quarta-feira, outubro 09, 2013

O Papa Pio XII morreu há 55 anos

Papa Pio XII (em italiano: Pio XII, em latim: Pius PP. XII; O.P., nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma, 2 de março de 1876 - Castelgandolfo, 9 de outubro de 1958) foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939 até a data da sua morte. Foi o primeiro Papa Romano desde 1724.
Foi o único Papa do século XX a exercer o Magistério Extraordinário da Infalibilidade papal – invocado por Pio IX – quando definiu o dogma da Assunção de Maria em 1950, na sua encíclica Munificentissimus Deus. A sua ação durante a Segunda Guerra Mundial tem sido alvo de debate e polémica devido a sua posição papal de imparcialidade, com relação ao conflito. Ao todo criou 57 cardeais em dois consistórios.

Início
Pacelli, primogénito de família da nobreza italiana, era neto de Marcantonio Pacelli, que foi subsecretário do Ministério das Finanças Papais e foi secretário do Interior, no pontificado de Pio IX, de 1851 a 1870, e foi o fundador do jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, em 1861. O seu pai, Filippo Pacelli (1837-1916), é advogado da Rota Romana e depois advogado consistorial, mostra-se desfavorável à integração dos Estados Papais no Reino da Itália. A sua mãe, Virgínia Graziozi (1844-1920) vem de uma família distinguida pelos seus serviços prestados à Santa Sé. Finalmente, o seu irmão, Francesco Pacelli, médico e advogado, doutor em direito canónico na Santa Sé, será um dos negociadores dos acordos de Latrão, em 1929.
Eugenio Pacelli foi educado no Liceu Visconti, uma instituição pública. Em 1894 começou a estudar Teologia na Universidade Gregoriana, como pensionista do Colégio Capranica. De 1895 a 1896, faz um ano de filosofia na Universidade La Sapienza de Roma. Em 1899, ingressa no Instituto Apollinare da Pontifícia Universidade Lateranense, onde obteve três licenças, uma de teologia e outro em utroque jure (em "dois direitos", isto é, direito civil e direito canónico). No seminário, por motivos de saúde, é autorizado a pernoitar na casa dos pais. Iniciou os seus trabalhos apostólicos na igreja de Santa Maria Vallicella, integrando um grupo de jovens. Foi ordenado sacerdote a 2 de abril de 1899 pelo bispo Monsenhor Francesco di Paola Cassetta, um amigo da família.

Serviço na Cúria
Depois de dois anos como cura da Chiesa Nuova, onde fora sacristão, em 1901, ingressou na Congregação dos Assuntos Eclesiásticos Extraordinários, responsável pelas relações internacionais do Vaticano, por recomendação do cardeal Vincenzo Vannutelli. Pacelli assistiu ao conclave de agosto de 1903, quando vê um Imperador, Francisco José I da Áustria, opor pela última vez um "veto" à eleição de um cardeal a papa, que seria contra o Cardeal Rampolla.
Em 1904, foi nomeado pelo Cardeal Pietro Gasparri secretário da Comissão para a codificação do direito canónico, tornou-se também "Camareiro" de sua Santidade, sinal de confiança do papa. Publicou um estudo sobre "A Personalidade e territorialidade das leis, especialmente no direito canónico", em seguida, publicou um "Livro Branco" sobre "A separação entre Igreja e Estado na França". Pacelli declina do convite para lecionar em inúmeras cadeiras de Direito Canónico, bem como no "Apollinaire" e na Universidade Católica de Washington. Aceita, no entanto, ensinar na Pontifícia Academia Eclesiástica, sementeira da Cúria Romana. Em 1905, foi promovido a "prelado doméstico" de Sua Santidade.
Foi escolhido pelo papa Leão XIII para apresentar as condolências em nome do Vaticano a Eduardo VII do Reino Unido pela morte da Rainha Vitória. Em 1908 representou o Vaticano no Congresso Eucarístico Internacional em Londres onde esteve com Winston Churchill. Em 1911, representou a Santa Sé nas cerimónias de coroação de George V e foi nomeado Sub-secretário para Assuntos Eclesiásticos Extraordinários; em 1912, foi nomeado Secretário-Adjunto e passou a Secretário em 1 de fevereiro de 1914, sucedendo a Gasparri, que fora nomeado Secretário de Estado.
É mantido neste posto durante todo pontificado de Bento XV, como secretário conclui a concordata com governo da Sérvia quatro dias antes (24 de junho de 1914) do assassinato do Arquiduque da Áustria Francisco Ferdinando em Sarajevo, em seguida assume a missão de promover a política papal durante a Primeira Guerra Mundial, em particular, ela visa dissuadir a Itália para ir à guerra.
Em 1915, viaja para Viena e trabalha em colaboração com Monsenhor Scapinelli di Leguigno, então núncio apostólico em Viena, para convencer o Imperador Francisco José a ser mais paciente nas suas relações com a Itália. Desta forma, a Itália, não faria guerra contra os Impérios Centrais (Áustria-Hungria e Alemanha).

Núncio Apostólico
Foi nomeado Núncio Apostólico na Baviera pelo Papa Bento XV a 20 de abril de 1917,  sendo três dias depois nomeado arcebispo in partibus de Sardes, a sua ordenação ´feita na Capela Sistina, pessoalmente pelo próprio papa, no dia 13 de maio de 1917, data da primeira aparição da Virgem de Fátima, em plena Primeira Guerra Mundial. Começa o trabalho no momento da receção da nota de 1 de agosto de 1917, de Bento XV, trabalhará tendo a paz e o auxílio às vítimas do conflito como principal objetivo, mas só obtém resultados decepcionantes. Esforça-se por conhecer bem a Igreja Católica na Alemanha, visita as dioceses e frequenta os principais eventos católicos como o Katholikentag. Tomou ao seu serviço a alemã irmã Pasqualina, que se tornou a sua governanta até final de sua vida.
Desde 1919, a Nunciatura na Baviera foi reconhecida como competente para toda a Alemanha. Em 23 de junho de 1920 é criada uma nunciatura na Alemanha (República de Weimar) e Pacelli é então acreditado em Berlim, ao mesmo tempo que recebe a Nunciatura da Prússia, tarefa que desempenhou até 1929. Nesta época toma conhecimento das discussões entre o Vaticano e a União Soviética. Em 1926, ordena bispo o jesuíta D'Herbigny, encarregado de constituir um clero na Rússia. As tentativas de negociação do Núncio em Berlim com emissários soviéticos, com a finalidade de garantir condições mínimas de sobrevivência para a Igreja na União Soviética, que tiveram início em 1924, prolongaram-se por mais de três anos e resultaram em insucesso.
Para regularizar as relações da Santa Sé com outros Estados e defender as atividades católicas nestes países, exerce uma atividade diplomática intensa, assistiu e assinou várias concordatas com vários Estados: Letónia em 1922, Baviera em 1924, Polónia em 1925, Roménia em 1927, Prússia em 1929. Tais concordatas permitiam a Igreja Católica organizar grupos de jovens, fazer nomeações eclesiásticas, construir e manter escolas, hospitais e instituições de caridade, ou mesmo realizar serviços religiosos. Também asseguravam que o direito canónico seria reconhecido dentro de algumas áreas (por exemplo, decretos da Igreja na área de nulidade do casamento, etc.).

