quarta-feira, agosto 21, 2024

Kenny Rogers nasceu há 86 anos...

     
Kenneth Donald Rogers (Houston, Texas, 21 de agosto de 1938 - Sandy Springs, 20 de março de 2020) foi um cantor de música country norte-americano, além de fotógrafo, produtor e ator. Foi membro da banda de country rock e rock psicadélico Kenny Rogers and The First Edition, antes de fazer uma carreira a solo de sucesso. A sua carreira alcançou maior popularidade entre as décadas de 70 e 80, quando venceu por três vezes o Grammy, e teve como maiores sucessos as canções “The Gambler”, “We've Got Tonight” e “Lucille”. É considerado um dos precursores da fusão entre o estilo country e o pop.
Rogers também foi um dos líderes do grupo USA for Africa, que teve como objetivo ajudar as vítimas da fome e doenças em África. A canção que deu início a essa organização foi o compacto “We Are the World”, escrito por Michael Jackson e Lionel Richie. Essa música reuniu 45 cantores, que mais tarde seriam os integrantes do grupo.
Em 2016 iniciou a sua turnê de despedida, mas a interrompeu em 2018, por causa de problemas de saúde. Em maio de 2019, Rogers foi internado num hospital da Geórgia por desidratação, no meio de rumores de que a sua saúde geral estava em declínio.
Rogers morreu na sua própria casa, em Sandy Springs, de causas naturais, cercado por seus familiares, em 20 de março de 2020.
   

Should I Stay or Should I Go...?!?

São Francisco de Sales nasceu há 457 anos

   
Francisco de Sales, em francês: François de Sales, (Château de Sales, Ducado de Saboia, 21 de agosto de 1567 - Lyon, Reino da França, 28 de dezembro de 1622) foi um bispo de Genebra do século XVII honrado como santo e Doutor da Igreja pelos católicos. Ficou famoso pela sua profunda fé e pela sua abordagem gentil aos conflitos religiosos que inflamaram a sua diocese durante a reforma protestante. Escreveu também muitas obras sobre direção e formação espiritual, particularmente a "Introdução à Vida Devota" e ao "Tratado do Amor de Deus".
   

Porque um Poeta continua entre nós quando é recordado...

 

Gaivota - Amália Rodrigues

Música de Alain Oulman e letra de Alexandre O'Neill

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

A Batalha do Vimeiro, que obrigou o Imperador a terminar a I Invasão Napoleónica, foi há 216 anos

    
A Batalha do Vimeiro foi travada no dia 21 de agosto de 1808, durante a primeira invasão francesa de Portugal, no âmbito da Guerra Peninsular (1807 – 1814). Nesta batalha defrontaram-se as forças anglo-lusas comandadas pelo tenente-general Sir Arthur Wellesley e as forças francesas comandadas pelo general Jean-Andoche Junot. A batalha resultou numa vitória para as forças anglo-lusas e determinou o fim da primeira invasão francesa de Portugal.
    
(...)
   
Campo de Batalha
A povoação do Vimeiro situa-se na margem direita do rio Alcabrichel, a 14 km a noroeste de Torres Vedras e 8 km a sul da Lourinhã. Na parte Sudeste da povoação existe uma colina que foi ocupada pelas brigadas de Anstruther e Fane. Hoje existe nessa colina um monumento comemorativo do centenário da batalha, mandado erguer por El-Rei D. Manuel II.
O rio Alcabrichel corre de sul para norte e, a seguir ao Vimeiro, curva em direção ao mar (oeste). O seu percurso, pouco antes de chegar ao Vimeiro, marca um vale com ladeiras particularmente íngremes na margem esquerda. Nesta, entre o Vimeiro e o mar, forma-se uma linha de alturas de onde se pode dominar o vale do Maceira e as praias junto à sua foz.
Para norte do Vimeiro, entre ravinas difíceis de transpor, situa-se uma linha de alturas por onde se atinge, em estradas secundárias, Ventosa, Santa Bárbara, Casal Novo, Lourinhã. A primeira daquelas povoações marca a posição norte posteriormente ocupada pelas brigadas de Ferguson, Nightingale e Bowes.
O Exército de Wellesley estava organizado em brigadas e apresentava um efetivo de 18.878 homens dos quais 2.100 eram portugueses. As forças que Junot utilizou na Batalha do Vimeiro tinham um efetivo perto dos 14.000 homens. 

