domingo, janeiro 08, 2012

David Bowie - 65 anos

  David Bowie, major influence of Fred Vidal, His Magician!
David Bowie (nome artístico de David Robert Haywood-Jones, Londres, 8 de Janeiro de 1947) é um músico e actor britânico, conhecido pelo seu trabalho musical nos anos 70 e 80 e pela sua alta influência no mundo da música, especificamente no rock. David Bowie já vendeu cerca de 136 milhões de álbuns no mundo inteiro.

É conhecido também pela atuação em filmes como The Man Who Fell to Earth, The Hunger, Merry Christmas Mr. Lawrence e Labyrinth.

É casado com a modelo somali Iman Abdulmajid desde 1992. Tem dois filhos: Alexandria Zhara, nascida em 2000 e Duncan Zowie Haywood Jones (nascido em 1971, fruto de seu casamento com Angela Bowie).

sábado, janeiro 07, 2012

O triste caso dos aventais e lojas - não, não estamos a falar do Pingo Doce

Entre bons e maus maçons, para que servirá a democracia?


Monty Python e a transparência maçónica

Dois notáveis maçons vieram esta semana aumentar a confusão que me vai na cabeça.
António Arnaut garante que os "irmãos" são pessoas de bons princípios e nobres ideais, patriotas que só desejam o bem comum, dando como exemplo desse altruísmo as lojas terem apreciado em profundidade o projecto de criação do Serviço Nacional de Saúde.
Por outro lado, Vasco Lourenço veio a público afirmar que "existem gangs na maçonaria".
Em que ficamos?
in 31 da Armada - post de Luís Filipe Coimbra

A teoria da Deriva dos Continentes fez ontem um século!

Deriva continental


Faz hoje, 6 de janeiro, exactamente cem anos que o geofísico alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930) apresentou, numa reunião da Associação Geológica Alemã, ocorrida no Museu Senckenberg, em Frankfurt, a sua teoria da deriva continental e a sua ideia da existência em eras geológicas muito recuadas de um supercontinente, a que chamou “pangea” (a partir do grego pan + gea, que significa “toda a terra”) rodeado por um único oceano, designado por "pantalassa" (do grego, pan + talasso, que significa "todos os mares").


O seu livro “A Origem dos Continentes e Oceanos” foi publicado em 1915. Mas foi com a terceira edição em 1922, traduzida em várias línguas, que as suas ideias sobre a evolução da crusta continental e oceânica ficaram melhor conhecidas. A sua obra é a rocha fundadora da tectónica de placas, que só viria a ser confirmada e melhor compreendida depois de detectada a expansão do fundo dos oceanos na década de 1960.


O impacto das ideias de Wegener, que se vieram a confirmar experimentalmente cinco décadas após a sua formulação, com a mudança de paradigma que elas produziram, é comparável na Geologia à revolução que a teoria heliocêntrica de Copérnico causou na Astronomia no século XVI.

in De Rerum Natura - post de António Piedade

Poema de Torga alusivo à data - II

(imagem daqui)

Lisboa, Mosteiro de Odivelas, 21 de novembro de 1984

D. Dinis

Dorme na tua glória, grande rei
Poeta!
Não acordes agora.
A hora
Não te merece.
A pátria continua,
Mas não parece
A mesma que te viu a majestade.
Dorme na eternidade
Paciente
De quem num areal
Semeou um futuro Portugal,
Confiado na graça da semente.


in Diário XIV (1987) - Miguel Torga

Poema de Torga alusivo à data

(imagem daqui)


Inês de Castro

Antes do fim do mundo, despertar,
Sem D. Pedro sentir,
E dizer às donzelas que o luar
E o aceno do amado que há-de vir...

E mostrar-lhes que o amor contrariado
Triunfa até da própria sepultura:
O amante, mais terno e apaixonado,
Ergue a noiva caída à sua altura.

E pedir-lhes, depois fidelidade humana
Ao mito do poeta, à linda Inês...
À eterna Julieta castelhana
Do Romeu português.

in
Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Hoje é dia de recordar El-Rei D. Dinis

(imagem daqui)

D. Dinis

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmurio consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.

in
Mensagem - Fernando Pessoa

Mais duas belíssimas poemas em forma de canção de D. Dinis


Amigo, queredes-vos ir?

