sexta-feira, setembro 20, 2013

Alberto de Lacerda nasceu há 85 anos

(imagem daqui)

Alberto Correia de Lacerda (Ilha de Moçambique, 20 de setembro de 1928 - Londres, 26 de agosto de 2007) foi um poeta português.

Nascido no Norte de Moçambique, Alberto de Lacerda veio para Lisboa em 1946. Em 1951 fixou-se em Londres trabalhando como locutor e jornalista da BBC, efectuado um notável trabalho de divulgação de poetas como Camões, Pessoa e Sena. Nos anos seguintes viajou pela Europa e esteve no Brasil em 1959 e 1960. A partir de 1967 começa a leccionar na Universidade de Austin, no Texas, EUA, onde se manteve durante cinco anos, fazendo uma breve passagem pela Universidade de Columbia, de Nova Iorque, até se fixar, em 1972, como professor de poética, na Universidade de Boston, Massachusetts.
Estreou-se em Portugal com uma série de poemas publicados na revista Portucale. Foi um dos fundadores da revista de poesia Távola Redonda, juntamente com Ruy Cinatti, António Manuel Couto Viana e David Mourão-Ferreira. Os seus poemas foram traduzidos para o inglês, castelhano, alemão e holandês, entre várias outras línguas. É descrito como possuindo uma linguagem pouco adjectivada mas rica em imagística, reveladora de um mundo misterioso oculto na vulgaridade das coisas. Alberto de Lacerda é também autor de colagens, tendo chegado a expor, nos anos 80, na Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa.
Faleceu em Londres a 26 de agosto de 2007. Apesar do número relativamente pequeno de obras publicadas, Lacerda deixou um vasto espólio e de grande importância, composto, nomeadamente, por correspondência com grandes figuras da cultura, estrangeiras e portuguesas, tais como Maria Helena Vieira da Silva e o marido Árpád Szenes ou ainda Paula Rego.


Sonhar

Quero mais do que nunca
Sonhar
Habitar um espaço que existe
Entre presença e ausência
Ausência
Serenamente exaltante
Presença
Nao minha
Quase nada

Quero regressar ao sonho
Espaço
Que se me abre apenas
Quando sei abrir-me
Abandonar-me

À circular
Linha extasiada do horizonte


in
Átrio (1997) - Alberto de Lacerda

O músico finlandês Sibelius morreu há 56 anos

Johan Julius Christian Sibelius, conhecido como Jean Sibelius (Hämeenlinna, 8 de dezembro de 1865 - Järvenpää, 20 de setembro de 1957) foi um compositor finlandês de música erudita, e um dos mais populares compositores do final do século XIX e início do século XX. A sua música também teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa.
Sibelius nasceu numa família que falava sueco e residia na cidade de Hämeenlinna, no Grão-Ducado da Finlândia, então pertencente ao Império Russo. O seu nome de batismo é Johan Julius Christian Sibelius e ele era conhecido como Janne por sua família, mas ainda seus anos de estudo ele teve a ideia de usar a forma francesa de seu nome, Jean. A idéia veio após ter visto uma pilha de cartões postais de seu tio Johan, o irmão mais velho de seu pai, o Dr. Christian Gustaf Sibelius, que era médico na guarnição militar de Hämenlinna. O nome Johan lhe fora dado em homenagem a esse tio, que era capitão de navio e tinha morrido em Havana, em 1863. O prenome Jean era usado por Johan quando estava no exterior.
Significativamente, indo ao encontro do largo contexto do então proeminente movimento Fennoman e as suas expressões do nacionalismo romântico, a sua família decidiu mandá-lo para um importante colégio de língua finlandesa, e ele frequentou o Hämeenlinnan normaalilyseo, de 1876 a 1885. O nacionalismo romântico ainda iria se tornar uma parte crucial na produção artística de Sibelius e na sua visão política.
Parte importante da música de Sibelius é sua coleção de sete sinfonias. Assim como Beethoven, Sibelius usou cada uma delas para trabalhar uma ideia musical e/ou desenvolver seu próprio estilo. As suas sinfonias continuam populares em gravações e salas de concerto.
De entre as composições mais famosas de Sibelius, destacam-se: Concerto para Violino e Orquestra em ré menor (obra de grande expressão, melodiosidade profunda e virtuosismo, que goza de grande popularidade entre os violinistas e o público, tornando-se em um dos concertos para violino mais executados nas salas de concerto), Finlandia, Valsa Triste (o primeiro movimento da suíte Kuolema), Karelia Suite e O Cisne de Tuonela (um dos quatro movimentos da Lemminkäinen Suite). Outros trabalhos incluem peças inspiradas no poema épico Kalevala, cerca de 100 canções para piano e voz, música incidental para 13 peças, uma ópera (Jungfrun i tornet, A Senhora na Torre), música de câmara, peças para piano, 21 publicações separadas para coral e músicas para rituais maçónicos. Até meados de 1926 foi prolífico; entretanto, apesar de ter vivido mais de 90 anos, ele quase não completou composições nos últimos 30 anos de sua vida, após sua Sétima Sinfonia em 1924 e o poema musicado Tapiola em 1926.


