) matou Tiago, filho de Zebedeu, e prendeu Pedro, planeando matá-lo após a Páscoa judaica. Pedro foi salvo milagrosamente por anjos e escapou do reino de Herodes (Atos 12:1-19). Depois de muitas viagens pela Ásia Menor e pela Síria, ele chegou em Roma no segundo ano do imperador Cláudio (42 d.C.). Em algum ponto pelo caminho, Pedro encontrou Marcos, o evangelista, restaurou sua fé (após ele ter deixado Jesus em João 6:44-66), e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete. A pregação de Pedro na cidade teve tanto sucesso que ele foi presenteado pelos habitantes da cidade com uma estátua e, a pedidos da população, Marcos escreveu os sermões de Pedro, compondo assim o Evangelho segundo Marcos (Hist. Ecl. II 15 e 16) antes de partir para Alexandria no terceiro ano de Cláudio (43 d.C.).
Lá, ele fundou a Igreja de Alexandria, cuja sucessão até os dias de hoje é alegada por diversas diferentes denominações (veja Patriarca de Alexandria), mas principalmente pela Igreja Ortodoxa Copta. Aspectos da liturgia copta podem referenciados ao próprio São Marcos. Ele então se tornou o primeiro bispo de Alexandria e tem a honra de ser também o fundador do Cristianismo na África.
Ainda de acordo com Eusébio (Hist. Ecl. II 24.1), o sucessor de Marcos como bispo de Alexandria foi Aniano, no oitavo ano do imperador Nero (62-63 d.C.), provavelmente (mas não certamente) por conta de sua morte. Tradições coptas posteriores dizem que ele foi martirizado em 68 d.C.
A evidência de que o autor do Evangelho que tem o seu nome é Marcos vem de Pápias de Hierápolis, nos fragmentos de sua "Exposição dos oráculos do Senhor".
(...)
A Igreja Ortodoxa Copta mantém a tradição de que Marcos, o evangelista, foi um dos Setenta Discípulos enviados por Cristo, o que é confirmado pela lista de Hipólito. Porém, a Igreja Copta adotou a tradição que mistura as figuras de Marcos com João Marcos. Ela acredita que foi sim o evangelista que recebeu os discípulos em sua casa após a morte de Jesus, a mesma onde para onde foi o Jesus ressuscitado e onde também o Espírito Santo desceu nos discípulos no Pentecostes. Os coptas ainda defendem que Marcos era um dos servos nas Bodas de Caná, o que despejou a água que Jesus transformou em vinho (João 2:1-11).
Ainda de acordo com a Igreja Copta, São Marcos nasceu em Cirene na Pentápolis, na antiga Líbia. Esta tradição acrescenta ainda que ele para lá retornou mais tarde, após ter sido enviado por São Paulo para Colossos (Colossenses 4:10 e Filemon 24:1 - passagens que tratam de Marcos, primo de Barnabé) e de ter servido com ele em Roma (2 Timóteo 4:11). Da Pentápolis ele seguiu para Alexandria. Quando Marcos retornou a Alexandria, os pagãos da cidade ficaram ressentidos com os seus esforços para tentar afastar os alexandrinos da religião tradicional helénica. Conta esta tradição que eles colocaram uma corda à volta de seu pescoço e o arrataram pelas ruas até que estivesse morto.

Rogério Flausino, o vocalista da banda brasileira Jota Quest, faz hoje 41 anos

Rogério Oliveira de Oliveira, conhecido como Rogério Flausino, (Alfenas, 25 de abril de 1972) é um cantor, músico e compositor brasileiro. Mais conhecido por ser vocalista da banda Jota Quest. É irmão dos também cantores Wilson Sideral e Flávio Landau, e primo de Marcos Menna.

Rogério nasceu e cresceu em Alfenas, Minas Gerais. Aos doze anos montou a sua primeira banda com o irmão Wilson Sideral e dois primos. Em 1987 tocava em festas e eventos na cidade na banda Contato Imediato. Em 1989, começou a fazer um programa semanal todos os sábados na radio AtenasFM, juntamente com o locutor Celino Menezes que comandava o programa Noite 94,1. Antes de ser músico, trabalhava como analista de sistemas. Para o nome artístico, roubou a alcunha de Flausino do seu avô José. Em 1993 se mudou para Belo Horizonte e foi selecionado para ser vocalista da banda Jota Quest. Em 2002, gravou uma música para o filme O Planeta do Tesouro. Venceu o Prémio Multishow 2007 na categoria Melhor Cantor. Em agosto de 2007, tornou-se pai pela primeira vez. É casado com Ludmila Alves Carvalho, que formou-se em medicina pela UFMG em 2008.


Ella Fitzgerald nasceu há 96 anos

Ella Jane Fitzgerald (Newport News, 25 de abril de 1917 - Beverly Hills, 15 de junho de 1996) também conhecida como a "Primeira Dama da Canção" (em inglês: First Lady of Song) e "Lady Ella", foi uma popular cantora de jazz norte-americana. Com uma extensão vocal que abrangia três oitavas, era notória pela pureza de sua tonalidade, sua dicção, fraseado e entonação impecáveis, bem como uma habilidade de improviso "semelhante a um instrumento de sopro", particularmente no scat.
Considerada uma das intérpretes supremas do chamado Great American Songbook, teve uma carreira que durou 59 anos, venceu 14 prémios Grammy e recebeu a Medalha Nacional das Artes do presidente americano Ronald Reagan, bem como a Medalha Presidencial da Liberdade, do sucessor de Reagan, George H. W. Bush.
Não raro, é apontada por críticos e músicos, como a maior cantora do século XX.


