quinta-feira, junho 01, 2023

Um voo da Air France caiu no Atlântico, matando 228 pessoas, há catorze anos...

      
Voo Air France 447 era a identificação da rota aérea regular de longo curso operada pela companhia francesa Air France entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-se conhecido pelo acidente aéreo ocorrido durante o voo da noite de 31 de maio para 1 de junho de 2009, efetuado pelo Airbus A330-203, quando a aeronave se despenhou no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo (216 passageiros e 12 tripulantes).
O avião, de matrícula F-GZCP, partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão a 31 de maio de 2009, às 19h29min locais (22h29 UTC), e deveria chegar ao Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle 10h34min depois. O último contacto humano com a tripulação foram mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros 3 horas e 06 minutos após o início do voo, quando o avião se aproximava do limite de vigilância dos radares brasileiros, cruzando o Oceano Atlântico en route, seguindo para a costa senegalesa, na África Ocidental, onde voltaria a ser coberto por radares. Quarenta minutos mais tarde, uma série de mensagens automáticas emitidas pelo ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System ou Sistema Dirigido de Comunicação e Informação da Aeronave) foram enviadas pelo avião, indicando problemas elétricos e de perda da pressurização da cabine da aeronave, sem que houvesse outras indicações de problemas.
Por não se confirmar a esperada aparição da aeronave nos radares senegaleses e não ter sido possível o contacto com o controle de tráfego aéreo de ambos os lados do Oceano Atlântico, teve início uma busca pelo avião. Posteriormente, o Ministro dos Transportes da França, Jean-Louis Borloo, admitiu que "a situação era alarmante" e que a aeronave poderia ser dada como desaparecida já que, pelo tempo decorrido, teria esgotado suas reservas de combustível.
Em 2 de junho foram reportadas observações aéreas e marítimas de destroços no oceano, perto da última localização conhecida do aparelho. À medida que as buscas continuaram, a França enviou o navio de pesquisa Pourquoi Pas?, equipado com dois mini-submarinos capazes de realizar buscas a uma profundidade de 4.700 m. O Brasil enviou cinco navios para o local, de entre os quais um navio-tanque para prolongar as buscas na área. O porta voz da marinha brasileira afirmou que a existência de destroços poderia ser um indício de haver sobreviventes.
Na tarde de 2 de junho o ministro da defesa do Brasil, Nelson Jobim, confirmou a queda do avião no Oceano Atlântico, na área onde foram avistados os destroços. Na noite do mesmo dia, o presidente brasileiro em exercício, José Alencar, tendo em vista a localização do acidente em alto-mar, decretou luto nacional por três dias, em memória às vítimas da tragédia. A 3 de junho o Estado Maior do Exército francês confirmou que os destroços encontrados pertenciam ao Airbus desaparecido.
Em 3 de abril de 2011, a agência do governo francês para investigações de acidentes aeronáuticos (BEA) anunciou que, após novas buscas no oceano, localizou e que iria recolher diversos destroços. Também foi anunciado que corpos foram vistos entre os destroços.
A investigação inicial do acidente foi prejudicada tanto pela falta de testemunhas e rastreamento de radares, como pela falta das caixas pretas, localizadas dois anos após o acidente, em maio de 2011.
  
Plano do voo AF 447, que se dirigia para nordeste - a linha vermelha mostra a rota real. O tracejado indica a rota planeada a partir da última posição captada pelo radar (tempo UTC)
 
Incidente
No dia 31 de maio de 2009, às 19.29 horas (horário de Brasília), o voo Air France AF 447 partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antonio Carlos Jobim, com destino ao Aeroporto Internacional de Paris-Charles de Gaulle, em Paris. Estavam no voo, além de 12 tripulantes, 216 passageiros, incluindo um bebé e sete crianças. Dos passageiros adultos, 82 eram mulheres e 126 homens. Com duração de 10.34 horas, o voo deveria pousar em Paris às 11.03 horas locais - 06.03 horas no horário de Brasília (09.03 UTC).
O último contacto verbal foi à 01.33 horas UTC de 1 de junho, segunda-feira, ao aproximar-se do waypoint INTOL (1° 21′ S 32° 49′ W), a 565 km da cidade de Natal. A tripulação informou que esperava entrar em 50 minutos no espaço aéreo controlado pelo Senegal, no waypoint TASIL (4° 0′ N 29° 59′ W), e que o avião voava normalmente a uma altitude de 10.670 m (35.000 pés) e a uma velocidade de 840 km/h.
O avião deixou a área de cobertura do Centro de Controle Aéreo (ACC) Atlântico à 01.48 horas UTC. O desaparecimento se deu após a saída da zona de cobertura pelo radar brasileiro e alguns minutos antes da entrada no espaço aéreo senegalês, sob controle do ACC Dakar, o que deveria ter ocorrido às 02.20 horas GMT. O último contacto com o avião foi quatro horas após a partida, às 02.14 horas UTC, a cerca de 100 km do waypoint TASIL e a cerca de 1.228 km de Natal, quando cerca de dez mensagens automáticas ACARS indicaram falhas em vários sistemas elétricos e um possível problema de pressurização. A troca de mensagens automática durou cerca de quatro minutos. Na altura o avião atravessava uma área com formações meteorológicas pesadas.
Quando isto ocorreu, a localização provável do avião era a cerca de 100 km do waypoint TASIL, assumindo que o voo decorria conforme planeado. Fontes da Air France anunciaram que as mensagens de falhas nos sistemas começaram a chegar às 2h10min UTC, indicando que o piloto automático tinha sido desativado. Entre as 02.11 horas UTC e as 02.13 horas UTC chegaram várias mensagens referentes a falhas na Air Data Inertial Reference Unit (ADIRU) (fornecendo informação de posição e navegação) e no Integrated Standby Instrument System (ISIS) (um sistema secundário que fornece altitude, velocidade, Mach, altitude e velocidade vertical), e às 02.13 horas UTC foram indicadas falhas no Flight Control Primary Computer (PRIM 1) e no Spoiler Elevator Control (SEC 1), e às 02.14 horas UTC chegou a última mensagem, um aviso sobre a velocidade vertical de cabine, o que significa que o ar externo penetrou na aeronave, o que pode indicar despressurização ou mesmo que, a essa altura, o A330 já estivesse em queda na localização.
O voo deveria chegar a Paris às 11.10 horas CEST, 09.10 horas UTC.
A 2 de junho foi confirmada pelo ministro da defesa brasileiro Nelson Jobim a queda do aparelho, numa área próxima do arquipélago de São Pedro e São Paulo, cerca de 270 km a sul/sudeste da última localização conhecida da aeronave.
   
