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domingo, abril 21, 2024

A nossa fascinação pelos dinossáurios é mesmo muito antiga...

Povo desconhecido gravou símbolos misteriosos ao lado de pegadas de dinossauro no Brasil

  

 

 

Um local único no Brasil apresenta gravuras rupestres associadas a pegadas de dinossauro - que o povo pré-histórico que as esculpiu considerava aparentemente significativas.

Gravuras rupestres misteriosas cuidadosamente esculpidas junto a pegadas de dinossauro no Brasil sugerem que os povos ancestrais que as descobriram há milhares de anos as consideravam importantes, e lhes terão eventualmente dado algum tipo de significado ritual.

Encontradas no sítio de  Serrote do Letreiro, no estado da Paraíba, as pegadas foram deixadas por dinossauros terópodes, saurópodes e ornitópodes do início do Cretácico, período geológico entre 145 milhões e 100 milhões de anos atrás.

Ao lado destas pegadas encontram-se gravadas mais de 30 gravuras rupestres, sem se sobreporem às pegadas de dinossauro. Estes petroglifos, com motivos abstratos, são predominantemente circulares com linhas radiais.

As gravuras foram encontradas por uma equipa liderada pelo arqueólogo brasileiro Leonardo Troiano, investigador do Instituto Nacional do Património Histórico e Artístico do Brasil, que nas suas visitas ao sítio arqueológico usou pela primeira vez drones para fazer um levantamento aéreo do local.

A descoberta destas gravuras foi apresentada num artigo publicado a semana passada na revista Scientific Reports.

Pouco se sabe sobre os criadores destes petroglifos. “Eram grupos nómadas ou povos semi-sedentários que viviam no nordeste do Brasil”, explica Troiano, citado pela New Scientist.

Os misteriosos artistasusavam ferramentas de pedra, viviam da caça e recolhiam os recursos naturais disponíveis na região”, acrescenta o investigador. “Considerando os dados obtidos nos poucos sítios datados nesta região, especulamos que os petroglifos foram feitos entre 3.000 e 9.000 anos atrás“.

Segundo Troiano, há uma relação especial entre os petroglifos e as pegadas, mas é impossível perceber qual o seu significado. “Fomos os primeiros a dar atenção à relação íntima entre os petróglifos e as pegadas”, explica o investigador em entrevista à Newsweek.

“Determinar os motivos por trás destas representações é um desafio verdadeiramente complexo”, diz o investigador. “Os artistas pré-históricos podem ter pensado que eram pegadas de aves gigantes“.

Alguns paleontólogos consideram que as aves gigantes das narrativas tradicionais  representadas em imagens rupestres por toda a América do Norte podem ser representações de Teratornis, um género de aves de rapina massivas que se extinguiram no final do Pleistoceno.

Embora não representem animais reais, a semelhança destas gravuras com outros petróglifos encontrados na região sugere haver uma ligação cultural entre diferentes sítios arqueológicos do nordeste brasileiro.

 

 

Segundo Leonardo Troiano, os petróglifos esculpidos por estes povos ancestrais poderão ter sido criados num contexto ritualístico, e o local terá sido escolhido para as cerimónias rituais precisamente devido à presença destas pegadas.

“Tradicionalmente, a ciência ignorou e menosprezou a história dos Nativos Americanos, e rejeitou sempre a ideia de que os povos indígenas, ‘devido às suas ideias simples ou primitivas’, pudessem ser capazes de admirar ou ter curiosidade científica sobre fósseis”, explica o investigador.

O seu estudo parece contradizer definitivamente tal ideia.

 

in ZAP

domingo, março 31, 2024

Mais um estudo sobre o KTB...

Nova cápsula do tempo geológica explica a extinção dos dinossauros

 

 

Está cada vez mais claro – apenas metaforicamente falando – que foi a ausência de luz, devido às poeiras resultantes do asteroide caído no Golfo do México, há 66 milhões de anos, que provocou a extinção dos dinossauros.

Um estudo publicado recentemente, na Nature Geoscience, sugere que as partículas finas de poeira na atmosfera contribuíram significativamente para a extinção dos dinossauros, há aproximadamente 66 milhões de anos.

A teoria vulgarmente conhecida e aceite diz que um asteroide Chicxulub atingiu a Terra perto da costa do México, causando catástrofes massivas e exterminando três quartos da vida na Terra. No entanto, os detalhes de como esse fenómeno ocorreu têm sido, desde sempre, objeto de debate.

Os investigadores analisaram agora uma “cápsula do tempo” geológica que indica que o impacto do asteroide levou a uma nuvem de poeira fina que bloqueou a luz solar, arrefeceu a Terra e desorganizou a cadeia alimentar.

Teorias anteriores desconsideravam a poeira fina como um fator contribuinte, devido à falta de evidências em amostras de rochas.

 

Planeta às escuras

O estudo mais recente utilizou 40 amostras de sedimento de um depósito com 1,3 metros de profundidade em Tanis, Dakota do Norte (EUA) – aproximadamente a 3.000 quilómetros a norte da cratera do asteroide Chicxulub.

Os cientistas encontraram uma maior composição de poeira fina de silicato, do que se pensava anteriormente, e concluíram que aquela poeira fina foi “a partícula mais letal” libertada durante a colisão do asteroide.

O estudo mostrou que os altos níveis de poeira atmosférica poderão ter resultado em quase dois anos de escuridão global, inviabilizando a fotossíntese e fazendo colapsar a cadeia alimentar.

“Descobrimos que a escuridão global e a perda prolongada da atividade fotossintética do planeta ocorrem apenas no cenário de poeira de silicato, até quase 1,7 anos (620 dias) após o impacto”, escreveram os investigadores, citados pela Science Alert.

Animais e plantas não adaptados a tais condições terão sido extintas, enquanto as espécies com dietas e habitats flexíveis terão tido mais hipótese de sobreviver.

De acordo com a equipa de investigação, a poeira poderá ter permanecido no ar até 15 anos, levando ainda a uma queda nas temperaturas globais de 15°C.

 

in ZAP

sexta-feira, março 15, 2024

Novo fóssil de mosassauro descoberto em Marrocos...

Descoberto “lagarto marinho” gigante que dominou os oceanos graças aos dentes em forma de punhais

 

Khinjaria acuta, conceito artístico

 

O fóssil do animal foi descoberto em Marrocos e indica que seria um nadador rápido e um grande caçador.

Uma nova espécie de mosassauro do período Cretácico, chamada Khinjaria acuta, foi descoberta em Marrocos.