Cardeal Secretário de Estado
Exerce a nunciatura na Alemanha até ser criado cardeal em 16 de dezembro de 1929 pelo Pio XI, com o título de Cardeal-presbítero de "São João e São Paulo". Em 8 de fevereiro de 1930 é nomeado Secretário de Estado - por coincidência no mesmo dia que, em 1901, sem ter completado ainda vinte e cinco anos, atravessou pela primeira vez os umbrais da Secretaria de Estado - o cardeal Pacelli recebeu da Bulgária votos especiais, formulados por um idoso monge que invocava para ele a docilidade de David e a sabedoria de Salomão, quem escrevia ao futuro Papa Pio XII era aquele que lhe sucederia com o nome de João XXIII.
Por nove anos foi fiel e principal colaborador de Pio XI, numa época marcada pelo totalitarismo: os fascistas, nazistas e os comunistas soviéticos foram condenados, respectivamente, nas encíclicas Non abbiamo bisogno, Mit Brennender Sorge (Com profunda preocupação) e Divini Redemptoris e pela encíclica Firmissimam constantiam criticou as sangrentas perseguições do laicismo maçônico contra os católicos do México.
Juntamente com os Cardeais alemães Adolf Bertram, Michael von Faulhaber e Karl Joseph Schulte e os dois bispos alemães mais contrários ao regime, Clemens von Gallen e Konrad von Preysing e com a intervenção decidida do Cardeal Pacelli e dos seus auxiliares alemães Mons. Ludwig Kaas e dos jesuítas Robert Leiber e Augustin Bea chegou-se à encíclica Mit brennender Sorge que, ainda em 1937, condenou os erros dos nazis e da sua ideologia racista e pagã.
Em 1935 foi nomeado Cardeal Camerlengo. Promove, ainda, a celebração de concordatas com a Áustria (1933), Alemanha (1933), Iugoslávia (1935) e Portugal (Concordata entre a Santa Sé e Portugal, em 1940). Fez ainda visitas diplomáticas na Europa e América, incluindo uma longa visita aos Estados Unidos em 1936, onde se encontrou com Charles Coughlin e Franklin D. Roosevelt, que enviou interlocutores à Santa Sé em dezembro de 1939, para restabelecer relações diplomáticas que haviam sido rompidas desde 1870, quando o papa havia perdido o poder temporal. Os tratados de Latrão de 1929 foram concluídos antes de Pacelli se tornar Secretário de Estado.
Em abril de 1935, em resposta à nota da Embaixada da Espanha do dia 15 comunicando a proclamação da República naquele país, o Cardeal Secretário de Estado, depois de ouvida a Congregação para os Assuntos Eclesiásticos Extraordinários e obtida a aprovação de Pio XI, emitiu nota diplomática do seguinte teor: A Santa Sé - disse Pacelli - toma em consideração esta comunicação. Ela está disposta a secundar o Governo provisório na obra de manutenção da ordem, confiante de que também o Governo por seu lado respeitará os direitos da Igreja e dos católicos numa nação na qual a quase totalidade da população professa a Religião católica. Esta nota diplomática foi o ato formal de reconhecimento por parte da Santa Sé do Governo provisório da Segunda República espanhola.
Ainda em 1935, a 6 de dezembro, recebe o hábito dominicano, tornando-se membro da Ordem Terceira de São Domingos, em virtude da sua grande «grande admiração pela doutrina e santidade dos exímios doutores da Ordem, Tomás de Aquino e Alberto Magno, tomou para a sua vida dominicana o nome de ambos, querendo ficar-se chamando «Tomás-Alberto».
 
O Arquivo Secreto do Vaticano publicou em 2010 I "flogli di udienza" del cardinale Eugenio Pacelli segretario di Stato. Pacelli, durante o período que vai de 8 de fevereiro de 1930 a 10 de fevereiro de 1939 começou a tomar notas dos encontros com o Papa Pio XI, e depois também daqueles com os diplomatas e eclesiásticos, com uma frequência que se manteve quase quotidiana durante um decénio, até poucas horas antes da morte de Pio XI. Estas anotações foram conservadas pelo autor depois da eleição papal, contendo 2.627 folhas e documentam 1.956 audiências. São apontamentos destinados ao trabalho da Secretaria de Estado e da Cúria Romana e eram até agora uma fonte desconhecida de interesse para a história contemporânea.

Eleição - o conclave
Em 2 de março de 1939, quando já se podia antever a nova conflagração mundial, no dia de seu 63.º aniversário, na terceira votação, Pacelli tornou-se o primeiro Secretário de Estado, desde o Papa Clemente IX em 1667, a ser eleito Papa; escolheu o nome de Pio XII, na continuidade do pontificado precedente, Pacelli foi ainda o primeiro Camerlengo desde Leão XIII em 1878, o primeiro membro da Cúria desde o Papa Gregório XVI (1831), e o primeiro romano desde o Papa Clemente X em 1670 a ser eleito papa.
 