Mário Laginha - 53 anos

(imagem daqui)

Mário João Laginha dos Santos (Lisboa, 25 de abril de 1960) é um pianista e compositor português da área do jazz.

Aprendeu piano e guitarra na infância. A ideia de seguir a carreira de pianista tomou forma quando ouviu Keith Jarrett. Estudou piano na escola de jazz "Louisiana", em Cascais, dirigida por Luís Villas Boas, e depois na Academia de Amadores de Música e no Conservatório, onde teve como professores Carla Seixas e Jorge Moyano.
Tocou primeiro em hotéis e como acompanhante de outros músicos; o primeiro trabalho profissional aconteceu no teatro, na peça Baal, de Brecht, no Teatro da Trindade. Mas a entrada a sério no mundo do jazz deu-se ao integrar o quinteto da cantora Maria João, com o qual gravou dois discos nos anos 1980: Quinteto Maria João (1983) e Cem Caminhos (1985), com standards e alguns originais.
Ao mesmo tempo que tocava com Maria João, Mário Laginha criou o Sexteto de Jazz de Lisboa, com Carlos Martins, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo e os irmãos Pedro e Mário Barreiros, com os quais gravou o LP Ao Encontro, de 1988. Com os irmãos Barreiros tocou também em trio.
Mário Laginha foi investindo cada vez mais nas suas próprias composições, afastando-se da interpretação do jazz clássico e dos standards. Em 1987, com o apoio da Fundação Gulbenkian, estreou o Decateto de Mário Laginha durante o Festival Jazz em Agosto; as composições e arranjos eram totalmente seus. Nesse mesmo ano, foi considerado pela crítica o melhor músico de jazz português.
Ao longo dos anos, trabalhou em parceria com outros grandes nomes da música portuguesa: Pedro Burmester (o concerto de Dezembro de 1993, no Centro Cultural de Belém, deu origem ao disco "Duetos"), Carlos Bica, José Peixoto e José Salgueiro (na altura, 1991, conhecidos pelo nome de grupo Cal Viva), João Paulo Esteves da Silva (em 1993 criaram o grupo Almas & Danças).
Em 1994 lançou o primeiro disco assinado com o seu nome, Hoje. No mesmo ano saiu Danças, onde voltou a colaborar com Maria João, num duo e amizade pessoal que persistem até hoje. Os dois gravaram vários discos e colaboraram em espectáculos de teatro, cinema e outras artes.
Em 1993 Mário Laginha compôs a música original da banda sonora do filme Passagem por Lisboa do cineasta Eduardo Geada.
Em 1999 Mário Laginha iniciou uma colaboração de grande êxito com Bernardo Sassetti. Desde então, deram vários concertos e lançaram dois álbuns: Mário Laginha e Bernardo Sassetti (2003), e Grândolas (2004), disco integrado na comemoração dos 30 anos do 25 de Abril.
Em 2005 gravou o seu primeiro disco a solo, Canções e Fugas.
Em 2007 actuou ao vivo com Pedro Burmester e Bernardo Sassetti, no CCB (lisboa), concerto esse que foi editado em DVD com o título 3 Pianos. O repertório inclui temas de música clássica, música erudita moderna e temas dos próprios pianistas.
Em 2008 tocou com Bernardo Sassetti e Camané no espectáculo Vadios, no CCB, num espectáculo que juntou o jazz e o fado.




A Revolução dos Cravos foi há 39 anos

(imagem daqui)

Revolução dos Cravos refere-se a um período da história de Portugal resultante de um golpe de Estado militar, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático, com a entrada em vigor da nova constituição, a 25 de abril de 1976.
Este golpe, normalmente conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto por oficiais intermédios da hierarquia militar, na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que foram apoiados por oficiais milicianos, estudantes recrutados, muitos deles universitários. Este movimento nasceu por volta de 1973, baseado inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por se estender ao regime político em vigor. Sem apoios militares, e com a adesão em massa da população ao golpe de estado, a resistência do regime foi praticamente inexistente, registando-se apenas quatro mortos em Lisboa, pelas balas da DGS (ex-PIDE).
Após o golpe foi criada a Junta de Salvação Nacional, responsável pela nomeação do Presidente da República, pelo programa do Governo Provisório e respectiva orgânica. Assim, a 15 de maio de 1974 o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuido a Adelino da Palma Carlos.
Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares, apenas terminado com o 25 de Novembro de 1975.
Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República.
Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado "Dia da Liberdade".

(...)

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar.
No dia 24 de março, a última reunião clandestina dos capitães revoltosos decide o derrube do regime pela força. Prossegue a movimentação secreta dos capitães até ao dia 25 de abril. A mudança de regime acaba por ser feita por acção armada.

No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22.55 horas é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições na primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal é dado às 00.20 horas, quando a canção Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, Grândola, Vila Morena era proibida, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo.
O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia política (DGS) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.