Esquema das posições e movimentações na Batalha do Vimeiro

Batalha
Após a batalha da Roliça (17 de agosto de 1808), Wellesley dirigiu as suas forças para as posições do Vimeiro com a finalidade de proteger o desembarque de mais duas brigadas na praia de Porto Novo, na foz do rio Alcabrichel. A primeira destas brigadas, sob comando do brigadeiro-general Robert Anstruther, desembarcou no dia 19. A segunda brigada, sob comando do brigadeiro-general Wroth Palmer Acland, iniciou o desembarque no dia 20 mas, no dia seguinte de manhã ainda faltava desembarcar cerca de um terço das forças. Wellesley posicionou no terreno todas as forças desembarcadas.
A intenção de Wellesley era, após o desembarque, caso não fosse atacado pelos Franceses, continuar o seu movimento em direção a Lisboa, pela estrada de Mafra. Entretanto, no dia 20 de agosto, Wellesley tomou conhecimento da chegada do tenente-general Sir Harry Burrard, oficial mais antigo que Wellesley e que, por isso deveria assumir o comando. Os dois generais encontraram-se a bordo do navio Brazen, perto da foz do rio Maceira, e Burrard decidiu que não seriam efetuados quaisquer movimentos para Sul até se lhes juntar uma divisão sob comando do tenente-general Sir John Moore que se encontrava já ao largo da costa portuguesa. Burrard decidiu, contudo, passar mais uma noite a bordo e, dessa forma, o comandante das forças anglo-lusas durante a batalha do Vimeiro foi Wellesley.
As forças anglo-lusas foram colocadas por forma a enfrentar um ataque francês lançado de sul para norte. Segundo Wellesley, seria esta a sua ação mais provável. Então foram colocados na linha de alturas a sul do rio Maceira, viradas para Sul, numa primeira linha, de oeste para leste (do mar para o interior), as brigadas de Hill, de Craufurd e de Nightingale; numa segunda linha, a brigada (ainda incompleta) de Acland. Na mesma linha de alturas mas viradas para Sudeste estavam as brigadas de Bowes e de Ferguson. Na colina do Vimeiro, imediatamente a sudeste daquela povoação, estava colocada a brigada de Anstruther e, à sua esquerda, a de Fane. As forças portuguesas sob o comando do Tenente-coronel Trant estavam posicionadas a norte do rio Maceira, imediatamente a leste da povoação com o mesmo nome, prontas a serem utilizadas como reserva de Anstruther e Fane. Um corpo de cavalaria com cerca de 500 sabres (240 Britânicos e 260 Portugueses) estava posicionado nas margens do rio Maceira, ocultos pela colina do Vimeiro. A artilharia estava distribuída da seguinte forma: oito peças na linha de alturas a Sul do rio Maceira, seis peças com a brigada de Anstruther e quatro em reserva.
Junot tinha as suas forças concentradas em Torres Vedras de onde saiu ao encontro do exército de Wellesley, no dia 20 ao fim da tarde. À frente, uma guarda avançada de cavalaria, o 3º Regimento Provisório de Caçadores, seguido das divisões de Delaborde e de Loison, da Reserva de Granadeiros, a artilharia e da Divisão de Cavalaria de Margaron. Pela meia noite já se ouvia no Vimeiro o ruído provocado pelos carros e cavalos mas, como Junot deu um período de descanso às sua tropas antes do ataque, só pelas 09.00 horas do dia 21 as forças francesas se aproximaram das posições inimigas. Quando o movimento dos franceses pôde ser observado, ficou claro que não iam atacar as posições a sul do Maceira mas continuavam o seu movimento para norte. Só começaram a desenvolver as suas forças num dispositivo de ataque quando se encontravam a leste do Vimeiro e a sua guarda-avançada de cavalaria, seguida de uma coluna de infantaria (a Brigada Brennier), continuou a avançar para Norte. Ficava claro para Wellesley que os Franceses iriam, por um lado, atacar o centro/esquerda da sua posição e, por outro lado, tornear a sua posição por norte podendo vir a atacar na direção definida pela estrada da Lourinhã.
Wellesley reagiu prontamente a esta nova situação e alterou o seu dispositivo. Para a posição da Ventosa seguiram de imediato as brigadas de Fergunson e Nightingale que estabeleceram aí uma linha defensiva, indo posicionar-se imediatamente atrás, em reserva, a brigada de Bowes. A brigada de Craufurd e as tropas portuguesas de Trant moveram-se para norte num movimento mais demorado através da linha de alturas mais perto do mar e posicionaram-se na região de Ribamar a fim de protegerem o flanco esquerdo das forças na Ventosa. A brigada de Acland passou para norte de Maceira e foi posicionada junto à estrada para a Ventosa, em reserva, pronta a acudir as forças de Antruther e Fane ou as forças na região da Ventosa. A brigada de Hill permaneceu na linha de alturas a sul do rio Maceira mas posicionou-se mais próxima das posições do Vimeiro.
Junot reagiu ao reajustamento do dispositivo de Wellesley e reforçou o corpo de tropas que ia atacar mais a norte com a Brigada Solignhac, da Divisão Loison. Ao tomar esta atitude colocou no ataque a norte sete batalhões, cerca de 6.450 homens, ou seja, cerca de 56% de toda a sua infantaria. A enfrentá-los, os Franceses iriam encontrar, no mínimo, as brigadas de Ferguson, Nightingale e Bowes, ao todo sete batalhões com um total de 5.782 homens, embora com possibilidade de serem reforçados pela brigada de Craufurd (1.832 homens - dois batalhões), pelo corpo de tropas portuguesas (2.100 homens) e pela brigada de Acland (1.332 homens - cerca de dois batalhões).
O ataque principal seria lançado na direção da colina do Vimeiro, com as brigadas Thomiéres e Charlot, num total de 5.080 homens organizados em oito batalhões de infantaria mais duas companhias suíças, tendo como reserva o corpo formado pelas companhias de granadeiros, 2.100 homens organizados em quatro batalhões, sob comando de Kellermann. A enfrentá-los encontravam-se, numa primeira linha 4.708 homens organizados em sete batalhões (brigadas de Anstruther e Fane) e numa segunda linha 3.990 homens (brigadas de Hill e Acland).
Os ataques no Vimeiro e na Ventosa não foram lançados simultaneamente. O primeiro ataque foi lançado, às 10.00 horas, contra a posição do Vimeiro, com as brigadas de Thomières e de Charlot, e foi repelido. Foram empregues, das forças de reserva, dois batalhões sob comando do coronel St. Claire, num novo ataque que foi igualmente repelido. Junot decidiu ainda empregar os outros dois batalhões em reserva, sob o comando do coronel Maransin, que, apesar de terem entrado na povoação, acabaram igualmente repelidos. Neste combate, além das forças em primeira linha de Anstruther e Fane, foram empregues forças da Brigada de Acland: duas companhias do 95th Rifles e as duas companhias de infantaria ligeira dos seus dois batalhões de linha. A eficácia da artilharia britânica e o emprego de granadas shrapnell - foi a sua primeira utilização em campanha - ajudou ao sucesso dos defensores. Junot iniciou então a retirada da região do Vimeiro e Wellesley fez avançar o seu corpo de cavalaria, sob comando do coronel Taylor. Este perseguiu os Franceses mas as forças portuguesas retiraram em desordem perante a reação inimiga. Tendo avançado demasiado, este corpo de cavalaria (os britânicos) acabaram por se envolver com a cavalaria do general Margaron e sofreram pesadas baixas, entre elas o coronel Taylor.
No lado da Ventosa, o ataque foi lançado mais tarde, primeiro pela Brigada Solignac e depois pela Brigada Brennier. Solignac, que pretendeu seguir o percurso mais curto, viu o seu avanço muito dificultado por uma ravina profunda que passa imediatamente a Sul de Toledo. No fim da subida para a Ventosa foi surpreendido por uma força britânica mais forte que o esperado e foi batido com alguma facilidade. Brennier tinha seguido um caminho mais longo mas mais praticável e acudiu a partir da linha de alturas que se estende para além de Pragança. As forças de Ferguson foram surpreendidas pelo ataque da Brigada de Brennier e pela cavalaria - cerca de 640 sabres - que o acompanhava mas a reacção britânica foi aficaz e repeliu o ataque com pesadas baixas para os franceses. Solignac foi ferido no ataque assim como Brennier, que ficou prisioneiro.
Os Franceses não tinham mais forças para empenhar e iniciaram a retirada para Torres Vedras. As forças britânicas sofreram 135 mortos, 534 feridos e 51 extraviados. Dos seus batalhões, 7 estavam intactos por não terem chegado a combater (as forças das brigadas de Hill, Bowes, Craufurd e parte da brigada de Acland, assim como o corpo de tropas portuguesas do tenente-coronel Trant). Os Franceses sofreram cerca de 1.400 mortos e feridos e 400 prisioneiros. Das 23 peças de artilharia que levavam, 13 caíram em poder dos Britânicos.
Não foi lançada a perseguição às forças francesas em retirada. Sir Harry Burrard já tinha desembarcado e, no final da batalha, Wellesley entregou-lhe o comando mas ele entendeu que devia esperar pelas forças de Sir John Moore. Entretanto os Franceses só conseguiram voltar a reunir as suas unidades em Torres Vedras no dia seguinte.