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Em 17 de fevereiro de 2010, Jean-Paul Troadec, diretor do Bureau d'Enquêtes et d'Analyses pour la sécurité de l'Aviation Civile (BEA) da França anunciou a terceira fase de buscas submarinas das duas caixas-pretas. Foram utilizados dois navios, um norte-americano e um norueguês, equipados com quatro sonares e dois robôs, que vasculharam uma área de 2 mil quilómetros quadrados ao noroeste da última posição conhecida do avião antes da queda, a cerca de 1,2 mil quilómetros da costa brasileira.
Cerca de dois anos depois do acidente, em 4 de abril de 2011, equipes de busca e resgate francesas anunciaram a descoberta de mais destroços do avião em meio ao Oceano Atlântico, e de corpos ainda presos a uma grande parte da fuselagem encontrada praticamente intacta no mar. A descoberta, anunciada pela ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, deu esperanças de que as caixas pretas do avião pudessem ser finalmente encontradas. A área em que os novos destroços com corpos presos neles foram encontrados, ficava no meio do oceano, cerca de dois a quatro dias de distância de navio tanto do Senegal quanto do Brasil e o fundo do mar no local é coberto de montanhas e vales.
No dia 1 de maio de 2011, foram encontradas as duas caixas pretas com os dados registados do voo, além das gravações da comunicações dos pilotos. No dia 5 de maio, com a ajuda do robô submarino Remora 6000, de fabrico norte-americano, o mesmo que descobriu os destroços e as caixas pretas, a equipe de busca resgatou o primeiro corpo do fundo do mar. As autoridades francesas informaram que, após dois anos a 3.900 metros de profundidade, os restos mortais encontravam-se em adiantado estado de decomposição. A notícia causou surpresa à Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, já que numa reunião em abril com a BEA (Birô de Investigações e Análises), em Paris, havia ficado decidido que os corpos encontrados não seriam resgatados, permanecendo em seu túmulo no fundo do oceano. 
  
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Em 5 de julho de 2012, o BEA (Bureau de Investigações e Análises), órgão do governo francês responsável pelas investigações, apresentou seu relatório final. Nele, o órgão aponta que a tragédia foi causada por uma combinação de erros de avaliação dos pilotos, com problemas técnicos ocorridos por congelamento nos sensores de velocidade (Sondas Pitot). Segundo o relatório as sondas Pitot, obstruídas por cristais de gelo, não conseguiram informar a velocidade correta da aeronave, o que causou a desconexão do piloto automático e em seguida diversos erros de avaliação dos pilotos. 
    
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Estavam a bordo do avião:

  • Pedro Luís de Orléans e Bragança, 26 anos, na altura o quarto na linha de sucessão à chefia da Casa Imperial brasileira
  • Giambattista Lenzi, conselheiro regional (deputado) da região italiana Trentino-Alto Ádige pelo partido A União
  • Luigi Zortea, prefeito da comunidade italiana de Canal San Bovo
  • Marcelo Parente Gomes de Oliveira, chefe de gabinete do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes
  • Luis Roberto Anastacio, diretor-executivo para a América Latina do Grupo Michelin
  • Antonio Gueiros, diretor regional de informática do Grupo Michelin no Rio de Janeiro
  • Christine Pieraerts, funcionária do Grupo Michelin na França
  • Erich Heine, presidente da filial brasileira da siderúrgica ThyssenKrupp
  • Adriana Van Slouijs, do departamento de comunicação da Petrobras
  • Dez funcionários da empresa francesa CGED e nove cônjuges, que haviam viajado ao Brasil como prémio por seu bom desempenho
  • Maestro Silvio Barbato, regente da Orquestra Sinfónica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
  • Juliana de Aquino, cantora brasileira
  • Fatma Ceren Necipoğlu, harpista clássica turca;
  • Octavio Augusto Ceva Antunes, professor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com a esposa e o filho de três anos a bordo
  • Carlos Eduardo Lopes de Mello, procurador da Procuradoria Federal Especializada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Rio de Janeiro, acompanhado da sua esposa, a médica Bianca Cotta. Os dois se casaram no sábado anterior (30 de maio) em Niterói e seguiam para a lua de mel na França.
  • Izabela Maria Furtado Kestler, académica membro do Programa de Mestrado em Linguística Aplicada e professora associada de nível 1 em língua e literatura alemã da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Bianca Cotta, médica, que se formou em dezembro de 2008. Viajava acompanhada de seu marido, o Procurador Federal Carlos Eduardo Lopes de Mello. Era filha do professor Renato Cotta, pesquisador do instituto de engenharia da UFRJ, da COPPE. O casal viajava para lua de mel no dia seguinte ao casamento
  

Morgan Freeman nasceu há 86 anos

   
Morgan Porterfield Freeman, Jr (Memphis, Tennessee, 1 de junho de 1937) é um premiado ator, produtor, narrador e diretor de cinema dos Estados Unidos da América, mais conhecido pelas atuações em Driving Miss Daisy, Glory, Robin Hood: Prince of Thieves, Unforgiven, The Shawshank Redemption, Se7en, Bruce Almighty, Evan Almighty, Million Dollar Baby, Invictus, Batman Begins, The Dark Knight e The Dark Knight Rises. Atualmente é o produtor executivo do drama Madam Secretary, da CBS.
   

Vianna da Motta morreu há 75 anos...

Busto do compositor no Jardim do Torel, em Lisboa

    
Biografia
Filho de José António da Motta e de sua mulher Inês de Almeida Vianna, estudou no Conservatório de Lisboa, sendo os seus estudos patrocinados pelo rei D. Fernando II e a sua esposa, a Condessa de Edla. Em 1882 parte para Berlim onde, custeado pelo real mecenas, continua durante três anos os estudos de piano e composição.
Em 1885 parte para Weimar onde é aluno de Franz Liszt, que mais tarde lhe oferece uma fotografia com a dedicatória: "A José Vianna da Motta, saudando os seus futuros sucessos. Fr. Liszt".
Dá concertos nos Estados Unidos da América, Paris, Inglaterra, Espanha, Itália, Dinamarca, Lisboa, Porto, Brasil e Argentina, numa série de recitais que são outros tantos triunfos.
Durante a Primeira Guerra Mundial foi diretor do Conservatório de Genebra. Em 1917 regressa a Portugal, onde foi diretor do Conservatório Nacional de Lisboa, de 1918 a 1938.
Entre as suas composições mais conhecidas está a Sinfonia "À Pátria" e as obras "Evocação dos Lusíadas" e "Cenas da Montanha", entre outras.
Casou primeira vez com Margarethe Marie Lemke (Karlsruhe, Heidelberg, 31 de março de 1858 - ?), filha de Juliua Lemke e de sua mulher Agnes Eckhardt, sem geração, casou segunda vez com Berta de Bívar, e casou uma terceira vez, com Irma Harden, sem geração.
Faleceu em 1948, em Lisboa, tendo vivido os últimos anos da sua vida na residência de sua filha Inês de Bivar Vianna da Motta e do seu genro, o psiquiatra Henrique João de Barahona Fernandes. A sua outra filha, Leonor Micaela de Bivar Vianna da Motta, nascida em Buenos Aires, casou com João Apolinário Sampaio Brandão, com geração.
 
José Vianna da Motta desde cedo revelou a sua grande proficiência para a música e particularmente para o piano.
Com 14 anos de idade concluiu os estudos no Conservatório Nacional. No mesmo ano (1882), partiu para Berlim, com os seus estudos financiados pelo rei-consorte, D. Fernando II, e pela sua esposa, a Condessa de Edla, que nele apostaram depois de o ouvir tocar. Em Berlim estudou com Xaver Scharwenka (piano) e com Philipp Scharwenka (composição). A sua primeira apresentação, no mesmo local, data de 1885 e foi um inegável êxito. Na mesma cidade, teve também aulas com Carl Schaeffer, membro da Sociedade Wagneriana. Em 1884 já Viana da Motta descobrira o encanto de Wagner, em Bayreuth. Tornou-se então membro da mesma Sociedade, e foi fiel a Wagner até ao fim da sua vida.
Em 1885, devido ao desejo de trabalhar com Liszt, parte para Weimar e foi um dos seus últimos alunos.
Dois anos depois, em Frankfurt, trabalhou com Hans Von Bullow, que o considerou um dos mais brilhantes discípulos de Liszt.
Fixou residência em Berlim e apresentou-se em várias cidades alemãs. Rússia, Paris, Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Itália, Dinamarca, Brasil, Argentina, foram países que presenciaram as suas atuações. Em 1893, no mês de abril, fez a sua primeira grande digressão em Portugal.
O público e a crítica sempre o aplaudiram e distinguiram a sua técnica, clareza, expressão, o rigor das suas interpretações dos mestres clássicos.
Foi considerado um brilhante intérprete de Liszt, Bach e Beethoven. A ele devemos a primeira apresentação da audição integral das 32 Sonatas para piano de Beethoven.
Anos antes de regressar definitivamente a Portugal, ao eclodir a 1ª Guerra Mundial, Vianna da Motta fixa-se em Genebra. Nesta cidade foi professor na Escola Superior de Música de Genebra.
Já em Portugal, manteve a sua atividade como pianista até 1945, a par com a sua ação pedagógica.
 
Importância
Dada a versatilidade e a profundidade da sua cultura, Vianna da Motta personificou em alto grau o ideal de "músico completo" que Liszt preconizou na sua diretriz pedagógica. Assim se explicará também a razão dos diversos campos da sua atividade: pianista, pedagogo, compositor, musicógrafo, conferencista e regente de orquestra; tendo sido predestinado, no entanto, para ser um virtuoso de piano, ele destacou-se no quadro dos renomeados pianistas da sua época (foi amigo e colaborador de Ferruccio Busoni, entre muitos outros). Em 1885 frequentou, em Weimar, o último curso de verão dado por Liszt, do qual recebeu por escrito os melhores votos para a sua grande carreira, e foi o aluno dileto de Hans von Bülow nos cursos de Frankfurt a. M. em 1887.
José Vianna da Motta tocou por toda a Europa, Américas do Norte e do Sul, perante presidentes, Reis e Imperadores, recebeu altas condecorações e na Alemanha foi-lhe concedido o título de Hofpianist (pianista da Corte) por Carlos Eduardo de Saxe-Coburgo-Gota.
Conquanto Vianna da Motta tenha ficado sempre bem português e tenha marcado por todo o mundo a presença de Portugal, já através de si próprio, já através das suas composições e de outros compositores portugueses, como por exemplo de João Domingos Bomtempo, ele foi um afincado divulgador da cultura alemã e incorpora o fenómeno mais flagrante de simbiose das duas culturas ou seja: ele representa a ponte por excelência da cultura luso-alemã (especialmente na sua considerável obras de Lieder, em que musicou diversos poetas alemães!). Houve quem lhe chamasse "o português mais patriota e o alemão missionário".
Obrigado, pela Primeira Guerra Mundial, a abandonar a sua residência de Berlim em 1914, aceitou finalmente o convite para a regência da classe de virtuosismo de piano do Conservatório de Genebra, em 1915. Em 1917 regressou definitivamente a Lisboa, fundou a Sociedade de Concertos e realizou o seu objetivo de proceder à reforma do Conservatório Nacional de Lisboa, assumindo o cargo de diretor desta instituição de 1919 a 1938. A sua orientação pedagógica operou uma completa viragem no nível técnico/artístico e na intelectualidade do meio musical lisbonense. Fez inúmeras primeiras audições de obras há muito consagradas, como a integral das 32 sonatas de Beethoven, no centenário da sua morte, em 1927 (cuja receita reverteu a favor dos alunos pobres do Conservatório, tendo instituído o prémio Beethoven) e, também, de compositores seus contemporâneos.
Como compositor, cuja atividade se confinou ao período da sua vida com residência em Berlim, José Vianna da Motta foi importante para a História da Música em Portugal no âmbito da "música de concerto", por lhe caber o mérito da primeira procura e criação consciente de "música culta" de carácter nacional. São disso testemunho a sua obra mais relevante a Sinfonia "À Pátria" (que apresenta também a inovação entre nós do conceito lisztiano de música programática e em que, ao que parece, um compositor português usa pela primeira vez numa sinfonia, temas genuínos do folclore do nosso país), as suas composições pianísticas, as suas canções para canto e piano.
Sem dúvida, das personagens mais versáteis do mundo da música portuguesa na primeira metade do século XX. Exemplar na sua capacidade de trabalho e perseverança, no domínio absoluto da técnica pianística, no equilíbrio da forma e do conteúdo. Intérprete excecional, notável pedagogo, admirável compositor…mas terá recebido sempre o valor que merece?
Como tantos outros artistas portugueses dos maiores, Vianna da Motta foi uma vítima da incompreensão, da maldade e da pequenez de um meio com o qual a sua invulgar estatura não podia ter medida comum. Negaram-lhe o talento, disputaram-lhe a glória, moveram-lhe campanhas ultrajantes, dificultaram-lhe a vida, regatearam misérias nos seus modestos cachets de concertista, esforçaram-se por fazer cair sobre o seu nome e a sua obra a pedra vil do esquecimento, deixaram-no morrer num isolamento e numa solidão terríveis, e mesmo depois de morto se procurou evitar que a sua vera fisionomia de artista e de intelectual pudesse ser revelada em toda a sua luz. 
In Memoriam de Viana da Motta - Fernando Lopes Graça, 1949
 