Hoje é Dia da Liberdade...

(imagem daqui)

Quem a tem...

Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.


Eu não posso senão ser
Desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
E sempre a verdade vença,
Qual será ser livre aqui,
Não hei-de morrer sem saber.


Trocaram tudo em maldade,
É quase um crime viver.
Mas embora escondam tudo
E me queiram cego e mudo,
Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.

in
Fidelidade (1958) - Jorge de Sena

quarta-feira, abril 24, 2013

Música atual para geopedrados...



Just Give Me A Reason - Pink feat Nate Ruess


Right from the start
You were a thief, you stole my heart
And I, your willing victim
I let you see the parts of me
That weren't all that pretty
And with every touch
You fixed them

Now you've been talking in your sleep oh oh
Things you never say to me oh oh
Tell me that you've had enough
Of our love
Our love

Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again

I'm sorry I don't understand
Where all of this is coming from
I thought that we were fine (oh we had everything)
Your head is running wild again
My dear we still have everythin'
And it's all in your mind (Yeah, but this is happenin')

You've been havin' real bad dreams oh oh
You used to lie so close to me oh oh
There's nothing more than empty sheets
Between our love, our love
Oh, our love, our love...

Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
I never stopped
You're still written in the scars on my heart
You're not broken just bent
And we can learn to love again

Oh tear ducts and rust
I'll fix it for us
We're collecting dust
But our love's enough
You're holding it in
You're pouring a drink
No nothing is as bad as it seems
We'll come clean

Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again

Just give me a reason
Just a little bit's enough
Just a second we're not broken just bent
And we can learn to love again
It's in the stars
It's been written in the scars on our hearts
We're not broken just bent
And we can learn to love again

Oh, we can learn to love again
Oh, we can learn to love again
Oh, that we're not broken just bent
And we can learn to love again

O Telescópio Espacial Hubble foi lançado para o espaço há 23 anos

O Telescópio Espacial Hubble (em inglês Hubble Space Telescope - HST) é um satélite astronómico artificial não tripulado que transporta um grande telescópio de observação de luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial norte-americana NASA em 24 de abril de 1990, a bordo do vaivém espacial Discovery (missão STS-31). Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou inoperantes.
O telescópio é a primeira missão da NASA pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais (Great Observatories Program), consistindo numa família de quatro observatórios orbitais, cada um observando o Universo em um comprimento diferente de onda, como a luz visível, raios gama, raios-X e o infravermelho. Pela primeira vez se tornou possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do Universo até então desconhecidas ou pouco observadas. O Hubble, de uma forma geral, deu à civilização humana uma nova visão do universo e proporcionou um salto equivalente ao dado pela luneta de Galileu Galilei no século XVII.
Desde a conceção original, em 1946, a iniciativa de construir um telescópio espacial sofreu inúmeros atrasos e problemas orçamentais. Logo após o lançamento para o espaço, o Hubble apresentou uma aberração esférica no espelho principal que parecia comprometer todas as potencialidades do telescópio. Porém, a situação foi corrigida numa missão especialmente concebida para a reparação do equipamento, em 1993, voltando o telescópio à operacionalidade, tornando-se numa ferramenta vital para a astronomia. Imaginado nos anos 40, projetado e construído nos anos 70 e 80 e em funcionamento desde 1990, o Telescópio Espacial Hubble foi batizado em homenagem a Edwin Powell Hubble, que revolucionou a Astronomia ao constatar que o Universo estava em expansão.

Um já foi - e os outros...?!?

Barbra Streisand - 71 anos

Barbara Joana Streisand, (Brooklyn, Nova Iorque, 24 de abril de 1942), conhecida como Barbra Streisand, é uma cantora, compositora, atriz, diretora e produtora cinematográfica norte-americana, de origem judaica, vencedora de 2 Óscares, tendo sido nomeada para receber mais três estatuetas. Ela divide com Cher a distinção de ter sido premiada com o Óscar de Melhor Atriz e também ter gravado um single número um no Hot 100 da Billboard. Ela ganhou dois Óscares, oito prémios Grammy, quatro Prémios Emmy, um prémio Tony especial e um American Film Institute.
Ela é uma das artistas mais bem-sucedidas comercial e criticamente na história do entretenimento moderno, com mais de 71,5 milhões de álbuns vendidos nos Estados Unidos e 140 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo. Ela foi a primeira mulher a simultaneamente produzir, dirigir, escrever e atuar em um filme ("Yentl", de 1983).
Ela iniciou sua carreira em 1965 com a peça da Broadway "I Can get it For you Wholesale". O seu primeiro disco, The Barbra Streisand Album, foi lançado em 1963 e que lhe rendeu dois Prémios Grammy. Barbra possui uma voz poderosa e imprime uma interpretação dramática às músicas que grava, especialmente nas baladas românticas. Ela fez duetos com artistas como Neil Diamond, Donna Summer, Frank Sinatra, Celine Dion, Bryan Adams, Burt Bacharach e Barry Gibb
A sua estreia no cinema foi em 1968, com o musical "Funny Girl", e sua atuação no mesmo lhe rendeu o Óscar de melhor atriz. Foi indicada também pelo filme "O Nosso Amor de Ontem", em 1973. Também ganhou o Óscar de melhor canção original pelo filme "Nasce uma Estrela" em 1976. Em 1964, casou-se com o ator Elliot Gouldy com quem teve seu único filho, Jason, mas o divórcio adveio logo depois que conquistou o Óscar de melhor atriz. Depois de vários romances, a atriz e cantora casou em 1998 com o ator e diretor James Brolin.