– Amigo, queredes-vos ir?
– Si, mia senhor, ca nom poss'al
fazer ca seria meu mal
e vosso; por end'a partir
mi convem daqueste logar.
– Mais que gram coita d'endurar
mi será, pois m'é sem vós vir!

Amigu', e de mim que será?
– Bem, senhor bõa, e de prez;
e pois m'eu for daquesta vez
o vosso mui bem se passará,
mais morte m'é de m'alongar
de vós e ir-m'alhur morar.
– Mais, pois é vós ũa vez já!

Amigu', eu sem vós morrerei.
– Nom o querrá Deus esso, senhor,
mais pois u vós fordes nom for
o que morrerá eu serei;
mais quer'eu ant'o meu passar
ca_assi do voss'aventurar,
ca eu sem vós de morrer hei!

Queredes-m', amigo, matar?
– Nom, mia senhor, mais por guardar
vós mato-mi, que m'o busquei.




Pois que vos Deus, amigo

Pois que vos Deus, amigo, quer guisar
d'irdes a terra d'u é mia senhor,
rogo-vos ora que por qual amor
vos hei lhi queirades tanto rogar
que se doia já do meu mal.

E d'irdes i tenh'eu que mi fará
Deus gram bem, poi-la podedes veer;
e, amigo, punhad'em lhi dizer,
pois tanto mal sofro, gram sazom há,
que se doia já do meu mal.

E pois que vos Deus aguisa d'ir i
tenh'eu que mi fez El i mui gram bem,
e pois sabede-lo mal que mi vem
pedide-lh'i mercee por mi,
que se doia já do meu mal.

Mais uma canção de El-Rei D. Dinis

in Cantigas de amor e de amigo - Cantigas profanas galego-portuguesas dos séculos XIII e XIV (Galiza - 2004)

A tal estado mi adusse, senhor


A tal estado mi adusse, senhor,
o vosso bem e vosso parecer
que nom vejo de mi nem d'al prazer,
nem veerei já, enquant'eu vivo for,
......u nom vir vós que eu por meu mal vi.


E queria mia mort'e nom mi vem,
senhor, porque tamanh'é o meu mal
que nom vejo prazer de mim nem d'al,
nem veerei já, esto creede bem,
......u nom vir vós que eu por meu mal vi.


E pois meu feito, senhor, assi é,
querria já mia morte, pois que nom
vejo de mi nem d'al nulha sazom
prazer, nem veerei já, per bõa fé,
......u nom vir vós que eu por meu mal vi;


pois nom havedes mercee de mi.

Pergaminho Sharrer com a letra e música de D. Dinis A tal estado mi adusse, senhor

NOTA: e agora a minha versão, em português moderno:

A tal estado me trazeis, senhor


A tal estado me trazeis, senhor,
o vosso bem e vosso bom parecer
que não vejo mais nada, nem prazer,
nem verei já, enquanto eu vivo for,
......enquanto não vos vir, que por meu mal vos vi.


E queria minha morte não me vem,
senhor, porque tamanho é o meu mal
que não vejo prazer de mim nem de tal,
nem verei já, isto acreditai bem,
......enquanto não vos vir, que por meu mal vos vi.


E pois meu feito, senhor, assim é,
queria já minha morte, pois que não
vejo de mim nem de nenhuma razão
prazer, nem verei já, por boa fé,
......enquanto não vos vir, que por meu mal vos vi.


pois não tendes pena de mim.

Uma cantiga de amigo com letra e música de D. Dinis


O que vos nunca cuidei a dizer
Letra e música - El-Rei D. Dinis de Portugal

O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.

E tod[o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei
e des i por vos dar a entender
que por outra morria - de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei de viver
que nẽum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

NOTA: uma versão da poesia, em português moderno, de Pedro Luna:

O que nunca pensei de vos dizer

O que nunca pensei de vos dizer,
com mágoa, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
e sabeis que nunca vos falei
de como me matava o vosso amor;
sabe bem Deus que, de outro senhor,
que eu não tinha, eu vos chamei.