Consequências
Sir Harry Burrard, ao assumir o comando das forças determinou que não haveria perseguição e que esperariam pela Divisão de Sir John Moore que deveria desembarcar em breve. Ainda no dia 21 de manhã, desembarcou na praia de Porto Novo outro oficial que deveria assumir por sua vez o comando das forças: Sir Hew Dalrymple. Com pouca experiência de campanha, sem o espírito audacioso de Wellesley, decidiu igualmente por esperar Sir John Moore. Entretanto, o exército que se encontrava no Vimeiro, marchando ao longo da costa, contornou Torres Vedras e dirigiu-se para Mafra. Moore só iniciou o desembarque no dia 25 e este prolongou-se até ao dia 30.
Em Torres Vedras, Junot e os seu generais reuniram-se para analisarem a situação. Resolveram que o exército não estava em condições de enfrentar nova batalha e que a melhor saída desta situação era tentarem negociar com os britânicos. Os Franceses cediam Lisboa com todos os seus armazéns e riquezas intactos, em troca da possibilidade de retirarem o exército para França em condições de segurança. Isto significava também que Kellermann foi encarregue destas negociações. O resultado das negociações que se seguiram foi a Convenção de Sintra, que tão grande escândalo provocou. Em setembro, as forças francesas saíam de Portugal.

Uma bonita Primavera terminou, em Praga, há 56 anos...