O guitarrista Nuno Bettencourt nasceu há 47 anos

Nuno Bettencourt, com o nome completo de nascimento Nuno Duarte Gil Mendes Bettencourt (20 de setembro de 1966, Praia da Vitória, Terceira, Açores) é um virtuoso guitarrista de origem açoriana, luso-americano, membro da banda Extreme, e que ficou famoso por seus solos extremamente técnicos, sendo a sua maneira de tocar muito influenciada por Eddie Van Halen.


quinta-feira, setembro 19, 2013

Porque o Doutor Jorge Paiva fez 80 anos há poucos dias...

(imagem daqui)

Casa das Sementes


É triste não possuir uma casa de sementes
Não adianta amar essas partículas ali ociosas,
nem desejar que nidifiquem sem granizo
e irrompam como a chama de uma vela.

É triste pagar um preço pelo que há-de nascer,
que o bersim perca a cor alazã penetrando na terra
e o trevo da Pérsia alimente a boca das reses.

É triste que não recusem essa densa, pródiga,
obstinada servidão, a vitalidade apaixonada pelo sol,
e não façam, como um camponês, as suas contas,
exigindo a Deus e aos homens o salário da maquinação.

 

in A Ignorância da Morte (1978) - António Osório

Gram Parsons morreu há 40 anos

Gram Parsons (Winterhaven, Flórida, 5 de novembro de 1946 - Joshua Tree, Califórnia, 19 de setembro de 1973) foi um cantor, compositor e guitarrista dos Estados Unidos da América que trabalhou com bandas como The Byrds e Flying Burrito Brothers. É considerado um dos precursores do country rock (surgido em fins dos anos 60) e do alt-country (anos 90). É também co-autor de clássicos como Hickory Wind, Juanita, Sin City e In My Hour of Darkness. Ao invés de country progressivo, country continental ou country-rock, rótulos dados pela imprensa, preferia definir sua música como cosmic american music, ou seja, música cósmica americana.

Biografia
Nascido Cecil Ingram Connor III de uma família enriquecida pela exploração de citrinos, Parsons formou várias bandas a partir dos seus doze anos de idade. A primeira com intenções profissionais foi The Shilos (1963), que chegou a gravar várias faixas, mais tarde reunidas no LP póstumo The Early Years, 1963 - 1965, lançado em 1979.
Em 1965, estudou teologia durante um semestre na Universidade de Harvard, de onde saiu para entrar na International Submarine Band, cujo som era um rock com forte componente country. O grupo foi para Nova York no ano seguinte e, após gravar dois compactos que passaram despercebidos, mudou-se para Los Angeles, onde lançou o LP Safe at Home em 1968, uma coleção de conhecidas canções country acrescidas de quatro composições do próprio Parsons (uma delas, Luxury Liner, iria tornar-se conhecida na voz de Emmylou Harris, anos depois).
Com o fim da banda, Parsons foi contratado para tocar piano na banda The Byrds, que precisava de alguém para substituir o recém-saído David Crosby. Parsons ajudou o baixista Chris Hillman e o guitarrista Roger McGuinn a moldar o som de Sweetheart of the Rodeo, um álbum country desprezado pelos fãs quando foi lançado em 1968, mas hoje considerado um clássico. As únicas músicas originais do disco foram escritas por Parsons: One Hundred Years From Now e a inúmeras vezes gravada Hickory Wind, esta em parceria com Bob Buchanan. Os vocais principais deveriam ter sido feitos por ele, porém, questões contratuais, fizeram com que sua voz fosse quase completamente apagada das gravações.
Parsons deixou os Byrds poucos meses depois, por não concordar em apresentar-se na África do Sul, naquele tempo ainda dividida pelo apartheid. Como estava na Inglaterra, acabou por se tornar amigo de Mick Jagger e, principalmente, de Keith Richards, com quem passava horas tocando antigas e obscuras canções, o que renovou neste o interesse pela música country. Chegou a ser ventilado, inclusive, que Parsons seria o verdadeiro autor das clássicas Wild Horses e Honky Tonk Women, mas a ele pode-se imputar, apenas, o arranjo da versão country dessa última, gravada como Country Honk no álbum Lei It Bleed. De qualquer forma, é inegável a influência de Parsons na chamada Trindade de Ouro dos Rolling Stones, que compreende os discos Beggars Banquet, Let It Bleed e Sticky Fingers, de 1968, 1969 e 1971, respectivamente. Essa influência pode ser sentida também, ainda que com menor intensidade, em Exile on Main Street, de 1972. Coincidência ou não, esse período é unanimemente reconhecido como o mais profícuo e importante da história da banda, o período em que os Rolling Stones mereceram o epíteto de Maior Banda de Rock do Mundo.
De volta aos Estados Unidos e a Los Angeles, Parsons se juntou a Chris Hillman para formar a Flying Burrito Brothers. A banda lançou em 1969 o álbum de country-rock The Gilded Palace of Sin, um fracasso comercial, mas que exerceu enorme influência sobre inúmeros músicos (The Eagles entre eles), além de receber críticas entusiásticas. Aqui Parsons deu mostra de todo o seu talento em canções como Sin City, Wheels, Juanita, My Uncle etc. No ano seguinte, com Parsons já a mostrar desinteresse e com problemas com drogas, saiu Burrito DeLuxe, que não contém grandes faixas e cuja maior atração é Wild Horses (Jagger/Richards), a primeira gravação dessa que se tornaria um clássico perene dos Rolling Stones.
Tendo deixado os Burritos, Parsons passou os dois anos seguintes em improdutivas sessões de estúdio e acompanhando os Stones na sua excursão de 1971 e nas sessões do álbum Exile on Main Street. No entanto, as suas disputas com a esposa Gretchen Burrell e problemas com álcool, cocaína e heroína levaram-no a ser expulso por Anita Pallenberg, companheira de Keith Richards.
Em 1972, depois de ser repelido pela banda mais uma vez, o amigo Chris Hillman apresentou-lhe Emmylou Harris, que se tornaria membro da sua banda, The Fallen Angels, e objeto de mútuo amor platónico até à sua morte. GP, de 1973, seu primeiro disco solo, vendeu pouco mas foi bem recebido pela crítica. Após a excursão que se seguiu, com Emmylou Harris deixando os vocais de apoio (coros) para se tornar a sua parceira em duetos, Parsons e a banda começaram as gravações do que se tornaria Grievous Angel (lançado em 1974), um álbum menos coeso que o anterior, mas que contém algumas das suas melhores canções, como Return of the Grievous Angel (Brown/Parsons), In My Hour of Darkness (Harris/Parsons), Hickory Wind (Hillman/Parsons) e Brass Buttons (Parsons), além de sua versão de Love Hurts (Bryant).
Com o final das sessões, Parsons saiu para férias, regadas a álcool e drogas na maior parte do tempo. Em 19 de setembro de 1973 foi encontrado morto em um quarto de motel em Joshua Tree, na Califórnia. Causa da morte: overdose de morfina e tequila.
Nos anos que se seguiram, Emmylou Harris, já na carreira a solo,  encarregar-se-ia de levar a sua obra às gerações seguintes, gravando e tocando suas músicas em shows ou onde quer que se apresentasse. Ela também escreveu uma canção dedicada a ele, Boulder to Birmingham (Harris/Danoff) e levou os músicos da Fallen Angels James Burton e Barry Tashian (guitarra) e Glen D. Hardin (piano, órgão) para a sua Hot Band.
Gram Parsons influenciou inúmeros músicos ao longo de todos estes anos. Uma lista parcial seguramente incluiria: Rodney Crowell, Dave Edmunds, Elvis Costello, Jayhawks, Marty Stuart, Black Crowes, Lemonheads, Nick Lowe, Uncle Tupelo, U2, Son Volt, Tom Petty e os já citados Eagles, Rolling Stones e Emmylou Harris.