E tudo isto que me fez ter
tão grande medo que de vós tenho
e também por vos dar a entender
que por outra morria - de que tenho,
bem sabeis, muito pouco pavor;
e desde agora, formoso senhor,
se me matardes, tal busquei com empenho.

E crede que eu terei prazer
por me matardes, certamente sei
que esse pouco que hei-de viver
que nenhum prazer nunca verei;
e porque disto ser sabedor,
se me quiserdes dar morte, senhor,
por grande mercê o considerarei.

Há 402 anos Galileu descobriu três satélites de Júpiter (Io, Europa e Ganimedes)

Há 402 anos Galileu descobriu três satélites de Júpiter (Io, Europa e Ganimedes)

Montage of Jupiter's four Galilean moons, in a composite image comparing their sizes and the size of Jupiter - from top to bottom: Io, Europa, Ganymede, Callisto

The Galilean moons are the four moons of Jupiter discovered by Galileo Galilei in January 1610. They are the largest of the many moons of Jupiter and derive their names from the lovers of Zeus: Io, Europa, Ganymede and Callisto. Ganymede, Europa and Io participate in a 1:2:4 orbital resonance. They are among the most massive objects in the Solar System outside the Sun and the eight planets, with radii larger than any of the dwarf planets.
The four moons were discovered sometime between 1609 and 1610 when Galileo made improvements to his telescope, which enabled him to observe celestial bodies more distinctly than had ever been possible before. Galileo’s discovery showed the importance of the telescope as a tool for astronomers by proving that there were objects in space that cannot be seen by the naked eye. More importantly, the incontrovertible discovery of celestial bodies orbiting something other than the Earth dealt a serious blow to the then-accepted Ptolemaic world system, or the geocentric theory in which everything orbits around the Earth.
Galileo initially named his discovery the Cosmica Sidera ("Cosimo's stars"), but names that eventually prevailed were chosen by Simon Marius. Marius claimed to have discovered the moons at the same time as Galileo, and gave them their present names in his Mundus Jovialis, published in 1614.

As a result of improvements Galileo Galilei made to the telescope, with a magnifying capability of 20×, he was able to see celestial bodies more distinctly than was ever possible before. This allowed Galilei to discover sometime between December 1609 and January 1610 what came to be known as the Galilean moons.
On January 7, 1610, Galileo wrote a letter containing the first mention of Jupiter’s moons. At the time, he saw only three of them, and he believed them to be fixed stars near Jupiter. He continued to observe these celestial orbs from January 8 to March 2, 1610. In these observations, he discovered a fourth body, and also observed that the four were not fixed stars, but rather were orbiting Jupiter.

Inês de Castro foi assassinada há 657 anos

Súplica de Inês de Castro - Columbano Bordalo Pinheiro

D. Inês de Castro (Galiza, 1320 ou 1325 - Coimbra, 7 de janeiro de 1355) foi uma nobre galega, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada às ordens do pai deste, o Rei D. Afonso IV. Foi descendente direta do rei Sancho I de Aragão, pois era trineta, por via masculina, de Fernão Guterrez de Castro.

