segunda-feira, janeiro 08, 2024
Mouzinho de Albuquerque morreu há 122 anos...
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O discurso dos Catorze Pontos foi proferido por Woodrow Wilson há 106 anos
- 1.º Pactos abertos (acordos) de paz a serem alcançados abertamente, sem acordos secretos;
- 2.º Livre navegação absoluta, além das águas territoriais, tanto na guerra como na paz, exceto quanto a liberdade de navegação fosse cessada, em parte ou no seu todo, por execução de pactos internacionais;
- 3.º Remoção de todas as barreiras económicas e estabelecimento de igualdade de condições de comércio entre todas as nações consentâneas à paz e à sua manutenção;
- 4.º Redução das armas nacionais ao mínimo necessário à segurança interna;
- 5.º Ajustes livres imparciais e abertos às reivindicações das colónias;
- 6.º Evacuação das tropas alemãs da Rússia e respeito pela independência da Rússia;
- 7.º Evacuação das tropas alemãs da Bélgica;
- 8.º Evacuação das tropas alemãs da França, inclusive da contestada região da Alsácia-Lorena;
- 9.º Reajuste das fronteiras italianas dentro de linhas nacionais claramente reconhecíveis;
- 10.º Autogoverno limitado para o povo austro-húngaro;
- 11.º Evacuação das tropas alemãs dos Balcãs e independência para os povos balcânicos;
- 12.º Independência para a Turquia e autogoverno limitado para as outras nacionalidades até então vivendo sob o Império Otomano;
- 13.º Independência para a Polónia;
- 14.º Formação de uma associação geral de nações, sob pactos específicos com o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial, tanto para os Estados grandes como para os pequenos.
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Galileu morreu há 382 anos...
Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caía
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
in Linhas de Força (1967) - António Gedeão
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José Viana morreu há vinte e um anos...
José Viana recebeu por seis vezes o Prémio Bordalo, ou Prémio da Imprensa, atribuídos pela Casa da Imprensa, metade deles como ator e a outra metade como autor, sempre na categoria "Teatro de Revista":
- Prémio Bordalo (1963), como ator, acompanhado pela atriz Aida Baptista, dos autores Fernando Santos e Nelson de Barros e da Companhia de Hermes Portela.
- Prémio Bordalo (1967), partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, pela peça Pão, Pão, Queijo, Queijo, considerada "Melhor espetáculo". Nessa mesma ocasião seriam galardoados os atores Mariema e Raul Solnado.
- Dois Prémio Bordalo (1968), um como ator, acompanhado pela atriz Florbela Queirós, e outro, como autor, novamente partilhado com Aníbal Nazaré e Eugénio Salvador, agora pela peça Grande Poeta é o Zé, considerada "Melhor espetáculo".
- Mais dois Prémio Bordalo (1970), um como ator na peça Pimenta na Língua, acompanhado desta feita pela atriz Maria do Céu Guerra, e outro, como autor, agora apenas repete parceria com Aníbal Nazaré, nesta ocasião pela peça Pimenta na Língua. Desta vez seria ainda premiado o cenógrafo Mário Alberto.
Em 1997 José Viana foi elevado, a 9 de junho, a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Faleceu, vítima de um acidente de automóvel, aos oitenta anos.
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O Marechal Beresford morreu há cento e setenta anos...
Foi governador e comandante-chefe, durante seis meses, na Madeira, para evitar a ocupação da ilha pelas forças napoleónicas francesas.
Depois, em 7 de março de 1809, terá sido escolhido pelo governo britânico, de acordo com o parecer do general Wellesley, para comandar o Exército português. É-lhe atribuído o posto de Marechal do Exército, igual aos usados pelos duque de Waldeck, em 1797, e pelo conde de Goltz, em 1801. A sua missão era a de compatibilizar a organização e a tática existentes no exército português com a britânica, permitindo uma atuação conjunta no campo de batalha.
Em 1817, após rumores de uma conspiração maçónica que pretendia o regresso do rei e que se manifestava contrária à presença inglesa, mandou matar os conspiradores (entre eles o general Gomes Freire de Andrade).
Viaja para o Brasil onde consegue do Rei poderes mais alargados, sendo feito Marechal-General, título anteriormente usado pelo Barão Conde, pelo Conde de Lippe, pelo Duque de Lafões e pelo referido Duque de Wellington. Mas, devido à Revolução de 1820, é demitido das suas funções, não lhe sendo permitido sequer desembarcar em Portugal continental.
Regressou a Portugal em 1826, mas a sua pretensão de regressar ao comando do Exército não foi aceite.
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Marco Polo morreu há sete séculos
Marco Polo (Veneza?, 1254? – Veneza, 9 de janeiro de 1324) foi um mercador, embaixador e explorador. Nasceu na República de Veneza no fim da Idade Média. Juntamente com o seu pai, Nicolau Polo (Niccolò), e o seu tio, Matteo, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda. Partiram no início de 1272 do porto de Laiassus (Layes) na Arménia. O relato detalhado das suas viagens pelo oriente, incluindo a China, foi durante muito tempo uma das poucas fontes de informação sobre a Ásia no Ocidente.
Marco Polo retornou a Veneza em 1295, trazendo consigo uma fortuna sob a forma de gemas. Naquela época, Veneza encontrava-se em guerra com a República de Génova. Marco equipou uma galé com trabucos, com o fim de se juntar à guerra.
