segunda-feira, abril 28, 2025

O turismo espacial começou há 24 anos


Nascimento 8 de agosto de 1940 (84 anos)
Nova York, EUA
Nacionalidade Estados Unidos norte-americano
 Carreira espacial
Turista espacial
Tempo no espaço 7d 22h 04m
Seleção 2000
Missões
Insígnia da missão
Retirada 2001
 
Dennis Anthony Tito (Nova York, 8 de agosto de 1940) é um multimilionário norte-americano e o primeiro turista espacial do mundo, indo ao espaço na nave russa Soyuz TM-32 até a Estação Espacial Internacional, em 28 de abril de 2001, pagando vinte milhões de dólares pela viagem.

Tito é bacharel em ciência da aeronáutica pela Universidade de Nova York, e não era um estranho à exploração espacial, tendo trabalhado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA como técnico-cientista.

Em 1972 ele fundou a administradora de investimentos, consultoria e serviços tecnológicos Wilshire Associates, na Califórnia, chegando a administrar, através da empresa, mais de doze mil milhões de dólares de clientes norte-americanos e internacionais, usando intrincados cálculos matemáticos como ferramenta para a avaliação de riscos nas aplicações financeiras de diversas empresas e clientes particulares, metodologia que usava da mesma maneira nos desenhos e cálculos para construção de sondas e foguetões, quando trabalhava na NASA.

Apesar da mudança na carreira, da engenharia aeroespacial para administração de investimentos financeiros, nunca perdeu o interesse pela exploração espacial, até o dia em que pôde realizar o seu sonho de ir ao espaço. 

  

 

O pintor José Malhoa nasceu há cento e setenta anos

    
José Vital Branco Malhoa (Caldas da Rainha, 28 de abril de 1855Figueiró dos Vinhos, 26 de outubro de 1933) foi um pintor, desenhista e professor português.
    
José Vital Branco Malhoa nasceu em Caldas da Rainha, na Região do Centro de Portugal, em 28 de abril de 1855. Com apenas 12 anos entrou para a escola da Real Academia de Belas-Artes de Lisboa. Em todos os anos ganhou o primeiro prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidade artísticas.
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão.
Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística impressionista.
Foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago. Em 1933, o ano da sua morte, foi criado o Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha.
Teve colaboração artística na revista Atlântida.
 
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O Fado, 1910
   
 
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 Clara - 1918
 

O Grupo do Leão, 1885, óleo sobre tela de Columbano Bordalo Pinheiro, Museu do Chiado, Lisboa
    

O ditador fascista Mussolini foi executado há oitenta anos

 
Benito Amilcare Andrea Mussolini
(Predappio, 29 de julho de 1883  - Mezzegra, 28 de abril de 1945) foi um político italiano que liderou o Partido Nacional Fascista e é referenciado como sendo uma das figuras-chave na criação do Fascismo.
Tornou-se o primeiro-ministro da Itália em 1922 e começou a usar o título Il Duce em 1925. Após 1936, o seu título oficial era "Sua Excelência Benito Mussolini, Chefe de Governo, Duce do Fascismo e Fundador do Império". Mussolini também criou e sustentou a patente militar suprema de Primeiro Marechal do Império, em conjunto com o rei Vítor Emanuel III da Itália, que lhe deu o título, tendo controle supremo sobre as forças armadas da Itália. Mussolini permaneceu no poder até ser substituído em 1943; num curto período, até à sua morte, foi o líder da República Social Italiana (República de Salò).
Mussolini foi um dos fundadores do fascismo, que incluía elementos de nacionalismo, corporativismo, sindicalismo nacional, expansionismo, progresso social e anticomunismo, combinado com a censura de subversivos e propaganda do Estado. Nos anos seguintes à criação da ideologia fascista, Mussolini conquistou a admiração de uma grande variedade de figuras políticas.
Entre suas realizações nacionais de 1924 a 1939 destacam-se os seus programas de obras públicas como a drenagem das áreas pantanosas da região do Agro Pontino e o melhoramento das oportunidades de trabalho e transporte público. Mussolini também resolveu a Questão Romana ao concluir o Tratado de Latrão entre o Reino de Itália e a Santa Sé. Ele também garantiu o sucesso económico nas colónias italianas e dependências comerciais. Embora inicialmente tenha favorecido o lado da França contra a Alemanha no início da década de 30, Mussolini tornou-se uma das figuras principais das potências do Eixo e, em 10 de junho de 1940, colocou a Itália na Segunda Guerra Mundial, ao lado do Eixo. Três anos depois, foi deposto pelo Grande Conselho do Fascismo, motivado pela invasão aliada. Logo depois de preso, Mussolini foi resgatado da prisão no Gran Sasso por forças especiais alemãs.
Após o seu resgate, Mussolini chefiou a República Social Italiana (República de Salò) nas partes da Itália que não haviam sido ocupadas por forças aliadas. No final de abril de 1945, com a derrota total aparente, tentou fugir para a Suíça, porém foi rapidamente capturado e sumariamente executado próximo do lago de Como, aparentemente por guerrilheiros italianos. O seu corpo foi então trazido para Milão, onde foi pendurado, de cabeça para baixo, numa bomba de gasolina, para exibição pública e confirmação da sua morte.
   