Romance com D. Pedro
D. Inês de Castro era filha natural de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
Em 24 de agosto de 1339 teve lugar, na sé de Lisboa, o casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Peñafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela», e neto do rei Fernando III de Castela. Todavia seria por uma das aias de Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e mal aceite tanto pela corte como pelo povo.
Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - D. Fernando de Castro e D. Álvaro Pirez de Castro. Assim, em 1344 o rei mandou exilar D. Inês no castelo de Alburquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia D. Teresa mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre D. Pedro e D. Inês os quais, segundo a lenda, correspondiam-se com frequência.
Em Outubro do ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai. Começou então uma desavença entre o Rei e o Infante.
D.Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou este projecto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher D. Constança e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, fruto dos seus amores, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação porque durante o reinado de D. Dinis, seu filho D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono por um dos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para o filho mais velho de D. Inês de Castro.
Entretanto, o reino de Castela encontrava-se em grave agitação com a morte de D. Afonso XI e a impopularidade do rei D. Pedro I de Castela, cognominado o Cruel. Os irmãos de D. Inês sugeriram a D. Pedro que se declarasse pretendente ao trono de Castela e assim juntasse os reinos de Leão e de Castela a Portugal, uma vez que o príncipe português era, por parte da sua mãe, neto de D. Sancho IV de Castela. Em 1354 convenceram-no a pôr-se à frente da conjuração, na qual D. Pedro se proclamaria pretendente às coroas castelhana e leonesa. Foi novamente a intervenção enérgica de D. Afonso IV de Portugal que ao saber da proposta dos Castros e seus aliados proibiu que tal sucedesse. O rei mantinha uma linha de neutralidade, abstendo-se de intervir na política de outras nações, o que lhe permitia paz e respeito com os reinos vizinhos.

Execução de Inês de Castro
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e se instalado no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste Paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de Reis e Príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas.
Havia boatos de que o Príncipe tinha se casado secretamente com D. Inês. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele podia se casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D. Inês.
A 7 de janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem D. Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz em Agosto de 1355.

Raínha póstuma
D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança «em dia que não se lembrava». A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e posteriormente seria perdoado pelo Rei no seu leito de morte.
D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos Túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde transladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 80 do século dezoito os túmulos foram mudados para o recém construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimónia da coroação e do beija mão à rainha D. Inês morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.

Um maiores governantes de Portugal morreu há 687 anos

D. Dinis I de Portugal (Lisboa [?], 9 de Outubro 1261 - Santarém. 7 de Janeiro de 1325) foi o sexto rei de Portugal, cognominado o Lavrador pela imputação da plantação do Pinhal de Leiria ou o Rei-Poeta devido à sua obra literária.
Filho de D. Afonso III de Portugal e da infanta Beatriz de Castela. Foi aclamado em Lisboa em 1279, tendo subido ao trono com 17 anos. Em 1282 desposou Isabel de Aragão, que ficaria conhecida como rainha santa.
Ao longo de 46 anos a governar o Reino de Portugal e o Reino do Algarve foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação: em 1297, com a conclusão da Reconquista, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial da corte, libertou as Ordens Militares em território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. A sua política centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a Marinha Portuguesa, nomeando 1ºAlmirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha, e ordenando a construção de várias docas.
Foi grande amante das artes e letras. Tendo sido um importante trovador, cultivou as Cantigas de Amigo, de Amor e de maldizer, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca. Pensa-se ter sido o primeiro monarca português alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo. Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas obras para português, entre as quais se contam os tratados de seu avô Afonso X, o Sábio. Foi o responsável pela criação da primeira Universidade portuguesa, inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa, mas transferida pela primeira vez para Coimbra em 1308. Esta universidade foi transferida várias vezes entre as duas cidades, estando definitivamente instalada em Coimbra desde 1537, por ordem de D. João III.
Após a sua morte em 1325 foi sucedido pelo seu filho legitimo Afonso IV de Portugal, apesar da oposição do seu filho natural Afonso Sanches.

