Atualmente, ela raramente atua em óperas, embora seja vista com frequência em recitais e concertos. Em agosto de 2009, o jornal
The Daily Telegraph de Londres relatou que Te Kanawa iria deixar de cantar óperas, que requerem uma disciplina exaustiva. A sua última apresentação operística foi em abril de 2010, na Ópera de Colónia, onde ela cantou "Marschallin" de
Der Rosenkavalier (
Richard Strauss).
Biografia
Nascida
Claire Mary Teresa Rawstron em
Gisborne,
Ilha do Norte, na Nova Zelândia, de origem
māori e
irlandesa, foi adotada, quando bebê, por Thomas Te Kanawa e sua mulher, Nell, que lhe deram o nome de Kiri. Thomas, assim como o pai biológico de Kiri era um māori, e Nell era de ascendência irlandesa, tal como a mãe biológica da cantora.
Foi educada no Saint Mary's College de
Auckland e preparada para o canto operístico pela Irmã Mary Leo,
RSM. Começou a sua carreira como
mezzo-soprano, passando posteriormente a
soprano.
Conheceu Desmond Park, num encontro às cegas, em Londres, em agosto de 1967. Os dois se casaram, seis semanas depois, na Catedral de St Patrick, em Auckland. O casal adotou duas crianças - Antonia (nascida em 1976) e Thomas (nascido em 1979). O divórcio veio em 1997.
Na sua adolescência e no começo de sua juventude, foi uma estrela pop e de entretenimento popular nos clubes em Nova Zelândia. Em 1965, venceu o
Mobil Song Quest cantando a ária "Vissi d'Arte" da
Tosca, de Puccini. Em 1963 ela ganhou o segundo lugar, perdendo para Malvina Major. Como vencedora, ela recebeu uma bolsa de estudos em Londres. Em 1966 ela venceu o prestigioso
Australian Melbourne Sun-Aria.
Em 1966, sem uma audição, ela entrou no Centro de Ópera de Londres para estudar com Vera Rózsa e James Robertson.
As suas primeiras aparições foram em
A Flauta Mágica, de Mozart, e em
Dido and Aeneas, de
Henry Purcell, em dezembro de 1968, no
Sadler's Wells Theatre. Ela também cantou o papel que dá o título à ópera
Anna Bolenna, de
Gaetano Donizetti. Em 1969, fez o papel de Elena de
La Donna del Lago de
Gioacchino Rossini, no Camden Festival e a Condessa em
Le Nozze di Figaro. Após a apresentação, o maestro
Colin Davis disse: "Não posso acreditar em meus ouvidos. Eu presenciei milhares de audições, mas esta tem uma voz fantasticamente linda". Orgulhoso por Idamante, em
Idomeneo (Mozart), ele ofereceu-lhe três anos de contrato no
Royal Opera House,
Covent Garden, onde ela fez a sua estreia como Xenia, em
Boris Godunov, e Flower Maiden, em
Parsifal, no ano de 1970.
Carreira internacional
Kiri Te Kanawa apresentou-se como a Condessa, em
Le Nozze di Figaro, na
Ópera de Santa Fé, no
Covent Garden, na
Ópera Nacional de Lyon e na
Ópera de São Francisco, entre 1971 e 1972. A sua estreia no
Metropolitan Opera House foi em 1974, como Desdemona em Otello, apresentando-se no lugar de Teresa Stratas, no último momento. Ela cantou no
Glyndebourne Festival em 1973. Outras estreias memoráveis foram em Paris (1975), Milão e Sidnei (1978), Salzburgo (1979) e Viena (1980).
Em outros anos, ela apresentou-se na
Ópera Lírica de Chicago, na
Ópera de Paris, na
Casa de Ópera de Sydney, na
Ópera Estatal de Viena, no
La Scala e na
Ópera de São Francisco, adicionando os papéis de Donna Elvira, Pamina e Fiordiligi ao seu reportório.
Te Kanawa foi vista e ouvida por aproximadamente 600 milhões de pessoas em
1981, quando cantou "Let the Bright Seraphim", de
Handel, no casamento de
Charles, Príncipe de Gales com
Lady Diana Spencer.
Prémios e honrarias
Kiri Te Kanawa é
Dame Commander da
Ordem do Império Britânico desde 1982, como também é da Companhia de Honra da Ordem da Austrália (1990) e recebeu o prémio de Ordem da Nova Zelândia (1995). Também recebeu títulos
honoris causa das Universidades de Cambridge, Dundee, Durhanm, Nottingham, Oxford, Sunderland, Warwick, Chicago, Auckland e Waikato.
Estabelecida na
Inglaterra desde
1966, quando chegou ao país optou por continuar seus estudos de canto no famoso
London Opera Centre. Após várias apresentações em teatros de menor projeção, estreou, com redundante sucesso, na
Royal Opera House (
Covent Garden), em
1971, no papel da Condessa Almaviva, na ópera
As Bodas de Fígaro, de
Mozart. É considerada uma das melhores intérpretes de Mozart.
Prima Donna da
Royal Opera House, apresentou-se ao longo de três décadas no seu palco. Foi convidada pelo príncipe
Charles de Windsor, seu admirador e amigo, para cantar no seu casamento com a então
Lady Di. Todos os grandes teatros de ópera do mundo a tiveram em seus palcos, nomeadamente o
Metropolitan Opera House, de
Nova Iorque, que já a recebeu inúmeras vezes.
É divorciada e mãe de um casal de filhos. Ambos - tal como ela mesma o é - são adotados. Hoje, semi-aposentada, continua a morar na Inglaterra e dedica-se à Fundação Kiri Te Kanawa, que criou em
Auckland, para ajudar os talentos da
música erudita locais. A sua portentosa e aveludada voz, somada a uma técnica impecável e a uma presença cénica forte e carismática garantem seu nome na galeria das maiores cantoras líricas de todos os tempos.
A
28 de junho de
2008 apresentou-se no
Casino Estoril, concerto no qual um dos pontos altos foi o dueto com
Mariza, na canção
Summertime.
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