 


Mike Joyce, baterista dos The Smiths, faz hoje sessenta anos...!

       
Michael Adrian Paul Joyce (Manchester, 1 de junho de 1963), mais conhecido pelo nome artístico de Mike Joyce, é um músico britânico que alcançou fama internacional como baterista da banda de rock alternativo The Smiths. Filho de imigrantes irlandeses (assim como Morrissey e Marr), desde muito cedo Joyce mostrou aptidão para a música, mas, antes de ser convidado por Johnny Marr para assumir a bateria dos Smiths, na sua infância chegou a tocar flauta.
    

 


E vivam as Crianças...


(imagem daqui)

     
Instrução Primária
  
Não saibas: imagina...
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.
 
Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um á-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...
  
Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorri!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia...


    
     

in Diário IX (1964) - Miguel Torga

quarta-feira, maio 31, 2023

Clint Eastwood faz hoje 93 anos

      
Clinton "Clint" Eastwood, Jr. (São Francisco, 31 de maio de 1930) é um ator, cineasta e produtor dos Estados Unidos famoso pelos seus papéis típicos em filmes de ação como um cowboy duro e anti-herói, principalmente como o A Fistful of Dollars, da Trilogia dos Dólares nos filmes western spaghetti de Sergio Leone dos anos 60, e interpretando o Inspetor 'Dirty' Harry Callahan na série de filmes Dirty Harry, das décadas de 70 e 80.
Como diretor, os seus filmes têm sido criticados positivamente. Ganhou quatro vezes o Óscar - duas  como Melhor Diretor e duas com o Melhor Filme -, e foi homenageado em 1995, recebendo o Prémio Memorial Irving G. Thalberg em reconhecimento pela sua longa carreira no cinema. Por duas vezes foi eleito o ator favorito dos norte-americanos, e é o único ator da história do cinema a estrelar em filmes considerados de "grande sucesso" durante cinco décadas consecutivas.
Eastwood também tem interesse na política. Membro do partido republicano desde 1951, Clint foi eleito prefeito de Carmel-by-the-Sea, Califórnia, onde permaneceu no cargo de 1986 até 1988. Em 2012, durante uma entrevista para o programa Ellen, declarou-se adepto do libertarismo.
   

John Bonham, o mítico baterista dos Led Zeppelin, nasceu há 75 anos

John Henry Bonham (Redditch, 31 de maio de 1948 - Clewer, 25 de setembro de 1980) foi um baterista inglês, membro da banda de rock, heavy metal e hard rock Led Zeppelin, grupo de sucesso formado em 1968 pelo guitarrista Jimmy Page, juntamente com o vocalista Robert Plant e o baixista e teclista John Paul Jones. Bonham era reconhecido pela sua velocidade, potência, e o seu pé direito rápido, sons característicos, e o seu "sentir" para a música Groove. Ele é considerado um dos maiores bateristas da história da música rock. Mais de quarenta anos após a sua morte, Bonham continua a receber prémios e elogios, incluindo uma lista dos leitores da Rolling Stone, em 2011, e Gibson, colocando-o em primeiro lugar da lista dos "melhores bateristas de todos os tempos".


Boris Pasternak morreu há 63 anos...

   

Boris Leonidovitch Pasternak (em russo: Борис Леонидович Пастернак; Moscovo, Império Russo, 10 de fevereiro de 1890 - Peredelkino, União Soviética, 30 de maio de 1960) foi um poeta e romancista russo.

 


Biografia

Nasceu em Moscovo, em 10 de fevereiro (no calendário gregoriano - a 29 de janeiro no calendário juliano), em 1890, em uma rica família judia assimilada. Filho de um professor de pintura e de uma pianista, teve uma juventude em uma atmosfera cosmopolita. A família alegou ser descendente da linhagem paterna de Isaac Abrabanel, o famoso tesoureiro judeu sefardita do século XV em Portugal. Estudou filosofia na Alemanha e retornou a Moscovo em 1914, ano em que publicou sua primeira coleção de poesias. Primeiramente próximo do futurismo russo, é principalmente como poeta que Pasternak se tornou conhecido na Rússia.

Durante a Primeira Guerra Mundial ele ensina e trabalha em uma fábrica química dos Urais, o que lhe deu matéria para a sua famosa saga Doutor Jivago anos mais tarde.

Pasternak caiu em desgraça com as autoridades soviéticas durante os anos 30; acusado de subjetivismo, conseguiu, no entanto, não ser enviado para um Gulag.

Foi-lhe atribuído o Nobel de Literatura de 1958, mas não foi autorizado a recebê-lo, por razões políticas.

Na Rússia, é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude de o livro Dr. Jivago não ter feito sucesso na antiga União Soviética por motivos políticos. É interessante observar, no entanto, que o personagem principal, homónimo do título do livro, é, justamente, um poeta que tem problemas com as autoridades soviéticas, embora simpatizante da causa dos deserdados. O Dr. Jivago, é possível afirmar, é um alter-ego do poeta Pasternak.