O Genocídio Arménio começou há 98 anos


Arménios deportados em marcha

O Genocídio Arménio, holocausto arménio ou ainda o massacre dos arménios é como é chamada a matança e deportação forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem arménia que viviam no Império Otomano, com a intenção de exterminar a sua presença cultural, sua vida económica e o seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados Jovens Turcos, de 1915 a 1917.
Caracterizou-se pela sua brutalidade nos massacres e pela utilização de marchas forçadas com deportações, que geralmente levava a morte a muitos dos deportados. Outros grupos étnicos também foram massacrados pelo Império Otomano durante esse período, entre eles os assírios e os gregos de Ponto. Alguns historiadores consideram que esses atos são parte da mesma política de extermínio.
Está firmemente estabelecido que foi um genocídio, e há evidências do plano organizado e intentado de eliminar sistematicamente os arménios.
Adota-se a data de 24 de abril de 1915 como início do massacre, por ser a data em que dezenas de líderes arménios foram presos e massacrados em Istambul.
O governo turco rejeita o termo genocídio organizado e que as mortes tenham sido intencionais. Quase cem anos depois, ainda persiste a polémica.

(...)
Embora as reformas de 8 de fevereiro de 1914 não satisfizessem as exigências do povo arménio, pelo menos abriam o caminho para realizar o ideal pelo que havia lutado durante gerações, com sacrifício de inúmeros mártires. "Uma Armênia autônoma dentro das fronteiras do Império Otomano", era o anseio do povo arménio. Um mês mais tarde, em 28 de julho, começava a Primeira Guerra Mundial.
Esse conflito resultou trágico, pois deu oportunidade ao movimento político dos Jovens Turcos de realizar seu premeditado projeto de aniquilação do povo arménio. Na noite de 24 de abril de 1915 foram aprisionados em Constantinopla mais de seiscentos intelectuais, políticos, escritores, religiosos e profissionais arménios, que foram levados a força ao interior do país e selvaticamente assassinados.
Depois de privar o povo de seus dirigentes, começou a deportação e o massacre dos arménios que habitavam os territórios asiáticos do Império.

(...)

A cidade de Alepo caiu na mão dos britânicos e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos arménios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:
Cquote1.svg À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os arménios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da consequência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembro de 1915. Cquote2.svg
O ministro do Interior, Talat

Testemunhos 


Em geral, as caravanas de arménios deportados não chegavam muito longe. À medida que avançavam, o seu número diminuía com consequência da ação das armas de fogo, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a Mesopotâmia, eram abandonados sem defesa, sem víveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor, a humidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles.
René Pineau

Uma viajante alemã escutou o seguinte de uma arménia, em uma das estações do padecimento de um grupo de montanheses arménios:
Por que não nos matam logo? De dia não temos água e nossos filhos choram de sede; e pela noite os maometanos vêm a nossos leitos e roubam roupas nossas, violam nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos mais caminhar, os soldados nos espancam. Para não serem violentadas, as mulheres se lançam à água, muitas abraçando a crianças de peito.
O governo cometeria ainda outra vileza: a maioria dos jovens arménios mobilizados ao começar a guerra não foram enviados à frente, mas integraram brigadas para construção de caminhos. Ao terminar o trabalho todos eles foram fuzilados por soldados turcos.
Jacques de Morgan assim se refere às deportações, aos massacres e aos sofrimento padecidos pelos arménios:
Cquote1.svg Não há no mundo um idioma tão rico, tão colorido, que possa descrever os horrores arménios, para expressar os padecimentos físicos e morais de tão inocentes mártires. Os sobreviventes dos terríveis massacres, todos testemunhas da morte seus entes queridos, foram concentrados em determinados lugares e submetidos a torturas indescritíveis e a humilhações que os faziam preferir a morte.
Jacques de Morgan
Cquote2.svg

O povo arménio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães arménias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do alfabeto armênio na areia.

(...)

Acredita-se que cerca de 1,5 milhão de arménios foram mortos durante o que ficou conhecido como o Genocídio Arménio. De entre eles, vários morreram assassinados por tropas turcas, em campos de concentração, queimados, enforcados e até mesmo atirados amarrados ao Rio Eufrates, mas a maior parte dos arménios morreu por inanição, ou seja, falta de água e alimento.

terça-feira, abril 23, 2013

Este rio é minha rua


Este rio é minha rua
Música de Paulo André Barata e letra de Ruy Barata


Este rio é minha rua
Minha e tua mururé
Piso no peito da lua
Deito no chão da maré

Poi é. Pois é
Eu não sou de Ígarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué

Rio abaixo rio acima
minha sina cana é
Só em falar na mardita
Me alembrei de abaeté

Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué

Me arresponda boto preto
Quem te deu esse pixé
Foi limo de maresia
Ou inhaca de mulher

Pois é, pois é
Eu não sou de Ígarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraqué

Roy Orbison nasceu há 77 anos

Roy Kelton Orbison (Vernon, 23 de abril de 1936 - Hendersonville, 6 de dezembro de 1988), apelidado de "The Big O", foi um influente cantor e compositor norte-americano e um dos pioneiros do rock and roll, e cuja carreira estendeu-se por mais de quatro décadas. Orbison foi internacionalmente reconhecido por suas baladas sobre amores perdidos, por suas melodias ritmicamente avançadas, seu timbre vocal de três oitavas, seus característicos óculos escuras e um ocasional uso de falsete, tipificado nas canções como "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" e "Crying". Em 1988 foi incluído postumamente na Galeria de Fama de Compositores de Música.

