quinta-feira, junho 27, 2013

Guilhermina Suggia nasceu há 128 anos

Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia (Porto, São Nicolau, 27 de junho de 1885 - Porto, 30 de julho de 1950) foi uma violoncelista portuguesa.

Filha de Augusto Jorge de Medin Suggia (Lisboa, 11 de março de 1851 - 29 de março de 1932), de ascendência italiana e espanhola, e de sua mulher Elisa Augusta Xavier (Lisboa, 26 de novembro de 1850 - 29 de outubro de 1932).
O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. No seio deste ambiente familiar Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos, tendo o seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha sete anos de idade, em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e a sua irmã Virgínia (3 anos mais velha) ao piano, eram convidadas para actuar no seio cultural portuense. Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto, tocando também com o quarteto de cordas Bernardo Moreira de Sá. Em 1898, o pai consegue que ela tenha umas aulas com o famoso violoncelista catalão Pablo Casals, que nesse Verão actuava no casino de Espinho. Durante várias semanas Guilhermina e seu pai fazem os 16 quilómetros de comboio que separam a cidade do Porto da de Espinho, transportando o violoncelo e as partituras.
Em março de 1901 as duas irmãs atuaram no Palácio Real de Lisboa. Com 15 anos apenas, Guilhermina respondeu a uma interpelação da Rainha Dona Amélia sobre qual seria o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.

Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar no local da sua eleição, o que possibilitou a ida, acompanhada pelo pai, para o conservatório de Leipzig, Alemanha, onde iria aprender com Julius Klengel, violoncelista da famosa Gewandhaus Orquestra dirigida por Arthur Nikisch, em Novembro de 1901. A vida de pai e filha em Leipzig era extremamente difícil pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de Guilhermina mas não de seu pai nem das despesas acessórias que iam sendo necessárias.
Família de poucos recursos, rapidamente a situação financeira se foi degradando, com a irmã mais velha, pianista até então já conhecida, a sacrificar a sua carreira futura para sustentar irmã e pais, dando aulas particulares de piano a um grupo de alunos. Com 20 anos, Virgínia providenciava o sustento da família sendo a única que trazia proventos e que financiava todo aquele investimento na irmã. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da Orquestra Gewandhaus em 26 de fevereiro de 1903. Tinha apenas 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem havia actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O êxito foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava aqui o seu sucesso internacional.

Em março de 1903 regressa à sua terra natal, conquistando o público portuense num concerto em que actuou acompanhada pela sua irmã Virgínia.
A vida de Guilhermina transforma-se completamente e a partir dessa altura é acolhida nas salas de concerto pela Europa fora, na Suíça, Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mogúncia, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, Rússia, Roménia onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina!” (referindo-se ao eterno Paganini).

Em 1906 Suggia está em Paris e toca para Casals, que havia conhecido oito anos antes em Espinho, e com quem se tinha reencontrado em Leipzig, durante as visitas do catalão ao professor Julius Klengel. Nesse mesmo ano começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, sendo famosos os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O romance com Pau Casals, músico famoso, encheu as páginas dos jornais. O compositor húngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos".
Todavia em 1913 o casal separa-se de uma forma abrupta, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte e Casals casa-se com uma cantora norte-americana.

Guilhermina vai viver para Londres tornando-se este o centro da sua actividade musical.
Durante a sua estadia em Londres tocou com a Royal Philharmonic Society, a State Simphony Orchestra, a BBC Symphony Orchestra, a London Symphony Orchestra. Os seus recitais no Royal Albert Hall ou no Wigmore Hall motivam as melhores críticas da imprensa da época.
As entradas em palco eram descritas como imponentes e a interpretação como revelando um domínio absoluto do instrumento e a compreensão total da obra tocada. As críticas da altura referem que os aplausos são estrondosos, ressoando nas salas com assistências enfeitiçadas. Suggia é, acima de tudo, aclamada.