(imagens daqui)
    
A Primavera de Praga foi um período de liberalização política na Checoslováquia durante a época de domínio pela União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial. Esse período começou a 5 de janeiro de 1968, quando o reformista eslovaco Alexander Dubček chegou ao poder, e durou até ao dia 21 de agosto, quando a União Soviética e os países fantoches do Pacto de Varsóvia invadiram o país para interromper as reformas.
As reformas da Primavera de Praga foram uma tentativa de Dubček, aliado a intelectuais checoslovacos, de conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização. As reformas concediam também um relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficaram conhecidas como a tentativa de se criar um “socialismo com face humana”.
Dubček também dividiu o país nas duas repúblicas separadas; essa foi a única reforma que sobreviveu no fim da Primavera de Praga.
As reformas não foram bem recebidas pelos soviéticos que, após as falhas nas negociações, enviaram milhares de tropas e tanques do Pacto de Varsóvia para ocupar o país. Uma grande onda de emigração varreu o país. Apesar de ter havido inúmeros protestos pacíficos no país, inclusive o suicídio de um estudante, não houve resistência militar. A Checoslováquia continuou ocupada até 1990.
Após a invasão, a Checoslováquia entrou em um período de normalização: os lideres seguintes tentaram restaurar os valores políticos e económicos que prevaleciam antes de Dubček ganhar o poder no Partido Comunista da Checoslováquia (KSČ, em checo). Gustáv Husák, que substituiu Dubček e que também se tornou presidente, destruiu quase todas as reformas de Dubček. A Primavera de Praga imortalizou-se na música e na literatura pelas obras de Karel Kryl e de Milan Kundera, como A Insustentável Leveza do Ser.
    
História
O movimento da Primavera de Praga foi liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Checo, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social, na Checoslováquia. A proposta surpreendeu a sociedade checa, que em 5 de abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.
O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembleia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade checa. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.
As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Checoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga. Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram a favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para um regime socialista democrático em moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade democrática.
A União Soviética, temendo a influência que uma Checoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdade na sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado para Moscovo. Na cidade de Praga a população reagiu à invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores, construídos à pressa, por membros do exército checo e por aficionados por radio transmissores: a Rádio Checoslováquia Livre. Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. As suas instruções eram para a população manter a calma e, sobretudo, não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários checoslovacos, com uma extrema competência, atrasaram a entrega e, quando a estação chegou ao seu destino, estava inutilizável.
Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político: as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população checoslovaca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 iniciou-se uma greve geral e, no dia 26, foi publicado o decálogo da não cooperação:

Não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!
Através de uma rede de radioamadores, a população era informada sobre ações que poderiam ser organizadas para levar a cabo uma resistência não violenta. Tal reação foi espontânea, devido à impossibilidade de utilizarem a ação violenta. De certa forma, a população se inspirou num livro picaresco muito popular, "O valente soldado Chveik", onde o personagem usava travessuras para expulsar as tropas invasoras.
A paralisação dos comboios interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas de sinalização foram invertidas, e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar. Quando os soldados raspavam a tinta para verem a direção correta, acabavam voltando na direção de Moscovo.
Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população checoslovaca estava a ser massacrada, como fora a população húngara, doze anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.
As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Checoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach auto-imolou-se, ateando fogo ao próprio corpo numa praça de Praga, a 16 de janeiro de 1969.
Por sua vez, os comunistas checos mais conservadores apoiaram a invasão soviética, uma vez que eles acreditavam que as reformas de Dubček trariam um precoce desastre económico e social, o que mais tarde realmente ocorreria, em 1991, com o colapso soviético. Sinal disto, é a divisão do partido em dois lados, os liberais (reformistas) e os conservadores, que contariam com o apoio soviético, o poder mais influente.
     

Alexandre O'Neill morreu há trinta e oito anos...

(imagem daqui)
  
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de dezembro de 1924 - Lisboa, 21 de agosto de 1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses.
Autodidata, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua ação à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.
  
Os começos
Em 1943, com dezassete anos, publicou os primeiros versos num jornal de Amarante, o Flor do Tâmega. Apesar de ter recebido prémios literários no Colégio Valsassina, esta atividade não foi grandemente incentivada pela família.
Datam do ano de 1947 duas cartas de Alexandre O'Neill que demonstram o seu interesse pelo surrealismo, dizendo numa delas (de outubro) possuir já os manifestos de Breton e a Histoire du Surrealisme de M. Nadeau. Nesse mesmo ano, O'Neill, Mário Cesariny e Mário Domingues começam a fazer experiências a nível da linguagem, na linha do surrealismo, sobretudo com os seus Cadáveres Esquisitos e Diálogos Automáticos, que conduziam ao desmembramento do sentido lógico dos textos e à pluralidade de sentidos.
Por volta de 1948, fundou o Grupo Surrealista de Lisboa com Mário Cesariny, José-Augusto França, António Domingues, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, António Pedro e Vespeira. As primeiras reuniões ocorreram na Pastelaria Mexicana. As posições antineorealistas eram frontais e provocatórias, tal como as atitudes contra o regime: em abril, o Grupo retira a sua colaboração da III Exposição Geral de Artes Plásticas, por recusar a censura prévia que a comissão organizadora decidira impor. Com a saída de Cesariny, em agosto de 1948, o grupo cindiu-se em dois, dando origem ao Grupo Surrealista Dissidente (que integrou, além do próprio Cesariny, personalidades como António Maria Lisboa e Pedro Oom).
Em 1949, tiveram lugar as principais manifestações do movimento surrealista em Portugal, como a Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa (em janeiro), onde expuseram Alexandre O'Neill, António Dacosta, António Pedro, Fernando de Azevedo, João Moniz Pereira, José-Augusto França e Vespeira. Nessa ocasião, Alexandre O'Neill publicou A Ampola Miraculosa como um dos primeiros números dos Cadernos Surrealistas. A obra, constituída por 15 imagens e respetivas legendas, sem nenhum nexo lógico entre a imagem e legenda, poderá ser considerada paradigmática do surrealismo português.
  