Opus iustitiae pax
 
O Papa e a Guerra
Nomeou seu Secretário de Estado o cardeal Maglione, antigo núncio em Paris. Evitar a guerra a todo custo foi a sua primeira preocupação. Pode-se dizer que Pio XII foi um dos principais protagonistas daqueles dias tão carregados de tragédia, porque procurou, com todas as suas forças, evitar a guerra. Tendo adquirido uma grande experiência diplomática, tem ciência de que o espera um dos mais agitados períodos da história.
Na sua primeira intervenção radiofónica com a mensagem Dum gravissimum, em 3 de março de 1939, manifesta preocupação pelo quanto se temia então: "Nestas ansiosas horas, enquanto muitas dificuldades parecem se opor à realização da verdadeira paz, que é a mais profunda aspiração de todos, levamos nossa suplica a Deus, uma oração especial por todos aqueles que têm a maior honra e o enorme peso de guiar o povo no caminho da prosperidade e do progresso civil." Em maio envia, sem sucesso, aos governos do Reino Unido, França, Polónia, Alemanha e Itália uma proposta para resolver, mediante uma reunião conjunta, os problemas inerentes à comprometida estabilidade política.
Dirigiu por rádio um novo apelo à paz no mundo: Iminente é o perigo, mas ainda é tempo. Nada é perdido com a paz. Tudo pode ser [perdido] com a guerra, era o seu brado naquela mensagem de rádio profética de 24 de agosto de 1939, a uma semana do início do conflito.
Em 20 de outubro de 1939 publica a sua primeira encíclica: Summi Pontificatus, em que exprime a sua angústia pelo sofrimento que cai sobre os indivíduos, famílias e toda a sociedade. Diz que a "hora das trevas" caiu sobre a humanidade, convida a todos a orar "para que a tempestade se acalme e sejam banidos os espíritos de discórdia que levaram a tão sangrento conflito." Recorre com frequência ao meio radiofónico para promover as suas mensagens, o mais moderno de comunicação de massa na época, são perto de duzentas mensagens radiodifundidas e dirigidas ao mundo em várias línguas, além de seus escritos.
Na noite de Natal de 1942, condenou a perseguição judia, na sua famosa alocução de Natal. Igualmente, em 1943 pronunciou um importante discurso aos cardeais, em que reafirmou a sua condenação da política alemã. Como Bispo de Roma entrou em pessoa, em julho e agosto de 1943, nos populosos bairros de São Lourenço e São Giovanni para trazer conforto para as vítimas dos bombardeamentos anglo-americanos.
Quando, em 10 de setembro de 1943 os nazis invadiram Roma, o Papa abriu a Santa Sé aos refugiados, estimando-se que tenha concedido a cidadania do Vaticano a entre 800.000 e 1.500.000 de pessoas, e nos meses em que Roma se encontrava sob ocupação alemã, Pio XII instruiu o clero italiano sobre como salvar vidas usando de todos os meios possíveis. Cento e cinquenta e cinco conventos e mosteiros em Roma deram asilo a aproximadamente cinco mil judeus. Pelo menos três mil encontraram refúgio na residência de verão do pontífice, em Castel Gandolfo. Sessenta judeus viveram por nove meses dentro da Universidade Gregoriana e muitos foram escondidos no subsolo do Pontifício Instituto Bíblico. Seguindo as instruções de Pio XII, muitos padres, monges, freiras, cardeais e bispos italianos empenharam-se para salvar milhares de vidas judias. O cardeal Boetto, de Génova, salvou pelo menos oitocentas vidas. O bispo de Assis escondeu trezentos judeus durante mais de dois anos. O bispo de Campagna e dois seus familiares salvaram outros 961 em Fiume.
Hitler ameaçou sequestrar Pio XII. O general Karl Otto Wolff, das SS, recebeu ordem para ocupar o mais rapidamente possível o Vaticano, garantir a segurança dos arquivos e dos tesouros artísticos, e "transferir" (ou seja, sequestrar) o Papa, juntamente com a Cúria, para que não caíssem nas mãos dos Aliados e exercessem influência política. De acordo com historiadores, Hitler ordenou o sequestro porque ele tinha medo da possibilidade de Pio XII aumentar e agravar as suas críticas à perseguição judia levada a cabo pelos nazis. Ele também tinha medo de que a oposição de Pio XII pudesse inspirar mais resistência e oposição à ocupação alemã na Itália e em outros países católicos. Nessa eventualidade, o Papa disse à Cúria que a sua captura pelos nazis implicaria a sua resignação imediata, abrindo caminho à eleição de um sucessor. Os prelados teriam de se refugiar num país seguro e neutro, provavelmente Portugal, onde iriam restabelecer a liderança da Igreja Católica Romana e eleger um novo Papa.
Como consequência, e apesar do facto de Mussolini e dos fascistas terem cedido à exigência de Hitler de dar início às deportações também na Itália, muitos católicos italianos desobedeceram às ordens alemãs. É sabido que, enquanto cerca de 80% dos judeus europeus encontraram a morte durante a Segunda Guerra Mundial, 80% dos judeus italianos se salvaram.
Em 12 de março de 1944 profere a alocução Nella desolazione, dirigida aos "foragidos da guerra refugiados em Roma e aos habitantes da cidade reunidos na Praça de São Pedro" e em 2 de junho deste mesmo ano em outra alocução: È ormai passato, dirigida aos Cardeais repele mais uma vez a guerra. Em 29 de novembro de 1945 recebe no Vaticano oitenta delegados de campos de concentração alemães que foram pessoalmente manifestar o seu agradecimento pela "generosidade demonstrada pelo Santo Padre para com eles durante o terrível período do nazifacismo".

Depois da Guerra
Na sua Radiomensagem Ecco alfine de 9 de maio de 1945 Pio XII reafirma o que tanto já vinha repetindo, que "só a paz e a segurança imposta sob justiça podem garantir ao povo um ordenamento público conforme as exigências fundamentais da consciência humana e cristã".
Diante do crescimento do comunismo soviético denuncia a violência exercida contra os povos eslavos na alocução Nell’accogliere, de 5 de junho de 1945 e reage contra a perseguição religiosa é exercida nessas regiões. Na Mensagem Ecce ego declinabo, de 24 de dezembro de 1954, denuncia os males da Guerra Fria e na mensagem natalícia de 1955 Col cuore aperto rejeita mais uma vez de modo expresso a doutrina do comunismo afirmando-a contrária à doutrina cristã e ao direito natural.

Em fins de 1947, a Assembleia Constituinte italiana havia concluído o texto de um nova constituição que entraria em vigor em 1 de janeiro de 1948. Haviam sido convocadas eleições gerais para 18 de abril de 1948, comunistas e socialistas coligaram-se contra a Democracia Cristã, liderada por Alcide De Gasperi. À vista do bloqueio de Berlim naquele ano, a guerra fria entre a URSS e as democracias ocidentais e a perseguição religiosa por trás da "cortina de ferro" levaram Pio XII a declarar que "soara a hora capital da consciência cristã". Em suas palavras "toda a nação estava em plena transmutação dos tempos, que requeria por parte da Cabeça e dos membros da Cristandade, suma vigilância, incansável diligência e uma ação abnegada."
Coerente com o magistério da Igreja que já condenava o marxismo como heresia desde antes do Papa Leão XIII e através da encíclica Rerum Novarum e de outros documentos pontifícios de seus sucessores, naquelas eleições prestou claro apoio a De Gasperi e à Democracia Cristã italiana que, afinal, saiu-se vitoriosa, e proibiu o clero católico de votar no PCI (Partito Communista D'Italia) o que, segundo seus críticos, seria mostra da sua feição conservadora.
Na verdade, Pio XII empenhara-se naquela eleição e com ele toda a Igreja Católica para garantir a vitória da Democracia Cristã na Itália e evitar que sucedesse na nascente democracia italiana o que vinha ocorrendo então, na denominada Cortina de Ferro. Em 1949, ordenou a publicação do Decreto contra o Comunismo, que levou à excomunhão de católicos que defendiam abertamente o comunismo. Também condenou o comunismo em outras ocasiões, como por exemplo na Carta Apostólica Dum maerenti animo - A Igreja perseguida na Europa do Leste (29 de junho de 1956) e na Carta Apostólica "Sacro vergente anno" - Consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria (7 de julho de 1952).
 
(...)
 