Até o momento de sua morte por cancro de pulmão em 1960, a campanha contra Pasternak foi severamente criticada com a credibilidade internacional da URSS. Ele continua sendo uma figura importante na literatura russa ainda hoje. Além disso, as táticas desenvolvidas por Pasternak foram mais tarde continuadas, ampliadas e aperfeiçoadas por Aleksandr Solzhenitsyn e outros dissidentes soviéticos. 

         

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Em 1958, Boris Pasternak publicou o seu mais conhecido trabalho no mundo ocidental: o romance Doutor Jivago. O livro não pôde ser publicado na então União Soviética, devido às críticas feitas ao regime comunista na obra. Os originais do livro foram contrabandeados para fora da Cortina de Ferro e editados na Itália, tornando-se rapidamente em um verdadeiro best-seller, fazendo de Pasternak ganhador do Nobel de Literatura.

Entretanto, pelo facto de ser um livro proibido pelo governo de Moscovo, Pasternak foi impedido de receber o Nobel e acabou sendo obrigado a devolver a honraria. A proibição da publicação de Doutor Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbachev, então líder da URSS, permitiu a publicação da obra. Somente nesse ano os russos puderam conhecer a saga de Jivago.

Em 1965, Doutor Jivago teve uma adaptação para o cinema, com Omar Sharif no papel principal. O filme ficou famoso também por sua grande banda sonora, "Lara's Theme". Entretanto, Pasternak não viveu para ver o seu livro adaptado para as telas. Ele morreu em 1960. Encontra-se sepultado no Cemitério Peredelkino, Moscovo, na Rússia.
 

El-Rei D. Manuel I nasceu há 554 anos


D. Manuel I de Portugal
(Alcochete, 31 de maio de 1469 - Lisboa, 13 de dezembro de 1521) foi o 14.º Rei de Portugal, cognominado O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado tanto pelos eventos felizes que o levaram ao trono, como pelos que ocorreram no seu reinado. D. Manuel I ascendeu inesperadamente ao trono em 1495 em circunstâncias excecionais, sucedendo ao seu primo direito e cunhado, El-Rei D. João II de Portugal, de quem se tornara protegido. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas, determinantes para a expansão do império português. Foi o primeiro rei a assumir o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia. Em 1521, promulgou uma revisão da legislação conhecida como Ordenações Manuelinas, que divulgou com ajuda da recente imprensa. No seu reinado, apesar da sua resistência inicial, cumprindo as cláusulas do seu casamento com Dona Maria de Aragão, viria a autorizar a instalação da inquisição em Portugal. Com a prosperidade resultante do comércio, em particular o de especiarias, realizou numerosas obras cujo estilo arquitetónico ficou conhecido como manuelino.
    
Esfera armilar, divisa de D. Manuel I, conferida por D. João II que, tendo escrito no meridiano "Spera Mundi" foi, mais tarde, interpretada como sinal de um desígnio divino para o reinado de D. Manuel, Igreja Matriz da Golegã
     
Infância e juventude
Constantes surtos de peste negra em Lisboa, capital do Reino, levaram a corte e a nobreza dos séculos XIV e XV a instalarem-se em Alcochete, nomeadamente o rei D. João I e, em meados do século XV, o seu neto infante D. Fernando, Duque de Viseu. Aí, na vila de Alcochete, nasceu em 1469 D. Manuel, filho de D. Fernando, Duque de Viseu e de Beatriz de Portugal.
Durante a infância e a juventude, assistiu à guerra de intriga e conspiração entre a aristocracia e o seu primo direito D. João II, muito cioso do seu poder. Alguns homens do seu círculo próximo foram mortos ou exilados, incluindo o seu irmão mais velho Diogo, Duque de Viseu, assassinado pelo próprio rei. Sucedeu-lhe como 5º Duque de Viseu, 5º Senhor da Covilhã e 4º Duque de Beja, 4º Senhor de Moura. Portanto, quando em 1493 recebeu uma ordem real de comparência no paço, D. Manuel I deveria estar preocupado. Mas o propósito de D. João II era nomeá-lo herdeiro da coroa, depois da morte do seu filho Afonso de Portugal e das tentativas frustradas de legitimar o bastardo Jorge de Lencastre.
D. Manuel I ascendeu ao trono em circunstâncias excecionais, sucedendo João II de Portugal em 1495 de quem se tornara uma espécie de «filho adotivo»
   
O Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um dos legados mais exuberantes do chamado estilo manuelino
     

Santo Inácio de Loyola nasceu há 532 anos


 

Santo Inácio de Loyola ou Loiola, nascido Íñigo López (Azpeitia, 31 de maio de 1491 - Roma, 31 de julho de 1556) foi o fundador da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como os jesuítas, uma ordem religiosa católica romana que teve grande importância na Reforma Católica. Atualmente a Companhia de Jesus é a maior ordem religiosa católica no mundo.
   
Início de vida
Nascido em 31 de maio de 1491, recebeu o nome de Íñigo López na localidade de Loiola (em castelhano Loyola), no atual município de Azpeitia, a cerca de vinte quilómetros a sudoeste de São Sebastião no País Basco.
Inácio foi o mais novo de treze irmãos e irmãs. A sua mãe faleceu nos seus primeiros anos de vida e seu pai faleceu quando tinha 16 anos de idade. Em 1506, tornou-se pajem de um familiar, Juan Velázquez de Cuellar, ministro do Tesouro Real (contador mayor) do reino de Castela durante o reinado de Fernando de Aragão. Iñigo viveu em Arévalo, na casa de seu protetor de 1506 a 1517. Como cortesão, levou vida leviana.
Com a morte de D. Fernando, Velásquez de Cuellar teve seus bens apropriados pela rainha D. Germana de Foix. Cuellar faleceu em 1516. Em 1516, Inácio colocou-se a serviço do vice-rei de Navarra, António Manrique de Lara, Duque de Nájera. Segundo Villoslada "Iñigo de Loyola nunca foi capitão, nem soldado, nem oficial do exército. Era familiar do duque e seu gentil-homem". Gravemente ferido na batalha de Pamplona (20 de maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante o longo período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo, e começa a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxónia, e a Legenda Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.
   