O avô do atual Duque de Bragança nasceu há 160 anos

D. Miguel II de Bragança (nome completo Miguel Maria Carlos Egídio Constantino Gabriel Rafael Gonzaga Francisco de Paula e de Assis Januário de Bragança; Kleinheubach, 19 de setembro de 1853 - Seebenstein, 11 de outubro de 1927) foi o único filho varão de D. Miguel I e da sua consorte, Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, e pretendente ao trono português.

Vida
Nascido em 19 de setembro de 1853, no Castelo de Kleinheubach, na Baviera, estado que na época, pertencia ao Império Alemão, atual Alemanha. Miguel de Bragança estudou no Colégio de São Clemente, em Metz, e frequentou a Universidade de Innsbruck, no Tirol, na época Império Austro-Húngaro, atual Áustria. Foi nomeado alferes do décimo quarto Regimento de Dragões, tomando parte na campanha de ocupação da Bósnia.
Após a morte do seu pai, em 1866, passou a ser o herdeiro da Coroa portuguesa para o Partido Legitimista, defensor da monarquia tradicional e opositor ao regime monárquico constitucional então em vigor. Foi pretendente ao trono durante os reinados de D. Luís I, D. Carlos I e D. Manuel II de Portugal.
D. Miguel de Bragança foi agraciado em 1890, pelo imperador Francisco José I, com o privilégio da extra-territorialidade. Terá visitado apenas uma vez Portugal, passando completamente despercebido. Desde a Convenção de Évora Monte (1834) e a vitória dos exércitos da Quádrupla Aliança apoiantes de D. Pedro IV, os descendentes de D. Miguel I encontravam-se excluídos da sucessão à Coroa e interditos de pisarem o território nacional pela Carta de Lei de 19 de Dezembro de 1834. Esta Lei será retomada na implantação da República, tornando-a extensível a toda a família de Bragança, mas acabou sendo formalmente revogada pela Assembleia Nacional em 1950 (Lei n.º 2040 de 27 de maio). Para os monárquicos constitucionais, a lei de banimento fora revogada do sistema Constitucional desde 1842, quando se anulara a Constituição de 1838.
Em 1912, D. Miguel II subscreveu o Pacto de Dover com El-Rei D. Manuel II, abrindo o caminho à resolução definitiva de uma questão dinástica que, depois de 1834, vinha dilacerando a causa da monarquia em Portugal.
Durante a Primeira Guerra Mundial, integrou o exército austríaco, do qual se retirou quando Portugal entrou no conflito em 1916. Apesar de se ter retirado das fileiras do exército austríaco, renunciou a favor do seu filho mais novo, D. Duarte Nuno de Bragança, pai do atual Duque de Bragança, em Bronnbach, a 30 de julho de 1920, a pedido de uma comissão de monárquicos, representante do Partido Legitimista e da Junta Central do Integralismo Lusitano.
Veio a falecer em Seebenstein, na Áustria, em 11 de outubro de 1927.