Segundo o diplomata e historiador judeu Pinchas Lapide, que foi cônsul em Milão, na sua obra "Three Popes and Jews" (Londres, 1967), "Pio XII, a Santa Sé, os núncios do Vaticano e toda a Igreja Católica teriam salvo de 700.000 a 850.000 hebreus da morte certa, no regime nazi."
Em 23 de dezembro de 1940, na revista "Time", Albert Einstein afirmava: "Somente a Igreja ousou opor-se à campanha de Hitler de suprimir a verdade. Nunca tive um interesse especial pela Igreja antes, mas agora sinto um grande afeto e admiração porque somente a Igreja teve a coragem e a força constante de estar da parte da verdade intelectual e da liberdade moral".
Por ocasião de sua morte o mundo prestou-lhe extraordinárias homenagens. Eisenhower, então presidente dos Estados Unidos declarou: "O mundo tornou-se mais pobre depois de sua morte". De sua parte a então ministra do Exterior de Israel e mais tarde primeira-ministra Golda Meir afirmou: "Nós choramos um grande servidor da paz" e, ainda, que na ocasião do "terrível martírio que se abateu sobre nosso povo, a voz do Papa se elevou em favor de suas vítimas." Certo é que o Papa desenvolveu na sombra uma forte campanha de apoio aos judeus, e os seus críticos, todavia, não perdoam o facto de ter mantido silêncio, ao não falar publicamente contra os nazis durante a guerra, por temer represálias nazis contra os católicos e os judeus.
Provas escritas de ordem direta de Pio XII para proteger os judeus foram encontradas no Memorial das Religiosas Agustinas do mosteiro romano "Dei Santissimi Quattro Coronati" onde se lê: "O Santo Padre quer salvar os seus filhos, também os Judeus, e ordena que em todos os Mosteiros se dê hospitalidade a estes perseguidos". A anotação é de novembro de 1943 e inclui a lista de 24 pessoas acolhidas neste Mosteiro como adesão ao desejo do Sumo Pontífice.
A Pave the Way Foundation, uma fundação que se dedica à promoção da paz no mundo por meio do diálogo interreligioso, liderada pelo judeu Gary Lewis Krupp comunicou, em setembro de 2009, ao Papa Bento XVI uma iniciativa que busca dar a Pio XII o título de "Justo entre as Nações" – o que seria equivalente ao reconhecimento que faz a Igreja Católica dos santos - e assim colocar o seu nome no elenco do conhecido jardim dos justos no Yad Vashem de Jerusalém.

terça-feira, outubro 08, 2013

Há 15 anos o mundo soube que José Saramago tinha ganho o Nobel da Literatura

Foi galardoado com o Nobel de Literatura em 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de agosto de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem.
O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

(...)

Em setembro de 1997, a agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de Estocolmo, contratada pelo ICEP (órgão estatal português para a promoção do comércio e turismo nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo um seminário na Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca, um discurso na Universidade de Estocolmo e várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas. Nesses mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial dedicado ao escritor.
Em outubro do mesmo ano, a Feira Internacional do Livro de Frankfurt tem neste ano Portugal como país em destaque, estando José Saramago neste local, em 8 de outubro de 1998, quando recebe a informação de ter ganho o prémio, que, em 7 de dezembro de 1998, Saramago recebe em Estocolmo.
Segundo o Diário de Notícias, o director da empresa sueca Jerry Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prémio Nobel da literatura e uma parte da nossa missão consistia em mudar essa situação".
Comentando esta atribuição, Sture Allén, então secretário da Academia Sueca, negou que a decisão tenha sido afectada por "campanhas publicitárias, comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de pressão".
Contradizendo Allén, Knut Ahnlund e Lars Gyllensten, membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias". Ahnlund foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele foi o culminar de uma campanha profissional de relações públicas.


Química

Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.

 

in Os Poemas Possíveis (1982 - 2ª edição) - José Saramago

Hoje é o dia de aniversário de dois membros da banda Ramones..

John William Cummings (Long Island, Nova Iorque, 8 de outubro de 1948 - Los Angeles, Califórnia, 15 de setembro de 2004), mais conhecido como Johnny Ramone, foi o guitarrista da banda de punk rock Ramones. Como o vocalista Joey Ramone, ele permaneceu membro da banda até o fim.
Quando criança tocava em uma banda chamada Tangerine Puppets. Depois ficou conhecido como "o gordo". Johnny era conhecido pela sua personalidade volúvel e controladora, postura anti-social, e extrema rigidez na gerência interna dos Ramones. O documentário End of the Century: The Story of the Ramones traz relatos de antigos amigos, e do próprio Johnny sobre a sua postura nada amigável durante a juventude. Era o empresário interno dos Ramones, criando e impondo regras a serem seguidas com o intuito do bom funcionamento e manutenção da banda.
Em 15 de setembro de 2004, ele morreu em Los Angeles, depois de 5 anos a lutar contra um cancro da próstata, com apenas 55 anos. Encontra-se sepultado no Hollywood Forever Cemetery, Hollywood, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos.
Em 2003, a revista Time colocou-o na lista dos "10 Melhores Tocadores de Guitarra Elétrica". No mesmo ano, a 27 de agosto de 2003, a revista Rolling Stone colocou-o em 16ºlugar na lista dos "100 melhores guitarristas de todos os tempos", mas, em 2011, a Rolling Stone modificou a lista dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos, tendo passado para o 28º lugar de melhor guitarrista de sempre.


C. J. Ramone é o pseudónimo de Christopher Joseph Ward (Queens, New York, 8 de outubro de 1965), é um músico norte-americano, conhecido como baixista da banda de punk rock Ramones, na qual entrou em substituição de Dee Dee Ramone após a gravação de Brain Drain (1989) e onde ficou até o fim da banda, em 1996. Assim como seu antecessor Dee Dee, CJ também atuou como vocalista em algumas músicas, vindo a gravar Strengh to Endure, Cretin Family e Main Man dentre outras, além de bradar One, two, three, four! em shows da banda para introduzir as músicas. Além disso, ficou responsável por cantar todas as músicas que o seu antecessor fazia.
Mesmo em projetos posteriores, como as bandas Los Gusaños e Bad Chopper (tocando guitarra e cantando), Cristopher ainda continuou sendo chamado por fãs e crítica de CJ Ramone. Cristopher era guitarrista antes e depois de entrar nos Ramones e foi escolhido para entrar no quarteto nova-iorquino pela sua autenticidade, não imitando Dee Dee Ramone nas roupas e no corte de cabelo.
CJ Ramone foi casado com a sobrinha de Marky Ramone, Chelsea, de quem teve dois filhos, Liam (1998) e Liliana (2001). Em 1999, foi diagnosticado autismo ao seu filho Liam, o que levou Chistopher a participar da campanha a favor da luta contra o autismo, em 2009. Ele chegou a receber um convite para tocar com os Metallica mas teve que recusar, devido à doença do filho.
Hoje, Christopher é casado com Denise Barton Ward.



