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Nascido na
Ilha de São Miguel,
Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para
Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias
socialistas. Fundou em
Coimbra a
Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.
Em
1861, publicou seus primeiros
sonetos. Quatro anos depois, publicou as
Odes Modernas, influenciadas pelo
socialismo experimental de
Proudhon, enaltecendo a
revolução. Nesse mesmo ano iniciou a
Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por
Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos
Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e
A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.
Em
1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em
1874, com
tuberculose, descansou por um ano, mas em
1875, fez a reedição das
Odes Modernas.
Em
1879 mudou-se para o
Porto, e em
1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética,
Sonetos Completos, com características autobiográficas e
simbolistas.
Em
1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em
1877. Em Setembro de
1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em
Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de
1891, com pequenos intervalos nos
Açores e em
Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."
Em
1886 foram publicados os
Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre
Março e
Outubro de
1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em
1995, o "Centro de Estudos Anterianos"
Em
1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de
11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em
Maio de
1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de
Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em
Junho de
1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia
11 de Setembro de
1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim de um convento onde havia um letreiro na parede com a palavra "Esperança".