Da esquerda para a direita, Nicola Bombacci, Mussolini, Clara Petacci, Alessandro Pavolini e Achille Starace (Piazzale Loreto, Milão, 29.05.45)
   

domingo, abril 27, 2025

Hoje é dia de recordar Rostropovich...

Às vezes é mesmo preciso mexer na porcaria para fazer descobertas...

Cocós e vómitos fossilizados explicam como dinossauros dominaram a Terra

Pesquisadores estudaram mais de 500 fósseis coletados ao longo de 25 anos em cerca de 10 locais na Bacia Polaca, no sul da Polónia 

 


 

Os primeiros dinossauros eram criaturas insignificantes, figurantes num supercontinente lotado de outros répteis antigos quando evoluíram pela primeira vez há cerca de 230 milhões de anos.

No entanto, 30 milhões de anos para frente, os dinossauros dominaram o planeta, vindo em todas as formas, tamanhos e tipos, enquanto muitos de seus pares reptilianos haviam desaparecido. Por que eles foram tão bem-sucedidos evolutivamente é um mistério de longa data, mas novas pesquisas sugerem que algumas respostas para essa pergunta podem estar contidas no que eles deixaram para trás: fezes de dinossauro.

“Sabemos muito sobre suas vidas e extinção, mas não sobre como eles surgiram”, disse Martin Qvarnström, autor principal de um estudo sobre a ascensão dos dinossauros publicado o ano passado na revista Nature e paleontólogo da Universidade de Uppsala, na Suécia.

Para entender melhor os gigantes extintos, Qvarnström e seus colegas investigaram fósseis negligenciados conhecidos como bromalitos: restos do sistema digestivo — ou seja, fezes e vómitos de dinossauro.

Eles estudaram mais de 500 fósseis coletados ao longo de 25 anos em cerca de 10 locais na Bacia Polaca, uma área no sul da Polónia. Os restos datavam de uma faixa de tempo que abrange o final do Triássico ao início do período Jurássico, de cerca de 247 milhões de anos atrás a 200 milhões de anos atrás.

Para entender melhor os gigantes extintos, Qvarnström e seus colegas investigaram fósseis negligenciados conhecidos como bromalitos: restos do sistema digestivo - ou seja, fezes e vómitos de dinossauro.

Eles estudaram mais de 500 fósseis coletados ao longo de 25 anos em cerca de 10 locais na Bacia Polaca, uma área no sul da Polónia. Os restos datavam de uma faixa de tempo que abrange o final do Triássico ao início do período Jurássico, de cerca de 247 milhões de anos atrás a 200 milhões de anos atrás.

“Os bromalitos contêm tanta informação paleoecológica, mas não acho que os paleontólogos tenham realmente reconhecido isso e os tenham visto principalmente como uma piada; você coleta alguns coprólitos porque é engraçado”, disse Qvarnström, referindo-se às fezes fossilizadas. Eles descobriram que as fezes e vómitos fossilizados — cientificamente conhecidos como coprólitos e regurgitalitos, respetivamente — aumentaram em tamanho e variedade ao longo do tempo, indicando o surgimento de animais maiores e dietas diferentes.

Ao estudar a forma e o conteúdo dos bromalitos e ligá-los a esqueletos fossilizados e pegadas encontrados nos locais, os pesquisadores puderam identificar e categorizar os animais que provavelmente os produziram.

Fazendo isso, os pesquisadores puderam entender quantos e que tipo e tamanho de dinossauros, bem como outros animais vertebrados, estavam na paisagem em um determinado momento. A análise, que levou 10 anos para ser concluída, permitiu que a equipe reconstruísse por que os dinossauros vieram à proeminência.

 

Revelações do cocó antigo

Em alguns casos, foi possível fazer uma avaliação visual do tipo de dinossauro responsável por um bromalito com base no tamanho e na forma do fóssil — um coprólito em forma de espiral provavelmente veio de um animal com um intestino em espiral. Mas, em muitos outros, foi necessário fazer uma varredura 3D detalhada da estrutura interna do bromalito usando equipamentos especializados para entender o que os fósseis continham.

Restos digestivos antigos podem “parecer algo deixado por seu cachorro no parque e é muito evidente o que eles são. Em outros casos, especialmente herbívoros, são mais difíceis de reconhecer”, disse ele.

A equipe scaneou a estrutura interna dos fósseis na European Synchrotron Radiation Facility em Grenoble, França. A instalação maciça, um sincrotrão em forma de anel com 844 metros de circunferência, gera feixes de raios-X 10 biliões de vezes mais brilhantes que os raios-X médicos e permite que os cientistas estudem a matéria no nível molecular e atómico.

“É um pouco como um scanner de tomografia computadorizada no hospital. Funciona da mesma maneira, mas com energia muito maior. Precisamos disso para obter essa resolução muito alta e também um bom contraste”, disse Qvarnström.

Os coprólitos continham restos de peixes, insetos e plantas, e às vezes outros animais de presa. Alguns restos estavam lindamente preservados, incluindo pequenos besouros e peixes meio acabados. Outros coprólitos continham ossos esmagados por predadores.

“Os fósseis de esqueleto, pegadas e bromalitos de locais na Polónia fornecem uma série de instantâneos temporais discretos que demonstram uma transição de um mundo com poucos dinossauros para um em que eles dominavam”, disse Lawrence H. Tanner, paleontólogo do departamento de ciências biológicas e ambientais da Le Moyne College, em Nova York. Tanner não esteve envolvido no estudo.

“Usando as técnicas deste estudo em outros locais, poderíamos fornecer um contexto mais global e construir uma imagem mais detalhada”, escreveu Tanner em um artigo de comentário que foi publicado junto com a pesquisa.

 

 Reconstruindo a ascensão dos dinossauros

Os autores chegaram a cinco fases para explicar a ascensão dos dinossauros: osseus ancestrais eram omnívoros, comendo plantas e animais. Eles evoluíram para os primeiros dinossauros carnívoros e herbívoros.

Um ponto de virada fundamental ocorreu quando o aumento da atividade vulcânica pode ter levado a uma gama mais diversa de plantas para se alimentar, seguido pelo surgimento de dinossauros herbívoros maiores e mais diversos.

Por sua vez, essa fase levou à evolução dos dinossauros carnívoros gigantes, amados por diretores de cinema e livros infantis, no início do período Jurássico, há 200 milhões de anos. A supremacia dos dinossauros durou até que um asteroide que atingiu a costa do que hoje é o México, há 66 milhões de anos, e condenou os dinossauros à extinção.

Antes desta última pesquisa, duas teorias foram propostas para explicar a transição de um mundo dominado por répteis não dinossaurianos para um em que os dinossauros eram ascendentes, observou o estudo.

Um modelo sugeriu que os dinossauros evoluíram para superar fisicamente seus rivais, segundo o estudo. A postura ereta dos dinossauros, resultante do posicionamento de seus membros posteriores diretamente abaixo de seu corpo, combinada com tornozelos flexíveis, os tornou altamente ágeis e mais eficientes do que seus concorrentes evolutivos, como répteis com pernas abertas.

Alternativamente, alguns pesquisadores acreditam que os dinossauros foram, por acaso, mais capazes de se adaptar às mudanças climáticas dramáticas que ocorreram no final do Triássico.

Qvarnström disse que a pesquisa baseada nos fósseis polacos sugeriu que uma combinação das duas hipóteses fornecia uma explicação mais provável, com uma “interação complexa de vários processos” que significava que os dinossauros eram mais capazes de lidar com a forma como as mudanças ambientais alteraram a disponibilidade de alimentos.

Por exemplo, o estudo descobriu que os resíduos alimentares extraídos de bromalitos pertencentes a dicinodontes, um parente antigo de mamíferos com cabeça em forma de tartaruga, sugeriam que a criatura tinha uma dieta restrita, alimentando-se principalmente de coníferas. Ele desapareceu do registo fóssil há cerca de 200 milhões de anos.

Os dinossauros, por outro lado, pareciam comer uma ampla variedade de plantas. Por exemplo, a equipe descobriu que o conteúdo dos coprólitos dos primeiros grandes dinossauros herbívoros, os sauropodomorfos, continha grandes quantidades de fetos arborescentes, mas também muitos outros tipos de plantas e carvão vegetal. A equipe suspeita que o carvão ajudou a desintoxicar dos fetos, que podem ser tóxicos.

Grzegorz Niedźwiedzki, autor sénior do estudo e paleontólogo do departamento de biologia do organismo; evolução e desenvolvimento da Uppsala, disse que a razão por trás do sucesso evolutivo dos dinossauros era uma mensagem que ainda se aplica hoje: “Coma seus vegetais e viva mais tempo”.


in CNN Brasil

Mais dados sobre a evolução das aves...!

Investigador da U.Porto ajuda a desvendar árvore filogenética das aves

Descoberta publicada na revista "Nature" lança as bases para a construção da árvore genealógica de aves mais abrangente de sempre.