NOTA: passam hoje 65 anos do nascimento de Johnny Ramone (e CJ Ramone faz hoje 47 anos)...

Música atual para geopedrados...


Ho Hey

I've been trying to do it right
I've been living a lonely life
I've been sleepin here instead
I've been sleepin in my bed
Sleepin in my bed

So show me family
All the blood that I will bleed
I don't know where I belong
I don't know where I went wrong
But I can write a song

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweet

I don't think you're right for him
Think of what it might have been if we
Took a bus to chinatown
I'd be standin on canal and bowery
And she'd be standin next to me

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart

Love we need it now
Let's hope for some
Cause oh, we're bleedin out

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweet

I belong with you, you belong with me
You're my sweet

NOTA: queremos dedicar esta música ao Doutor Jorge Dinis, que, tanto quanto sabemos, continua a lutar pela vida, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, depois do acidente que sofreu - as nossas preces e o nosso coração estão com ele e com a sua família, em particular a esposa e o filho mais novo, bem como os seus colegas da Universidade de Coimbra e os seus verdadeiros amigos...

segunda-feira, outubro 07, 2013

Yo-Yo Ma - 58 anos

Yo-Yo Ma (Paris, 7 de outubro de 1955) é um músico norte-americano nascido na França, de origem chinesa, considerado um dos melhores violoncelistas da história.

Yo-Yo Ma nasceu na França numa família de origem chinesa com forte influência musical. A sua mãe, Marina Lu, era cantora, e o seu pai, Hiao-Tsiun Ma, era maestro e compositor. Ma começou a estudar violino e depois viola, antes de se interessar pelo violoncelo, instrumento que começou a manipular aos quatro anos de idade, com o seu pai. Depois de um primeiro concerto em Paris, aos seis anos de idade, a família de Ma mudou-se para Nova York.
Ma era uma criança prodígio, tendo aparecido na televisão norte-americana com oito anos de idade, em um concerto conduzido por Leonard Bernstein. Ele entrou para a Juilliard School (na qual tinha aulas com Leonard Rose), e passou um semestre estudando na Universidade de Columbia, antes de se matricular na Universidade de Harvard, mas se questionava sobre se valeria a pena continuar a estudar até que, nos anos 70, o estilo de Pablo Casals o inspirou.
Retorna à França para tocar com a Orquestra Nacional da França e com a Orquestra de Paris, sob a direção de Myung-Whun Chung.
Já desde a sua infância e adolescência, Ma possuía uma fama bastante estável e havia tocado com algumas das melhores orquestras do mundo. As suas gravações e interpretações das suites para violoncelo a solo, de Johann Sebastian Bach, são particularmente aclamadas.

Em 1978, Ma se casou com a violinista Jill Hornor. Eles têm dois filhos, Nicholas e Emily. A sua irmã mais velha, Yeou-Cheng Ma, também nascida em Paris, é violinista e, em conjunto com Yo-Yo, coordena um projeto chamado Children's Orchestra Society (COS), em Long Island, nos EUA.
Atualmente, Ma toca com o Silk Road Project, que visa juntar músicos de vários lugares do mundo dos países pelos quais passava a histórica Rota da Seda.
Conforme anúncio do secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em janeiro de 2006, Ma uniu-se à lista dos embaixadores da paz da ONU, a exemplo de vários outros músicos, como o tenor Luciano Pavarotti e o jazzista Wynton Marsalis.


Mario Lanza morreu há 54 anos

Mario Lanza, pseudónimo de Alfred Arnold Cocozza (Filadélfia, 31 de janeiro de 1921 - Roma, 7 de outubro de 1959) foi um tenor norte-americano de ascendência italiana e astro de Hollywood.

Fez grande sucesso na década de 1940 e 50, principalmente pelas suas participações no cinema. Interpretou Enrico Caruso no cinema e fez apenas sete filmes, mas ganhou notoriedade mundial.
Foi considerado o mais famoso tenor dos EUA, mas durante toda a sua breve carreira enfrentou problemas com o excesso de peso, o consumo de álcool e de barbitúricos. Influenciou vários cantores, tanto clássicos como populares, e o próprio Elvis Presley declarou, em uma entrevista na década de 70, que foi um dos seus maiores fãs.



Toni Braxton - 46 anos

Toni Michelle Braxton (Severn, 7 de outubro de 1967) é uma cantora, compositora e atriz dos Estados Unidos da América. Toni Braxton consagrou-se na década de 90, com as suas canções de amor. Lançados nessa década, Toni Braxton e Secrets ganharam prémios de vendas em todo o mundo, com vendas superiores a 10 milhões. Braxton já ganhou seis Grammy Awards, sete American Music Awards, e cinco Billboard Music Awards e vendeu mais de 66 milhões de discos mundialmente.
Musicalmente, na década de 2000, a carreira de Toni foi abalada por vários motivos. Nessa década, The Heat, More Than a Woman e Libra venderam juntos mais de 4,4 milhões de cópias mundialmente. Em toda sua carreira, Braxton já participou de várias séries de televisão e filmes, como atriz. Em 2010, após lançar Pulse, Toni o promove em vários países. Toni vendeu 40 milhões de álbuns no mundo todo, sendo eleita a 97ª maior artista de todos os tempos e a 18ª maior artista de R&B de todos os tempos.


Thom Yorke - 45 anos!

Thomas Edward "Thom" Yorke (Wellingborough, 7 de outubro de 1968) é o vocalista e compositor da banda britânica de rock alternativo Radiohead. Geralmente, toca guitarra e piano. Atualmente, vive em Oxford com sua companheira de longa data, a artista plástica, com um doutoramento em História da Arte, Rachel Owen. O casal tem dois filhos: Noah e Agnes.

Biografia
Nascido com o olho esquerdo paralisado, Thom Yorke submeteu-se a um total de cinco operações de correção nos seus primeiros cinco anos de vida, a última das quais foi mal-sucedida e quase lhe tirou toda a visão desse olho e, devido a isto, ficou com o seu característico "olho-caído". Os seus colegas de turma costumavam insultá-lo, pondo-lhe a alcunha de "Salamandra".
Thom Yorke ganhou a sua primeira guitarra aos sete anos de idade, ao ver a performance do guitarrista do Queen, Brian May na televisão. A primeira canção que ele escreveu chamava-se Mushroom Cloud sobre a formação de uma nuvem seguindo uma explosão nuclear. Ele formou a primeira banda aos onze anos de idade, quando frequentava a escola privada para rapazes Abingdon School, onde conheceu seus futuros companheiros de banda, Ed O'Brien, Colin Greenwood, o baterista Phil Selway e o irmão mais novo de Colin, Jonny Greenwood.
Inicialmente eles chamavam-se On a Friday ("Numa Sexta", em português), pois sexta-feira era o único dia em que eles podiam ensaiar. O irmão mais novo de Thom Yorke, Andy, formou vários grupos na mesma época de On a Friday, incluindo "The Illiterate Hands", da qual Jonny Greenwood era um membro antes de se juntar ao seu irmão em On a Friday. Os integrantes de On a Friday continuaram a praticar e escrever novos materiais, mesmo estudando em universidades diferentes. Quando estava na Universidade de Exeter, Thom Yorke foi um membro dos Headless Chickens, e trabalhou num hospital psiquiátrico, como assistente hospitalar. Em Exeter, ele conheceu Stanley Donwood, que mais tarde trabalharia na banda de 1994 até hoje.
A pedido da EMI, a banda mudou seu nome de On a Friday para Radiohead, e o nome foi inspirado numa música do álbum True Stories da banda americana Talking Heads.