Cass Elliot nasceu há 72 anos

Cass Elliot, nome artístico de Ellen Naomi Cohen (Baltimore, 19 de setembro de 1941 - Londres, 29 de julho de 1974) foi uma cantora dos Estados Unidos da América integrante do The Mamas & The Papas. Antes de pertencer a este famoso grupo fez parte das bandas The Big 3, de 1963 a 1964, e The Mugwumps, em 1964. Com o fim do grupo The Mamas & The Papas, deu início a uma bem-sucedida carreira solo, lançando nove álbuns.
Cass morreu a 29 de julho de 1974, de degeneração gordurosa do miocárdio, no auge de sua carreira a solo, apesar de ser mais divulgada a lenda urbana que atribui a sua morte ao engasgamento com um sanduíche. Foi casada duas vezes: com o então colega de banda James Hendricks, (de 1963 a 1968, sendo o casamento sido anulado, por nunca ter sido consumado) e com o Barão Donald von Wiedenman (1971 a 1974). Deixou uma filha, Owen Vanessa Elliot, nascida a 26 de abril de 1967.


Há 28 anos um sismo arrasou a Cidade do México

Ruínas do Hotel Regis na Avenida Juárez

O Sismo da Cidade do México de 1985, ocorrido no dia 19 de setembro de 1985, foi um dos sismos mais devastadores da história da América.

O evento
Em 19 de setembro de 1985, uma quinta-feira, às 07.19 horas, a Cidade do México foi abalada por um sismo de magnitude 8,1 na escala de Richter, com epicentro no Oceano Pacífico, (coordenadas 17.6 N e 102.5 ), próximo de Lázaro Cárdenas, Michoacán. Trinta seis horas depois ocorreria uma réplica de magnitude 7,3 na escala de Richter . O primeiro sismo foi sentido em locais distantes como Houston, Cidade da Guatemala e Chiapas e gerou um tsunami que causou alguns danos próximo de Lázaro Cárdenas, com uma altura máxima de 3 metros.

Vítimas e danos
Estima-se que este sismo tenha afectado seriamente cerca de 825 000 km2 de território e sentido por cerca de 20 milhões de pessoas. Foram contabilizadas 412 construções totalmente destruídas e 3124 seriamente danificadas na Cidade do México (a maior parte das quais com uma altura entre 8 e 18 pisos). Foram também registados danos significativos em zonas dos estados de Jalisco, Michoacán, Colima, Guerrero, Morelos e Veracruz.
Toda a cidade foi abalada, mas as áreas mais afectadas foram aquelas situadas sobre o que em tempos foi o lago de Texcoco, na antiga Tenochtitlán. Os sedimentos não consolidados situados sob as construções e a negligência na construção dos edifícios foram os motivos principais que levaram ao colapso de tantas estruturas.
Após mais de dois minutos, a terra deixou de tremer, e, nessa altura, parte do centro da cidade estava em ruínas. Entre as construções destruídas contam-se várias escolas, cerca de 100 mil habitações, o edifício da emissora Televisa, vários edifícios governamentais e alguns hospitais. O número de vítimas foi estimado em 9.500 mortos (havendo algumas fontes que apontam até 35.000 mortos), 30.000 feridos, e 100.000 desalojados. As equipas de socorro terão salvo cerca de 4.000 pessoas, incluindo recém-nascidos de um hospital.
O governo foi criticado por ter se recusado a receber ajuda internacional, e pela demora no início do socorro às vítimas.
O valor dos danos causados por este sismo foi estimado em 4 mil milhões de dólares.



Há 22 anos dois turistas descobriram uma múmia nos Alpes italianos

Oetzi Memorial.jpg  
Memorial a Ötzi

Ötzi ou Múmia de Similaun é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5.300 anos. A múmia foi encontrada por alpinistas nos Alpes italianos em 1991, em um glaciar dos Alpes de Ötztal, perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. O apelido Ötzi deriva do nome do vale da descoberta. Ele rivaliza a múmia egípcia "Ginger" no título da mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre.

Descoberta
Ötzi foi encontrado por dois turistas alemães, Helmut e Erika Simon, em 19 de setembro de 1991. Eles primeiro pensaram que se tratasse de um cadáver moderno, como diversos outros que são frequentemente encontrados na região. O corpo foi confiscado pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck, onde a sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da fronteira, ainda em território italiano. Ele agora está exposto no Museu de Arqueologia do Tirol do Sul, Bolzano, Itália.