Terá sido capturado pelos genoveses provavelmente em 1296, em uma escaramuça perto da costa da Anatólia, entre Adana e o Golfo de İskenderun. A alegação de que a captura teria ocorrido durante a Batalha de Curzola, em setembro de 1269, perto da costa da Dalmácia, provém de tradição tardia, do século XVI, registrada por Giovan Battista Ramusio. Passou vários meses na prisão, ditando detalhes sobre a sua viagem para um companheiro de cela, Rusticiano de Pisa, o qual também acrescentou histórias de suas viagens além de anedotas coletadas de outros relatos e de notícias de sua época sobre a China. O livro rapidamente se espalhou pela Europa como manuscrito, tornando-se conhecido como As Viagens de Marco Polo. Ao retratar as jornadas de Marco pela Ásia, fornecia aos europeus o primeiro relato detalhado sobre o Extremo Oriente, incluindo a China, a Índia e o Japão.
Marco Polo foi libertado do cativeiro em agosto de 1299, retornando a Veneza, onde seu pai e tio tinham comprado um pallazo em uma região chamada contrada San Giovanni Crisostomo (Corte del Milion). Em suas aventuras, a família Polo provavelmente terá investido em fundos de negócios, e até mesmo em gemas que trouxeram do Oriente. o grupo continuou suas atividades, e Marco rapidamente se tornou um mercador rico. Embora Polo e seu tio Maffeo tenham financiado outras expedições, provavelmente nunca mais teriam deixado a província veneziana, não retornado mais à Rota da Seda nem à Ásia. Seu pai Niccolò morreu cerca de 1300, e no mesmo ano Marco se casou com Donata Badoèr, filha de Vitale Badoèr, um mercador. Tiveram três filhas: Fantina, que casou com Marco Bragadin, Bellela, que casou com Bertuccio Querini, e Moreta.
Morte
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domingo, janeiro 07, 2024
O pintor Thomas Lawrence morreu há 194 anos
Auto-retrato, 1788
Thomas Lawrence (Bristol, 13 de abril de 1769 – Londres, 7 de janeiro de 1830) foi um dos principais pintores retratistas britânicos do início do século XIX, além de presidente da Academia Real Inglesa. Nascido em Bristol, Lawrence era um rapaz muito adiante do seu tempo e que começou a pintar com apenas dez anos, apoiando a sua família, fazendo retratos em pastel. Aos dezoito anos foi para Londres e logo conseguiu uma reputação de retratista a óleo, recebendo a sua primeira comissão real: um retrato da rainha Carlota de Mecklemburgo-Strelitz, em 1790. No ano seguinte tornou-se associado da Academia Real Inglesa, um membro de 1794 e seu presidente em 1820. Lawrence teve como patrono Jorge, Príncipe Regente, em 1810, sendo enviado para o exterior a fim de pintar os líderes aliados responsáveis pela queda de Napoleão Bonaparte, para a Câmara Waterloo do Castelo de Windsor. A quando da sua morte, era o pintor retratista mais popular da Europa, mas a sua reputação desapareceu na era vitoriana, porém, desde então, foi restaurada.
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Marcadores: D. Maria II, pintura, Thomas Lawrence
Hoje é dia de chorar uma linda Inês...
Drama de Inês de Castro (circa 1901-04) - Columbano Bordalo Pinheiro
Choram ainda a tua morte escura
Aquelas que chorando a memoraram;
As lágrimas choradas não secaram
Nos saudosos campos da ternura.
Santa entre as santas pela má ventura,
Rainha, mais que todas que reinaram;
Amada, os teus amores não passaram
E és sempre bela e viva e loira e pura.
Ó Linda, sonha aí, posta em sossêgo
No teu muymento de alva pedra fina,
Como outrora na Fonte do Mondego.
Dorme, sombra de graça e de saudade,
Colo de Garça, amor, moça menina,
Bem-amada por toda a eternidade!
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Poema para um Rei...
(imagem daqui)
D. DINIS
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
9-2-1934
in Mensagem, Fernando Pessoa
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Nikola Tesla morreu há oitenta e um anos...
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Marcadores: electromagnetismo, eletricidade, Física, inventor, Nikola Tesla
Luiz Melodia nasceu há setenta e três anos...
O músico faleceu na madrugada do dia 4 de agosto de 2017, por causa de um mieloma múltiplo, um tipo raro de cancro que ataca a medula óssea. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula (Catumbi).
Postado por Fernando Martins às 07:30 0 bocas
Marcadores: Brasil, Diz que fui por aí, Luiz Melodia, MPB, música, samba, soul
Mário Soares morreu há sete anos...
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Marcadores: corrupção, Emáudio, maçonaria, Mário Soares, Presidente da República, primeiro-ministro, PS
El-Rei D. Dinis morreu há 699 anos...
D. Dinis
Dorme na tua glória, grande rei
Poeta!
Não acordes agora.
A hora
Não te merece.
A pátria continua,
Mas não parece
A mesma que te viu a majestade.
Dorme na eternidade
Paciente
De quem num areal
Semeou um futuro Portugal,
Confiado na graça da semente.
in Diário XIV (1987) - Miguel Torga
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