Radiohead
Quando o grande sucesso do hit Creep (escrito num WC masculino do clube de estudantes The Lemmy, da Universidade de Exeter) conduziu a banda a escrevê-lo como o seu maior hit, uma sucessão de álbuns cada vez mais complexos fez dos Radiohead uma das bandas mais respeitadas do mundo, em parte devido aos temas de existencialismo urbano, maldade e amor nas letras de Yorke. Algumas das suas músicas tem mensagens políticas, o mais proeminente no álbum Hail to the Thief (Saudações ao Ladrão, em português) - o título é visto como uma referência direta à eleição para presidente dos Estados Unidos em 2002, quando George W. Bush foi acusado por seus críticos de ter "roubado" as eleições, mas isso tem sido repetidamente negado pela banda. Na época de 1997, OK Computer, as letras de Yorke foram notadas pela sua ambiguidade.
Tom Yorke e o vocalista do R.E.M, Michael Stipe, são amigos íntimos e frequentemente participam dos shows um do outro. Yorke disse que Stipe inspirou muitas de suas músicas e o ajudou a sair de um período de depressão depois da turnê de OK Computer e antes do lançamento de Kid A (2000). A música How to Disappear Completely, do último álbum, foi inspirada por Stipe, que aconselhou Yorke a falar para si mesmo, "I'm not here/this isn't happening" ("Eu não estou aqui/isto não está a acontecer") quando ele estava deprimido ou ansioso. Stipe notou que muitas das músicas dos Radiohead, como "A Wolf at the Door" e "There There", inspiraram-se na sua própria maneira de escrever.
Yorke explicou em várias entrevistas que ele não gosta da "mitologia", que sente ser endémica com o género rock, e odeia a obsessão dos media com celebridades. Parte da razão dele ter passado um período de depressão e de incapacidade de escrever depois de OK Computer foi por ter sentido que a música que os Radiohead criaram estava abafando as personalidades (particularmente a dele mesmo) e daqueles de trás dela.
Yorke é conhecido por seu falseto distinto (Fake Plastic Trees, How to Disappear Completely) e habilidade para achar, e sustentar notas elevadas (Creep, Exit Music (For a Film)). A sua voz é inspirada etem semelhanças vocais com a de Jeff Buckley. Durante as gravações de The Bends em 1994, a banda assistiu a um concerto de Buckley; Yorke disse depois que o concerto teve um efeito direto na sua prestação vocal em Fake Plastic Trees.
Enquanto Yorke não conseguia ler a música, ele teve de aprender a tocar baixo e bateria, por ocasião das gravações dos álbuns do Radiohead.
Yorke já disse que ele prefere computadores às guitarras, e pensa que programas como Pro Tools dão ao músico maior poder na direção de uma música do que instrumentos tradicionais.
  
Outros trabalhos
A pessoa enigmática de Yorke fez-lhe uma figura de culto, mas ele também tem sido citado em várias questões políticas e sociais contemporâneas (apesar disso, ele disse que "deve se ter cuidado para não fazer sermões.") A banda leu No Logo, de Naomi Klein durante as sessões de Kid A, e Yorke é um fã declarado do trabalho de Noam Chomsky. Ele é amigo do escritor ecologista, académico e jornalista George Monbiot; Yorke emprestou uma declaração para figurar na capa do livro de Monbiot, Captive State: The Corporate Takeover of Britain. Tem chamado atenção como um ativista político fazendo campanha para várias causas, incluindo o comércio justo, movimentos antiguerra, como a Campanha para Desarmamento Nuclear, a Amnistia Internacional e, mais recentemente, a campanha "The Big Ask", dos Friends of the Earth. Ele tocou no concerto Free Tibet em 1999.
Questionado sobre o seu ativismo, Yorke disse que "a diferença entre mim e Bono Vox é que ele fica completamente feliz em elogiar pessoas para conseguir o que ele quer, e ele é muito bom nisso, mas eu simplesmente não posso fazer isso. Eu provavelmente acabaria dando um murro na cara deles em vez de apertar as suas mãos, mas isso é melhor do que ficar fora do caminho deles. Eu não posso simpatizar com esse nível de maluquices. É uma vergonha, é verdade, e na procura de um objectivo isso pode ajudar, se eu quiser, mas eu não consigo. Eu admiro o facto de Bono o conseguir fazer, e poder passar depois disso cheirando a rosas."
Além de seu extenso trabalho com os Radiohead, Yorke também colaborou com outros músicos; ele trabalhou com Björk, Beck, PJ Harvey, James Lavelle, The Flaming Lips, U.N.K.L.E. e DJ Shadow. Em dezembro de 2004, Tom Yorke e Jonny Greenwood contribuíram para o single de caridade Do They Know It's Christmas.
Foi lançado no ano de 2006 o primeiro trabalho a solo de Tom Yorke, o álbum "The Eraser", com nove músicas inéditas. Yorke negou qualquer intenção de abandonar a banda, dzendo tratar-se apenas de um trabalho que não se encaixa no perfil dos Radiohead.

Vida pessoal
Tom Yorke é vegan e é conhecido pelo seu ativismo político e defesa dos direitos humanos e movimentos anti-guerra.


Cristovam Pavia nasceu há 80 anos

(imagem daqui)

Cristovam Pavia é pseudónimo de Francisco António Lahmeyer Flores Bugalho, que nasceu em Lisboa em 7 de outubro de 1933. O período determinante da infância passou-o, no entanto, numa casa que a família possuía nos arredores de Castelo de Vide, e a paisagem do Nordeste alentejano irá marcar profundamente a sua poesia. O pai, o “presencista” Francisco Bugalho, iniciara pouco antes o seu itinerário poético, que terá na ligação à terra e às actividades que nela se centram e nas gentes que a trabalham um dos vectores principais. O percurso escolar, desde o ensino primário, realiza-o Cristovam Pavia em Lisboa, mas as férias passa-as em Castelo de Vide, em contacto com o mundo rural, que o atrai e convida a um enraizamento. Decisivos na sua escolaridade foram os últimos anos do ensino secundário, no Liceu D. João de Castro, onde conheceu alguns dos seus maiores amigos, vários deles, como, por exemplo, Pedro Tamen, António Osório, Luís de Sousa Costa e Rogério Fernandes, dando já então sinais de uma nascente vocação literária. Em Janeiro do ano em que começa a frequentar o 6.° Ano no referido liceu, sofrera Cristovam Pavia um duro abalo, com a morte do pai. Para o adolescente sensível, estará aí, segundo alguns, a origem dos problemas psicológicos que o iriam atormentar ao longo da sua breve vida.