Aspiração religiosa
A partir destas leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Durante esse período, Inácio desenvolveu os primeiros planos dos «Exercícios Espirituais» (Ejercicios espirituales), que iriam adquirir uma grande influência na mudança dos métodos de evangelização da Igreja; "o moinho para onde todos os jesuítas são atirados; eles emergem com caracteres e talentos diversos, mas as marcas impressas permanecerão indeléveis" (Cretineau-Joly).
Após ter recuperado a saúde, decidiu deixar a casa paterna em segredo e dedicar-se ao serviço da "Divina Majestade". Dirigiu-se ao Mosteiro de Montserrat, onde se confessou durante três dias. Em 24 de março de 1522, dependurou o seu equipamento militar perante uma imagem da Virgem, despiu-se de suas roupas vistosas, doou-as a um mendigo e passou a vestir-se com um tecido de saco. Em breve entrou no mosteiro de Manresa (apenas morou num quarto do mosteiro, como hóspede, mas não era monge), na Catalunha. Assumiu então um estilo de vida mendicante, impondo-se rigorosas penitências à imitação dos santos. Vivia de esmolas, privava-se de carne e vinho, frequentava a missa diária e rezava a Liturgia das Horas. Costumava visitar o hospital e levar comida para os doentes.
Em Manresa, teve diversas experiências espirituais e visões e também passou por diversas provações internas: o desânimo, a aflição e a noite escura da alma. Passadas estas provações, teve o ânimo renovado diante de novas experiências espirituais. Conforme narrado em sua autobiografia: "Estas visões o confirmaram então e lhe deram tanta segurança sempre da fé, que muitas vezes pensou consigo: se não houvesse Escritura que nos ensinasse estas verdades de fé, ele se determinaria a morrer por elas, só pelo que vira". Também em Manresa, às margens do Rio Cardoner, teve uma experiência mística, conforme narrou mais tarde ao Pe. Luís Gonçalves da Câmara: "Estando ali assentado, começaram a abrir-se-lhe os olhos do entendimento … Em todo o decurso de sua vida, até os 62 anos de sua idade, não lhe parece ter alcançado tanto quanto daquela vez". A Virgem tornou-se objeto duma devoção cavaleiresca. Imagens militares tomaram grande relevo em sua contemplação religiosa.
A vivência interior deste período deu-lhe a matéria para escrever os Exercícios Espirituais.
   
Fundação da Companhia de Jesus
Em 15 de agosto de 1534 ele e os outros seis (Pedro Fabro, o único sacerdote do grupo, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Diego Laynez e Nicolau Bobedilla, espanhóis, e Simão Rodrigues, português) fundaram a Companhia de Jesus na capela cripta de Saint-Denis, na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, "para efetuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém, ou para ir aonde o papa quiser, sem questionar". Em 1537 eles viajaram até Itália para procurar a aprovação papal a sua viagem à Terra Santa. O papa Paulo III concedeu-lhes a aprovação e permitiu que fossem ordenados padres. Foram ordenados em Veneza pelo bispo de Arbe (24 de Junho).
Inicialmente, dedicaram-se a pregar e a efetuar obras de caridade na Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os turcos otomanos, tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável.
Os companheiros decidiram esperar um ano, na esperança de conseguirem chegar ao destino almejado. Neste período, iam dois a dois pelas terras venezianas a visitar prisões e hospitais, catequizar crianças e realizar obras de caridade.
Na companhia de Fabro e Lainez, Inácio viajou até Roma em outubro de 1538, para colocar-se à disposição do papa. No caminho, Inácio detém-se em oração numa capela próxima de Roma, La Storta. Neste local, relata ter feito uma experiência profunda, que marcou decisivamente o futuro do grupo: viver em Roma.
Os companheiros estabeleceram-se então em Roma, onde pregavam em igrejas e praças e pediam esmolas nas ruas. Novas suspeitas foram levantadas sobre o grupo. Acusavam Inácio de fugitivo da inquisição espanhola. O peregrino dirigiu-se então ao papa, solicitando que se abrisse um novo processo. Novamente a sua obra foi examinada e nada foi encontrado que o condenasse.
O Papa Paulo III, diante de um mundo em expansão, necessitava de missionários para terras longínquas, como as Américas e o Oriente. Contava com os jesuítas para esta tarefa. Além disto, novos companheiros queriam aderir ao grupo. Diante disto, verificou-se a necessidade de organizar a nova Ordem, por meio de uma regra de vida. Apresentada ao papa, veio a aprovação verbal em 3 de setembro de 1539. A congregação de cardinais, deu um parecer positivo à constituição apresentada, e em 27 de setembro de 1540, o Papa Paulo III confirmou a ordem através da Bula Regimini militantis Ecclesiae, que integra a "Fórmula do Instituto" onde está contida a legislação substancial da nova Ordem. O número dos seus membros foi no entanto limitado a 60. Esta limitação foi porém posteriormente abolida pela bula Injunctum nobis, de 14 de março de 1543. 
   
Superior Geral Jesuíta
Em Roma, o seu apostolado respondia às necessidades que eram impostas pela realidade vivida. Dedicava-se à catequese de crianças, fundou a Casa de Santa Marta, para acolher prostitutas e outra instituição para acolher donzelas pobres, dava assistência aos órfãos e trabalhava para a conversão dos judeus de Roma.
Em 1551 criou o Colégio Romano, que viria a ser a atual Pontifícia Universidade Gregoriana, de ensino gratuito, que, adotando o sistema parisiense, renovou o ensino na Itália. Com o advento do Papa Paulo IV, desfavorável a Inácio, a obra passou por dificuldades financeiras. Em prol do sustento do colégio, a própria ordem teve que passar por muitas privações económicas, até que fosse mantida pelo Papa Gregório XIII, 25 anos após a morte do fundador (daí o nome Universidade Gregoriana).
A Companhia nascente passou por diversas adversidades. Não possuía nenhuma fonte de renda fixa e era mantida por doações. Além disto, o novo estilo de vida da ordem despertava suspeitas a ponto de a Universidade de Paris decretá-la perigosa para a fé. Inácio manteve-se firme diante de todas estas adversidades e trabalhou intensamente nas Constituições do grupo.
Inácio escreveu as Constituições Jesuítas, adotadas em 1554, que criaram uma organização hierarquicamente rígida, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e aos superiores hierárquicos (perinde ac cadaver, "disciplinado como um cadáver", nas palavras de Inácio). Seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: Ad Majorem Dei Gloriam (pela maior glória de Deus).
Também em 1548, foram impressos os Exercícios espirituais, objeto de inspeção pela Inquisição romana, tendo sido, no entanto, autorizados.
Entre 1553 e 1555, Inácio ditou sua experiência espiritual ao Padre Gonçalves da Câmara, considerada pelo Padre Nadal o seu testamento espiritual. Este texto originou a chamada Autobiografia, que, após a morte do peregrino, teve algumas cópias manuscritas e uma tradução para o latim. Entretanto, Francisco de Borja, o terceiro provincial jesuíta, encarregou o Padre Ribadeneira de escrever uma biografia oficial de Inácio e proibiu a leitura e divulgação do texto autobiográfico, por considerá-lo perigoso. Somente em 1929, este texto foi resgatado e publicado em várias línguas.
Morreu em Roma, em 31 de julho de 1556. Nesta data, os jesuítas eram aproximadamente 1000, espalhados em 110 casas e 13 províncias. Eram 35 colégios em funcionamento e mais cinco aprovados.
Os jesuítas foram um grande fator do sucesso da Reforma Católica.
Em 2009, a Companhia de Jesus constituía-se na ordem religiosa masculina mais numerosa na Igreja Católica, com cerca de 18.500 membros, distribuídos por 127 países e cerca de 2.900 jesuítas em formação.
       