A nova espécie destaca-se pelos seus dentes afiados como punhais e um crânio de formato incomum, até mesmo para os padrões pré-históricos.

Esta descoberta foi feita por uma equipa internacional no depósito de fosfatos de Sidi Chennane, na Bacia de Oulad Abdoun, província de Khouribga, e relatada num estudo publicado na Cretaceous Research. A pesquisa revela novos dados sobre a diversidade marinha no Cretácico tardio, há cerca de 66 milhões de anos.

Khinjaria acuta, cujo nome deriva das palavras árabes e latinas para “adaga” e “afiado”, respetivamente, era um plioplatecarpo, um grupo especializado de mosassauros conhecidos por serem nadadores rápidos e caçadores especializados.

O fóssil encontrado consiste em partes do crânio, algumas vértebras, parte da mandíbula e os dentes, sugerindo que o animal tinha um tamanho comparável ao de uma orca moderna, com cerca de 7 a 8 metros de comprimento.


 Longrich, N. R., et al (2024) Cretaceous Research

  

A análise indica que Khinjaria acuta está é um parente próximo de outra espécie, Goronyosaurus nigeriensis, ambos caracterizados por um focinho curto e uma parte posterior do crânio alongada, o que sugere uma mordida lenta, mas com uma força impressionante.

Esta característica, juntamente com a morfologia dos dentes, leva os investigadores a suspeitar que a dieta de Khinjaria incluía grandes espécies de peixes, talvez até tubarões ou outros mosassauros, explica o IFLScience.

Os investigadores propõem que o animal possa ter adotado uma estratégia de caça incomum para evitar competição com outros predadores da época, possivelmente utilizando o olfato como um sentido crucial para caçar à noite ou em águas turvas, uma hipótese apoiada pelo pequeno tamanho das suas órbitas oculares e a forma do seu focinho.

Este estudo contribui para o entendimento de que os ecossistemas oceânicos antigos eram significativamente diferentes dos atuais, capazes de sustentar múltiplos predadores de topo que se alimentavam de grandes presas, o que contrasta com os ecossistemas marinhos modernos, onde apenas alguns grandes predadores, como as orcas e os tubarões brancos, dominam o topo da cadeia alimentar.

 

in ZAP

segunda-feira, março 11, 2024

Mais um achado paleontológico importante na pensínsula ibérica...

Descoberto novo dinossauro gigante do Cretácico Inferior na Península Ibérica

 

O estudo foi liderado pelo paleontólogo português Pedro Mocho, investigador do Instituto Dom Luiz, polo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e integra os projetos desenvolvidos no Grupo de Biología Evolutiva da Universidad Nacional de Educación a Distancia na região de Morella

 

Foi dado a conhecer, através de um novo estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society a descoberta de um novo dinossáurio saurópode que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos.

Esta nova espécie de dinossáurio, apelidada de Garumbatitan morellensis, foi descrita a partir de restos descobertos em Morella (Castelló, Espanha) por uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis e permitiu ampliar a diversidade de dinossáurios conhecida num dos melhores registos fósseis do Cretácico Inferior da Europa.

Reconstrução do aspeto em vida de Garumbatitan morellensis (Créditos: Grup Guix)

 

O estudo foi liderado pelo paleontólogo português Pedro Mocho, investigador do Instituto Dom Luiz, polo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e integra os projetos desenvolvidos no Grupo de Biología Evolutiva da Universidad Nacional de Educación a Distancia na região de Morella. 

Para além dos cientistas integrantes destes dois grupos, nesta publicação participam investigadores do Institut Català de Paleontologia, Grup Guix de Vila-real, Museo de Ciencias Naturales de València, Universitat Jaume I de Castelló, Universidad Autónoma de Madrid (Espanha) e do Natural History Museum of Los Angeles County (EUA).

Os depósitos sedimentares que afloram na região de Els Ports de Morella (Espanha) contêm um abundante registo de dinossáurios do Cretácico Inferior, com cerca de 122 milhões de anos.  

Em particular, alguns dos primeiros restos de dinossáurios encontrados em Espanha foram descobertos na região de Morella.

Nos últimos anos, foram encontrados numerosos fósseis de vertebrados mesozoicos nas proximidades desta localidade, alguns dos quais com enorme relevância, incluindo uma importante coleção de dinossáurios ornitópodes, entre os quais se destaca Morelladon beltrani, e dinossáurios saurópodes.

Os restos deste novo dinossáurio foram encontrados e escavados nos sedimentos que afloram na localidade de Morella nos anos de 2005 e 2008 na jazida de Sant Antoni de la Vespa. 

Nesta jazida foi reconhecida uma das maiores concentrações em restos de dinossáurios saurópodes do Cretácico Inferior europeu, e na qual foram identificados elementos de pelo menos quatro indivíduos, três dos quais pertencentes a esta nova espécie. Sant Antoni de la Vespa constitui assim uma das localidades chave para o estudo das faunas de dinossáurios de Espanha para este período.

“Um dos indivíduos encontrados destaca-se pelo seu grande tamanho, com vértebras de mais de um metro de largura, e um fémur que poderia alcançar dois metros de longitude; nesta jazida foram encontrados dois pés quase completos e articulados, que são particularmente raros no registo geológico” afirma Pedro Mocho.

Neste artigo é apresentada uma descrição detalhada dos restos fosseis encontrados em Sant Antoni de la Vespa, sendo identificado um conjunto de características anatómicas diferente de outros dinossáurios saurópodes. Garumbatitan carateriza-se pela morfologia singular do fémur (o osso superior da perna) e dos elementos que formam o pé.

O fémur apresenta uma morfologia similar aos fémures de saurópodes mais modernos do Cretácico Superior. Este estudo analisa ainda as relações de parentesco de Garumbatitan morellensis e de outros dinossáurios saurópodes do Cretácico Inferior da Península Ibérica.

Garumbatitan é um dos membros mais primitivos de um grupo de saurópodes denominados Somphospondyli, que corresponde a um dos grupos mais diversos e abundantes durante o Cretácico e que se extingue no final do Mesozoico.

Finalmente, este estudo coloca em evidência a enorme complexidade da história evolutiva dos saurópodes do Cretácico europeu, em particular, da Península Ibérica, com espécies aparentadas com linhagens presentes em Ásia e América do Norte, assim como alguns grupos aparentados com formas do continente africano.  

Estes resultados sugerem a existência de períodos de dispersão de faunas entre estes continentes. O futuro restauro de todos os materiais fósseis encontrados nesta jazida adicionará informação importante para compreender a evolução inicial deste grupo de saurópodes, que dominou as faunas de dinossáurios durante os últimos milhões de anos da era mesozoica.