Análise científica
O corpo foi extensamente examinado, medido, radiografado e datado. Os tecidos e o conteúdo dos intestinos foram examinados ao microscópio, assim como o pólen encontrado nos seus artefactos.
Quando morreu, Ötzi tinha entre 30 e 45 anos e aproximadamente 165 cm de altura. A análise do pólen e da poeira e a composição isotópica do esmalte de seus dentes indica que ela passou sua infância perto da atual aldeia de Feldthurns, ao norte de Bolzano, mas que mais tarde viveu em vales a cerca de 50 km a norte.
Ele tinha 57 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose. Alguns cientistas acreditam que esses pontos indiquem uma primitiva forma de acupunctura.
Suas roupas, incluindo uma capa de grama entrelaçada e casaco e calçados de couro, eram bastante sofisticadas. Os sapatos eram largos e à prova de água, aparentemente feitos para caminhar na neve; as solas eram feitas de pele de urso, a parte superior de couro de veado e uma rede feita de cascas de árvores. Tufos de grama macia envolviam o pé dentro do sapato, servindo de isolante térmico.
Outros artefactos encontrados junto a Ötzi foram um machado de cobre com cabo de teixo, uma faca de sílex e cabo de freixo, uma aljava cheia de flechas e um arco de teixo inacabado que era mais comprido do que o Ötzi.
Entre os objetos de Ötzi havia duas espécies de cogumelos, uma das quais (fungo de bétula) é conhecida pelas suas propriedades antibacterianas, e parece ter sido usada para fins medicinais. O outro cogumelo era um tipo de fungo que pega fogo facilmente, incluído com partes do que parece ter sido um kit para começar fogo. O kit continha restos de mais de doze plantas diferentes, além de pirite para a criação de faíscas.

Genética
Um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi e este foi publicado em 28 de fevereiro de 2012. Um estudo do cromossoma Y de Ötzi colocou-o num grupo que hoje domina no Sul da Córsega.
Já a análise do DNA mitocondrial mostrou que Ötzi pertence ao sub-ramo K1, mas não pode ser colocado em nenhum dos três modernos grupos deste sub-ramo (K1a, K1b ou K1c). O novo sub-ramo foi provisoriamente apelidado de K1ö por causa de Ötzi.
Uma observação genérica do seu DNA relaciona-o com Europeus do Sul, particularmente com populações isoladas geograficamente da Sardenha e Córsega.
A análise do DNA que ele tinha um elevado risco de sofrer de aterosclerose, intolerância à lactose e a presença no DNA da sequência de Borrelia burgdorferi, torna-o o mais antigo humano a sofrer da doença de Lyme (vulgarmente conhecida como febre da carraça).
Um estudo de 2012 do paleoantropólogo John Hawks sugeriu que Ötzi tinha mais material genético de Neanderthal do que os Europeus modernos.

Morte
Em 2007 cientistas revelaram que Ötzi morreu de um ferimento no ombro provocado por uma flecha.
Uma equipe de pesquisadores italianos e suíços usou a tecnologia de raio-X para comprovar que a causa da morte foi uma lesão sofrida numa artéria próxima do ombro e provocada pela ponta de flecha que permanece até hoje cravada nas costas. Os mesmos cientistas concluíram que a morte de Ötzi foi imediata.
Os resultados mais recentes da pesquisa apareceram em linha no Journal of Archaeological Science e foram publicados pela National Geographic.
Análises dos intestinos de Ötzi mostraram duas refeições, uma de carne de cabra da montanha, a segunda de carne de veado, ambas consumidas com alguns cereais. Pólen na segunda refeição mostra que esta foi consumida numa floresta de coníferas a meia-altitude.
Primeiramente supôs-se que fosse um pastor levando o seu rebanho para as montanhas e que foi surpreendido por uma tempestade de neve. Dada a sua relativa elevada idade, não teria resistido ao esforço e morrido.
No entanto, a análise de DNA revelou traços de sangue de quatro outros indivíduos nos seus equipamentos: um na sua faca, dois na mesma flecha e o último no seu casaco. Em julho de 2001, dez anos após a descoberta do corpo, uma tomografia axial computorizada revelou que Ötzi tinha o que parecia ser uma ponta de flecha no seu ombro, mais precisamente na omoplata, combinando com um pequeno furo no seu casaco. O cabo da flecha havia sido removido. Ele também tinha um profundo ferimento na palma da mão direita, que atingiu a carne, tendões e o osso.
A partir de tais evidências e de exames das armas, o biólogo molecular Thomas Loy, da Universidade de Queensland, acredita que Ötzi e um ou dois companheiros fossem caçadores que participaram numa luta contra um grupo rival. Em um determinado momento, ele pode ter carregado (ou ter sido carregado por) um companheiro. Enfraquecido pela perda de sangue, Ötzi aparentemente largou os seus equipamentos contra uma rocha, deitou-se e expirou.

quarta-feira, setembro 18, 2013

Porque ontem o Doutor Jorge Paiva fez 80 anos - II

 
(imagem daqui)

O apanhador de ervas

Não julga: ele conhece, extrai
e depois entrega ao sol o cardo-santo
e a diabelha, o fel-da-terra
e a sempreviva, a erva do amor
e a do homem enforcado.

Seres próximos, opacos, de sua casa,
o campo, por si rebuscados com mão silvestre.
Picado foi pela unhagata e pela silva,
que de si próprias confiaram
o germe sanguinoso e o fluido salutar.

Não julga: constante o eflúvio
do gerânio, do sisudo absinto,
viçoso ou seco. Crê na arruda, nesse acre
odor que perfuma bruxas. Caça por cima
o alecrim, será mais forte dentro

de breves rebentações vernais. Anda
pela vala real, pródiga de bergamotas
brancas, manjeronas, há quarenta anos.
Destila na caldeira de seu avô
plantas aromáticas, medulares:

lume brando, vivaz, de eucalipto, e o suco
perpassando serpentinas de água, vitorioso,
álcool vindo alambique. Leva a merenda,
trinca folhas de menta, tem a elástica
prontidão da vulnerária acorrendo na ferida.