Personalidade
Nunca esquecendo o hiato de largos séculos que nos separa de D. Dinis, é possível traçar um esboço de linhas mestras da personalidade deste rei português. Era determinado, ou mesmo obstinado, nos seus intentos, do que são exemplo a "cadência de inquirições verdadeiramente demolidora" e demais políticas de centralização régia que instituiu de forma sistemática.
Revelou-se desde cedo um grande estratega, sendo percursor de uma política governativa e legislativa não apenas reactiva, mas antes de cunho pro-activo. Beneficiando de uma análise a posteriori, percebe-se que as decisões não iam sendo tomadas ao acaso, antes se articulando na senda de um ideal de país e nação que o Rei almejava. À laia de exemplo, indique-se a concomitante criação de concelhos e feiras, as políticas de fortificação das fronteiras ou a crescente dependência das ordens militares do poder régio.
Por tudo isto, D. Dinis foi reconhecido como um homem sagaz e de elevada capacidade governativa, tanto por contemporâneos como por historiadores posteriores.
Não carecia D. Dinis do que hoje apelidamos de habilidade política. Sendo hábil no trato e entendedor dos Homens, D. Dinis soube ir "atacando e apaziguando, alternadamente, os interesses senhoriais laicos e eclesiásticos: desamortizou os bens do clero, mas aceitou a concordata e restringiu os direitos de comedoria nos mosteiros; inquiriu os bens senhoriais, mas as leis de desamortização travam a erosão dos patrimónios senhoriais." A administração das propriedades régias tornou-se mais eficiente e D. Dinis ficou conhecido como um Rei rico; disso encontramos eco na Divina Comédia de Dante Alighieri.
Não obstante, D. Dinis é mormente celebrado em todos os registos cronísticos contemporâneos e posteriores como um Rei justo. Sabendo-se que a maior parte do trabalho legislativo do seu reinado se focou em questões de justiça processual, não será de menor relevo o facto de grande parte dessa nova legislação ir no sentido de evitar excessivas delongas e custas judiciais e impedir abusos de advogados e procuradores.
Dele pode-se ainda dizer que a determinação que tantas conquistas políticas lhe granjeou podia por vezes degenerar em teimosia e prepotência. Descrito por vezes como cruel, principalmente nas relações familiares: na forma como tratava o filho herdeiro D. Afonso (nunca o seu favorito) e a esposa, D. Isabel, entregando-lhe os frutos dos seus adultérios para que os criasse.
Figura incontornável da Península Ibérica de fim de Duzentos e início de Trezentos, D. Dinis foi cognominado Pai-da-Pátria por Duarte Nunes de Leão.

Compleição física
Pouco ou nada se sabia do físico do Rei D. Dinis. As fontes da época assim como autores posteriores falham redondamente em oferecer qualquer tipo de descrição física do monarca. As informações que hoje dispomos advêm de uma abertura acidental do túmulo de D. Dinis aquando de um processo de restauro em 1938.
Ficámos a saber que a figura histórica imponente de D. Dinis viveu num corpo de cerca de 1,65m. O monarca faleceu com a proveta idade de 63 anos, feito notável para a época. Aparentemente gozou de excelente saúde durante toda a sua vida: apenas fez o primeiro testamento completo aos 61 anos, sempre viajou, participou em guerras estando já adiantado de idade e aos 60 ainda caçava. Essa suposição é confirmada pela análise dos seus restos mortais que revela que morreu com a dentadura completa, algo que mesmo nos nossos dias continua a ser extraordinário.
Um traço distinto da fisionomia de D. Dinis terão sido os seus cabelos e barba ruivos. Facto curioso na família real portuguesa de então, do qual não se conhecem outros exemplos até à época de D. Dinis. Pode-se especular que a origem genética deste traço poderia vir do lado materno, pois seu tio Fernando de Castela era ruivo (recebendo ademais o epiteto de La Cerda). As hipóteses mais plausíveis serão que estes dois príncipes peninsulares tenham herdado o traço de Henrique II de Inglaterra, pai de Leonor Plantageneta, bisavó de Afonso X; ou então da mãe de Afonso X, Isabel de Hohenstaufen, neta do famoso Imperador Frederico, o Barba Ruiva.