Apesar de se manter ligada à capital inglesa, adquire em 1924 habitação no Porto, cidade onde se vem a casar, a 27 de agosto de 1927, com o médico José Casimiro Carteado Mena (10 de fevereiro de 1876 - 20 de março de 1949), de quem não teve descendência. Nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal reforçando os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e pela mão de António Madeira, em Viseu.
No final dos anos 40 promove com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação da Orquestra, a 21 de junho de 1948, no Teatro Rivoli.
Em 1949, Guilhermina, com sinais da doença fatal que a afectava, cria o Trio do Porto, constituído por ela, pelo violinista Henri Mouton e pelo violetista François Broos.
Em 31 de maio de 1950 toca pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense, para os sócios do Círculo de Cultura Musical de Aveiro, acompanhada ao piano por Maria Adelaide de Freitas Gonçalves.
Em junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres mas foi detectado um cancro inoperável. Na altura é acarinhada pelos amigos e fica especialmente sensibilizada pelo bilhete e flores que recebe da Rainha de Inglaterra. Aceitando o seu destino, regressou ao Porto onde veio a falecer em casa na noite de 30 de julho de 1950.
Guilhermina Suggia tinha vários violoncelos. Entre eles destacam-se os famosos Stradivarius (Cremona, 1717) e Montagna (Cremona, 1700 - dúvidas no 3º algarismo mas supõe-se ser um zero). Por desejo testamentário foram ambos vendidos e com o fruto da sua venda foram instituídos prémios anuais aos melhores alunos de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres, do Arts Council da Grã-Bretanha e do Conservatório de Música do Porto.
A 5 de outubro de 1937 foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, uma honra raras vezes concedida a senhoras, e a 2 de fevereiro de 1944 com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Em 1938 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro da cidade do Porto.

quarta-feira, junho 26, 2013

O astrónomo Charles Messier nasceu há 283 anos

Charles Joseph Messier (Badonviller, 26 de junho de 1730Paris, 12 de abril de 1817) foi um astrónomo francês, conhecido pela compilação e publicação, com a co-autoria de Pierre Méchain, de seu catálogo de objetos de céu profundo, uma lista de 110 objetos astronómicos como nebulosas, aglomerados estelares e galáxias que vieram a ser conhecidos como os "objetos Messier". Pretendia, com a publicação do catálogo, auxiliar a si mesmo e outros astrónomos e observadores em sua atividade astronômica principal durante sua carreira, a investigação de cometas, listando todos os objetos que pôde identificar e que poderiam ser facilmente confundidos com cometas em trânsito, mas que, na realidade, tinham naturezas completamente diferentes e eram fixos no céu noturno. Contudo, Messier, sem intenção, catalogou alguns dos astros mais interessantes para a atual astronomia amadora.
Tornou-se um observador do céu ao trabalhar para Joseph-Nicolas Delisle em seu observatório em Paris, aos 21 anos. Foi o primeiro astrónomo a dedicar-se quase exclusivamente à procura de cometas e, enquanto aguardava o retorno do cometa Halley, deparou-se com um falso positivo ao confundir uma nebulosa com o cometa. Para evitar novos enganos, começou a compilar os objetos fixos no céu profundo que poderiam ser facilmente confundidos com um cometa, objeto difuso e de fraco brilho. De 1758 a 1782, com a ajuda de Pierre Méchain após 1774, compilou 107 objetos entre nebulosas, aglomerados estelares e galáxias. Três objetos adicionais foram mais tarde adicionados ao catálogo, após a morte de Messier, completando 110 objetos ao todo.
Contudo, foi bem-sucedido em sua principal atividade astronómica, a descoberta e acompanhamento de cometas, Descobriu vinte ao todo, treze descobertos originalmente por ele e outras 7 co-descobertas independentes. Também foi membro de várias academias científicas espalhadas pela Europa, sendo membro estrangeiro da Royal Society e membro efetivo da Académie des Sciences. Em 1806, recebeu de Napoleão Bonaparte a Ordem Nacional da Legião de Honra e dedicou ao imperador francês o Grande Cometa de 1769, considerado "o último cometa astrologicamente apresentado ao público por um astrónomo ortodoxo".

Nebulosa do Caranguejo - M1 ou Messier 1

Alfredo Marceneiro morreu há 31 anos

(imagem daqui)

Alfredo Rodrigo Duarte (Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro devido a sua profissão, foi um fadista Português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal.

Alfredo Marceneiro nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de baptismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família muito humilde, oriunda do Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar a escola primária. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro. Apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com a qual teve três filhos.
Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.
Nos anos 1930, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Em 3 de janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a Casa da Mariquinha, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982 com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.
No dia 10 de junho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes.

Curiosidades
Alfredo ganhou o nome Marceneiro em 1920, quando um grupo de pessoas decidiu organizar uma homenagem a dois fadistas conhecidos na época. Como só o conheciam como Alfredo Lulu, decidiram colocar o nome da sua profissão no cartaz. Depois disso Alfredo Marceneiro nunca mais largou o nome artístico.
Em 1943 Alfredo Marceneiro participou numa greve geral que reivindicava as oito horas de trabalho diário e foi preso. Não aceitou a prisão e demitiu-se. Foi a partir deste momento que passou a dedicar-se inteiramente ao fado.
Foi, de todos os tempos, uma das principais figuras do fado, sem nunca se ter ausentado de Portugal com o objectivo de divulgar a sua música no estrangeiro, e escassas foram também as vezes que saiu de Lisboa.
Alfredo Rodrigo Duarte "Alfredo Marceneiro", foi e é o maior compositor de fados, compôs 22 fados, são eles: Aida; Alexandrino da Laranjeira ou Fado Laranjeira; Alexandrino Eu lembro-me de ti; Bailado; Bailarico; Balada; Cabaré; Cravo ou Fado dos Cravos; Cuf; Da Moda; Da Traição; Louco; Marcha do Alfredo Marceneiro; Maria Alice; Maria do Anjos; Maria Marques; Menor (Com complemento de versículo); Mocita dos Caracóis; Odéon; Pagem; Pierrot e o fado Vestido Azul. Alfredo Marceneiro foi o mais castiço fadista, para além de ser um dos maiores interpretes, no cantar e sentir o fado.