A estreia
Depois de uma fase de ataques pessoais entre os dois grupos surrealistas (1950-52) e a extinção de ambos os grupos, o surrealismo continuou a manifestar-se na produção individual de alguns autores, incluindo o próprio Alexandre O'Neill. Em 1951, no "Pequeno Aviso do Autor ao Leitor", inserido em Tempo de Fantasmas, ele demarcou-se como surrealista. Nessa mesma obra, sobretudo na primeira parte, Exercícios de Estilo (1947-49), a influência deste corrente manifesta-se em poemas como "Diálogos Falhados", "Inventário" ou "A Central das Frases" e na insistência em motivos comuns a muitos poetas surrealistas, como a bicicleta e a máquina de costura.
  
Política
Neste primeiro livro de poesia inclui o poema que o tornou célebre, "Um Adeus Português", originado num episódio biográfico que o próprio viria a contar, muitos anos mais tarde: no início de 1950, estivera em Lisboa Nora Mitrani, enviada do surrealismo francês para fazer uma conferência. Conheceu O’Neill e apaixonaram-se. Meses mais tarde, querendo juntar-se-lhe em Paris, O’Neill foi chamado à PIDE e interrogado. Por pressão de uma pessoa da família, foi-lhe negado o passaporte. Coagido a ficar em Portugal, não voltaria a ver Nora Mitrani.
Não foi, de resto, a única vez que Alexandre O’Neill foi confrontado com a polícia política. Em 1953, esteve preso vinte e um dias no Estabelecimento Prisional de Caxias, por ter ido esperar Maria Lamas, regressada do Congresso Mundial da Paz em Viena. A partir desta data, passou a ser vigiado pela PIDE. No entanto, sendo um oposicionista, não militou em nenhum partido político, nem durante o Estado Novo, nem a seguir ao 25 de Abril – conhece-se-lhe uma breve ligação ao MUD juvenil, na altura em que abandona o Grupo Surrealista de Lisboa. A partir desta época, O’Neill foi-se distanciando de grupos ou tertúlias, demasiado irónico e cioso do seu individualismo para se envolver seriamente em qualquer militância partidária.
  
A obra literária
Em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill viu-se reconhecido como poeta. Na década de 60, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções.
A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda, (surrealismo e experiências próximas do concretismo) - que se manifesta no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas - com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, por exemplo).
Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heroico criada pelo neorealismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.
Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo (veja-se "O Poema Pouco Original do Medo", com a sua figuração simbólica do rato) e/ou à revolta, de que o homem só poderá libertar-se através do humor, contrabalançado por vezes por um tom discretamente sentimental, revelador de um certo desespero perante o marasmo do país - "meu remorso, meu remorso de todos nós". Este humor é, muitas vezes, manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflete a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopeias ou de neologismos inventados pelo autor.
Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário Mundo Literário (1946-1948).
     