Não julga: notória ternura, a sua, pela cavalinha,
ama aquele verde resplandecente e rápido,
até raízes aproveita para doentes
desenganados; servidor augusto de elixires,
procura, amontoando, a bravia erva da vida.


in Décima Aurora (1982) - António Osório

Música atual para os nossos leitores...


Let Me Love You (Until You Learn To Love Yourself) - Ne-Yo

Much as you blame yourself
You can't be blamed for the way that you feel
Had no example of a love
That was even remotely real
How can you understand something that you never had?
Ooh baby if you let me I can help you out with all of that

Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you
I know you're troubled
Don't be afraid, girl let me help
Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you
A heart of numbness, gets brought to life
I'll take you there

Girl let me love you
Girl let me love you baby, oh
Girl let me love you
Girl let me love you baby
Girl let me love you
Let me love you, let me love you, oh

I can see the pain behind your eyes
It's been there for quite a while
I just wanna be the one to remind you what it is to smile
I would like to show you what true love can really do

Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you
I know you're troubled
Don't be afraid, girl let me help
Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you
A heart of numbness, gets brought to life
I'll take you there

Girl let me love you baby
Girl let me love you
Let me love you, let me love you baby
Girl let me love you
Girl let me love you baby
Girl let me love you
Let me love you, girl let me love you baby

For every heart that beats
For every heart that beats
For every heart that beats
For every heart that beats, heart that beats...

Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you,
I know you're troubled
Don't be afraid, girl let me help
Girl let me love you
And I will love you
Until you learn to love yourself
Girl let me love you
A heart of numbness, gets brought to life
I'll take you there

Girl let me love you
Let me love you baby, love you baby
Girl let me love you
Let me love you baby, love you baby

Porque o Doutor Jorge Paiva fez ontem 80 anos - I

Recomendamos a leitura da reportagem, no Público on line (que, esperamos, irá dar origem a um documentário sobre São Tomé que valerá a pena ver) sobre mais uma viagem do naturalista e botânico português Jorge Paiva, um Homem a quem a Ciência, a Ecologia, a Botânica, a Educação Ambiental e a Divulgação Científica tanto devem:



O físico e astrónomo Foucault nasceu há 194 anos

Jean Bernard Léon Foucault (Paris, 18 de setembro de 1819 - Paris, 11 de fevereiro de 1868) foi um físico e astrónomo francês.
É mais conhecido pela invenção do pêndulo de Foucault, um dispositivo que comprova o efeito da rotação da Terra. Ele também fez uma medição inicial da velocidade da luz, descobriu as correntes de Foucault e, embora não o tenha inventado, é creditado por nomear o giroscópio. A cratera Foucault na Lua e o asteróide 5668 Foucault são assim chamados em sua homenagem.

Pêndulo de Foucault no Panteão, Paris

ADENDA: o Google Doodle de hoje homenageia este cientista, mostrando como funciona a diversas latitudes o pêndulo de Foucault:

Dee Dee Ramone nasceu há 62 anos

Douglas Glen Colvin, mais conhecido por Dee Dee Ramone, (Fort Lee, 18 de setembro de 1951 - Los Angeles, 5 de junho de 2002) foi baixista de uma das bandas mais famosas da história do punk rock, a banda dos Estados Unidos, os Ramones. Dee Dee passou sua infância na Alemanha, devastada pela Segunda Guerra Mundial, tendo a família mudado para Nova Iorque quando tinha 14 anos de idade, acompanhado da sua irmã e da sua mãe, quando esta se separou do seu pai, um militar americano que trabalhava na fronteira com a Alemanha Oriental.
Já em Nova Iorque conheceu Joey Ramone, Tommy Ramone e Johnny Ramone, e juntos eles formaram os Ramones. Dee Dee tinha dificuldade para tocar e cantar ao mesmo tempo, por isso quase não cantava, mas contribuía para a banda com muitas letras. No meio da turnê do álbum Brain Drain, Dee Dee saiu da banda, alegando estar cansado das turnês exaustivas (anos depois ele admitiu estar abusando de heroína e outras drogas), e embarcou numa curta carreira solo como rapper, quando adotou o nome artístico de Dee Dee King. O álbum de rap lançado por Dee Dee foi rejeitado pela crítica e pelo público, fazendo-o logo retornar ao punk rock. Dee Dee continuou a gravitar ao redor dos Ramones, contribuindo com letras e músicas para os discos seguintes.
Foi encontrado morto em sua casa em Hollywood, em 5 de junho de 2002, devido a uma overdose de heroína.