Israel Kaʻanoʻi Kamakawiwoʻole morreu há 16 anos

Israel Ka‘ano‘i Kamakawiwo'ole (Honolulu, 20 de maio de 1959 - Honolulu, 26 de junho de 1997) foi um cantor americano, muito popular no seu estado de nascimento, o Havaí. Kamakawiwo'ole, que usava também o nome "Braddah IZ", era famoso na sua terra natal não só pela música e pelas suas raízes, mas também pelos seus anúncios para a L'Oréal; era descendente de uma linhagem pura de nativos havaianos. Nunca ocultou a sua posição a favor da independência do Havaí e de defesa dos direitos dos nativos.
Um dos seus álbuns mais famosos foi Facing Future, de 1993, trabalho que o lançou para a fama mundial, onde consta o tema "Over the Rainbow/What a Wonderful World", uma versão que mistura dois clássicos da música dos E.U.A.: "Somewhere Over the Rainbow", do filme The Wizard of Oz (O Feiticeiro de Oz), e "What a Wonderful World", onde apenas se ouvem a sua voz suave, acompanhada pelo seu ukulele, que rapidamente se tornou um êxito mundial e que lhe rendeu vários prémios. Essa música aparece em diversos episódios de séries norte-americanas como Cold Case, E.R. e Young Americans, no qual a música "Somewhere over the Rainbow" tocou no primeiro episódio e no último, sendo a música a encerrar defitivamente a série; também fez parte da banda sonora dos filmes Meet Joe Black (1998), Finding Forrester (2000) e, mais recentemente, 50 First Dates (2004).
Ao longo da sua carreira musical, Israel Iz debateu-se com muitos problemas de saúde, relacionados com o seu peso excessivo, chegando a pesar 343 kg, num corpo com 1,88 m. Em 1997, com 38 anos, faleceu devido a problemas respiratórios causados pela obesidade mórbida.
As suas principais músicas foram "Somewhere over the Rainbow" e "What a Wonderful World".
Mais de 100.000 pessoas compareceram ao seu funeral, em 10 de julho de 1997, o caixão de madeira estava no edifício do Capitólio, em Honolulu. Ele foi a terceira pessoa na história do Havaí a quem concederam esta honra (os outros dois foram o senador Faísca Matsunaga e o governador John A. Burns). As suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico em M'kua Beach, em 12 de julho de 1997.
Em 2001 foi lançado Alone in IZ World, um álbum póstumo contendo vários sucessos e temas inéditos, relançado em 2010, com o mesmo sucesso e que viria ser muito popular e usado em anúncios publicitários, em vários países como a Alemanha, iniciativas de caridade nos Países Baixos, muitas são as formas e instituições que têm utilizado a famosa música "Over the Rainbow"


Gilberto Gil - 71 anos

Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador, 26 de junho de 1942) é um músico e político brasileiro.

Início
Gilberto Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. O seu pai, o médico José Gil Moreira e a sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, para Vitória da Conquista, à época um grande cidade do interior com cerca de algumas dezenas de milhares de habitantes, onde hoje há uma edifício enorme batizado com o nome do pai do Gilberto Gil. Ali, Gil passou ali os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista regista a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:
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…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…
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Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia de acordeão. Quando estava no secundário, recebeu da mãe uma viola e conhece o trabalho de João Gilberto, que o influencia de imediato.
Nos tempos em que estuda na Faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, a sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".
Formou-se em 1965 e muda-se, com a esposa Belina, para São Paulo.
Carreira
Formado em administração de empresas, o seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a canção "Eu Vim da Bahia", de Gil, no clássico LP João Gilberto.

Anos 60 e 70
Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.
Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção "Sandra", onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicómio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.
Fecho da trilogia, Realce, apesar de trazer em uma de suas faixas um dos mais belos e marcantes sucessos de Gil, Superhomem (influenciado pelo lançamento, um ano antes, do filme Superman), causaria certa polémica quando alguns considerariam a canção título, inspirada na disco music, como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.
Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocalistas da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70.
Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas, por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras.