O nome da nova espécie Garumbatitan morellensis contém uma dupla referência: Garumbatitan significa “o gigante da Garumba” pelo facto deste exemplar ter sido encontrado na base da Mola de la Garumba, um dos relevos mais altos da região de Els Ports.

O nome específico morellensis faz referência à localidade em que se situa a jazida. 

Os restos fósseis de Garumbatitan morellensis formam parte de uma das maiores coleções de vertebrados fósseis do Mesozoico Ibérico depositadas no Museu Temps de Dinosaures de Morella.

 

in RTP

sexta-feira, março 08, 2024

Achado espetacular de fóssil de Triceratops...

Unearthing History: Scientists Probe 65 Million-Year-Old Triceratops Fossil for Answers

 

The 65 million-year-old triceratops fossil, a relic from the distant past, has provided scientists with a treasure trove of mуѕterіeѕ and questions that have remained unanswered for millennia. This remarkable discovery not only sheds light on the enigmatic world of the late Cretaceous period but also fuels the boundless curiosity of paleontologists and researchers.

 

 

The fossil, carefully exсаⱱаted and studied, offerѕ an intricate snapshot of a time when dinosaurs гᴜɩed the eаrth. Triceratops, with its iconic frill and three facial hornѕ, was a formіdаЬle herbivore that oссuріed a unіque niche in the prehistoric ecosystem. The well-preserved specimen raises questions about its anatomy, behavior, and гoɩe in its ecosystem, inviting scientists to unravel its secrets.

 

 

One of the most рreѕѕіnɡ mуѕterіeѕ is how triceratops lived and interacted with its environment. Did it roam in herds, as some eⱱіdenсe suggests? What did it eаt, and how did it defeпd itself from the apex рredаtorѕ of its time? The fossilized bones and surrounding rock layers may һoɩd the key to unlocking these and other mуѕterіeѕ.

 

 

Additionally, the discovery of a 65 million-year-old triceratops fossil rekindles questions about the mass extіnсtіon event that marked the end of the Mesozoic erа, which wiped oᴜt the non-avian dinosaurs. What ecological changes were occurring at that time, and how did triceratops and other dinosaurs adapt or ѕuссumЬ to the environmental shifts?

 

 

Moreover, this find underscores the importance of continued exploration and scientific іnquіrу. It highlights the enduring allure of paleontology, where each fossil uneаrthed offerѕ a tantalizing glimpse into eаrth’s prehistoric past and ѕраrkѕ new questions that drіⱱe the quest for knowledge forward.

The 65 million-year-old triceratops fossil, with its many unanswered mуѕterіeѕ, reminds us that the eаrth holds an untold wealth of secrets from ages long past. It serves as a testament to the insatiable curiosity of scientists who tirelessly seek to ріeсe together the puzzle of our planet’s ancient history, one fossil at a time.

 

 

in 2000 Daily

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Um fóssil de tiranossauro bem preservado mostrou a sua última refeição...!

Ancient Revelation: 75-Million-Year-Old Tyrannosaur Fossil Unveils First-Ever Preserved Stomach Contents, Offering Glimpse Into Prehistoric Diet

 

  

Alberta’s Royal Tyrrell Museum of Palaeontology says stomach contents have been found preserved inside a fossilized tyrannosaur.

In 2009, when palaeontologists at the museum found a fossil рokіпɡ oᴜt of the ground in the Badlands of Dinosaur Provincial Park, they didn’t know the significance of their discovery.

It took technicians years to painstakingly remove bits of rock from the fossilized bones.

 

 

Darla Zelenitsky, an associate professor in dinosaur palaeobiology at the University of Calgary, says the dinosaur turned oᴜt to be a well-preserved juvenile Gorgosaurus libratus.

“The specimen itself is about 75.3 million years old,” she said. “And it wasn’t until they brought it back to the museum to clean it up that they had found that there were ргeу items preserved inside the stomach.”

While technicians were cleaning the specimen, they noticed small toe bones рokіпɡ oᴜt of the rib cage from the animal’s gut. Zelenitsky says the сһаɩɩeпɡe was to determine what those bones belonged to.

“We were able to take bones from the drawers of the museum and directly compare them to figure oᴜt exactly what ѕрeсіeѕ this dinosaur was,” she said. “It turned oᴜt to be a small bird-like dinosaur called Citipes (elegans), and it’s actually two individuals that are preserved in the stomach of this tyrannosaur.”

 

 

Francois Therrien, the curator of dinosaur palaeoecology at the museum, says it’s a one-in-a-billion find.

Young Gorgosaurus ѕkeɩetoпѕ are extremely гагe because the bones are fгаɡіɩe and are rarely preserved and fossilized.

“To preserve stomach contents, you really need a ᴜпіqᴜe sequence of events. First, your specimen needs to have eаteп something just before it dіed, because we know these animals digested their food really, really fast,” he said.

“Then, it had to be Ьᴜгіed under sediment really quickly, because otherwise scavengers will come and eаt the сагсаѕѕ.”

  

 

Curator of Dinosaur Palaeoecology at the Royal Tyrrell Museum Dr. Francois Therrien, right, and University of Calgary assistant professor Dr. Darla Zelenitsky ѕtапd next to a young specimen of a dinosaur called Gorgosaurus libratus in an undated handout photo. (THE CANADIAN ргeѕѕ/Royal Tyrrell Museum of Palaeontology)Therrien says this dinosaur ate just the meaty legs of two Citipes, and those foѕѕіɩѕ are гагe in themselves.

“It’s only known from a һапdfᴜɩ of feet,” he said. “Now we have entire legs so those are actually the most complete ѕkeɩetoпѕ of Citipes ever discovered, because they were ѕwаɩɩowed by a Tyrannosaur.”

  

 

The findings and subsequent study conducted by an international team lead by Therrien and Zelenitsky are published in the journal Science Advances.

“We knew right away this was a very ᴜпᴜѕᴜаɩ and ᴜпіqᴜe find,” said Zelenitsky. “So to me, it’s a huge deal, it’s a once in a career type of a fossil.”

The discovery is telling palaeontologists more about the lifecycle of Gorgosaurus that lived in Dinosaur Provincial Park earlier and in a much different ecosystem from Tyrannosaurus rex.

“The oldest known Tyrannosaur in terms of biological age is 21 or 22-years-old, and they were preying on mega herbivores,” said Zelenitsky. “So large horned dinosaurs and dᴜсk-billed dinosaurs and we know that from tooth dаmаɡed bone (on foѕѕіɩѕ of their ргeу).