Administração
Como herdeiro da coroa, D. Dinis desde cedo foi envolvido nos aspectos de governação pelo seu pai. À data da sua subida ao trono, o país encontrava-se em conflito com a Igreja Católica. D. Dinis procurou normalizar a situação assinando um tratado com o papa Nicolau III, onde jurava proteger os interesses de Roma em Portugal. Salvou a Ordem dos Templários em Portugal através da criação da Ordem de Cristo, que lhe herdou os bens no reino português depois da sua extinção e apoiou os cavaleiros da Ordem de Santiago ao separarem-se do seu mestre castelhano.
D. Dinis foi essencialmente um rei administrador e não guerreiro: envolvendo-se em guerra com o Reino de Castela em 1295, desistiu dela em troca das vilas de Serpa e Moura. Pelo Tratado de Alcanises (1297) firmou a paz com Castela, definindo-se nesse tratado as fronteiras actuais entre os dois países ibéricos. Por este tratado previa-se também uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas.
A sua prioridade governativa foi essencialmente a organização do reino: continuando a vertente legisladora de seu pai D. Afonso III, a profusa acção legislativa está contida, hoje, no Livro da Leis e Posturas e nas Ordenações Afonsinas. Não são "códigos" legislativos tal como os entendemos hoje, mas sim compilações de leis e do direito consuetudinário municipal, alteradas e reformuladas pela Coroa.
Com efeito, a incidência de questões de carácter processual com igual peso ao carácter de direito positivo das suas leis, denuncia a crescente preocupação do rei em enquadrar o direito consuetudinário (ou costumeiro) no âmbito da Coroa, e em efectivar o seu poder no terreno. As determinações sobre a actuação de alvazis (oficiais concelhios), juízes, procuratores e advocati demonstram isto, já que um poder meramente nominal sobre todos os habitantes do Reino, como era típico na Idade Média, não se compatibiliza com este esforço em esmiuçar os trâmites jurídicos, ou em moralizar o exercício da justiça. A criação de corregedores denuncia claramente o início do processo de territorialização da jurisdição da Coroa, extravasando os domínio régios, a par da crescente importância da capitalidade de Lisboa.
O reinado de D. Dinis acentuou a predilecção por Lisboa como local de permanência da corte régia. Não existe uma capital, mas a localização de Lisboa, o seu desenvolvimento urbano, económico e mercantil vão fazendo da cidade o local mais viável para se afirmar como centro administrativo por excelência.
A articulação entre o norte e o sul do país - este sul que se torna alvo da maior atenção e permanência dos reis - fazem de Lisboa centro giratório para tornar Portugal viável. Entre o norte, onde a malha senhorial é mais densa e apertada, e o sul, onde o espaço vasto conquistado aos mouros implanta sobretudo os domínios régios e as ordens militares, assim como vastos espaços de res nullius e torna Portugal um reino onde duas realidades diferentes se complementam.
Preocupado com as infra-estruturas do país (ver discussão), D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro. Fomentou as trocas com outros reinos, assinou o primeiro tratado comercial com o rei de Inglaterra em 1308 e criou o almirantado, atribuído como privilégio ao genovês Manuel Pessanha, e fundando as bases para uma verdadeira marinha portuguesa ao serviço da Coroa.
D. Dinis redistribuiu terras, promoveu a agricultura e fundou várias comunidades rurais, assim como mercados e feiras, criando as chamadas feiras francas ao conceder a várias povoações diversos privilégios e isenções. A razão de um dos seus cognomes ser O Lavrador foi a criação do Pinhal de Leiria, que ainda se mantém, de forma a proteger as terras agrícolas do avanço das areias costeiras.

Cultura
A cultura foi um dos seus interesses pessoais. D. Dinis não só apreciava literatura, como foi ele próprio um poeta notabilíssimo e um dos maiores e mais fecundos trovadores do seu tempo. Aos nossos dias chegaram 137 cantigas da sua autoria, distribuídas por todos os géneros (73 cantigas de amor, 51 cantigas de Amigo e 10 cantigas de escárnio e maldizer), bem como a música original de 7 dessas cantigas (descobertas casualmente em 1990 pelo Prof. Harvey L. Sharrer, no Arquivo da Torre do Tombo, num pergaminho que servia de capa a um livro de registos notariais do século XVI, e que ficou conhecido como Pergaminho Sharrer).
Durante o seu reinado, Lisboa foi, pois, um dos centros europeus de cultura. A primeira Universidade em Portugal, então Estudo Geral, foi fundada pelo seu documento Scientiae thesaurus mirabilis em 1290, em Lisboa. Aí se ensinou as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina. Esta universidade foi transferida entre Lisboa e Coimbra várias vezes, estando instalada definitivamente em Coimbra desde 1537. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península Ibérica.