 

 

Depois de décadas refém de resultados contraditórios, a árvore filogenética das aves acaba finalmente de ser desvendada, com a colaboração do investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Agostinho Antunes

Muitos estudos anteriores tinham tentado construir a árvore filogenética das aves, usando pequenos conjuntos de dados de diferentes regiões genómicas. Contudo, estes trabalhos produziam frequentemente resultados contraditórios.

O estudo intitulado “Complexity of avian evolution revealed by family-level genomes”, publicado na revista prestigiada Nature e que envolveu o investigador do CIIMAR e professor associado FCUP, permitiu usar, pela primeira vez, dados completos a uma escala genómica para construir a árvore para espécies de aves. Uma reconstrução intrincada que ilustra 93 milhões de anos de relações evolutivas entre 363 espécies de aves, representando 92% de todas as famílias destes animais.

Segundo Agostinho Antunes, “esta nova árvore genealógica será uma base sólida para mapear a história evolutiva de todas as espécies de aves, com implicações importantes para a investigação ornitológica, estudos de biodiversidade e conservação.”

Este conjunto completo de dados genómicos foi produzido pelo consórcio B10K (Bird 10 000 Genomes Project) após a sequenciação de 48 genomas de aves publicados em 2014 na revista Science, que também contou com a colaboração de investigador do CIIMAR e professor da FCUP. O trabalho publicado agora efetua um grande avanço aos trabalhos anteriores.

 

Mais dados e mais completos

Ao empregar dados completos do genoma de 363 espécies de aves, o estudo agora publicado envolveu o maior conjunto de dados já utilizado para análises filogenéticas de aves. Para isso, a equipa do B10K construiu um novo pipeline para extrair mais de 150 mil regiões espalhadas pelo genoma. A caracterização das relações filogenéticas em todo o genoma permitiu identificar padrões associados ao contexto genómico e às características da sequência.

Agostinho Antunes clarifica de que forma isso distingue este estudo das tentativas anteriores: “As várias partes do genoma, por exemplo, cromossomas individuais ou genes codificadores de proteínas, sustentam, muitas vezes, árvores muito diferentes. Isso possivelmente explica o motivo pelo qual os estudos anteriores, que analisaram apenas certas porções genómicas, estavam em conflito.”

A equipa de trabalho descobriu que, para a maioria dos agrupamentos, é possível chegar a um consenso sobre os seus relacionamentos, quando uma quantidade suficiente de dados é usada. Mas as posições filogenéticas de alguns grupos de aves, como é o caso das corujas ou dos falcões, permanecem intrigantes, mesmo com dados em escala completa do genoma. É nestes casos, em que reunir grandes quantidades de dados de alta qualidade é fundamental para se produzir uma árvore filogenética robusta.

Esta nova árvore genealógica resolve alguns destes debates de longa data sobre as relações entre as espécies de aves e estabelece uma base sólida para o estudo da evolução das aves e do desenvolvimento de características, desvendando novos caminhos naquela que ainda é a longa jornada para compreender completamente os mistérios da evolução das aves.


 

Professor Associado do Departamento de Biologia da FCUP, Agostinho Antunes lidera o grupo de «Genómica Evolutiva e Bioinformática» do CIIMAR

 

Uma escala temporal precisa

Apesar dos esforços anteriores para compreender os impactos do evento Cretácico-Paleogénico, utilizando dados morfológicos e moleculares, as relações entre as linhagens neoaviárias permaneceram controversas. Os métodos aplicados neste trabalho basearam-se na comparação de genomas de espécies vivas que, no entanto, permitem obter informação de eventos que aconteceram há muito tempo atrás.

Através de métodos computacionais de ponta e recursos de supercomputação de última geração, o estudo permitiu propor uma escala temporal mais precisa para a diversificação das aves modernas, sugerindo que se deu uma rápida radiação durante ou perto da extinção em massa na fronteira Cretácico-Paleogénico (o evento associado à extinção dos dinossauros) e após o Paleogénico-Neogénico.

“Aproximadamente 95% de todas as espécies de aves atuais (Neoaves), emergiu desta radiação!” reforça o investigador do CIIMAR e professor na FCUP. A nova árvore desafia a organização dos Neoaves ao classificar este grande grupo em quatro clados principais: Mirandornithes, Columbaves, Elementaves e Telluraves.

Os investigadores descobriram que estas radiações coincidiam com mudanças genéticas e morfológicas notáveis dentro das aves: maiores taxas de mutação, tamanhos corporais menores, cérebros maiores e tamanhos populacionais efetivos maiores.