 

 

Therrien says the juveniles from five to ten-years-old fed on much different animals, and because of that, young tyrannosaurs were capable of occupying different ecological niches tһгoᴜɡһoᴜt their lives and that was likely the key to their success as top ргedаtoгѕ.

“Their һᴜпtіпɡ ѕtгаteɡу is actually totally different from that we see in adults,” he said. “They went for the meatiest parts, they рᴜɩɩed oᴜt the drum ѕtісkѕ and then basically they ate the legs and left the rest of the сагсаѕѕ oᴜt. Whereas, adults are more like indiscriminate feeders, they’ll just eаt anything, crunched bones and swallow everything whole, so we see that they are really different feeding strategies.”

“What we have now is the first solid eⱱіdeпсe that tyrannosaurs actually changed their diet through growth,” said Zelenitzky. “From this size of a juvenile which is 350 kilograms to the adults which were 2,000 or more so it’s a really exciting find.”

The specimen will remain behind closed doors in the technical working area of the museum and continue to be studied to determine more about the Gorgosaurus and Citipes foѕѕіɩѕ and may eventually be put on display in the public gallery.

 

in 2000 Daily

segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Mais um "fóssil-vivo" redescoberto e com novidades...

O mistério do “fóssil vivo” da árvore do tempo dos dinossauros foi resolvido

 

Há apenas pinheiros Wollemi em estado selvagem

 

Os cientistas pensavam que o pinheiro Wollemi estava extinto há 2 milhões de anos - até ser redescoberto por um grupo de caminhantes, em 1994. Agora, os cientistas descodificaram o seu genoma para compreender como sobreviveu, quase inalterado, desde a época dos dinossáurios.

Considerado extinto há 2 milhões de anos, o pinheiro Wollemi foi redescoberto em 1994 por caminhantes que encontraram “um grupo de estranhas árvores” no Parque Nacional Wollemi, a 100 quilómetros a oeste de Sydney, na Austrália.

Um novo estudo, realizado por uma equipa de cientistas da Austrália, dos Estados Unidos e de Itália, descodificou agora o genoma desta árvore ancestral, para melhor compreender a sua trajetória evolutiva e auxiliar na sua conservação.

Os resultados do estudo, que ainda aguarda revisão por pares, foram publicados recentemente no bioRxiv.

O Wollemia nobilis, por muitos considerado um “fóssil vivo”, é quase idêntico a amostras de árvores do Cretácico, período que se estende de 145 a 66 milhões de anos atrás, durante o qual os dinossáurios andaram a passear a sua superioridade pela Terra.

Atualmente, há apenas 60 destas árvores em estado selvagem, sob a constante ameaça de incêndios florestais. Em 2020, os bombeiros australianos conseguiram salvar, por pouco, esta floresta de “árvores dinossáurio”.

O Governo da Austrália mantém a sua localização exata em segredo para impedir que o Homem possa prejudicar estas árvores ancestrais.

E então, qual o segredo da sobrevivência das Wollami? A resposta parece estar no seu fascinante genoma, explica o Live Science.

De acordo com os resultados do estudo, o genoma do pinheiro Wollami tem 26 cromossomas com 12,2 mil milhões de pares de bases, ultrapassando largamente os 3 mil milhões de pares de bases do ser humano.

No entanto, estas árvores apresentam uma diversidade genética mínima, que aponta para uma redução significativa da população entre 10.000 e 26.000 anos atrás. As árvores atuais parecem reproduzir-se principalmente através da clonagem, um método denominado de coppicing.

Segundo os autores do estudo, o voluptuoso genoma destas árvores é devido à abundância de transposões, ou “genes saltadores”, que que se conseguem duplicar e movimentar pelo genoma.

O estudo permitiu também identificar que a espécie é particularmente vulnerável à doença Phytophthora cinnamomi, perigoso bolor aquático, devido à supressão de genes resistentes a doenças causada por um tipo de RNA relacionado com o desenvolvimento das suas amplas agulhas.

Curiosamente, esta doença pode ser introduzida por caminhantes que visitam o seu habitat - o que vem dar razão à decisão do governo australiano de o manter em segredo.

 

in ZAP

domingo, setembro 17, 2023

No tempo dos dinossáurios havia mamíferos perigosos...

Há 125 milhões de anos um mamífero morreu a comer um dinossauro vivo

 

Ilustração do encontro entre o dinossauro e o mamífero predador

 

Um predador inesperado deixou um dinossauro em choque há 125 milhões de anos - e a descoberta do seu fóssil permite-nos recriar o épico momento.

O período Cretácico terá sido palco de épicas batalhas pela sobrevivência e uma nova descoberta de uma equipa de paleontólogos da Universidade Vocacional de Ciência e Tecnologia de Hainan, na China, leva a violenta ideia pré-histórica de “salve-se quem puder” a todo um novo nível.

Há 125 milhões de anos, um dinossauro teve um destino infeliz após ser o banquete de um predador inesperado. O encontro terá sido lendário e ficou mesmo registado num fóssil, segundo o Interesting Engineering.

Desafiando a crença comum de que os dinossauros eram os comandantes por ninguém desafiados na era mesozoica, o fóssil captura o momento em que um mamífero carnívoro devora um dinossauro herbívoro.

Mais especificamente, vê-se um Psittacosaurus, um dinossauro ceratopsiano do tamanho de um cão de porte grande, a servir de presa a Repenomamus, um dos maiores mamíferos da sua época, semelhante a um texugo.

“Os dois animais estão trancados em combate mortal, intimamente entrelaçados”, lê-se em comunicado de imprensa, em que o porta-voz do Museu da Natureza do Canadá deixou claro que esta “está entre as primeiras provas de comportamento predatório por um mamífero sobre um dinossauro.”

 

Fóssil mostra os esqueletos entrelaçados do Psittacosaurus e do Repenomamus, momentos antes da morte

 

A dupla fossilizada foi submetida a um exame mais detalhado que permitiu revelar o Psittacosaurus deitado de barriga para baixo, com os seus membros posteriores já afastados, posicionados nas laterais do tronco e dobrados.

Já o gigante texugo encontra-se curvado para o lado direito, em cima da presa, e a agarrar a mandíbula do dinossauro, enquanto morde as suas costelas e aguenta a perna traseira.

A ausência de marcas de dentes nos ossos do dinossauro e a posição entrelaçada em que os dois animais foram encontrados sugerem que o dinossauro não estava morto, mas sim a ser caçado pelo agressor, o Repenomamus. O dinossauro poderá ter colapsado em choque quando foi atacado, facilitando a tarefa do seu predador - ou não, uma vez que foram os dois mortos de seguida.