A frequência, a partir de 1951, de um curso, o de Direito, com o qual não se sentia minimamente sintonizado, agravará nele o sentimento de desajustamento com a realidade. Entretanto uma precoce maturidade poética antes de atingir os vinte anos fará com que, logo nos começos dos anos 50, o seu nome figure entre os dos colaboradores de duas das mais importantes revistas desse período, a Távola Redonda e a Árvore. Em meados da década, depois de desistir de Direito, acaba por matricular-se na Faculdade de Letras, em Filologia Germânica, curso de que completará o currículo da licenciatura, sem ter, todavia, apresentado a tese final. Por essa altura, mais concretamente, em 1956, começa a publicar-se o jornal dos universitários católicos 'Encontro’, e, pouco depois, é criado o Centro Cultural de Cinema, o que contribuirá para definir um seu enquadramento geracional entre os que estão, então, empenhados numa renovação da Igreja em Portugal e que, mais tarde, terão na revista de inspiração personalista O Tempo e o Modo um dos seus privilegiados veículos de intervenção. Também de 1956 é a entrada nos Dominicanos de Nuno Cardoso Peres, seu amigo desde os tempos do Liceu D. João de Castro e colega em Direito, a quem dedicará um dos textos mais emblemáticos de «35 Poemas», «Não fugir. Suster o peso da hora». Do núcleo central da «revista de pensamento e acção» O Tempo e o Modo, cuja publicação se inicia em janeiro de 1963, farão parte diversos membros da que João Bénard da Costa chamou «a geração do Encontro», ele próprio, Pedro Tamen, Nuno de Bragança, Alberto Vaz da Silva, e António Alçada Baptista, o principal animador do projecto, de uma geração anterior mas com ela plenamente identificado. Não por acaso, os subscritores dos textos de homenagem a Cristovam Pavia que a revista publica após a sua morte, em 1968, pertencem todos eles, Alberto Vaz da Silva, João Bénard da Costa, M.S. Lourenço, Nuno de Bragança e Pedro Tamen, a essa geração.

Em 1959, na colecção Círculo de Poesia, dirigida por Pedro Tamen, um dos amigos mais presentes, com Luís de Sousa Costa, na vida de Cristovam desde os anos da juventude, e inaugurada por Jorge de Sena no ano anterior, dá Cristovam Pavia, finalmente, a público «35 Poemas», depois de já se ter afirmado, através das revistas da época, como uma das vozes mais originais da poesia dos anos 50. Não voltará a publicar em livro. O consolo que a publicação do volume e a sua recepção crítica lhe trazem não o impede, todavia, de se dar conta do agravamento da sua condição psíquica. Procura, então, saída para os males que o afligem num programa de psicoterapia na Alemanha, em Heidelberg. Com interrupções mais ou menos longas em Portugal, aí seguirá, irregularmente, apesar da forte empatia com o médico, o programa entre Agosto de 1960 e o mesmo mês de 1962. Grande revelação constitui, para ele, o extenuante trabalho braçal que, episodicamente, conhece na cidade alemã como ajudante de pedreiro, o que, entre outras coisas, lhe vai permitir um contacto de igual para igual com gente fora dos meios intelectuais e académicos. Fará, aliás, amizade com alguns dos seus companheiros de trabalho, e na correspondência aos amigos portugueses falará mesmo com orgulho da sua condição de «Dachdecker» (telhador, digamos). Por outro lado, o admirador que há nele do eterno feminino deixa-se deslumbrar pelas raparigas alemãs, réplicas do tipo físico de algumas das mulheres que, em Portugal, lhe motivaram paixões infelizes.

O mal que o persegue e que, sem cura, traz de volta ao país, é bem real, e nada tem a ver com o «mal du siècle» de que, em diferentes tempos, se queixaram tantos poetas, afinal longevamente saudáveis. Só ele pode estar por detrás da morte que procura em 13 de outubro de 1968, por dolorosa coincidência no dia em que morreu Manuel Bandeira, um dos poetas que mais admirava.

in SNPC

Não fugir. Suster o peso da hora
ao Nuno

Não fugir. Suster o peso da hora
Sem palavras minhas e sem os sonhos,
Fáceis, e sem as outras falsidades.
Numa espécie de morte mais terrível
Ser de mim despojado, ser
Abandonado aos pés como um vestido.
Sem pressa atravessar a asfixia.
Não vergar. Suster o peso da hora
Até soltar sua canção intacta.

in 35 poemas (1959) - Cristovam Pavia

John Cougar Mellencamp - 62 anos

John Cougar Mellencamp ou, simplesmente, John Cougar ou ainda John Mellencamp (Seymour, Indiana, 7 de outubro de 1951) é um cantor, compositor e guitarrista norte-americano. Já vendeu mais de 40 milhões de discos em sua extensa carreira, iniciada nos anos 1970. Teve 22 músicas no Top 40 Americano e foi nomeado para 13 Grammy Awards, ganhando um pelo trabalho em "American Fool". Tendo um estilo que mistura rock, folk e country de raiz americano, o artista destaca-se por suas letras empenhadas e de cunho social, sendo por muitas vezes comparado com os trabalhos de Bruce Springsteen. Mellencamp entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em março de 2008. Ele também é conhecido como um dos fundadores do Farm Aid, uma organização que começou em 1985 para levantar fundos para agricultores e as suas famílias que perderam as suas terras. Entre seu discos mais conhecidos estão: "American Fool" (1982), "Scarecrow" (1985), "Life, Death, Love and Freedom" (2008) e o recente "No Better Than This" (2010).