Roy Orbison nasceu no dia 23 de abril de 1936 em Vernon, no Texas, Estados Unidos. Seus pais Orbie Lee e Nardine, deram sua primeira guitarra quando tinha 6 anos de idade. Como era de se esperar, para um jovem morando no Texas, suas influências musicais foram o gospel e o country.
Estimulado pelo pai e pelo tio, Roy começou a cantar em shows e no rádio antes dos dez anos de idade. Aos dez, ele recebeu seu primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos. No começo de sua adolescência, ele já viajava pelo Texas. Sua primeira banda, aos treze anos, foi The Wink Westerners formada por amigos de escola. Depois ele mudou para The Teen King. Roy Orbison estudou o primeiro grau em escolas de Vernon, Fort Worth e Wink, no Texas. Ele fez o colegial na Wink High School de 1950 a 1954.
Roy estudou por dois anos na Universidade do Texas. Ele pretendia estudar geologia, pois seu pai trabalhava nos campos de petróleo. Enquanto ele estava na universidade, Pat Boone, um amigo, convenceu-o a formar uma nova banda. Após se formar, Roy trabalhava no campo de petróleo e tocava à noite.
As suas apresentações ao vivo fizeram-no entrar em contacto com Johnny Cash, que aconselhou Roy a mandar uma cópia de "Ooby Dooby" para a Sam Phillips, da Sun Records, gravadora de Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Em junho de 1956, estava gravado o seu primeiro grande sucesso, "Ooby Dooby", vendendo 20.000 cópias. À princípio pretendia ser apenas um compositor de rock, mas com o tempo, decidiu gravar as suas próprias canções e impressionou o mundo com sua voz forte e frequentemente preferindo permanecer em tons agudos.
Roy Orbison, assim como aconteceu com seu amigo Elvis Presley, foi confundido, no início de sua carreira, por disc jockeys e por quem ouvia sua músicas, como um cantor negro, devido ao seu tipo de voz. O primeiro grupo famoso à gravar uma música de Roy foi The Everly Brothers: "Claudette", uma de suas primeiras composições e que Roy dedicou à sua primeira esposa, em 1958.
Alguns anos depois, Roy Orbison, como em agradecimento aos Everly Brothers, gravou dois de seus grandes sucessos: "Bye Bye Love" no seu álbum Lonely & Blue, em 1960 e "All I Have To Do is Dream", no seu álbum In Dreams, em 1963. Ainda com relação à gravação de Claudette, Roy Orbison usou seus direitos autorais resultantes deste sucesso para livrá-lo do contrato com a SUN RECORDS e assinar com a gravadora Monument. Sua primeira gravação Up Town, em 1960, já constava da lista de sucessos dos Estados Unidos. Neste mesmo ano, sua canção "Only The Lonely" foi rejeitada por Elvis Presley e os Everly Brothers e Orbison decidiu ele mesmo gravar. O resultado foi sensacional: a canção atingiu o topo das paradas da Inglaterra e por pouco não chegou ao ponto máximo dos EUA, vendendo dois milhões de discos.
Comenta-se que Roy Orbison, uma pessoa tímida e de poucas palavras, usava óculos escuros para corrigir o seu astigmatismo crónico. Ainda na década de 60, gozou de sucesso sem precedentes, tanto na Inglaterra como nos EUA, usando seu estilo de baladas românticas como "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams". Mesmo durante o sucesso dos Beatles (grupo de quem tornou-se amigo e que um dos integrantes viria a ser seu parceiro noutra banda) na América, Orbison foi um dos poucos artistas americanos que manteve o seu sucesso comercial.
Durante o auge dos Beatles nas paradas de sucesso, ele foi por duas vezes o número um na Inglaterra com o poderoso "It's Over" e o seu maior sucesso "Oh, Pretty Woman", vendendo 7 milhões de discos em 1964. Sua fama era tão grande, que os Beatles se sentiram orgulhosos por terem feito uma turnê com ele em 1963 (existe o comentário de que a canção "Please Please Me", do primeiro álbum de estúdio da banda, teve grande influência do estilo de Roy Orbison). Roy considerava a Inglaterra a sua segunda pátria, em consequência do seu grande sucesso naquele país e das turnês frequentes que ele lá ele fazia.
Em 1965, Roy Orbison assinou com a MGM, pensando na possibilidade de ser um ator de cinema, como foi Elvis Presley. De facto, ele chegou a gravar um filme em 1968: The Fastest Guitar Alive, no entanto, de pouco sucesso. Roy Orbison sempre gostou de música country e nunca escondeu sua admiração pelo cantor e compositor Don Gibson. Tanto é assim, que em 1967 Roy gravou um álbum chamado Roy Orbison Sings Don Gibson, o que se tornou algo inédito, pelo facto de Roy ser o autor da maioria de suas canções gravadas. Apenas para lembrar, Roy gravou, de autoria de Don Gibson: "I Can't Stop Loving You", "I'd Be a Legend in My Time", "Too Soon to Know", entre outros.
