sexta-feira, setembro 30, 2022
Xororó faz hoje 65 anos
Postado por Fernando Martins às 06:50 0 bocas
Marcadores: Brasil, Chitãozinho e Xororó, música, música sertaneja, No Rancho Fundo
Henrique IV, o irmão da rainha Filipa de Lencastre, tornou-se rei há 623 anos
Postado por Fernando Martins às 06:23 0 bocas
Marcadores: dinastia de Avis, Filipa de Lencastre, Henrique IV, Lencastre, rei de Inglaterra, William Shakespeare
James Dean morreu há 67 anos...
Postado por Fernando Martins às 06:07 0 bocas
Marcadores: actor, cinema, James Dean
Poesia para recordar o quarto Duque de Gândia...
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.
Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen
Postado por Pedro Luna às 04:50 0 bocas
Marcadores: Duque de Gândia, Isabel de Portugal, jesuítas, poesia, São Francisco de Borja, Sophia de Mello Breyner Andresen
A ópera Flauta Mágica foi a palco pela primeira vez há duzentos e trinta e um anos
Inicialmente a peça pareceu não ter agradado o público vienense, mas não demorou muito para que a situação se invertesse, e a ópera passasse a ser aclamada por pessoas que não se cansavam de lotar o teatro onde ela estava sendo apresentada todas as noites, como comenta Mozart em uma de suas cartas à esposa:
Ao voltar da Ópera, com a maior satisfação e sentimento de alegria, encontrei sua carta. Ainda que sábado, por ser dia de Correio, seja um mau dia, a Ópera foi apresentada toda com teatro lotado, e os aplausos e repetições de costume. Amanhã será apresentada novamente (…)O sucesso da Flauta Mágica ajudou a melhorar o ânimo do compositor e resultou em uma ligeira melhoria da sua saúde, debilitada desde que ficara doente, semanas antes da estreia da peça, em Praga. Numa de suas cartas endereçadas à esposa, Constanze, Mozart demonstra sua satisfação quanto ao sucesso da ópera:
Estou voltando da Ópera; o teatro estava lotado, como sempre – o dueto ‘Marido e esposa, etc.’ E a música dos sininhos, no primeiro ato, como de costume, foram repetidos – também o Terceto dos meninos, no 2º ato. – Mas o que mais me alegra é o aplauso constante! – Vê-se perfeitamente que essa ópera cresce sempre mais, e intensamente.Dias depois, o compositor Antonio Salieri e a cantora Catarina Cavalieri foram recebidos por Mozart, que os levou para apreciar a sua mais nova obra, que os deixou bastante impressionados, como explica na carta escrita à esposa no dia 14 de outubro de 1791:
Tu não podes imaginar o quanto os dois [Salieri e Cavalieri] foram amáveis, o quanto lhes agradou, não apenas a minha música, mas também o libreto e todo o conjunto. – Disseram ambos: ‘É uma Ópera digna de ser apresentada nas mais importantes festividades, diante dos maiores monarcas. E eles, certamente vê-la-iam outras vezes, pois jamais viram espetáculo mais belo, nem mais agradável.’ – Ele ouviu e observou com a maior atenção desde a Abertura até o último coro, não houve um trecho que não tivesse arrancado deles um ‘bravo’ ou ‘bello’. E eles não se cansavam de dirigir-me intermináveis agradecimentos por esse favor.De facto o desejo de Salieri e Cavalieri se concretizou, pois cerca de um ano após a sua estreia, a ópera celebrou a sua centésima apresentação, em novembro de 1792, mas Mozart não teve o prazer de presenciar esse marco, pois morreu no dia 5 de dezembro de 1791. Até hoje a ópera é uma das mais apreciadas pelo público alemão, como comenta o compositor Richard Wagner:
Os alemães jamais se cansaram de venerar o surgimento desta obra. Até então a ópera alemã praticamente jamais existira; ela foi criada com esta obra. A quinta essência dos mais nobres botões da arte fundiram-se aqui em uma única flor. Que mágica dívida sopra nesta obra, da mais popular canção ao hino mais sublime! Que versatilidade, que diversidade!