 

Adaptado e corrigido de ZAP

terça-feira, dezembro 27, 2022

Notícia interessante sobre descoberta paleontológica em Portugal

Investigador da Universidade de Coimbra descobre fóssil de nova espécie de conífera 

A nova espécie Pseudofrenelopsis zlatkoi foi identificada em flora do Cretácico Inferior do Juncal, no distrito de Leiria. 


Escala (1) - 3 mm, (2, 3) - 1 mm

 

Um investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu uma nova espécie de conífera atribuível à família Cheirolepidiaceae. A nova espécie Pseudofrenelopsis zlatkoi foi identificada em flora do Cretácico Inferior do Juncal, no distrito de Leiria, tendo sido dedicada a Zlatko Kvaček, antigo professor da Universidade de Charles, Praga, República Checa.

De acordo com Mário Miguel Mendes, investigador do MARE/UC, esta nova espécie assemelha-se bastante a uma outra cheirolepidiácea, Pseudofrenelopsis parceramosa, mas difere por apresentar cutícula mais fina, áreas nodais expandidas e entrenós sulcados. «Pseudofrenelopsis zlatkoi é caracterizada por apresentar entrenós sulcados e a sua morfologia é espelhada na disposição das estruturas epidérmicas, tendo geralmente cristas construídas por células epidérmicas ordinárias alongadas», revela.

«A nova espécie Pseudofrenelopsis zlatkoi pertence a uma família de coníferas já extinta - Cheirolepidiaceae. Os frenelopsídeos são extremamente importantes porque, a par dos pólenes que produzem, atribuíveis ao género Classopollis, dão indicações ambientais muito precisas, nomeadamente, a existência de ambientes secos e áridos», afirma o cientista da FCTUC.

Esta investigação, centrada no estudo das floras do Cretácico português no sentido de compreender a composição florística existente à época e, consequentemente, as condições paleoclimáticas que presidiram à radiação e diversificação das angiospérmicas, tem vindo a ser desenvolvida em parceria com diversas instituições internacionais, designadamente o Swedish Museum of Natural History de Estocolmo (Suécia), a Universidade de Aarhus (Dinamarca), a Universidade de Yale (Estados Unidos da América) e o National Museum Prague (República Checa).

«Os nossos trabalhos prendem-se, fundamentalmente, com o estudo da evolução das angiospérmicas (plantas com flor) e Portugal tem uma geologia com características únicas que possibilitam acompanhar as principais etapas de evolução da flora, pois, salvo algumas lacunas, estão representadas rochas com registo fossilífero desde o Proterozóico Superior até ao período atual», conclui Mário Miguel Mendes.

Este estudo teve o financiamento das instituições internacionais envolvidas, bem como, da sua unidade de I&D, o MARE/ARNET da Universidade de Coimbra.

 

in Notícias UC

domingo, maio 15, 2022

Notícia sobre o KTB...

 “Descoberta alucinante”. Pode este fragmento pertencer ao asteróide que matou os dinossauros?

 

Entre um fragmento que pode ser do asteroide que matou os dinossauros e uma perna de dinossáurio perfeitamente preservada, há várias descobertas promissoras no sítio de Hell Creek Formation, nos Estados Unidos.

Há 66 milhões de anos, um asteroide chocou com a Terra e dizimou os dinossáurios. Até aqui, nada de novo - a novidade é que é possível que tenha sido encontrado um fragmento desta rocha devastadora.

Esta é apenas uma das várias incríveis descobertas feitas no sítio de Hell Creek Formation, na Dakota do Norte, que tem muitos registos do momento catastrófico, como fósseis de peixes que sugaram os detritos causados pelo impacto, uma tartaruga empaleada num pau e uma pata que pertencia a um dinossáurio.

A busca por estas relíquias arqueológicas é contada ao detalhe no documentário “Dinosaur Apocalypse”, que inclui o biólogo David Attenborough e o palentólogo Robert DePalma, relata a CNN.

A pesquisa em Tanis, o nome dado ao sítio arqueológico, começou em 2012. O local está a 3,2 mil quilómetros de distância da cratera de Chicxulub, onde se deu o impacto, no México.

DePalma acredita que os fósseis de peixes ficaram bem-preservados porque os animais foram enterrados vivos pelos sedimentos que foram arrastados com a enorme quantidade de água que foi libertada após o impacto do asteroide.

O paleontólogo acredita ainda que os peixes morreram na hora seguinte ao choque devido às esférulas de impacto - pequenas quantidades de rocha derretida que se cristalizaram e criaram um material semelhante ao vidro - que foram encontradas nas guelras.

No sítio, foi também encontrada uma perna de dinossáurio excecionalmente preservada e com a pele intacta, o que sugere que o corpo não teve tempo de se decompor antes de ser enterrado no meio dos sedimentos, tendo o animal morrido com o impacto ou imediatamente antes deste.

Muitas das descobertas reveladas no documentário ainda não foram publicadas em estudos revistos por pares, mas já há um consenso generalizado na comunidade de que o sítio tem provas do devastador último dia do reinado dos dinossáurios.

A equipa também encontrou esférulas que aterraram na resina da superfície dos ramos das árvores e que ficaram “congeladas no tempo” em âmbar e protegidas da água, o que evitou que se transformassem em argila. “É como ter um frasco de amostra, voltar atrás no tempo, recolher uma amostra do sítio do impacto e guardá-la para o estudo científico”, revela DePalma.

Foram encontrados fragmentos de rochas que não derreteram dentro das esférulas de vidro e a maioria destes era rica em cálcio. Os cientistas esperam conseguir confirmar o material de que o asteroide era feito — e este objetivo também despertou o interesse da NASA.

“Este exemplo daquilo que pode ser um pequeno fragmento, talvez microgramas, do asteroide - o facto de haver um registo preservado, seria alucinante“, revela Jim Harvin, cientista chefe do Centro de Voo Espacial Goddard.

 

in ZAP

quinta-feira, maio 12, 2022

Notícia interessante de Paleontologia

 Dinossauro gigante encontrado na Argentina. É o maior Megaraptor de sempre

 

 

Paleontólogos argentinos anunciaram a descoberta de um dinossauro gigante, que atacava as suas presas com garras curvas e afiadas e curvas.

O dinossauro gigante de seis toneladas, o maior megaraptor encontrado até hoje, alimentava-se de dinossauros mais pequenos, com as suas garras, explicou Mauro Aranciaga, paleontólogo, à Agence France-Press (AFP).