Jimi Hendrix morreu há 43 anos

James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. Frequentemente é citado por críticos e outros músicos como o melhor guitarrista da história do rock e um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diferentes diversos géneros musicais. Depois de obter sucesso inicial na Europa, conquistou fama nos Estados Unidos depois de sua performance em 1967 no Festival Pop de Monterey. Hendrix foi a principal atração, dois anos mais tarde, do icónico Festival de Woodstock e do Festival da Ilha de Wight, em 1970. Hendrix dava preferência a amplificadores distorcidos e crus, dando ênfase ao ganho e aos agudos, e ajudou a desenvolver a técnica, até então indesejada, da microfonia. Hendrix foi um dos músicos que popularizou o pedal wah-wah no rock popular, que ele utilizava frequentemente para dar um timbre exagerado aos seus solos, particularmente com o uso de bends e legato baseados na escala pentatónica. Foi influenciado por artistas de blues como T-Bone Walker, B.B. King, Muddy Waters, Howlin' Wolf, Albert King e Elmore James, guitarristas de rhythm and blues e soul como Curtis Mayfield, Steve Cropper, assim como de alguns artistas do jazz moderno. Em 1966, Hendrix, que tocou e gravou com a banda de Little Richard de 1964 a 1965, foi citado como tendo dito: "Quero fazer com minha guitarra o que Little Richard faz com sua voz."
O guitarrista mexicano Carlos Santana sugeriu que a música de Hendrix poderia ter sido influenciada pela sua herança parcialmente indígena (tinha ancestrais índios). Como produtor musical, Hendrix também inovou ao usar o estúdio de gravação como uma extensão das suas ideias musicais. Foi um dos primeiros a experimentar com a estereofonia e phasing em gravações de rock.
Hendrix conquistou diversos dos mais prestigiosos prémios concedidos a artistas de rock durante a sua curta vida, e recebeu diversos outros postumamente, incluindo a sua confirmação no Hall da Fama do Rock and Roll americano, em 1992, e no Hall da Fama da Música do Reino Unido, em 2005. Uma blue plaque (placa azul) foi erguida, com seu nome, diante de sua antiga residência, na Brook Street, de Londres, em setembro de 1997. Uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood (Hollywood Boulevard, 6627) foi-lhe dedicada em 1994. Em 2006 o seu álbum de estreia nos Estados Unidos, Are You Experienced, foi inserido no Registo Nacional de Gravações, e a revista Rolling Stone classificou-o como o melhor guitarrista na sua lista de 100 maiores guitarristas de todos os tempos, em 2003. Hendrix também foi a primeira pessoa a fazer parte do Hall da Fama da Música Nativo-Americana.

(...)

Jimi Hendrix morreu em Londres, às primeiras horas de 18 de setembro de 1970, em circunstâncias que nunca foram completamente explicadas. Jimi havia passado parte da noite anterior numa festa, de onde seguiu juntamente com a sua namorada, Monika Dannemannpara, para o Hotel Samarkand, no número 22 de Lansdowne Crescent, em Notting Hill. Estimativas indicam que ele teria morrido pouco tempo depois.
Dannemann alegou no seu depoimento original que Hendrix teria tomado, sem que ela soubesse, na noite anterior, nove comprimidos de um remédio para dormir que ela utilizava. De acordo com o médico que o observou inicialmente, Hendrix tinha-se asfixiado (literalmente afogado) no seu próprio vómito, composto principalmente de vinho tinto. Durante anos Dannemann alegou publicamente que Hendrix ainda estava vivo quando o colocaram na ambulância; os seus comentários sobre aquela manhã, no entanto, foram frequentemente contraditórios, e variaram de entrevista para entrevista. Declarações da polícia e paramédicos revelam que não havia ninguém além de Hendrix no apartamento, e que não apenas ele estava morto quando chegaram ao quarto, mas também estava totalmente vestido, e já estava morto há algum tempo.


O músico Ignaz Holzbauer nasceu há 302 anos

(imagem daqui)

Ignaz Jakob Holzbauer (Viena, 18 de setembro de 1711 - Mannheim, 7 de abril de 1783) foi um compositor austríaco de sinfonias, concertos, óperas e música de câmara, e um membro da Escola de Mannheim. Seu estilo está em consonância com a estética do Sturm und Drang.
A sua ópera Il figlio delle selve (1753) foi um sucesso, valendo-lhe uma oferta de trabalho na corte de Mannheim, onde permaneceu pelo resto de sua vida, continuando a compor e ensinar seus alunos, incluindo Johann Anton Friedrich Fleischmann e Carl Stamitz. A sua ópera Günther von Schwarzburg, baseada na vida do rei homónimo, foi uma das primeiras óperas alemãs.


terça-feira, setembro 17, 2013

O Doutor Jorge Paiva faz hoje 80 anos!

Jorge Américo Rodrigues de Paiva, nascido em Cambondo (Angola), a 17 de setembro de 1933, licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Coimbra e doutorado em Biologia pelo Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha), aposentado, tendo sido investigador principal no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde lecionou algumas disciplinas, tendo também lecionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos Departamentos de Biologia das Universidades de Aveiro e da Madeira, na licenciatura de Arquitectura Paisagista da Universidade Vasco da Gama de Coimbra, no Departamento de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior de Tecnologia de Viseu e no Departamento de Recursos Naturais e Medio Ambiente da Universidade de Vigo (Espanha).

Como bolseiro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) trabalhou durante três anos em Londres nos Jardins de Kew e na Secção de História Natural do Museu Britânico. Como fitotaxonomista tem percorrido a Europa, particularmente a Península Ibérica, Ilhas Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia, tendo também já visitado a Austrália.

