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quarta-feira, outubro 09, 2024

Para recordar um Poeta-Rei, nada melhor do que ouvir cantada a sua poesia...

 

O que vos nunca cuidei a dizer

 

O que vos nunca cuidei a dizer, 

com gram coita, senhor, vo-lo direi, 

porque me vejo já por vós morrer; 

ca sabedes que nunca vos falei 

de como me matava voss'amor; 

ca sabe Deus bem que doutra senhor, 

que eu nom havia, mi vos chamei. 

 

E tod[o] aquesto mi fez fazer 

o mui gram medo que eu de vós hei 

e des i por vos dar a entender 

que por outra morria - de que hei, 

bem sabedes, mui pequeno pavor; 

 e des oimais, fremosa mia senhor, 

se me matardes, bem vo-lo busquei. 

 

E creede que haverei prazer

de me matardes, pois eu certo sei 

que esso pouco que hei de viver 

que nẽum prazer nunca veerei; 

 e porque sõo desto sabedor, 

se mi quiserdes dar morte, senhor, 

por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

 

D. Dinis 

 

segunda-feira, outubro 09, 2023

Para recordar um grande Rei, nada melhor do que uma cantiga de amigo...

  

O que vos nunca cuidei a dizer

 

O que vos nunca cuidei a dizer, 

com gram coita, senhor, vo-lo direi, 

porque me vejo já por vós morrer; 

ca sabedes que nunca vos falei 

de como me matava voss'amor; 

ca sabe Deus bem que doutra senhor, 

que eu nom havia, mi vos chamei. 

 

E tod[o] aquesto mi fez fazer 

o mui gram medo que eu de vós hei 

e des i por vos dar a entender 

que por outra morria - de que hei, 

bem sabedes, mui pequeno pavor; 

 e des oimais, fremosa mia senhor, 

se me matardes, bem vo-lo busquei. 

 

E creede que haverei prazer

de me matardes, pois eu certo sei 

que esso pouco que hei de viver 

que nẽum prazer nunca veerei; 

 e porque sõo desto sabedor, 

se mi quiserdes dar morte, senhor, 

por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

 

D. Dinis 

sábado, janeiro 07, 2012

Uma cantiga de amigo com letra e música de D. Dinis


O que vos nunca cuidei a dizer
Letra e música - El-Rei D. Dinis de Portugal

O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.

E tod[o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei
e des i por vos dar a entender
que por outra morria - de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei de viver
que nẽum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

NOTA: uma versão da poesia, em português moderno, de Pedro Luna:

O que nunca pensei de vos dizer

O que nunca pensei de vos dizer,
com mágoa, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
e sabeis que nunca vos falei
de como me matava o vosso amor;
sabe bem Deus que, de outro senhor,
que eu não tinha, eu vos chamei.

E tudo isto que me fez ter
tão grande medo que de vós tenho
e também por vos dar a entender
que por outra morria - de que tenho,
bem sabeis, muito pouco pavor;
e desde agora, formoso senhor,
se me matardes, tal busquei com empenho.

E crede que eu terei prazer
por me matardes, certamente sei
que esse pouco que hei-de viver
que nenhum prazer nunca verei;
e porque disto ser sabedor,
se me quiserdes dar morte, senhor,
por grande mercê o considerarei.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Canção com poesia de El-Rei D. Dinis


O que vos nunca cuidei a dizer

O que vos nunca cuidei a dizer
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer,
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabedes bem que d'outra senhor
que eu nom havia pavor nem hei.

E tod'aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei,
e desi por vos dar a entender
que por outra morria de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei-de viver,
que nenhum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo terrei.