“As aves são a única linhagem de dinossauros que sobreviveu até hoje. Há cerca de 66 milhões de anos, na fronteira do Cretácico-Paleogénico, um evento de extinção em massa destruiu todos os dinossauros não-aviários, proporcionando uma oportunidade para as aves se diversificarem rapidamente e ocuparem uma ampla gama de nichos ecológicos. As neoaves, um grupo diversificado que compreende aproximadamente 95% de todas as espécies de aves atuais, emergiu desta radiação. Dos imponentes condores dos Andes aos diminutos colibris que voam pelas florestas tropicais, as neoaves abrangem uma impressionante diversidade de formas e funções.”, conta Agostinho Antunes.

 

As primeiras aves

Usando métodos computacionais avançados, os investigadores também conseguiram esclarecer algo invulgar que tinha sido descoberto em 2014, mas que nunca tinha sido devidamente compreendido: uma secção específica de um cromossoma no genoma das aves permaneceu inalterada durante milhões de anos, anulando os padrões esperados de recombinação genética.

“Esta anomalia foi baseada na análise dos genomas de apenas 48 espécies de aves e levou inicialmente os investigadores a agrupar incorretamente os flamingos e as pombas como grupos evolutivos próximos, pois pareciam intimamente relacionados com base nesta secção inalterada do DNA. Ao repetir a análise usando os genomas de 363 espécies do atual estudo, surgiu uma árvore genealógica mais precisa que afastou os pombos dos flamingos. Essa deteção permitiu identificar atualmente um evento preciso que terá acontecido há mais de 60 milhões de anos, o que é extraordinário” explica o investigador do CIIMAR.

Este avanço é detalhado num artigo complementar publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) . Neste trabalho, os investigadores examinaram de perto um dos ramos da nova árvore genealógica e descobriram que os flamingos e as pombas estão mais distantemente relacionados do que as análises anteriores do genoma tinham mostrado.

Os resultados destes trabalhos lançam assim uma nova luz sobre os mecanismos adaptativos que impulsionaram a diversificação aviária no rescaldo do evento de extinção em massa Cretácico-Paleogénico.

 

Um voo de longa duração

Avançando com a investigação, a equipa promete continuar o esforço para desvendar por completo a evolução das aves. O trabalho futuro pretende conciliar a sequenciação dos genomas de outras espécies de aves para expandir a árvore genealógica a milhares de géneros de aves e optimizar algoritmos e recursos computacionais para acomodar conjuntos de dados ainda maiores, a fim de garantir que as análises em estudos futuros sejam conduzidas com alta velocidade e precisão.

No entanto, já é possível dizer que estes resultados alteram imensuravelmente as visões tradicionais sobre a história evolutiva das aves. Esta nova árvore genealógica será uma base sólida para mapear a história evolutiva de todas as espécies de aves, com implicações importantes para a investigação ornitológica, estudos de biodiversidade e conservação.

Como destaca Agostinho Antunes, os métodos computacionais desenvolvidos irão certamente ajudar a clarificar a árvore genealógica e a história evolutiva de outros seres vivos: “O impacto deste trabalho vai muito além do estudo da história evolutiva das aves. Os métodos computacionais pioneiros desenvolvidos irão certamente tornar-se ferramentas padrão para reconstruir árvores evolutivas de uma grande variedade de outros animais.”

 

Sobre o projeto B10K

O Projeto B10K (Bird 10 000 Genomes) é uma iniciativa que visa mapear os genomas de todas as aproximadamente 10.500 espécies de aves atualmente existentes na Terra.

Este ambicioso projeto procura construir uma árvore da vida das aves abrangente a partir do conhecimento completo dos seus genomas, descodificando as ligações entre a variação genética e as diferenças de características fenotípicas, desvendando a evolução molecular, a biogeografia e as inter-relações da biodiversidade, avaliando o impacto das mudanças ambientais e humanas, atividades sobre evolução das espécies e biodiversidade, e revelando a história populacional de todo o grupo de aves.

Os trabalhos agora publicados do B10K foram lideradas por Josefin Stiller (University of Copenhagen, Denmark), Siavash Mirarab (University of California San Diego, USA) e Guojie Zhang (Zhejiang University, China), e incluíram vários outros investigadores internacionais entre os quais Agostinho Antunes.

 

in Notícias Universidade do Porto

Hoje é dia de recordar um grande português...

 

Efígie de Fernão de Magalhães no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal 

 

Fernão de Magalhães
 
Fernão de Magalhães da Ibéria toda,
Alma de tojo arnal sobre uma fraga
A namorar a terra em corpo inteiro,
Consciência do fim no fim da boda,
Fernão de Magalhães que andaste à roda
De quanto Portugal sonhou primeiro :
 
Ter um destino, é não caber no berço
Onde o corpo nasceu.
É transpor as fronteiras uma a uma
E morrer sem nenhuma,
Às lançadas à bruma,
A cuidar que a ilusão é que venceu.