Roy Orbison sofreu as grandes tragédias da sua vida quando, em 1966, a sua esposa Claudette Frady morreu num acidente ao cair do banco traseiro da sua moto e, em 1968, um incêndio destruiu a sua casa, matando dois de seus três filhos (Roy Duwayne Orbison e Anthony King Orbison).
Roy Orbison casaria novamente, em 1969, com Barbara Orbison. Os anos que se seguiram foram tempos obscuros na sua carreira. Na década de 70, além de passar por problemas financeiros, sofreu uma operação do coração em 1979, e só foi relançado em 1980, quando conquistou um Grammy pelo seu dueto com Emmylou Harris na música "That Lovin' You Fellin' Again", do filme Roadie. Em 1986, seu outro sucesso, "In Dreams", fez parte da trilha sonora do filme Blue Velvet (Veludo Azul).
Em 1987 Roy Orbison foi incluído no Hall da Fama do Rock'n Roll e nesta cerimônia ele cantou "Oh, Pretty Woman" com Bruce Springsteen. Neste mesmo ano, Orbison assinou contrato com a Virgin Records, onde regravou todos seus sucessos, pois muitas das gravações originais estavam "presas" devido ao processo de falência. O resultado foi o álbum In Dreams. Em 1988, Roy ganhou o Grammy pelo dueto com K. D. Lang na música "Crying". Em 1988 produziu o álbum e o vídeo A Black And White Night (Roy Orbison and Friends) onde aparecem vários astros da música, como Bruce Springsteen, Tom Waits e Elvis Costello.
Neste mesmo ano juntou-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne formando os Traveling Wilburys. No entanto, nesta banda, eles não revelaram seus nomes verdadeiros e diziam que era composta por quatro irmãos (Roy, neste caso, era conhecido como Lefty Wilbury). O lançamento deste álbum foi esplêndido a conquistaram o Grammy em 1989. Todos esperavam que a carreira de Roy Orbison estouraria novamente, quando sofreu um ataque cardíaco fatal, em Nashville.
O lançamento do disco Mystery Girl, finalizado postumamente em 1989, foi considerado pela crítica como o mais bem sucedido álbum de toda sua careira, não simplesmente como uma homenagem póstuma mas pelo fato deste disco conter canções que mostravam um homem descontraído e com uma voz que nunca havia soado melhor, como por exemplo "You Got It", "She's a Mistery to Me", "Califórnia Blue", "A Love So Beautiful", "In The Real World", "The Comedians", etc. Em 1992, foi lançado o álbum King of Hearts, contendo algumas músicas inéditas.
Sobre este álbum, Barbara Orbison comentou: "Uma das perguntas que me faziam nestes três últimos anos, era se Roy havia deixado material suficiente para mais um álbum. Este disco, é a resposta". Roy Orbison ficou conhecido como o lendário Big "O". Alguns de seus sucessos foram temas de filmes, como Wild Heart (Insignificance), In Dreams (Veludo Azul), Oh, Pretty Woman (Uma Linda Mulher), Crying, em dueto com K.D.Lang (Hiding Out) e A Love So Beautiful (Proposta Indecente).
É fantástico ver a legião que Roy nos deixou e como o mundo reconheceu. Em 1989, Roy e k. d. lang ganharam o Grammy pelo dueto de Crying. Em fevereiro de 1990, o Roy Orbison Tribute Concert to Benefit the Homeless (Concerto em Tributo a Roy Orbison em Benefício aos Sem Abrigo) reuniu vários músicos. Don Was, Gary Busey, Dean Stockwell, Patrick Swayze, Bernie Taupin, The Original Byrds (David Crosby, Chris Hillman and Roger McQuinn), Cindy Bullens, T-Bone Burnett, Johnny Cash, Bob Dylan, Chris Frantz, Larry Gatlin, Emmylou Harris, John Hiatt, John Lee Hooker, Chris Isaak, B. B. King, k. d. lang, Michael McDonald, NRBQ, Iggy Pop, Bonnie Raitt, Michelle Shocked, Ricky Skaggs, Stray Cats, Pete Townshend, Was (Not Was), Dwight Yoakam and Tina Weymouth lembraram Roy cantando suas músicas. No final de 1990, Roy entrou para o Songwriters Hall Of Fame (Hall da Fama dos Compositores). No mesmo ano, You Got It e Mystery Girl foram grandes sucessos no mundo todo.
Em 1991, Roy recebeu um Grammy por "Oh, Pretty Woman" do álbum A Black and White Night Live, um show ao vivo com a presença de Jackson Browne, T-Bone Burnett, Elvis Costello, James Burton, k. d. lang, Bonnie Raitt, Steven Soles, J. D. Souther, Bruce Springsteen, Tom Waits e Jennifer Warnes. Nesse ano, duas músicas de Roy estiveram entre as vinte melhores no Reino Unido - ele tinha estado nas paradas por mais de quatro décadas. Inacreditável para um homem que quando perguntavam como gostaria de ser lembrado simplesmente respondia, "Eu só gostaria de ser lembrado."