Pertenceu à Comissão Editorial e Redatorial da Flora Ibérica (Portugal e Espanha) e da Flora de Cabo Verde, assim como de algumas revistas científicas. Tem sido colaborador (estudo de alguns grupos de plantas superiores) de algumas floras africanas, como a Flora Zambesiaca (Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Zambia e Botswana) e a Flora of Tropical East Africa (Quénia, Tanzania e Uganda). Assim, tem integrado grupos internacionais de investigadores em estudos e colheitas de material de campo, não só na Península Ibérica, como também em países africanos (Moçambique, Quénia, Seychelles, Tanzania, Zimbabwe, Angola, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe), asiáticos (Timor, Tailandia e Vietname) e americanos (Brasil e Paraguai).

Dos trabalhos de taxonomia em que colaborou como co-autor, o Catalogue des Plantes Vasculaires du Nord du Maroc (1008 páginas em 2 volumes), foi galardoado pela OPTIMA (Organization for the Phyto-Taxonomic Investigation of the Mediterranean Area) com a Medalha de Prata, como o melhor trabalho sobre Flora Mediterrânica publicado em 2003.

Como palinologista colaborou com entidades apícolas e com os Serviços de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo sido distinguidos dois dos trabalhos que elaborou em colaboração com o corpo clínico desta Faculdade com o 1º Prémio da Sociedade Portuguesa de Patologia Respiratória («Boehringer Ingelheim S.P.P.R., 1979»), pelo trabalho de colaboração «Pólens e Polinose na Região Centro de Portugal) e o 1º Prémio Anual SPAIC/UCB-STALLERGENES 1994, pelo trabalho de colaboração "HLA e Alergia — Aplicação ao estudo da Parietaria lusitanica ".

Como ambientalista é muito conhecido pela defesa intransigente do Meio Ambiente, sendo membro activo de várias Associações e Comissões nacionais e estrangeiras. A sua actividade em defesa do Meio Ambiente foi distinguida, em 1993, com o Prémio “Nacional” da Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza); em 2005, com o Prémio “Carreira” da Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente; em 2005, com o Prémio “Amigos do Prosepe” pelo Prosepe (Projecto de Sensibilização da População Escolar) e em 2001 e 2002, com as menções honrosas dos respectivos Prémios Nacionais do Ambiente “Fernando Pereira” conferidas pela Confederação Nacional das Associações de Defesa do Ambiente.
Publicou já mais de cinco centenas de trabalhos sobre fitotaxonomia, palinologia e ambiente, sendo dos mais relevantes, a monografia (Polygalarum africanarum et madagascaiensum prodromus atque gerontogaei generis Heterosamara Kuntze, a genere Polygala L. segregati et a nobis denuo recepti, synopsis monographica in Fontqueria 50: I-VI; 1-346, tab. 1-52; 1998) com 62 novidades fitotaxonómicas e as obras de educação ambiental A Crise Ambiental - Apocalipse ou Advento de uma Nova Idade 1: 1-36; 1998 e 2: 1-187; 2000 e A Relevância do Património Natural, edição da Câmara de Leiria e Quercus em 2002 destinadas, fundamentalmente, a apoiar os professores que se preocupam com a docência da problemática ambiental. Apresentou variadas comunicações e proferiu diversas conferências em reuniões científicas, congressos, simpósios ou acções pedagógicas (mais de 1 milhar).

Música atual para geopedrados...

Hank Williams nasceu há 90 anos

Hank Williams (cujo nome original era Hiram King Williams; Georgiana, 17 de setembro de 1923 - Oak Hill, 1 de janeiro de 1953) foi um cantor e compositor norte-americano que se tornou um ícone da música country e um dos mais influentes músicos e compositores do século XX. Um dos principais pioneiros do estilo honky tonk, ele obteve vários hits nas paradas americanas, e as suas performances carismáticas e composições concisas aumentaram a sua fama. O seu repertório é um dos pilares da música country, e algumas de suas canções foram as mais populares do seu estilo. Teve uma morte precoce, pois o músico, que sofria de espinha bífida (lesão congénita na espinal medula), morreu aos 29 anos, por causa do abuso de bebida e morfina - ambos anestésicos que usava para as dores constantes que sentia. Os seus filhos, Hank Williams Jr. e Jett Williams, e os seus netos Hank Williams III, Holly Williams e Hilary Williams também são cantores.
Influenciou muito George Thorogood, que chegou a gravar uma música sua: o hit de 1947, Move It On Over.


Guerra Junqueiro nasceu há 163 anos

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (Freixo de Espada à Cinta, 17 de setembro de 1850 - Lisboa, 7 de julho de 1923) foi bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada "Escola Nova". Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República. Foi entre 1911 e 1914 o embaixador de Portugal na Suíça (o título era "ministro de Portugal na Suíça").


Morena 

Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.

Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.

Eu não... mas enfim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.

Mas olha as violetas
Que, sendo umas pretas,
O cheiro que têm!
Vê lá que seria,
Se Deus as fizesse
Morenas também!

Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.

Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.

E olha que foram
Morenas e bem
As moças mais lindas
De Jerusalém.
E a Virgem Maria
Não sei... mas seria
Morena também.

Moreno era Cristo.
Vê lá depois disto
Se ainda tens pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena!

 

in A Musa em Férias (1879) - Guerra Junqueiro