A vida privada e profissional
Alexandre O’Neill, apesar de nunca ter sido um escritor profissional, viveu sempre da sua escrita ou de trabalhos relacionados com livros. Em 1946, tornou-se escriturário, na Caixa de Previdência dos Profissionais do Comércio. Permaneceu neste emprego até 1952. A partir de 1957, começou a escrever para os jornais, primeiro esporadicamente, depois, nas décadas seguintes, assinando colunas regulares no Diário de Lisboa, n’A Capital e, nos anos 1980, no Jornal de Letras, escrevendo indiferentemente prosa e poesia, que reeditava mais tarde em livro, à maneira dos folhetinistas do século XIX.
Em 1959 iniciou-se como redator de publicidade, atividade que se tornaria definitivamente o seu ganha-pão. Ficaram famosos no meio alguns slogans publicitários da sua autoria, e um houve que se converteu em provérbio: "Há mar e mar, há ir e voltar". Tinha entretanto abandonado definitivamente a casa dos pais, casando com Noémia Delgado, de quem teve um filho, Alexandre. Nesta época, instalou-se no Príncipe Real, bairro lisboeta onde haveria de decorrer grande parte da sua vida, e que levaria para a sua escrita. Neste bairro, encontraria Pamela Ineichen, com quem manteve uma relação amorosa durante a década de 60. Mais tarde, em 1971, casará com Teresa Gouveia, mãe do seu segundo filho, Afonso, nascido em 1976.
Fez ainda parte da redação da revista Almanaque (1959-61), publicação arrojada com grafismo de Sebastião Rodrigues onde colaboravam, entre outros, José Cardoso Pires, Luís de Sttau Monteiro, Augusto Abelaira e João Abel Manta.
A sua atração por outros meios de comunicação, que não a palavra escrita, é testemunhada pela letra do fado "Gaivota" destinada à voz de Amália, com música de Alain Oulman, tal como a colaboração, nos anos 1970, em programas televisivos (fora, aliás, crítico de televisão sob o pseudónimo de A. Jazente), ou em guiões de filmes e em peças de teatro. Em 1982 recebeu o prémio da Associação de Críticos Literários.
Mas a doença começava a atormentá-lo. Em 1976, sofre um ataque cardíaco, que o poeta admitiu dever-se à vida desregrada que sempre tinha sido a sua, e que, apesar de algum esforço em contrário, continuou a ser. No início dos anos 1980, já divorciado de Teresa Gouveia, repartia o seu tempo entre a casa da Rua da Escola Politécnica e a vila de Constância. Em 1984, sofreu um acidente vascular cerebral, antecipatório daquele que, em abril de 1986, o levaria ao internamento prolongado no Hospital.
Alexandre O'Neill morreu a 21 de agosto de de 1986, em Lisboa.
A 10 de junho de 1990, a título póstumo, foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
    

   

O Poema Pouco Original do Medo
 
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
 
Vai ter olhos onde ninguém os veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
 
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles
 
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
 
Ah o medo vai ter tudo
tudo
 
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
 
*
 
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
 
Sim
a ratos

 
  
   
in Abandono Vigiado (1960) - Alexandre O'Neill

Count Basie nasceu há cento e vinte anos...

     
William "Count" Basie (Red Bank, Nova Jérsei21 de agosto de 1904Hollywood, 26 de abril de 1984) foi um pianista, compositor e bandleader de jazz (swing era) dos Estados Unidos.
Foi autor de temas, como "One O'clock Jump" e "Jumpin' at the Woodside", que foram executados, com primor, respetivamente, por Duke Ellington e Benny Goodman, com as suas orquestras.
     
 

Joe Strummer, o vocalista dos The Clash, nasceu há 72 anos...

 
Joe Strummer, nascido John Grahan Mellor (Ancara, 21 de agosto de 1952 - Somerset, 22 de dezembro de 2002) mais conhecido pelo seu trabalho como vocalista e guitarrista da banda The Clash. Antes foi membro integrante da banda The 101ers e foi ainda membro dos The Mescaleros e temporariamente dos The Pogues.
Strummer nasceu em Ancara na Turquia. A sua mãe, Anna Mackenzie, era enfermeira de origem escocesa. O seu pai, Ronald Mellor, um indiano que trabalhava como diplomata de serviços estrangeiros nas ilhas britânicas. A sua família mudava-se de um lugar para outro muitas vezes e Joe passou partes de sua infância no Cairo, na Cidade do México e em Bona. Aos 9 anos, junto com seu irmão David (de 10 anos), começou a estudar na "City of London Freemen's School" em Surrey. Joe poucas vezes viu os seus pais durante os sete anos seguintes à sua entrada na escola. Ele desenvolveu o seu amor pelo rock ouvindo gravações de Little Richard, Beach Boys e Woody Guthrie (Joe inclusive assumiu a alcunha "Woody" por alguns anos).
Em 1970 o seu irmão, David, afastou-se da família e entrou para o British National Front (um partido de extrema-direita). O seu suicídio, em julho do mesmo ano, afetou profundamente Joe, que precisou identificar o corpo, após três dias de desaparecimento.
Em 22 de dezembro de 2002 morreu, por causa de defeito cardíaco congénito, conforme foi referido no seu site oficial, tranquilamente, na sua casa em Somerset, deixando a esposa, duas filhas e uma neta.
   

 


terça-feira, agosto 20, 2024

Hoje é dia de recordar a poesia de Salvatore Quasimodo...

Portre of Quasimodo, Salvatore

 

 

Epitáfio para Bice Donetti


Com os olhos postos na chuva, nos elfos da noite
ei-la, na quadra quinze de Musocco:
a mulher emiliana a quem um dia amei
quando era o tempo triste da mocidade.
Foi há pouco sorteada pela morte
enquanto quieta olhava o vento do outono
agitar os ramos dos plátanos e as folhas
de sua cinza casa de subúrbio.
Tem ainda o rosto vivo da surpresa,
Como, deslumbrado, deve te-lo tido na infância
ao ver o engolidor de fogo no alto da carroça.
Ó tu que passas, vindo de outros mortos,
defronte da tumba mil cento e sessenta,
por um minuto para e rende uma homenagem
àquela que este homem não chorou nunca,
e que aqui fica, exilado, com os seus versos,
um com tantos, operário de sonhos.

 
 

Salvatore Quasimodo

Slobodan Milosevic, ditador e genocida sérvio, nasceu há 83 anos...