Postado por Fernando Martins às 02:31 0 bocas
Marcadores: A Flauta Mágica, Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen, maçonaria, Mozart, música, Ópera, Papageno Papagena
Santa Teresinha do Menino Jesus morreu há 125 anos...
Postado por Fernando Martins às 01:25 0 bocas
Marcadores: Carmelitas, carmelitas descalços, Igreja Católica, Santa Teresinha, Santos, Teresa de Lisieux
Chacrinha, o Velho Guerreiro, nasceu há 105 anos
Postado por Fernando Martins às 01:05 0 bocas
Marcadores: Brasil, Chacrinha, Gilberto Gil, música, televisão, Velho Guerreiro
Buddy Rich nasceu há 105 anos
Postado por Fernando Martins às 01:05 0 bocas
Marcadores: bateria, Big Band, Birdland, Buddy Rich, Bugle Call Rag, jazz
O Botswana faz hoje 56 anos
O relevo de Botsuana é plano e sua superfície é coberta em até 70% pelo deserto de Kalahari. Faz fronteira com a África do Sul a sul e sudeste, com a Namíbia a oeste e ao norte e com o Zimbábue a nordeste. Sua fronteira com a Zâmbia ao norte, perto de Kazungula, não é bem definida, mas uma curta faixa de aproximadamente 750 metros, ao longo do rio Zambeze, com travessia feita por ferry-boat, é comummente usada para marcar a fronteira com este país.
Postado por Fernando Martins às 00:56 0 bocas
Marcadores: África, Botswana, independência
Tico Santa Cruz, vocalista dos Detonautas Roque Clube, faz hoje 45 anos
Luis Guilherme Brunetta Fontenelle de Araújo (Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1977), mais conhecido pelo seu nome artístico de Tico Santa Cruz, é um músico, compositor e escritor brasileiro. É o vocalista da banda Detonautas Roque Clube. Estudou Ciências Sociais na UFRJ.
Postado por Fernando Martins às 00:45 0 bocas
Marcadores: Brasil, Detonautas Roque Clube, música, O dia que não terminou, Rock, Tico Santa Cruz
São Francisco de Bórgia, Duque de Gândia, morreu há 450 anos
Em 1565, a Congregação Geral II de Jesuítas se curvou evidentemente na eleição pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandia. O eleito revisou as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Preocupou-se que cada Província tivesse o seu noviciado: pessoalmente fundou o Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale, no qual se formaram S. Estanislau Kostka, o pregador polaco Piotr Skarga e o futuro Padre Geral Cláudio Aquaviva.
Uma das tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com São Pio V, o qual desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia. De fato, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas Constituições escritas por Santo Inácio.
Os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da Contrarreforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.
Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de junho de 1570).
Borja recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez. De viagem a Portugal e Espanha - apesar de acusações - foi muito recetivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos diplomáticos nas cortes. A volta à Roma foi difícil; chegou à Cidade Eterna em situação má, mas feliz por ter obedecido até o fim. Morreu em 1572.
Durante a sua chefia o número de jesuítas se expandiu de 1.000 para 4.000.
Em 1671, foi canonizado.Postado por Fernando Martins às 00:45 0 bocas
Marcadores: Duque de Gândia, Isabel de Portugal, jesuítas, São Francisco de Borja
A EXPO'98 terminou há vinte e quatro anos
Antes da Expo
Postado por Fernando Martins às 00:24 0 bocas
Marcadores: Estação do Oriente, EXPO'98, Exposição Internacional de Lisboa de 1998, Exposição Mundial de 1998, Lisboa, Oceanário, Os oceanos: um património para o futuro, Parque das Nações, Pavilhão atlântico
Hans Geiger nasceu há cento e quarenta anos
Postado por Fernando Martins às 00:14 0 bocas
Marcadores: contador Geiger, Física, Hans Geiger, nazis
Um terramoto afetou a ilha de Sumatra há treze anos
Quino, o criador da Mafalda, morreu há dois anos...
quinta-feira, setembro 29, 2022
Poema para um triste Infante...
D. Fernando Infante de Portugal
Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.
Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.
E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa
Postado por Fernando Martins às 22:22 0 bocas
Marcadores: D. Fernando, D. João I, Filipa de Lencastre, Ínclita geração, Infante Santo
Poema de aniversariante de hoje...