Últimos anos e morte
Os últimos anos do seu reinado foram marcados por conflitos internos. O herdeiro, futuro D. Afonso IV, receoso que o favorecimento de D. Dinis ao seu filho bastardo, D. Afonso Sanches o espoliasse do trono, exigiu o poder e combateu o pai. Nesta luta teve intervenção apaziguadora a Rainha Santa Isabel que, na Batalha de Alvalade, se interpôs entre as hostes inimigas já postas em ordem de combate.
D. Dinis morreu em Santarém a 7 de Janeiro de 1325, e foi sepultado no Mosteiro de São Dinis, em Odivelas.

sexta-feira, janeiro 06, 2012

Dizzy Gillespie morreu há 19 anos

John Birks Gillespie, conhecido como Dizzy Gillespie, (Cheraw, 21 de outubro de 1917 - Englewood, 6 de janeiro de 1993) foi um trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz, sendo, a par de Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento bebop no jazz moderno.
Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus criadores, classificavam como música assustadora.
Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge indo depois muito além deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada 45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas (tradicionalmente os trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”).
Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos agrupamentos e big bands e aparecia frequentemente como solista com a Norman Granz's Jazz at the Philharmonic. No início da sua carreira tocou com Cab Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária big band de Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o jazz, e até para a música pop, em particular a salsa. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do jazz "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's Works", e "Con Alma".
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, To Be or not to Bop, e seria vítima de um cancro no início de 1993, sendo sepultado no Flushing Cemetery em Queens, Nova Iorque.
Tem uma estrela com o seu nome na Calçada da Fama em Hollywood, número 7057 Hollywood Boulevard.

Hoje é dia de ouvir Amália Rodrigues e Zeca Afonso cantar as Janeiras...!




Natal dos simples - Zeca Afonso
Letra e música: Zeca Afonso

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

Hoje é Dia de Reis e de cantar as Janeiras


O pai da Genética morreu há 128 anos


Durante a sua vida, Mendel publicou dois grandes trabalhos agora clássicos: "Ensaios com plantas híbridas" (Versuche über Planzenhybriden), que não abrangia mais de trinta páginas impressas e "Hierácias obtidas pela fecundação artificial".
Em 1865, formula e apresenta em dois encontros da Sociedade de História Natural de Brno as leis da hereditariedade, hoje chamadas Leis de Mendel, que regem a transmissão dos caracteres hereditários. Após 1868, as tarefas administrativas mantiveram-no tão ocupado que não pode dar continuidade às suas pesquisas, vivendo o resto da sua vida em relativa obscuridade. É conhecido como "Pai da Genética".
Nasceu na vila de Heinzendorf bei Odrau (hoje chamada Vražné, no distrito de Nový Jičín), região de Troppau (hoje chamada Opava), na Silésia, que então pertencia ao Império Austríaco. Foi batizado a 22 de julho, data que muitas vezes se confunde com a sua data de nascimento, e era de uma família de humildes camponeses. Na sua infância revelou-se muito inteligente; em casa costumava observar e estudar as plantas. Sendo um brilhante estudante a sua família encorajou-o a seguir estudos superiores, e, aos 21 anos, a entrar num mosteiro da Ordem de Santo Agostinho em 1843 (atual mosteiro de Brno, hoje na República Checa) pois não tinham dinheiro para suportar o custo dos estudos. Obedecendo ao costume ao tornar-se monge, optou um outro nome: "Gregor". Então Mendel tinha a seu cargo a supervisão dos jardins do mosteiro.
Estudou ainda, durante dois anos, no Instituto de Filosofia de Olmütz (hoje Olomouc, República Checa) e na Universidade de Viena (1851-1853). Mas Mendel não só se interessou nas plantas, ele também era meteorologista e estudou as teorias da evolução. Ao longo da sua vida foi membro, director e fundador de muitas sociedades locais: director do Banco da Morávia, foi fundador da Associação Meteorológica austríaca, membro da Real e Imperial Sociedade da Morávia e Silésia para melhor agricultura, entre outras.
Morreu a 6 de Janeiro de 1884, em Brno, no antigo Império Austro-Húngaro hoje República Checa de uma doença renal crónica; um homem à frente do seu tempo, mas ignorado durante toda a sua vida.
Desde 1843 a 1854 tornou-se professor de ciências naturais na Escola Superior de Brno, dedicando-se ao estudo do cruzamento de muitas espécies: feijões, chicória, bocas-de-dragão, plantas frutíferas, abelhas, ratos e principalmente ervilhas cultivadas na horta do mosteiro onde vivia analisando os resultados matematicamente, durante cerca de sete anos. Gregor Mendel, "o pai da genética", como é conhecido, foi inspirado tanto pelos professores como pelos colegas do mosteiro que o pressionaram a estudar a variação do aspecto das plantas. Propôs que a existência de características (tais como a cor) das flores é devida à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes.
As descobertas de Mendel, apesar de muito importantes, permaneceram praticamente ignoradas até começos do século XX (embora tivessem estado disponíveis nas maiores bibliotecas da Europa e dos Estados Unidos), sendo publicadas somente no início do século XX, anos após sua morte. Foram "redescobertas" por um grupo de cientistas, um alemão - K. Correns, um austríaco - E. Tschermak e outro neerlandês - H. de Vries. Originalmente pensava-se que o austríaco Eric von Tschermark teria sido um dos "redescobridores" mas nunca mais foi aceite. Sua teoria foi essencial para a síntese evolutiva moderna.