   
Slobodan Milošević (Požarevac, 20 de agosto de 1941 - Haia, 11 de março de 2006) foi presidente da Sérvia de 1989 a 1997 e da República Federal da Jugoslávia de 1997 a 2000. Também foi o principal líder do Partido Socialista da Sérvia desde a sua fundação, em 1990.
Milošević renunciou à presidência jugoslava entre manifestações que se seguiram à concorrida eleição presidencial de 24 de setembro de 2000. Foi preso pelas autoridades federais jugoslavas em 31 de março do ano seguinte, sob suspeita de corrupção, abuso de poder e apropriação indevida. Foi também preso pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (TPII), um comité das Nações Unidas, sob a acusação de crimes contra a humanidade, de violar as leis e costumes de guerra, violações graves às Convenções de Genebra e genocídio, por seu papel durante as guerras na Croácia, Bósnia e Kosovo. A investigação inicial a respeito de Milošević não foi adiante, por falta de evidências concretas, o que motivou o primeiro-ministro sérvio, Zoran Đinđić, a enviá-lo para Haia, Países Baixos, sede do Tribunal Penal Internacional, para ser julgado pelos crimes de guerra.
Milošević foi responsável pela sua própria defesa; o julgamento terminou, no entanto, sem qualquer veredicto, já que ele acabou morrendo durante o seu decorrer, depois de quase cinco anos encarcerado na Prisão de Criminosos de Guerra, em Haia. Milošević sofria de doenças cardíacas e tinha hipertensão arterial, e morreu de um enfarte do miocárdio. O Tribunal negou qualquer responsabilidade sobre a morte de Milošević, alegando que ele se recusara a tomar os medicamentos que lhe foram receitados, e preferiu medicar-se por conta própria.
 

Doug Fieger nasceu há 72 anos...


Douglas Lars Fieger (Oak Park, Michigan, August 20, 1952 – Woodland Hills, Los Angeles, California, February 14, 2010) was an American musician, singer and songwriter. He was the rhythm guitarist and lead vocalist of the rock band The Knack. He co-wrote "My Sharona," the biggest hit song of 1979 in the U.S., with lead guitarist Berton Averre

   

   

 


Robert Plant - 76 anos

   
Robert Anthony Plant (West Bromwich, 20 de agosto de 1948) é um músico, cantor, e compositor britânico de hard rock, famoso pelo seu trabalho com os Led Zeppelin. Durante a carreira, Plant influenciou diversos artistas, como Freddie Mercury e Axl Rose. Atualmente, Plant revitalizou o projeto Band of Joy, à qual pertenceu antes dos Led Zeppelin, em 1967.
Foi eleito o 15º melhor vocalista da história pela revista Rolling Stone, e em 2006, a revista Hit Parader escolheu Plant como o "melhor vocalista de heavy metal de todos os tempos".
     
Símbolo de Robert Plant no álbum Led Zeppelin IV
        

 


Cora Coralina nasceu há 135 anos


Cora Coralina, pseudónimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 - Goiânia, 10 de abril de 1985), foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever os seus versos desde a adolescência.

Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do quotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

 

in Wikipédia

 

Assim eu Vejo a Vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

 

Cora Coralina

O poeta Salvatore Quasimodo nasceu há 123 anos...

    
Salvatore Quasimodo (Módica, 20 de agosto de 1901 - Amalfi, 14 de junho de 1968) foi um poeta italiano que recebeu o Nobel de Literatura em 1959.
Nascido na província de Ragusa, a sua família foi, em 1908, para Messina no dia seguinte ao grande terremoto de 1908, cuja destruição lhe causou uma permanente impressão. Foi em Messina que concluiu os estudos secundários e, já na década de 20, foi para Roma iniciar o estudo do grego e do latim, dedicando-se aos clássicos que mais tarde seriam a sua maior inspiração.
Em 1926, por motivos de trabalho, estabelece-se em Reggio Calabria, onde retoma a atividade poética. Em 1929, vai para Florença com a sua irmã, casada com Elio Vittorini. Graças a estas relações, entra em contacto com Eugenio Montale e com o ambiente da revista literária Solaria. A partir de 1931, foi durante dez anos funcionário do departamento de obras de vários municípios italianos.
Chega a Milão em 1934, onde entra num rico ambiente cultural, estabelecendo relações de amizade com pintores e escritores. Dois anos depois, deixa a sua profissão para se dedicar integralmente à literatura e à poesia.
Foi também tradutor de obras clássicas e contemporâneas, vertendo para o italiano de Shakespeare a Neruda.
A sua sepultura está localizada no Cemitério Monumental de Milão.
    

 

Perdoar


Busca o mel onde há o mal
E com os dedos toca com ternura
o rosto de quem te morde o rosto.
Olha no olho de quem mal te vê
e cobre com flores o que era sangue.
Tua mão e a dele são iguais, bem sabes
e sabes que quem te fere é teu irmão.