AD MAIOREM DEI GLORIAM
Para a maior glória de Deus
 
Canonização
Foi canonizado a 12 de março de 1622 pelo Papa Gregório XV. Festeja-se o seu dia a 31 de julho
 
  
 
Oração de Santo Inácio de Loyola

Tomai Senhor, e recebei
Toda minha liberdade,
A minha memória também.
O meu entendimento
E toda minha vontade.
Tudo que tenho e possuo,
Vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes,
Com gratidão vos devolvo:
Disponde deles, Senhor,
Segundo vossa vontade.
Dai-me somente
O vosso amor, vossa graça.
Isto me basta,
Nada mais quero pedir.

 

Inácio de Loyola

Haydn morreu há 214 anos

  
Franz Joseph Haydn (Rohrau, 31 de março de 1732 - Viena, 31 de maio de 1809) foi um dos mais importantes compositores do período clássico. Personifica o chamado "classicismo vienense" ao lado de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. A posteridade apelidou este grupo como "Trindade Vienense". Para além disso é considerado como um dos autores mais importantes e influentes da história da música erudita ocidental, com uma carreira que cobriu desde o fim do barroco aos inícios do romantismo. Ele é simultaneamente a ponte e o motor que permitiram que esta evolução sucedesse.
Era irmão do igualmente compositor Michael Haydn, colega de Mozart em Salzburgo, e do tenor Johann Evangelist Haydn, que mais tarde Joseph fará vir para Eszterhaza, em 1763. Tendo vivido a maior parte da sua vida na Áustria, Haydn passou grande parte de sua carreira como músico de corte para a rica família dos Eszterházy. Isolado de outros compositores, foi, segundo ele próprio, “forçado a ser original”. O seu génio foi amplamente reconhecido durante a sua vida.
      

 

Walt Whitman nasceu há 204 anos

   
Walt Whitman (Huntington, 31 de maio de 1819Camden, 26 de março de 1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o "pai do verso livre". Paulo Leminski o considerava o grande poeta da Revolução americana, como Maiakovsky seria o grande poeta da Revolução Russa.

 

(...)  

     
Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme Clube dos Poetas Mortos.
Na série No Fim do Mundo, alguns poemas de Leaves of Grass são lidos na rádio local, originando uma disputa entre o locutor e o proprietário da rádio, a propósito das supostas inclinações sexuais de Whitman e da conotação sexual da obra.
Fernando Pessoa escreveu um famoso poema intitulado "Saudação a Walt Whitman".
Introduziu uma nova subjetividade na conceção poética e fez da sua poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade se traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa."


  
Vida

Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta.
(Os contingentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso;
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.
 

 

in Leaves of Grass (1897) - Walt Whitman

Brooke Shields nasceu há 58 anos

   
Brooke Christa Camille Shields (Nova Iorque, 31 de maio de 1965) é uma atriz americana.
Ganhou fama como atriz ainda criança e na adolescência como uma das mais fotografadas e reconhecidas modelos do mundo. Shields frequentou a Universidade de Princeton de 1983 a 1987, formando-se em Literatura Francesa. A sua tese foi intitulada The Initiation: From Innocence to Experience: The Pre-Adolescent/Adolescent Journey in the Films of Louis Malle, "Pretty Baby" and "Lacombe Lucien" ("A Iniciação: Da Inocência à Experiência: A Jornada Pré-Adolescente/Adolescente nos filmes de Louis Malle"). Durante a década de 80 e 90, ganhou particular atenção da imprensa, principalmente a sensacionalista, pelo seu curto relacionamento amoroso com o cantor Michael Jackson e pelos seis anos de relacionamento com Andre Agassi

Há 53 anos, um sismo no Peru, seguido de um deslizamento, matou mais de cem mil pessoas...


El terremoto y aluvión de Áncash de 1970, conocido localmente como el terremoto del 70, fue un sismo de magnitud 7.9 MW sentido en toda la costa y sierra del departamento de Áncash, seguido de un alud que sepultó la ciudad de Yungay el domingo 31 de mayo de 1970, a las 15:23.
Fue el sismo más destructivo de la historia del Perú, no solo por la magnitud sino también por la cantidad de pérdidas humanas que afectó la región ancashina y varias provincias de los departamentos de Huánuco, el norte de Lima y La Libertad, dañando una extensa área de aproximadamente 1.000 km de longitud y 250 km de ancho de la costa y sierra peruana.
A raíz de esta catástrofe, en 1972 el gobierno del Perú fundó el Instituto Nacional de Defensa Civil, el cual, además de preparar a la población acerca del actuar durante un terremoto, conmemora el 31 de mayo con un simulacro de sismo a nivel nacional.
   
Características

El terremoto se inició el 31 de mayo de 1970 de 7,9 a las 3:25 p.m. Su epicentro se halló frente a las costas de las ciudades de Casma y Chimbote, en el Océano Pacífico. Su magnitud fue de 7,8 grados en la escala de Richter y alcanzó una intensidad de hasta X y XI grados en la escala de Mercalli entre Chimbote y Casma. Produjo además un violento alud en las ciudades de Yungay y Ranrahirca.