   
   
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

 
lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.
 
 
 
in Antologia dos Sessenta Anos (2002) - Vasco Graça Moura

Coretta King, viúva de Martin Luther King, nasceu há 98 anos...

  
Coretta Scott King (Marion, 27 de abril de 1927 - Playas de Rosarito, 30 de janeiro de 2006), foi uma escritora e ativista dos direitos iguais dos negros e das mulheres nos Estados Unidos da América e em todo o mundo.
Viúva do ativista Martin Luther King Jr, Coretta fundou, em 1968, o Centro King, entidade para auxiliar a promover a igualdade racial.
Desempenhou um papel proeminente nos anos após o assassinato de seu marido em 1968, quando assumiu a liderança da luta pela igualdade racial e tornou-se ativa no Movimento das Mulheres e no movimento de direitos LGBT. Coretta King fundou o King Center e procurou fazer do aniversário dele um feriado nacional. King finalmente conseguiu-o quando Ronald Reagan assinou a legislação que estabeleceu o Martin Luther King, Jr. Day. Mais tarde, ela ampliou a sua luta para incluir tanto a oposição ao apartheid como a defesa dos direitos LGBT. King tornou apoiante de muitos políticos antes e depois da morte de Martin Luther King, principalmente de John F. Kennedy, Lyndon B. Johnson e Robert F. Kennedy. O telefonema de John F. Kennedy para si, durante a eleição de 1960, foi o que ela gostava de acreditar que estava por trás de sua vitória.
Em agosto de 2005 Coretta sofreu um derrame que a deixou paralisada do seu lado direito e incapaz de falar. Cinco meses mais tarde morreu, de insuficiência respiratória, devido a complicações decorrentes de um cancro do ovário. Ela foi temporariamente enterrada nos terrenos do King Center, até que ficou ao lado de seu marido. Ela foi homenageada pelo seu ativismo na promoção dos direitos humanos e foi introduzida no Hall of Fame das mulheres do Alabama, em 2009.
No seu funeral, no dia 7 de fevereiro de 2006, além do ex-presidente norte-americano George Walker Bush estiveram presentes outros três ex-presidentes. Acredita-se que mais de 42 mil pessoas passaram pelo seu funeral. Encontra-se sepultada ao lado do marido no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Condado de Fulton, Geórgia nos Estados Unidos.

Ace Frehley, o primeiro guitarrista dos Kiss, nasceu há 74 anos

  
Ace Frehley (Bronx, 27 de abril de 1951) é um músico norte-americano, mais conhecido por ter sido o guitarrista original da banda americana de hard rock Kiss. O seu nome real é Paul Daniel Frehley. Ele possuía uma maquilhagem de ser extraterrestre e andrógino, um riso estranho e uma guitarra esfumaçante.
A revista musical Guitar World classificou-o como sendo o 14º maior guitarrista de heavy metal de todos os tempos.
  
 

