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terça-feira, dezembro 21, 2021

sábado, janeiro 07, 2012

Uma cantiga de amigo com letra e música de D. Dinis


O que vos nunca cuidei a dizer
Letra e música - El-Rei D. Dinis de Portugal

O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.

E tod[o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei
e des i por vos dar a entender
que por outra morria - de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei de viver
que nẽum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

NOTA: uma versão da poesia, em português moderno, de Pedro Luna:

O que nunca pensei de vos dizer

O que nunca pensei de vos dizer,
com mágoa, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
e sabeis que nunca vos falei
de como me matava o vosso amor;
sabe bem Deus que, de outro senhor,
que eu não tinha, eu vos chamei.

E tudo isto que me fez ter
tão grande medo que de vós tenho
e também por vos dar a entender
que por outra morria - de que tenho,
bem sabeis, muito pouco pavor;
e desde agora, formoso senhor,
se me matardes, tal busquei com empenho.

E crede que eu terei prazer
por me matardes, certamente sei
que esse pouco que hei-de viver
que nenhum prazer nunca verei;
e porque disto ser sabedor,
se me quiserdes dar morte, senhor,
por grande mercê o considerarei.

sexta-feira, julho 01, 2011

Amália nasceu (talvez...) há 91 anos



Cantiga de Amigo

Sentada na ermida de São Simeão
Cercaram-me as ondas, que grandes são!
Eu atendendo o meu amigo!
Eu atendendo o meu amigo!

Estando na ermida, frente ao altar,
Cercaram-me as ondas, grandes do mar!
Eu atendendo o meu amigo!
Eu atendendo o meu amigo!

Não tenho barqueiro nem armador
Morrerei formosa no mar maior!
Eu atendendo o meu amigo!
Eu atendendo o meu amigo!

NOTA: não se sabe quando nasceu Amália - e, como não se sabe, celebremos a data de que ela gostava, como diz a Wikipédia:

Filha de um músico sapateiro que, para sustentar os quatro filhos e a mulher, tentou a sua sorte em Lisboa. Amália nasceu a 1 de Julho de 1920, porém apenas foi registada dias depois, tendo no seu assento de nascimento como nascida às cinco horas de 23 de Julho de 1920, na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a 1 de Julho ("no tempo das cerejas"), e dizia: Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes. Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o Fundão. Amália fica com os avós na capital.

terça-feira, dezembro 29, 2009

A nossa homenagem ao ex-ministro Pinho

Face ao exposto no post anterior, queríamos dedicar o seguinte poema (uma Cantiga de Amigo, em galaico-português, de Martim Codax) ao Grande Manuel Pinho:

Ondas do mar de Vigo

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amado,
por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo!