segunda-feira, junho 15, 2015
Steve Walsh, o histórico vocalista dos Kansas, faz hoje 64 anos
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A Magna Carta foi assinada há oito séculos
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sábado, junho 13, 2015
Hoje foi dia de Santo António...
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Álvaro Cunhal morreu há 10 anos
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William Butler Yeats nasceu há 150 anos
I
A speckled cat and a tame hare
Eat at my hearthstone
And sleep there;
And both look up to me alone
For learning and defence
As I look up to Providence.
I start out of my sleep to think
Some day I may forget
Their food and drink;
Or, the house door left unshut,
The hare may run till it’s found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.
I bear a burden that might well try
Men that do all by rule,
And what can I
That am a wandering witted fool
But pray to God that He ease
My great responsibilities?
II
I slept on my three-legged stool by the fire,
The speckled cat slept on my knee;
We never thought to enquire
Where the brown hare might be,
And whether the door were shut.
Who knows how she drank the wind
Stretched up on two legs from the mat,
Before she had settled her mind
To drum with her heel and to leap:
Had I but awakened from sleep
And called her name she had heard,
It may be, and had not stirred,
That now, it may be, has found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.
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Fernando Pessoa nasceu há 127 anos
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa
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Porque Eugénio de Andrade nos deixou há 10 anos...
No leito de morte de Eugénio de Andrade
Na mão de Ana o iogurte não
iluminava, escurecia,
comunhão ajoelhada
no fundo do coração do dia
dividido onde, desperto, ele dormia.
O movimento da colher embalava-o
como uma música que quase se ouvia
neste mundo ou um colo que o adormecia.
A tarde declinava, as sombras,
como sonhos, alongavam-se na almofada;
tudo fazia um sentido
literal e simples onde não alcança a poesia,
Se alguma coisa ficara
por dizer (onde ouvira ele isso?) já não iria ser dita;
as palavras haviam-se sumido, transidas,
no interior da casa, o próprio silêncio emudecera.
Senhor, permite que adormeçamos
antes que feches a luz,
que os rebanhos estejam recolhidos
e os credores se tenham afastado da nossa porta,
mas que tenhamos pago as dívidas aos que nos serviram
e aos que nos amaram e aos que nos esperaram;
as tuas grandes mãos sustentarão o telhado e as paredes
e moerão o grão e fermentarão o trigo,
apaga com as tuas mãos o nosso rasto
e que repousemos
sem motivo para nos culparmos
por não termos sido felizes
in Como se Desenha uma Casa (2011) - Manuel António Pina
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sexta-feira, junho 12, 2015
Roberto Ivens nasceu há 165 anos
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A Guerra do Chaco terminou há 80 anos
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John Wetton - 66 anos
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quinta-feira, junho 11, 2015
Carlos Seixas nasceu há 211 anos
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Richard Strauss nasceu há 151 anos
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El-Rei D. João III morreu há 458 anos
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quarta-feira, junho 10, 2015
Podereis roubar-me tudo
Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E, mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Assis, 11.06.1961
in Metamorfoses, Poesia II (1978) - Jorge de Sena
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Na fonte está Lianor - Zeca canta Camões...
Na fonte está Lianor
Mote
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Luís de Camões
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Camões e a Tença (este país te mata lentamente)...
Camões e a tença
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
Este país te mata lentamente.
in Dual (1972) - Sophia de Mello Breyner Andresen
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Oradour - je me souviens...
Oradour-sur-Glane é uma comuna francesa, situada no departamento de Haute-Vienne, na região do Limousin.
A tragédia de Oradour foi contada na televisão mundial em documentário na aclamada série da BBC inglesa, The World at War (O Mundo em Guerra) de 1974. Na voz de Laurence Olivier, o primeiro capítulo da série abre com imagens feitas de helicóptero sobre a cidade vazia e silenciosa e a narração grave:
Por esta estrada, num dia de verão de 1944, os soldados vieram. Ninguém vive aqui agora. Eles aqui ficaram por algumas horas. Quando eles se foram, a comunidade que existia há mil anos, havia morrido. Esta é Oradour-sur-Glane, na França. No dia em que os soldados vieram, a população foi reunida. Os homens foram levados para garagens e celeiros, as mulheres e crianças foram conduzidas por esta rua e trancadas dentro desta igreja. Aqui, elas escutaram os tiros que matavam seus homens. Então, elas foram mortas também. Algumas semanas depois, muitos daqueles que cometeram essas mortes, foram também mortos, em batalha. Nunca reconstruíram Oradour. As suas ruínas são um memorial. O seu martírio soma-se a milhares e milhares de outros martírios na Polónia, na Rússia, em Burma, na China, em..... um Mundo em Guerra. |
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Hoje é dia de poesia...
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
Ua graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E pois nela vivo,
É força que viva.
Luís de Camões
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segunda-feira, junho 08, 2015
Tomaso Albinoni nasceu há 344 anos
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sexta-feira, junho 05, 2015
D. Fernando, o Infante Santo, morreu há 572 anos
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