Dinho Ouro Preto, líder e vocalista dos Capital Inicial, comemora hoje 61 anos

     
Dinho Ouro Preto, nome artístico de Fernando de Ouro Preto (Curitiba, 27 de abril de 1964), é um músico brasileiro. É líder e vocalista da banda brasileira Capital Inicial, além de irmão do músico brasileiro Ico Ouro Preto.
Dinho foi criado em Washington (EUA), Viena (Áustria) e Genebra (Suíça). Filho de diplomata, tetaraneto do Visconde de Ouro Preto, veio morar no Brasil aos 16 anos, na época da ditadura, quando o movimento punk começavam a invadir as ruas de Brasília. Ao terminar o segundo grau, Dinho decidiu prestar o exame para Sociologia, mas ficou reprovado e decidiu dedicar-se à música. Começou a namorar com uma garota chamada Helena, que era irmã de Flávio e Fê Lemos, os quais eram integrantes da banda Aborto Elétrico, também fez amizade com Dado Villa-Lobos e Bi Ribeiro (Paralamas do Sucesso) e começou a participar das reuniões da chamada turma da colina – um lugar estratégico, de onde era possível ver toda cidade.
Dinho conheceu o seu maior ídolo, Renato Russo, vocalista da banda dos irmãos Flávio e . Dinho tornou-se fã incondicional da banda e via todos os ensaios. Ao se separar, em maio de 1983, a banda Aborto Elétrico deu origem a duas novas bandas, a banda de Renato Russo, Legião Urbana e a banda de Flávio e Fê Lemos, o Capital Inicial, da qual Dinho se tornou o vocalista, aos 19 anos. Os seus pais estavam fora do país e nada sabiam da sua carreira artística. Só souberam que ele tinha se tornado músico quando ele e a banda já estava fazendo sucesso.
Em 1993 ele saiu dos Capital e parou de trabalhar. Foi aí que tudo começou a mudar, inclusive a aparência. Dinho queria ficar mais feio. “No começo de carreira eu ganhei o título de símbolo sexual. Achava ótimo ter um monte de meninas se jogando em cima de mim. Mas, depois, quando percebi que ser bonito não era o mais importante, comecei a sentir raiva de mim mesmo”, conta o cantor.
Eram noites passadas em claro, excesso de bebidas e drogas e quando o dia amanhecia voltava para casa e dormia o dia inteiro. Nessa época Dinho tornou-se irreconhecível, tinha dreadlockss no cabelo, era clubber e diariamente estava bêbado, o seu apartamento sempre estava cheio às vezes até de pessoas desconhecidas. Em alguma dessas festas que aconteciam em seu apartamento, alguém acabou levando uma quantia considerável de seu dinheiro (cerca de 20.000 dólares) deixando-o falido.
A história podia ter terminado de maneira trágica. Mas em 1994, na festa do Video Music Brasil da MTV, ele conheceu Maria, uma arquiteta italiana que estava visitando o país. Dinho apaixonou-se logo por ela. Durante 10 dias não se separaram, mas logo depois Maria teve que voltar para a Itália. Dinho diz que sofreu muito, pois ela estava com o casamento marcado, e que lhe enviou milhares de fax pedindo para que voltasse. Conta também que não tinha medo de parecer ridículo.
Para sua felicidade depois de seis meses Maria rompeu o seu noivado e voltou para o Brasil. Logo se casaram e Dinho mudou o rumo de sua vida, parou de se drogar o dia inteiro, “ela me ajudou a inventar novos objetivos para a minha vida”, confessa o cantor. Ele voltou a trabalhar com sua música e pouco tempo depois lançou um disco solo, mas o seu desempenho não teve muito sucesso. Em 1995, decidiu compor gingles para comerciais e odiou a experiência. Em 1997, nasceu Giulia, a primeira filha de Dinho. A tensão durou até março de 1998 quando Dinho e os ex-companheiros decidiram se encontrar para marcar uma série de shows em comemoração aos 15 anos de nascimento dos Capital Inicial. Eles superaram o mal-estar inicial e conversaram como adultos, entre uma apresentação e outra selaram a paz e, em novembro daquele ano , lançaram o CD Atrás dos Olhos, dedicado à sua filha Giulia. Em 1998, os Capital Inicial voltaram à formação original, com Dinho nos vocais. No ano de 1999 nasceu a sua segunda filha Isabel.
Com o álbum acústico de 2000 os Capital Inicial consagraram-se de vez como uma das melhores bandas de rock no Brasil, de lá para cá não pararam mais, já foram lançados mais dois discos que também tiveram sucesso total.
Nos anos 90, lançou os seus dois primeiros álbuns em carreira a solo: Vertigo, em 1994, e Dinho Ouro Preto, em 1995
Em 2012, lançou o seu terceiro álbum em carreira a solo, intitulado Black Heart, com todas as canções em inglês. O álbum conta apenas com regravações de bandas de rock.
Em 2020, Dinho lançou o seu quarto álbum solo, Roque em Rôu, com 12 regravações de bandas e artistas do rock brasileiro. Algumas das regravações do disco são "Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas, "A Mais Pedida", dos Raimundos, e "Saideira", do Skank.
 
      
 

Fernão de Magalhães morreu há 504 anos...


   

Fernão de Magalhães (Sabrosa, primavera de 1480 - Cebu, Filipinas, 27 de abril de 1521) foi um navegador português, que se notabilizou por ter organizado a primeira viagem de circum-navegação ao globo, de 1519 até 1522.

Nascido em família nobre, Magalhães era inquieto por natureza: queria ver o mundo e explorá-lo. Em 1506 viajou para as Índias Ocidentais, participando de várias expedições militares nas Molucas, também conhecidas como as Ilhas das Especiarias.
A serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efetuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, que nomeou. Fernão de Magalhães foi morto em batalha em Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano até ao regresso em 1522.
    
(...)
     
Em 1517 foi a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projeto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projeto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; o cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro que começara a trabalhar para Espanha em 1518, na Casa de Contratación em Sevilha participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem. Depois da rutura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram de Sanlúcar de Barrameda em 20 de setembro de 1519. A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, Duarte Barbosa, primo da mulher de Magalhães, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes. Seguia também Henrique de Malaca.
Antonio Pigafetta, escritor italiano que havia pago do seu próprio bolso para viajar com a expedição, escreveu um diário completo de toda a viagem, possibilitado pelo facto de Pigafetta ter sido um dos 18 homens a retornar vivo para a Europa. Dessa forma, legou à posteridade um raro e importante registo de onde se pode extrair muito do que se sabe sobre este episódio da história.
A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu parar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a nau "Santiago" foi perdida numa viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Noutra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na nau "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim batizado por Balboa), e batizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. Foi também no Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões, no atual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu, em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada, sendo morto pelo nativo Lapu-Lapu.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.