O Massacre de Ipatinga foi há 50 anos

O Massacre de Ipatinga foi um evento acontecido no então distrito de Ipatinga, em Coronel Fabriciano, Minas Gerais, no dia 7 de outubro de 1963. Considerado por alguns estudiosos como uma ação prévia do que seria a exibição do poder militar que tomaria posse do governo brasileiro no ano seguinte, o facto consistiu em um atrito entre militares e funcionários da Usiminas, revoltados com as más condições de trabalho e a humilhação que sofriam, ao serem revistados antes de entrar e sair da empresa para a sua jornada de trabalho.
A situação de tensão culminou com a polícia militar responsável pela vigilância patrimonial da Usiminas, então sob ordens do governador mineiro Magalhães Pinto, que mais tarde participaria com afinco na ditadura brasileira, atirando, inclusive com metralhadoras, contra os funcionários desarmados que se manifestavam na portaria da empresa, resultando oficialmente em 8 mortos (inclusive uma criança, no colo da sua mãe) e 80 feridos.
Os números sempre foram contestados pelas testemunhas presentes que tiveram a verdadeira noção da tragédia ocorrida. Daniel Miranda Soares narra, em seu artigo nos Cadernos do CEAS, n. 64, de nov/dez de 1979 "O Massacre de Ipatinga" que foram mais de 3 mil feridos e 33 teriam morrido até o dia seguinte, por causa  dos ferimentos. O jornal "Em Tempo" apresentou depoimentos de que seriam mais de 80 mortos. O padre Abdala Jorge do distrito de Timóteo, então parte da mesma cidade, afirma que, apesar de não poder precisar o número de mortos, contou pessoalmente 11 cadáveres no Hospital Nossa Senhora do Carmo (atual Hospital Unimed, em Coronel Fabriciano) para onde foram levadas as vítimas.
Na noite anterior ao dia 7 os trabalhadores saíram do turno da noite e foram para o alojamento, que ficava no bairro Santa Mónica, logo após chegarem alguns polícias e começarem a atirar, matando um dos moradores do alojamento. No dia 7 de manhã os trabalhadores saiam da fábrica e os vigilantes começaram a revistar as suas marmitas, logo depois, um polícia em cima de um camião e com uma metralhadora giratória começou a atirar para todos os lados.
O massacre foi fotografado por José Isabel Nascimento, fotógrafo amador, que foi um dos únicos a fotografar o crime. Porém, foi atingido por vários tiros da Polícia Militar durante esse episódio e faleceu dez dias depois, na Casa de Saúde Santa Terezinha.
A Câmara Municipal de Ipatinga realizou em 2 de outubro de 2007 uma Audiência Pública sobre "A memória do incidente conhecido como Massacre de Ipatinga, ocorrido em 7 de outubro de 1963". 
Em 2009, o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, IHG (em conjunto com o Movimento Anarquista Libertário e as Brigadas Populares), realizou um evento em memória aos trabalhadores assassinados no massacre, que levou o nome de "Velada Libertária do IHG".

domingo, outubro 06, 2013

Sadat foi assassinado há 32 anos

Muhammad Anwar Al Sadat (Mit Abu al-Kum, Monufia, 25 de dezembro de 1918 - Cairo, 6 de outubro de 1981) foi um militar e político egípcio, presidente do seu país de 1970 a 1981. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1978.
Foi membro fundador da Movimento dos Oficiais Livres, com Gamal Abdel Nasser. Comprometido com o nacionalismo egípcio, foi feito prisioneiro pelos britânicos por ser agente alemão em 1942, e novamente, em (1946-9), por atos terroristas.
Participou do golpe de 1952, que derrubou o rei Farouk e que levou Nasser ao poder. Sucedeu a Nasser como presidente do Egito (1970-1981). Em 1972, dispensou a missão soviética no seu país e, em 1974, após perder militarmente a guerra de Iom Kippur (1973), recuperou, no acordo de separação de forças, o canal de Suez das mãos de Israel.
Num esforço para acelerar um acordo no Oriente Médio, visitou Israel, em 1977, facto que marcou o primeiro reconhecimento daquele país por um país árabe, tendo gerado fortes condenações de grande parte do mundo árabe. Encontrou-se novamente com o primeiro-ministro israelita Menachem Begin, em Camp David, Maryland, Estados Unidos (1978), sob a chancela do então presidente americano Jimmy Carter e assinou um tratado de paz com Israel em 1979, em Washington, DC.

Trajetória
Nascido numa família egipto-sudanesa pobre, de treze filhos e filhas, formou-se na Academia Real Militar no Cairo, diplomando-se em 1938 e atuando no corpo de telecomunicações. Participou do Movimento dos Oficiais Livres, cujo objetivo era libertar o Egito do controle britânico.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, foi aprisionado pelos britânicos, pois, nas suas atividades contra a ocupação britânica, havia procurado obter ajuda do Eixo, participando de uma rede de espionagem a favor dos Afrika Korps alemães. Em 1944, consegue fugir, mas, em 1946, é preso novamente, após ser implicado na morte do ministro pró-britânico Amīn ʿUthmān, permanecendo na prisão até 1948.
Em 1952, participou no golpe de Estado que destronou o Rei Farouk I. Mais tarde, em 1969, depois de exercer várias posições no governo egípcio, foi escolhido para vice-presidente do presidente Gamal Abdal Nasser. Quando este morreu, no ano seguinte, Sadat tornou-se presidente.
Em 1973, Sadat, junto com a Síria, liderou o Egito na Guerra do Yom Kippur contra Israel, tentando recuperar partes da Península do Sinai, que fora conquistada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Quando Israel prevalecia nesse conflito, a primeira vitória de Sadat guiou a restauração da moral egípcia, preparando o terreno para um acordo de paz que viria muitos anos depois. Por este motivo, Sadat ficou conhecido como o "Herói da Cruzada".
Em 19 de novembro de 1977, Sadat torna-se o primeiro líder árabe a visitar oficialmente Israel, altura em que se encontrou com o primeiro-ministro israelita Menachem Begin e falou perante o parlamento israelita, o Knesset, em Jerusalém. Fez a visita a convite de Begin, na tentativa de obter um acordo de paz permanente, enquanto muitos do mundo árabe se sentiram ultrajados por essa aproximação com Israel. Em 1978, tal tentativa resulta no Acordo de Camp David, pelo qual Sadat e Begin recebem conjuntamente o Prémio Nobel da Paz.


Entretanto, a sua ação era extremamente impopular no Mundo Árabe, e especialmente entre os fundamentalistas muçulmanos, que acreditavam que apenas a ameaça ou o uso da força faria Israel negociar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e o acordo de Camp David removia as possibilidades do Egito, maior potência militar árabe, ser parte dessa ameaça. Como parte do acordo, Israel retirou-se da Península do Sinai, retornando esta área, na sua totalidade, para o Egito, em 1983.

Assassinato
Em 6 de outubro de 1981, Sadat é assassinado, durante uma parada militar no Cairo, por membros da Jihad Islâmica Egípcia infiltrados no exército e que eram parte da organização egípcia que se opunha ao acordo de paz com Israel e a aceitação da entrega da Faixa de Gaza a Israel. Foi sucedido pelo seu vice-presidente Hosni Mubarak. Foi sepultado no Monumento ao Soldado Desconhecido, Cairo no Egito.

Família
Sadat foi casado duas vezes. Divorciado de Ehsan Madi, casou com Jehan Raouf (mais tarde conhecida como Jihan Sadat), que tinha apenas 16 anos, em 29 de maio de 1949. Tiveram três filhas e um filho. Jihan Sadat recebeu o prémio Pearl S. Buck em 2001.
A autobiografia de Anwar Sadat, Em Busca da Identidade, foi publicado nos Estados Unidos em 1977.