O dinossauro terá sido o “predador na ápice” do seu tempo, realçou Aranciaga, uma criatura bem merecedora do nome científico Maip macrothorax.

A primeira parte, “Maip“, deriva de uma figura mitológica “maligna” do povo indígena Aonikenk, da Patagónia, segundo a Science Alert.

A criatura foi associada à “sombra da morte” que “mata com vento frio” nas montanhas dos Andes, de acordo com um novo estudo, publicado a 26 de abril, na Nature Scientific Reports.

A segunda parte, “macrothorax“, refere-se à enorme extensão da cavidade torácica da criatura — cerca de 1,2 metros de largura.

O dinossauro descoberto na Argentina media entre 9 e 10 metros de comprimento, maior do que qualquer tipo de megaraptor alguma vez encontrado - um grupo de gigantes carnívoros que outrora vagueavam pelo que é hoje a América do Sul, de acordo com a equipa de investigadores de Aranciaga.

Viveu há cerca de 70 milhões de anos, no final do período Cretáceo, no que era então uma floresta tropical, muito antes da Cordilheira dos Andes e dos glaciares que agora definem a Patagónia.

O réptil gigante tinha duas garras afiadas e curvas por cada pata dianteira, cada uma com cerca de 40 centímetros de comprimento.

Aranciaga teve a sorte de encontrar uma parte do fóssil na sua primeira expedição profissional, na província argentina de Santa Cruz, há três anos.

Isto levou a meses de escavação meticulosa, limpeza e classificação de uma grande cache de ossos: vértebras bem como pedaços de costela, anca, cauda, e braço.

“Quando levantei a vértebra e vi que tinha as características de um megaraptor, foi realmente uma enorme emoção”, recordou Aranciaga.

“De alguma forma, realizei o meu sonho de infância — encontrar um novo fóssil e ele revelar-se um megaraptor: o grupo em que me especializei”, contou à AFP.

Maip macrothorax foi um dos últimos megaraptores na Terra, antes da extinção dos dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos, de acordo com Fernando Novas do Laboratório de Anatomia Comparativa do Museu Argentino de Ciências Naturais.

É também o megaraptor mais meridional alguma vez encontrado, acrescentou Aranciaga, doutorada no Conselho Nacional de Investigação Científica e Técnica da Argentina (Conicet).

 

in ZAP

 

 

domingo, janeiro 05, 2014

Notícia no Público sobre dinossáurios

Afinal, os dinossauros bico-de-pato também tinham cristas como os galos

Ilustração científica do Edmontosaurus regalis, com o seu bico de pato e a crista de galo

O fóssil de Edmontosaurus regalis em que ficaram preservadas a crista (o alto arredondado) e as escamas do pescoço


Possuía um focinho semelhante a um bico de pato, uma característica comum deste grupo de dinossauros. Já da crista de tecido mole – agora encontrada – ainda não havia nenhum registo.

O registo fóssil dos Edmontosaurus, um dos dinossauros bico-de-pato, é bastante rico, compondo-se não só de ossos, mas também de conteúdos estomacais e impressões de pele. Foram as impressões das escamas, mas sobretudo as marcas deixadas por uma crista não óssea que tornaram um exemplar de Edmontosaurus regalis encontrado na Formação Wapiti, em Alberta (Canadá), tão surpreendente. A descoberta foi publicada na última edição da revista Current Biology.

“A pele e os músculos estão entre os primeiros materiais a decomporem-se depois de um animal morrer, portanto é raro fossilizarem”, esclarece ao PÚBLICO um dos autores do estudo, Phil Bell, da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália. Justifica-se assim por que é que os investigadores deram destaque à descoberta do primeiro exemplar de Edmontosaurus regalis com uma crista composta exclusivamente de tecidos moles (que se decomporia facilmente).

Acontece, por vezes, que certos materiais de rápida decomposição ficam preservados, como nas múmias naturais ou mesmo nos fósseis, mas em ambos os casos requerem-se condições muito especiais que só se verificam esporadicamente. “[Neste caso] achamos que pode ter havido uma bactéria responsável pela preservação da pele nos primeiros momentos depois do material ter ficado enterrado. Poderá ser uma bactéria que facilite a deposição de elementos como ferro e cálcio na pele, ajudando a que seja criada uma réplica [molde] perfeita da pele e das escamas”, diz o investigador.

As condições particulares a que foram sujeitos os organismos para se transformarem em fósseis na jazida canadiana ainda não são conhecidas, mas Phil Bell especula: “Devem ter sido únicas e ideais para a preservação de tecidos moles, porque há uma elevada percentagem de hadrossauros [família a que pertencem os Edmontosaurus] que deixaram impressões de pele na Formação Wapiti.”

No grupo dos hadrossauros – ou dinossauros bico-de-pato – existem algumas espécies com cristas ósseas ocas, que parecem estar relacionadas com a produção e amplificação de sons, função também atribuída à estrutura existente na cabeça do casuar (uma ave corredora moderna da Oceania). Já no caso da crista de tecido mole, ela poderá ter uma função mais semelhante à crista dos galos, tendo um papel nas relações sociais e na selecção sexual. O uso como defesa ou na acumulação de gordura não parecem adequar-se à estrutura encontrada.

Enquanto alguns cientistas defendem que os hadrossauros terão perdido as suas cristas ao longo do tempo, a recente descoberta vem mostrar que as cristas ósseas (com ou sem tecidos moles) poderão ter sido sucedidas por cristas exclusivamente de tecidos moles (sem estrutura óssea).

Centenas de dentes amontoados
A crista do Edmontosaurus regalis encontrada pela equipa multinacional – com investigadores da Universidade da Nova Inglaterra, Universidade de Bolonha (Itália) e Universidade de Alberta – estava nitidamente agarrada ao crânio, sem, contudo, ter nenhum suporte ósseo associado. Media 33 centímetros de comprimento (num crânio de um metro), tinha praticamente a largura do crânio e a sua altura chegava aos 20 centímetros. Estava revestida por escamas poligonais homogéneas de três a quatro milímetros, que também ficaram preservadas.

Para os autores do estudo, a presença destas cristas pode não ser exclusiva do Edmontosaurus regalis, pode até nem estar restrita ao grupo dos hadrossauros. “Não há nenhuma razão para que outras estruturas carnudas estranhas não pudessem existir numa série de outros dinossauros, incluindo T-rex e Triceratops”, diz Phil Bell, no comunicado de imprensa.