Fred Durst, vocalista dos Limp Bizkit, nasceu há 54 anos

Durst in 2021
   
William Frederick "Fred" Durst (Gastonia, Carolina do Norte, 20 de agosto de 1970) é um diretor de filme, ator e músico dos Estados Unidos, mais conhecido por ser vocalista da banda de nu-metal e rapcore Limp Bizkit, que ajudou a fundar em 1994.
Desde 2006, Durst também se tornou conhecido por seu trabalho em filmes independentes. Ele co-estrelou o filme População 436, e fez a sua estreia como diretor em 2007, com o filme The Education of Charlie Banks.  Dirigiu também os filmes The Longshots do ano de 2008 e The Fanatic lançado em 2019. Durst foi classificado entre os 100 melhores vocalistas de nu metal pela Hit Parader. Ele foi listado entre as 19 estrelas mais odiadas da indústria musical pelo portal MSN.

 


A sonda Voyager 2 foi lançada há 47 anos

  
A Voyager 2 é uma sonda espacial norte-americana lançada pela NASA a 20 de agosto de 1977 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Aproximou-se dos quatro planetas gigantes do Sistema Solar, produzindo valiosíssimos resultados científicos e as melhores fotografias daqueles corpos e dos seus satélites obtidas até então. Tornou-se o quarto artefacto humano a ultrapassar a órbita de Plutão em 1989, e em 2005 encontrava-se a uma distância de cerca de 75 UAs da Terra.

Utilizou uma técnica de auxílio a navegação que utiliza a atração gravítica dos planetas aos quais se aproxima. Esta técnica permite às sondas receberem uma aceleração e uma alteração de direção por forma a serem colocadas numa nova direção que as leve a um novo destino. Desta forma, as sondas podem ser construídas de forma mais leve (não necessitam de tanto combustível para aceleração e mudanças de direção), mas implica uma grande precisão nas aproximações aos planetas a visitar.

A sonda aproximou-se de Júpiter em 9 de julho de 1979, a uma distância de 570.000 quilómetros. Ela descobriu alguns anéis ao redor de Júpiter, assim como a atividade vulcânica na lua Io. Dois novos satélites de pequeno porte, Adrastea e Metis. foram encontrados orbitando. Um terceiro satélite novo, Tebe, foi descoberto entre as órbitas de Amalteia e Io. A sonda em seguida visitou Saturno, em 25 de janeiro de 1981, a uma distância de 101.000 quilómetros da superfície do planeta. Em seguida, visitou Urano, em 24 de janeiro de 1986.

Uma das novidades foi a descoberta de 11 satélites naturais (Cordélia, Ofélia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalinda, Belinda, Perdita e Puck) e de um anel ao redor de Urano. Também descobriu-se que o Polo Sul de Urano estava apontado diretamente para o Sol. Depois de visitar Urano, a sonda dirigiu-se em direção a Neptuno, até que chegou lá em agosto em 1989, também chegando a pesquisar seu satélite natural Tritão. Após a passagem pela órbita de Plutão, a Voyager 2 iniciou a sua saída do Sistema Solar.

A sonda tem, anexado a sua parte externa, um disco fonográfico feito de ouro intitulado "Sounds of the Earth" (Sons da Terra), com uma hora e meia de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. O disco traz instruções de uso e a frase "For makers of music of all worlds and all times" ("Para os produtores de música de todos os mundos e todos os tempos"). O objetivo deste disco é levar dados da Terra para uma possível civilização exterior.

Em maio de 2010, a sonda alcançou a distância de 92 UA do Sol, a uma velocidade de 3,3 UA por ano (15,4 km/s), localizando-se na constelação de Telescópio. Prevê-se que, depois de 2030, a sonda perderá contacto com a Terra.

Em 2020 a Voyager 2 encontra-se no espaço inter-estelar, a mais de 13,5 mil milhões de quilómetros da Terra (Plutão fica a uma distância média de cerca de 6 mil milhões de quilómetros do Sol). Em novembro de 2020, a NASA recuperou as comunicações com a sonda, após melhorias feitas à antena Deep Space Station 43 na Austrália, que é a única que tem capacidade para comunicar com a nave. As comunicações ficaram suspensas desde que a antena deu início a trabalhos de reparação e melhoramentos em março de 2020.

A Voyager 2, a mais de 18,7 mil milhões de quilómetros de distância da Terra e ficando cada vez mais longe, no entanto, foi capaz de receber qualquer comunicação da Terra. A Voyager 2 mandou após 17 horas e 24 minutos um sinal confirmando que havia recebido as instruções e executou os comandos sem emitir em 30 de outubro de 2020.

A sonda deverá ainda percorrer um grande espaço vazio antes de chegar a outros corpos celestes. Em torno de 14 mil anos ou mais, a exemplo da sua sonda-irmã Voyager 1, ela emergirá da Nuvem de Oort em direção ao espaço interestelar absoluto (totalmente fora da influência do campo gravitacional do Sol), desde que não haja nenhum anteparo físico (detritos ou corpos celestes) para impedi-la. Em torno de 296.000 anos, ela passará perto da estrela Sirius, a estrela alfa da constelação de Cão Maior e que está a 4,3 anos-luz da Terra.