 

Mapa da expedição: a vermelho a rota percorrida por Magalhães, a laranja a rota percorrida por Elcano
    
Regresso
Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram o seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após as reparações, tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contactar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de San Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento. 
   

Samuel Morse nasceu há 234 anos...

  
Samuel Finley Breese Morse (Charlestown, 27 de abril de 1791 - Nova Iorque, 2 de abril de 1872 ) foi um inventor, físico e pintor de retratos e cenas históricas dos Estados Unidos da América que se tornou mundialmente célebre pela suas invenções: o código Morse e o telégrafo com fios, em 1843.



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Saudades de Vasco Graça Moura...

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Soneto do amor e da morte

 

quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.


Vasco Graça Moura

 

A cantora Luísa Maita celebra hoje 43 anos

     
  
Biografia

Luisa nasceu em São Paulo, Brasil, a 27 de abril de 1982. Filha de Amado Maita, músico e compositor que teve o seu único álbum considerado o “holy grail” entre colecionadores no mundo, e da produtora cultural Myriam Taubkin, Luisa teve contato direto com o samba jazz e o meio musical desde a infância. Conviveu com grandes músicos como Sizão Machado, Moacir Santos, Naná Vasconcelos, Paulinho da Viola, Lenine, Guilherme Vergueiro, entre outros.

Mostrou a sua capacidade de composição tendo músicas gravadas por Virgínia Rosa, Mariana Aydar (“Beleza” eleita pela revista Rolling Stone uma das melhores músicas de 2009) e participado dos álbuns de Rodrigo Campos e Carlos Núñes. Luísa Maita também trabalhou com grandes produtores no Brasil como Antonio Pinto, Beto Villares e Bid. Teve destaque como cantora nos vídeos da campanha para olimpíadas Rio 2016 dirigidos por Fernando Meirelles, apresentados em Copenhaga e veiculados no mundo todo.

Em 2010, Luísa apresenta "Lero-Lero", o seu álbum de estreia lançado no Brasil ,pelo selo Oi Música e no mundo todo pela Cumbancha/Putumayo, pontuado por influências da música pop e eletrónica indissociáveis da base acústica enraizada no samba, na bossa nova e na música popular brasileira que une referências musicais e pessoais com preciosismo e despojamento.

Após o lançamento nos Estados Unidos, o programa “All Things Considered” da NPR disse que Luísa é a "Nova Voz do Brasil" e salientou que "se continuar fazendo discos como este, pode muito bem estar no caminho para o estrelato internacional". Logo em seguida a cantora embarca para a sua primeira turnê pelos Estados Unidos e Canadá, recebendo ótimas críticas do The New York Times, The Washington Post e Boston Globe.

No Brasil, o álbum figurou nas principais listas de melhores discos de 2010 - entre elas a da revista Veja, Rolling Stone e MTV e, em julho de 2011, Luísa recebeu o prémio de Artista Revelação do Ano na vigésima segunda edição do conceituado Prémio da Música Brasileira, além de se apresentar na festa de entrega ao lado de Lenine.

No mesmo período, Luísa estreou na Europa passando por importantes festivais de verão como o Nuits du Sud na França e o Músicas do Mundo, em Portugal. Em agosto de 2011, a cantora retornou à América do Norte realizando 30 shows, em 26 cidades, durante 45 dias e, uma vez mais, lotando os festivais e casas de shows por onde passou e recebendo elogios da imprensa com destaque especial no jornal LA Times.

 
   
 

Patrick Stump, vocalista dos Fall Out Boy, nasceu há 41 anos

      
Patrick Vaughn Stump (nascido Patrick Martin Stumph) (Glenview, Illinois, 27 de abril de 1984) é o vocalista e guitarrista da banda de pop-punk Fall Out Boy. Filho de David Stumph, um cantor de folk e Patricia Vaughn, tem uma irmã mais velha chamada Megan e irmão mais velho chamado Kevin, que é um exímio violinista. É o vocalista e guitarrista da banda de rock Fall Out Boy, originária de Wilmette, Illinois.
  
 

Olivier Messiaen morreu há trinta e três anos...

 

Olivier Messiaen (Avinhão, 10 de dezembro de 1908Clichy, 27 de abril de 1992) foi um compositor, organista e ornitologista francês.

Autor de vasta produção, que se estende pela música para órgão, piano, de câmara, vocal (com ou sem instrumentos), concertante, sinfónica, coral-sinfónica e uma ópera – Sétimo Quadro do São Francisco de Assis.