Os Edmontosaurus – que significa "lagartos de Edmonton", uma localidade em Alberta – foram dos dinossauros mais comuns da América do Norte no Cretácico Superior, há 65 a 75 milhões de anos. Estes dinossauros, que podiam chegar aos 13 metros de comprimento, deslocavam-se em grandes manadas de herbívoros, com milhares de indivíduos, cujo papel no ecossistema seria equivalente ao que os veados, por exemplo, desempenham hoje em dia. Tinham centenas de dentes amontoados na parte de trás das mandíbulas, perfeitamente adaptados para moer as plantas de que se alimentavam, incluindo as folhas rígidas das coníferas.

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domingo, novembro 24, 2013

Notícia sobre dinossáurios e paleontologia

Descoberto um dos maiores dinossauros predadores da América do Norte

Ilustração científica do Siats meekerorum, o segundo maior dinossauro predador da América do Norte

O Siats meekerorum, numa ilustração científica, enquanto se alimenta de outro dinossauro e afugenta dois tiranossaurídeos



Nova espécie é o segundo maior carnívoro a seguir ao T-rex.

O Tyrannosaurus rex é um dos mais populares dinossauros que caminharam sobre o planeta Terra. É também o maior dinossauro predador da América do Norte. Viveu no final do período Cretácico e até agora desconhecia-se quem lhe teria antecedido neste lugar de poder. Uma descoberta recente, publicada esta sexta-feira na revista Nature Communications, dá vida a uma nova espécie: o Siats meekerorum.
Os primeiros vestígios de T-rex foram descobertos em 1874, e nos anos seguintes muitos outros fósseis desta espécie foram encontrados. O registo fóssil, que incluía dentes muito grandes, mostrava que o animal seria enorme – durante muito tempo o maior conhecido –, o que lhe valeu o nome de “rei dos lagartos tiranos”.
Só nos anos de 1940 se encontrou um rival em tamanho, o Acrocanthosaurus atokensis, com 12 metros de comprimento como o T-rex, e que podia chegar às seis toneladas. Este dinossauro, cujas vértebras tinham longas projecções na face dorsal, viveu na fase final do Cretácico inferior, entre 125 milhões a 100 milhões de anos. Mas entre o momento em que o Acrocanthosaurus viveu e o aparecimento do T-rex (há cerca de 70 milhões de anos) havia uma lacuna de informação. Será que não tinha existido nenhum predador de topo nesta fase?
O Siats meekerorum, encontrado em 2008 na Formação Montanhosa de Cedar, no Utah (nos Estados Unidos), e agora descrito pelos investigadores Lindsay Zanno e Peter Makovicky, do Museu Field de História Natural, em Chicago (nos Estados Unidos), vem preencher este hiato. Este dinossauro juvenil de dez metros e quatro toneladas, um alossaurídeo como o Acrocanthosaurus, surgiu há cerca de 100 milhões de anos. Em adulto, o Siats teria dimensões idênticas ao Acrocanthosaurus, só que ambos teriam apenas metade do peso de um T-rex.
   
"Fiquem atentos: há mais criaturas incríveis"
Enquanto dominou o Cretácico médio, o Siats impediu que os indivíduos da família dos tiranossauros (tiranossaurídeos) tivessem mais do que um porte mediano, conforme revelam os dentes deste grupo encontrados no mesmo local. “As grandes diferenças no tamanho sugerem que os tiranossauros [tiranossaurídeos] eram mantidos sob controlo pelos carcarodontossauros [da família dos alossaurídeos], e que só evoluíram para enormes predadores de topo depois dos carcarodontossauros terem desaparecido”, afirma, no comunicado do museu, Peter Makovicky.
“A permanência dos téropodes [dinossauros carnívoros] carcarodontossauros no Cretácico superior foi recentemente usada como justificação para a ascensão tardia dos tiranossaurídeos, como predadores de topo, nos ecossistemas asiáticos”, lê-se no artigo.
Pertencendo a uma família de carnívoros gigantes, o Siats deve o seu nome a um monstro canibal, de uma lenda da tribo índia ute (do Estado do Utah), e à família Meeker (meekerorum), pelo apoio aos jovens paleontólogos do Museu Field, incluindo Lindsay Zanno, como se lê no comunicado.
Com apenas uma parte da pélvis, uma parte da perna e algumas vértebras, foi possível descrever o Siats meekerorum e desvendar alguns segredos do reinado dos grandes téropodes. A jazida contém também muitos outros registos fósseis e duas novas espécies de dinossauros que serão divulgadas em breve. “Fiquem atentos. Há muitas mais criaturas incríveis de onde retirámos o Siats”, revela Lindsay Zanno.

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segunda-feira, julho 22, 2013

Mais um estranho dinossáurio descoberto na América do Norte...

Era uma vez dinossauro narigudo e cornudo numa ilha chamada Laramídia
Teresa Firmino - 18.07.2013


Não é um boi com um bico à papagaio, embora pareça. É a mais recente coqueluche dos paleontólogos que estudam dinossauros.

Ilustração científica do dinossauro Nasutoceratops

Há mais de 70 milhões de anos, no Cretácico Superior, o nível do mar tinha subido significativamente e muitas terras estavam submersas – a América do Norte não era excepção e o resultado foi o aparecimento de um mar interior de águas pouco profundas, estendendo-se desde o oceano Árctico até ao golfo do México e que dividiu o continente em duas massas de terra. Uma era a ilha Laramídia, onde habitava um “extraordinário dinossauro”, como refere o título do artigo científico que o descreve, por ter um nariz particularmente grande e uns cornos que mais pareciam os de um boi.
O lado invulgar do bicho está expresso no nome científico escolhido pela equipa de Scott Sampson, então conservador do Museu de História Natural do Utah e agora vice-presidente das colecções e investigação do Museu de Ciência e Natureza de Denver, nos Estados Unidos: Nasutoceratops quer dizer em latim “cara cornuda com nariz grande”. O nome completo, Nasutoceratops titusi, é ainda uma homenagem a Alan Titus, paleontólogo do Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, uma enorme zona desértica no estado do Utah onde o dinossauro foi encontrado.
O primeiro exemplar foi descoberto em 2006, por um estudante da Universidade do Utah, seguindo-se outros fósseis deste dinossauro, todos guardados no Museu de História Natural do Utah, em Salt Lake City, e que serviram de base ao artigo que descreve a nova espécie na revista britânica Proceedings of the Royal Society B.
Ela é a mais recente aquisição do grupo de dinossauros com cornos, ou ceratopsídeos, de que o Triceratops, com nove metros de comprimento e mais de cinco toneladas, é o representante mais famoso. Eram corpulentos, quadrúpedes, herbívoros e tinham um focinho em forma de bico de papagaio. A maioria das espécies tinha um grande crânio com um único corno no nariz e outros dois por cima dos olhos e um escudo ósseo na parte de trás da cabeça.
Em relação aos outros ceratopsídeos, o Nasutoceratops, além das particularidades do nariz e dos cornos longos e curvados para a frente, apresentava diferenças no escudo ósseo, menos ornamentado com espinhos. Tinha cinco metros de comprimento e atingia 2,5 toneladas.