O poeta brasileiro Ruy Barata morreu há 23 anos

(imagem daqui)

Ruy Guilherme Paranatinga Barata (Santarém, Párá, 25 de junho de 1920 - São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro.
Filho único de Maria José (Dona Noca) Paranatinga Barata e do advogado Alarico de Barros Barata. Recebeu o nome Rui em virtude da admiração paterna por Rui Barbosa. O indígena Paranatinga vem do lado materno, que significa rio (paraná) branco (tinga).
Foi alfabetizado pelo pai. Aos dez anos vem para Belém para continuar os estudos. Primeiro, no internato do Colégio Moderno; depois, no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, dirigido pelos Irmãos Maristas. Faz o pré-jurídico no Colégio Estadual Paes de Carvalho, onde tem como professor o intelectual Francisco Paulo do Nascimento Mendes, de quem se torna amigo para a vida inteira, e se inicia na poesia escrevendo na revista Terra Imatura. Em 1938, entra para a Faculdade de Direito do Pará.
Em meio aos estudos jurídicos sente aumentar a paixão pela poesia. Mergulha fundo nos poemas de Maiakovski, Garcia Lorca, T.S. Elliot, Mallarmé, Rilke, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, entre outros. Abre-se ao pensamento de esquerda através da leitura do Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Em 1941, casa-se com Norma Soares Barata, com quem teve sete filhos: Maria Diva, Rui Antônio, Paulo André (parceiro constante em várias canções, entre elas, as mais famosas, Foi assim e Pauapixuna), Maria Helena, Maria de Nazaré, Maria Inez e Cristóvão Jaques.
Em 1943, forma-se em direito e, como orador da turma, em plena ditadura do Estado Novo, faz um discurso em que pede a volta do país ao Estado de Direito e defende teses avançadas no campo da justiça social. Nessa fase, prefere trocar o exercício da advocacia pela presença na redação do jornal Folha do Norte, de Paulo Maranhão.
Passa a frequentar as tertúlias do Central Café, no centro de Belém, lideradas pelo professor Francisco Paulo do Nascimento Mendes, onde convive e integra a mais brilhante geração de intelectuais paraenses republicanos, que gravitou em torno de Chico Mendes. Entre eles, Mário Faustino, Paulo Plínio Abreu, Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura.
Ainda em 1943, publica seu primeiro livro de poemas Anjo dos Abismos, pela José Olympio Editora, com o decisivo apoio do romancista paraense Dalcídio Jurandir.
Nessa época, o pai de Ruy, Alarico Barata, exercia forte liderança política na região do Baixo Amazonas contra a violência do chamado Baratismo, liderado pelo caudilho Joaquim Magalhães de Cardoso Barata.
No decorrer dessa luta contra o autoritarismo de Magalhães Barata, Rui Guilherme Paranatinga Barata entra na política partidária e, aos 26 anos, em 1946, é eleito deputado para a Assembleia Constituinte do Pará, pelo Partido Social Progressista (PSP). Embalado pelo clima de explosão democrática que sucedeu a vitória dos aliados contra o nazifascismo na Europa, nenhum tema relevante aos direitos humanos escapou da percepção do jovem deputado naquela legislatura. A luta pela paz num mundo traumatizado pela morte de milhões de seres humanos nos campos de batalha, o horror da ameaça atómica que exterminara as populações de Hiroshima e Nagasaki, o respeito à autodeterminação dos povos, o Estado de Direito no Brasil, a defesa da soberania da Amazónia e a luta contra a pobreza foram temas caros a Ruy Barata.
Foi reeleito em 1950. Em 1951, publica os poemas de A Linha Imaginária (Edições Norte, Belém). A partir daí e depois, como deputado federal (1957 a 1959), se afirma como a voz progressista no Pará em defesa do monopólio estatal do petróleo, das grandes causas nacionais e da paz mundial, nos momentos cruciais da chamada guerra fria.
Em 1959, saúda a revolução cubana com o poema Me trae una Cuba Libre/Porque Cuba libre está. Nesse mesmo ano, entra para a militância clandestina do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. A filiação no PCB tem reflexo na própria criação poética, que opta por evidenciar, nessa fase, um tom político. A sua poesia busca o caminho das palavras acessíveis à compreensão popular e denuncia claramente a miséria e a injustiça social.
Nessa época, provavelmente, dá início à construção de O Nativo de Câncer, poema inacabado com força épica a contar a história de uma cultura em face da invasão de culturas estranhas, um impressionante inventário das coisas e do homem amazónico, incluindo aí o inventário do próprio poeta, um nativo de câncer (em português de Portugal, o signo astrológico Caranguejo). O primeiro canto do poema foi publicado em fevereiro de 1960 no jornal Folha do Norte.
Em 1964, com o golpe militar, foi preso, demitido de seu cartório (então 4º Ofício do Cível e Comércio da Comarca de Belém) e aposentado compulsivamente do cargo de professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará, com menos de 10% de seus proventos. Para sobreviver passa a exercer a advocacia no escritório de seu pai, Alarico Barata, e escreve artigos e reportagens com pseudónimos, como Valério Ventura, para os jornais Folha do Norte e Flash.
A partir de 1967, Ruy Barata, que tinha, desde a juventude, uma estreita ligação com a música, passa a compor em parceria com seu filho, o então jovem músico e instrumentista Paulo André Barata.
Ruy mostra-se um exímio letrista para as melodias do filho. Compõem dezenas de músicas, de cunho rural e urbano, que se tornaram sucessos nacionais e internacionais.
Em 1978, lança mais um capítulo do estudo sobre a Cabanagem, a revolução paraense de 1835, cuja publicação iniciara no ano anterior pela revista do Instituto Professor Sousa Marques (Rio de Janeiro): O Cacau de Sua Majestade, O Arroz do Marquês, A Subversão do Cacau e do Algodão, A Economia Paraense às Vésperas da Tormenta.
Em 1979, com a promulgação da Lei da Amnistia, Ruy Barata é reintegrado no quadro de professores da Universidade Federal do Pará, e volta a ensinar Literatura Brasileira. Em 1984, é publicada a primeira edição do livro Paranatinga, um estudo biográfico do poeta escrito por Alfredo Oliveira.
Ruy Barata morreu em 23 de abril de 1990, durante uma cirurgia, em São Paulo, para onde viajara a fim de obter dados sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazónia.
Pouco depois de sua morte foi lançada a segunda edição, revista e ampliada, do livro Paranatinga. A sua estátua está nos jardins do Parque da Residência, antiga casa dos governadores do Pará, que hoje abriga a Secretaria de Cultura do Estado. Empresta seu nome a uma avenida, ainda em construção, que vai ladear as águas da baía do Guajará em Belém.
Em 2000, foi lançado o livro Antilogia, uma coletânea de poemas organizada e revista pelo próprio Rui entre janeiro e fevereiro de 1990, pouco antes de sua morte, cuja edição reúne quatorze poemas e uma das correspondências que lhe foram enviadas pelo poeta Mário Faustino.
O trabalho de Ruy Barata continua a inspirar músicas, poesias, vídeos, cinema, trabalhos escolares, teses, documentários, dança, artes plásticas e dezenas de outras manifestações culturais em todo o Pará, para reverenciar a memória do poeta que disse em uma canção: Tudo que eu amei estava aqui".
A poesia não se faz com ideias, mas com palavras.
Ruy Barata