Syd Barrett nasceu há 66 anos

Roger Keith Barrett, mais conhecido como Syd Barrett (Cambridge, 6 de janeiro de 1946 - Cambridge, 7 de julho de 2006) foi um cantautor, guitarrista e pintor inglês, mais lembrado como um dos fundadores do Pink Floyd. Vieram de Barrett as principais ideias musicais e estilísticas daquela que, então, era uma banda de rock psicadélico, assim como o nome do grupo. Todavia, especulações sobre sua deterioração mental, agravada pelo exagerado uso de drogas, levaram à sua saída da banda, em 1968.
Além de ser um dos pioneiros do rock psicodélico, com as suas expressivas linhas de guitarra e composições imaginativas, Barrett também foi um dos pioneiros do space rock e do folk psicodélico. Esteve ativo enquanto músico por apenas sete anos, gravando, com o Pink Floyd, quatro singles, dois álbuns e diversas músicas não lançadas; como artista solo, lançou um single e três álbuns, até entrar em reclusão autoimposta, que durou mais de trinta anos.
Em sua vida pós-música, ele continuou pintando e se dedicou à jardinagem. Nunca mais voltou à público. Barrett morreu em 2006, por complicações resultantes de diabetes. Diversas biografias foram escritas sobre ele desde os anos 80, e o Pink Floyd escreveu e gravou inúmeros tributos a ele após sua saída do grupo, sendo o mais conhecido deles o álbum Wish You Were Here, de 1975. Em 1996, ele foi induzido ao Hall da Fama do Rock and Roll, como membro do Pink Floyd.

Malcolm Young, dos AC/DC, faz hoje 59 anos

Malcolm Mitchell Young (Glasgow, Escócia - 6 de janeiro, 1953), é um guitarrista escocês naturalizado australiano, e membro fundador da banda de rock australiana AC/DC, junto com seu irmão mais novo Angus Young, sendo o guitarrista rítmico, vocalista de apoio (juntamente com Cliff Williams) e compositor. É o compositor de todas as músicas do grupo, juntamente com seu irmão e Bon Scott/Brian Johnson. É bastante conhecido pelos riffs que criou, como exemplo, Back in Black. O álbum é considerado o segundo mais vendido da história da música. Foi nomeado ao Rock and Roll Hall of Fame em 2003 com os outros membros do AC/DC. Ele está com a banda desde sua fundação em 1973 apesar de uma breve ausência em 1988. Malcolm é o líder da banda e quem faz as decisões principais.
Apesar de seu irmão mais novo Angus Young ser mais conhecido, Malcolm é o responsável pela maioria dos riffs do AC/DC e pela sua amplitude musical.