Olfacto apurado?
Para que serviam os cornos e os escudos é uma questão para a qual a comunidade científica não tem resposta segura. Hipóteses não faltam, indo desde a defesa de predadores e do controlo da temperatura do corpo até ao reconhecimento de indivíduos da mesma espécie e à competição sexual. Esta última hipótese, a mais aceite pela comunidade científica, considera que os escudos e cornos tinham a função de intimidar os indivíduos do mesmo sexo e atrair os do sexo oposto, como acontece por exemplo com as caudas dos pavões e as antenas dos veados.
“É muito provável que os cornos extraordinários do Nasutoceratops fossem usados como sinais visuais de domínio e, quando isso não chegava, como armas para combater os rivais”, considera um dos cientistas da equipa, Mark Loewen, em comunicado da universidade do Utah.
“Provavelmente, o nariz de Jumbo de Nasutoceratops não tinha nada a ver com um cheiro apurado – uma vez que os receptores do olfacto estão mais para trás na cabeça, junto ao cérebro – e a função desta bizarra característica permanece incerta”, esclarece, por sua vez, Scott Sampson.
Voltemos à Laramídia: o Utah ocupa agora a parte sul dessa ilha de outrora, que era quase do tamanho da Austrália e onde o protagonista desta história vivia há 76 milhões de anos num ambiente pantanoso e quente, a cerca de 100 quilómetros da costa do Mar Interior Ocidental, que dividia o continente em duas massas de terra. A Laramídia, muito rica em fósseis de dinossauros, estava do lado oeste e a Apalachia a leste.
A equipa quer agora perceber o que levava umas espécies de dinossauros a habitar o Norte da Laramídia (Alberta, no Canadá, e Montana, nos Estados Unidos), enquanto outras se ficavam pelo Sul (nos estados norte-americanos do Novo México e do Texas, além do Utah). E como é que nessa ilha conviviam cerca de duas dezenas de espécies de dinossauros de tamanho considerável, enquanto actualmente em toda a África só existem cinco espécies de mamíferos gigantes, do tamanho de elefantes e rinocerontes, sublinha o comunicado.
“O Nasutoceratops”, conclui Eric Lund, outro investigador da equipa, “é um maravilhoso exemplo do quanto ainda temos para aprender sobre o mundo dos dinossauros”.

in Público - ler notícia

Nota: para quem quem perceber o que era a Laramídia e a Apalachia, aqui fica um mapa da altura em que existiam, no final do Cretácico:

(imagem daqui)

domingo, agosto 26, 2012

Mais um dinossáurio descoberto na Europa

Paleontologia
Novo tipo de dinossauro descoberto em França

Fragmento de osso fossilizado encontrado em Velaux

Escavações foram realizadas em diferentes momentos

Durante anos, os paleontólogos mantiveram a máxima discrição. Mas agora a sua descoberta é pública: a de um novo tipo de dinossauro, da família dos titanossauros. Trata-se de um animal herbívoro, com cerca de 12 metros de comprimento, que viveu na Terra há 75 milhões de anos. 

Escavações realizadas no município francês de Velaux, perto de Aix-en-Provence, em três operações – em 2002, 2009 e 2012 – permitiram recuperar a maior parte dos restos deste animal de dentes cilíndricos, baptizado de Atsinganosaurus velauciensis, que em latim quer dizer qualquer coisa como "dinossauro cigano".

“Recuperámos 70% do esqueleto do animal, mas não o crânio, infelizmente. Penso que vamos conseguir fazer uma reconstituição fiel”, disse à AFP Géraldine Garcia, especialista da Universidade de Poitiers, que esteve envolvida nas escavações, juntamente com o Instituto Real de Ciências Naturais de Bruxelas.

Os trabalhos, realizados numa área de 300 metros quadrados, foram mantidos sob reserva durante anos, para evitar pilhagens. No mesmo local, foram encontrados outros fósseis do Cretácico superior, há 75 milhões de anos. No sítio paleontológico de Velaux surgiram também um crânio de crocodilo, carapaças de tartarugas e ossos de outros dinossauros.

terça-feira, maio 15, 2012

Notícia sobre âmbar, polinização e fósseis

Animais preservados em âmbar
Descobertos os insectos polinizadores mais antigos

Grãos de pólen agarrados aos pêlos de insectos

Seis insectos preservados em dois pedaços de âmbar, encontrados no Norte de Espanha, contêm grãos de pólen nos pêlos. Os insectos - seis fêmeas - têm entre 110 e 105 milhões de anos e pertencem ao Cretácico, o último período em que existiriam dinossauros. Representam os mais antigos polinizadores conhecidos, revela um artigo publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences.

O âmbar (resina fóssil) foi encontrado num depósito em Álava, uma província do País Basco, que já revelou várias espécies de plantas e insectos extintos. Estas fêmeas fazem parte da ordem de insectos Thysanoptera, conhecidos em Portugal pelo nome comum de trips. É um grupo de pequenos insectos com dois milímetros e que se alimentam de pólen e outros tecidos de plantas. Hoje, este grupo poliniza várias espécies de plantas. Mas nunca se tinham obtido provas de insectos polinizadores, desta ou de outra ordem, tão antigos.

“Mais interessante do que a espécie é o que [estes insectos] levavam às costas, porque mostra pela primeira vez a existência de polinização”, explica Enrique Peñalver ao jornal espanhol El Mundo, um dos autores do artigo, que pertence ao Instituto Geológico e Mineiro de Espanha.

Estas seis fêmeas encontradas no âmbar têm pêlos que são semelhantes aos das abelhas de mel. As estruturas têm anéis que servem para agarrar os grãos de pólen. A investigação concluiu ainda que estes grãos pertenciam à Gingko, uma árvore sem flores, tão antiga que é considerada um fóssil vivo.

A Gingko tem os sexos separados, ou seja, há árvores que são machos e produzem o pólen, enquanto outras são fêmeas e têm óvulos numas estruturas chamadas cones. Os investigadores acreditam que estes insectos alimentavam com pólen as suas larvas, que estariam em colónias junto aos óvulos. Ao mesmo tempo que davam a refeição às larvas, as Gingkos seriam polinizadas.