Ode


Os dedos contam as ondas,
os minutos talvez,
jamais o anelo.

Podes marcar a face disfarçada,
a barba,
os bens,
todos os sonhos,
mas escravos do real só te aceitamos
na tua farda de pêlos,
sangue
e ossos.

Quando recriarás a trança libertária,
o horizonte do mito,
o Deus negado,
a tela do perene e do intocável?

Quando libertarás a página e o relógio,
o ser distante que revel condenas
às arestas da ruga e aos frutos sazonados?

Quando
(deste olhar em diagonal ao espelho e à morte)
farás ruir ao peso de teu gládio
e ao sulco de teu grito
as taças do não ser,
o veneno da aurora,
as portas do visível,
e do invisível?

Ó jamais seremos sós perante a Fonte,
jamais seremos nós e a ti mostramos
o sorriso de "clown" que se reparte
em contorções de esperma,
tédio,
e ódio.

Jamais conservaremos o perfume e a liturgia,
e a hora que se esvai não justifica
este desabrochar em cálice e corola.

Não ser
..................(embora seja no retrato),
não ter
..................(para ao flagelo condenar-se),
não sentir o chamar do céu porque beleza
e memória de ausências povoada.

Estamos sós,
bem sei,
e como é noite
arrancas o teu mundo no arbitrário,
e a poesia morde o que não é.

Quem te susteve o braço suicida:
a ode ou o catecismo?
Quem te ligou à sorte deste povo:
o sonho ou a promissória?
Quem te fez espalmar a mão como inocente
e a cabeça baixar como culpado?

Ó tempo,
ó dimensão do exílio e da orfandade,
e se não digo eterno,
quase eterno,
deixai toda esperança
"voi che entratte".


in A linha imaginária (1951) - Ruy Barata

Cervantes morreu há 397 anos

Miguel de Cervantes Saavedra  (Alcalá de Henares, 29 de setembro de 1547 - Madrid, 23 de abril de 1616) foi romancista, dramaturgo e poeta castelhano. A sua obra-prima, Dom Quixote, muitas vezes considerado o primeiro romance moderno, é um clássico da literatura ocidental e é regularmente considerado um dos melhores romances já escritos. Seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura. A sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).


Epitafio

Aquí el valor de la española tierra,
aquí la flor de la francesa gente,
aquí quien concordó lo diferente,
de oliva coronando aquella guerra;

aquí en pequeño espacio veis se encierra
nuestro claro lucero de occidente;
aquí yace enterrada la excelente
causa que nuestro bien todo destierra.

Mirad quién es el mundo y su pujanza,
y cómo, de la más alegre vida, 10
la muerte lleva siempre la victoria;

también mirad la bienaventuranza
que goza nuestra reina esclarescida
en el eterno reino de la gloria.

in Poesías sueltas - Miguel de Cervantes