 

Efectos en el Callejón de Huaylas y el Perú 

Las muertes se calcularon en 80.000 y hubo aproximadamente de 20.000 desaparecidos, algunas fuentes elevan las víctimas mucho más alto. Los heridos hospitalizados se contabilizaron en 143.331, si bien en lugares como Recuay, Aija, Casma, Huarmey, Carhuaz y Chimbote la destrucción de edificios osciló entre 80% y 90%. Se calculó el número de afectados en 3.000.000. La Carretera Panamericana sufrió graves grietas entre Trujillo y Huarmey, lo que dificultó aún más la entrega de ayuda. La central hidroeléctrica del Cañón del Pato quedó también afectada por el embate del río Santa y la línea férrea que comunicaba Chimbote con el valle del Santa y quedó inutilizable en un 60% de su recorrido. Con esta catástrofe el Perú sacó volutariamente a la Brigada de Defensa Civil Peruana para evitar que vuelva a suceder algo tan terrible; el general Juan Velasco Alvarado, que era el presidente del país en ese entonces, tomó un barco para llevar personalmente la ayuda a Chimbote.

Sin duda alguna, la zona andina de Ancash, la pintoresca área del Callejón de Huaylas, resultó siendo el área más castigada por el terremoto. La Ciudad de Huaraz se destruyó en un 97%, el cuadrilátero de la Plaza de Armas, fue lo único importante que no se destruyó, luego del sismo, la ciudad quedó oscurecida por un negro manto de polvo, unas 10.000 personas fallecieron, solo en el "Colegio Santa Elena", murieron 400 personas. El resto de ciudades y pueblos del Callejón de Huaylas también fueron destruidos casi por completo, desde Recuay por el sur, hasta Huallanca por el norte. La tercera ciudad en importancia, Yungay terminó sepultada junto a Ranrahirca por un alud, desapareciendo 25.000 moradores. Los aludes y derrumbes obstaculizaron caminos y carreteras, y estancaron partes del Río Santa. El ferrocarril que unía a Chimbote con Huallanca desapareció. Los pobladores se disminuyeron en cantidad. Costa de Áncash y Callejón de Conchucos. En la zona costera, los efectos del sismo destruyeron grandes sectores de la Carretera Panamericana entre Huarmey y Trujillo (Departamento de La Libertad). Tanto la ciudad y el Puerto de Chimbote quedaron con averías incuantificables, en la zonas de San Pedro y Lacramarca todas las construcciones se derrumbaron, al igual que las industrias pesqueras y daño similar a las metalúrgicas, en algunas áreas el suelo se agrietó hasta expulsar chorros de agua de hasta un metro de altura, la ciudad perdió más de 2.800 habitantes. En Casma, una vieja ciudad de adobes murieron 800 personas, y más hacia el sur, en Huarmey 100. La Provincia de Bolognesi, con 1.800 víctimas, refirió cuantiosos derrumbes que incomunicaron a pueblos completos, donde se da referencias que algunas personas enterraron a sus parientes sin notificar. La zona andina siguiente al Callejón de Huaylas, conocida como Conchucos, quedó con daño moderado debido a la gran cantidad de energía que absorvió el macizo de la Cordillera Blanca, pero aún así muchas de las construcciones quedaron inhabitables, y muchas personas murieron mientras se encontraban en laborando en áreas agrícolas debido a derrumbes en los cerros contiguos. La zona quedó aislada hasta meses del resto del país.
    
El aluvión en Yungay
El fuerte y prolongado sismo de 45 segundos, provocó el desprendimiento de hielo y rocas del pico norte del nevado Huascarán, produciendo un alud estimado en 80 millones de pies³ de hielo, lodo y piedras que medía 1,5 km de ancho y que avanzó los 18 km a una velocidad promedio de 280 a 335 km/h. Durante los tres minutos que la avalancha tardó en llegar a la ciudad, la población yungaina quedó desorientada debido al eco que producía el aluvión en los cerros de la Cordillera Negra por lo que pensaron que este venía desde ese flanco y corrieron en dirección al alud. Cuando el aluvión chocó contra la pared de la quebrada del río de Ranrahirca, desvió su curso violentamente unos treinta grados en dirección sur, pero una tercera parte de la masa saltó esa barrera natural (que ya había salvado a Yungay de un aluvión en 1962) sepultando completamente a la segunda ciudad más importante del Callejón de Huaylas, mientras que la corriente mayor arrasó con el pueblo de Ranrahirca, matando en total a más de 20 000 personas.
«...Sentimos un tremendo ruido que se presentaba de ambos lados... el ruido se asemejaba al de muchos aviones... no sabíamos por donde venía ni que pasaba, en esos momentos no nos acordábamos del Huascarán... Finalmente vimos el aluvión de lodo completamente negro con más de 400 metros de altura que avanzaba botando chispas de distintos colores...»
Relato de una superviviente, en 1970
En Yungay sólo se salvaron aproximadamente 300 personas separadas en dos grupos, 90 personas que corrieron hacia el cementerio de la ciudad (una antigua fortaleza preinca elevada), y un numeroso grupo de niños que asistieron a un circo itinerante llamado Verolina y que estaba ubicado en el estadio a 700 metros de la plaza mayor.
Las labores de rescate y evacuación que puso en marcha el gobierno central sólo procedieron mediante vía aérea luego de dos días de la tragedia debido a la densa nube de polvo que se levantaba a 2700 metros sobre el nivel de la zona de la tragedia.
Así es que la provincia de Yungay alcanzó las cifras más altas en cuanto a mortalidad: 25.000 personas. El aporte internacional tuvo gran importancia en el momento de la emergencia, diversas organizaciones mundiales brindaron su apoyo. La magnitud de su cooperación no sólo fue en el momento de la emergencia sino también en la rehabilitación de la zona afectada y en el futuro desarrollo de la región. Sin embargo, la destrucción de las vías de comunicación de la zona y la falta de planeamiento le dieron una cuota de ineficiencia. Por ello es que el 28 de marzo de 1972 se crea el Instituto Nacional de Defensa Civil, para que se encargue de coordinar la prevención y la ayuda en caso de posteriores desastres.
A raíz del terremoto de 1970 que asoló varias ciudades del Callejón de Huaylas y que motivó la solidaridad de diversos países, Yungay recibió el nombre de "Capital de la Solidaridad Internacional".
   

Ruinas de la catedral de Yungay
   
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