Castilla
Tú me levantas, tierra de Castilla,
en la rugosa palma de tu mano,
al cielo que te enciende y te refresca,
al cielo, tu amo,
Tierra nervuda, enjuta, despejada,
madre de corazones y de brazos,
toma el presente en ti viejos colores
del noble antaño.
Con la pradera cóncava del cielo
lindan en torno tus desnudos campos,
tiene en ti cuna el sol y en ti sepulcro
y en ti santuario.
Es todo cima tu extensión redonda
y en ti me siento al cielo levantado,
aire de cumbre es el que se respira
aquí, en tus páramos.
¡Ara gigante, tierra castellana,
a ese tu aire soltaré mis cantos,
si te son dignos bajarán al mundo
desde lo alto!
Postado por Pedro Luna às 15:08 0 bocas
Marcadores: Espanha, Filosofia, franquismo, Generación del 98, Miguel de Unamuno, poesia
Machado de Assis morreu há 114 anos
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 – Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o maior nome da literatura brasileira. Escreveu em praticamente todos os géneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Testemunhou a Abolição da escravatura e a mudança política no país quando a República substituiu o Império, além das mais diversas reviravoltas pelo mundo em finais do século XIX e início do XX, tendo sido grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Para o considerado crítico literário norte-americano Harold Bloom, Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos, embora outros estudiosos prefiram especificar que Machado era mestiço, filho de um descendente de negros alforriados com portugueses e de uma lavadeira portuguesa. Seus biógrafos notam que, interessado pela boemia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual e da cultura da capital brasileira. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Machado de Assis pôde assistir, durante sua vida, que abarca o final da primeira metade do século XIX até os anos iniciais do século XX, a enormes mudanças históricas na política, na economia e na sociedade brasileira e também mundial. Em sua maturidade, reunido a intelectuais e colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.
A extensa obra machadiana constitui-se de dez romances, 205 contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crónicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, ortodoxamente conhecidas como pertencentes à sua segunda fase, em que notam-se traços de crítica social, ironia e até pessimismo, embora não haja rompimento de resíduos românticos. Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as do que se passou a chamar de "Trilogia Realista". Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
A sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse académico e público para entender o Brasil e o mundo. Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e muitos outros. Ainda em vida, alcançou fama e prestígio pelo Brasil e países vizinhos. Hoje em dia, por sua inovação literária e por sua audácia em temas sociais e precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, influenciados, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes génios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões. Machado de Assis e Eça de Queiroz são considerados os dois maiores escritores em língua portuguesa do século XIX. Foi incluído na lista oficial dos Heróis Nacionais do Brasil e é homenageado pelo principal prémio literário brasileiro, o Prémio Machado de Assis.
in Wikipédia
ERRO
Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Não foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,
Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vês esquivo,
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pêndula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro… Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras…
in Crisálidas (1864) - Machado de Assis
Postado por Fernando Martins às 11:40 0 bocas
Marcadores: Brasil, literatura, Machado de Assis
Poesia para celebrar um Escritor...
Exortação a Sancho
Senhor meu, Sancho Pança enlouquecido
Servo vencido
Na terra sonhada
Olha esta Ibéria que te foi roubada,
E que só terá paz quando for tua.
Ergue a fronte dobrada
E começa a façanha prometida!
Cumpre o voto da nova arremetida,
Feito aos pés de quem foi
O destemido herói
Da batalha de ser fiel à vida!
Nega-te a ser passiva testemunha
Do amor cobiçoso
Que os falsos namorados
Fazem crer impoluto e arrebatado
Àquele que reflecte o céu lavado
Nos olhos confiados.
Venha o teu grito de transfigurado:
Ai, no se muera!... E a Donzela acorda
E renega o idílio traiçoeiro.
Venha o Sancho da lança e do arado,
E a Dulcineia terá, vivo a seu lado,
O senhor D. Quixote verdadeiro!
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga
Postado por Pedro Luna às 11:11 0 bocas
Marcadores: Dom Quixote, Espanha, literatura, Miguel de Cervantes, Miguel Torga, poesia, romances, Sancho Pança