Festivais
A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música "Iemanjá", no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Académico João Mendes Jr., da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival, organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria tornar-se produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia, que participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofónico, que a tornou nacionalmente conhecida.
Com Domingo no Parque, ao lado de Os Mutantes, causou sensação no Festival de Música da Record em 1967.
Gil foi também o único latino a participar do Festival da Ilha de Wight, em 1970, representando a Tropicália, ao lado dos maiores astros do rock-pop mundial da época, como The Who, Jimi Hendrix, Emerson, Lake and Palmer e The Doors.

Tropicalismo
Quando se realizou o III Festival de Música Popular Brasileira, produzido pela Rede Record, apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto do público brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo, surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do que propriamente como movimento organizado".
Segundo Celso F. Favaretto, em seu livro "Tropicália - Alegria, Alegria":
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O procedimento inicial do tropicalismo inseria-se na linha de modernidade: incorporava o caráter explosivo do momento às experiências culturais que vinham se processando; retrabalhava, além disso, as informações então vividas como necessidade, que passavam pelo filtro da importação. Este trabalho consistia em redescobrir e criticar a tradição, segundo a vivência do cosmopolitismo dos processos artísticos, e a sensibilidade pelas coisas do Brasil.
O que chegava, seja por exigência de transformar as linguagens das diversas áreas artísticas, seja pela indústria cultural, foi acolhido e misturado à tradição musical brasileira. Assim, o tropicalismo definiu um projeto que elidia as dicotomias estéticas do momento, sem negar, no entanto, a posição privilegiada que a música popular ocupava na discussão das questões políticas e culturais. Com isto, o tropicalismo levou à área da música popular uma discussão que se colocava no mesmo nível da que já vinha ocorrendo em outras, principalmente o teatro, o cinema e a literatura. Entretanto, em função da mistura que realizou, com os elementos da indústria cultural e os materiais da tradição brasileira, deslocou tal discussão dos limites em que fora situada, nos termos da oposição entre arte participante e arte alienada. O tropicalismo elaborou uma nova linguagem da canção, exigindo que se reformulassem os critérios de sua apreciação, até então determinados pelo enfoque da crítica literária. Pode-se dizer que o tropicalismo realizou no Brasil a autonomia da canção, estabelecendo-a como um objeto enfim reconhecível como verdadeiramente artístico.
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- Celso F. Favaretto
Tropicália, canção de Caetano Veloso, é um autêntico exemplo da verdadeira revolução operada na estrutura letrista da canção popular e da necessidade de se reestudar então os critérios de avaliação e compreensão da nova linguagem utilizada.
Em confronto com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação. Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na versatilidade que a música brasileira oferece.
Os responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma, deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e daqueles que seguiram sua linha de pensamento.
Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da consciencialização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.

Anos 80
Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de "No Woman, No Cry" (em português, "Não chores mais") sucesso de Bob Marley & The Wailers, que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção "Sobre todas as coisas" composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto simples, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água"; é de Gil a autoria da composição de "Chega de Mágoa". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: "Procissão", "Estrela", "Vamos Fugir", "Aquele Abraço", "A Paz", "Sítio do Pica-Pau Amarelo", "Esperando na Janela", "Domingo no Parque", "Drão", "Só Chamei Porque Te Amo", "Não Chores Mais [Woman No Cry]", "Andar com Fé", "Se Eu Quiser Falar com Deus", "Divino Maravilhoso", "A Linha e o Linho", "Com Medo com Pedro", "Objeto Sim Objeto Não", "Ela", "Pela Internet", "A Novidade", "Morena", "A Raça Humana", "Palco", "Realce", e outras.

Política
Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e envolvendo-se em causas sociais, foi eleito vereador em Salvador, a sua cidade natal, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com exatamente 11.111 votos. Em 21 de março de 1990, filia-se no Partido Verde (PV), como membro da Comissão Nacional Executiva.
Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas à Folha de São Paulo.
Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o ministério em 30 de julho de 2008, para voltar a dedicar-se com mais exclusividade à sua vida artística. Em 28 de agosto, participou da tomada de posse oficial do seu sucessor no ministério, Juca Ferreira.
Cquote1.svg Ele teve uma recaída e quer voltar a ser um grande artista. Gil não é imprescindível apenas para a política. Cquote2.svg
Presidente Lula ao comentar a saída de Gil do Ministério

Liberdade digital
Gilberto Gil é um dos principais defensores do Software Livre e da Liberdade Digital. Em 29 de janeiro de 2005, durante um debate sobre Software Livre no Fórum Social Mundial 2005, foi muito aplaudido após defender o Software Livre e a Liberdade Digital. Algumas de suas palavras neste debate:
Cquote1.svg A batalha do software livre, da Internet livre e das conexões livres vão muito além delas, de seus interesses. É a mais importante, e também a mais interessante, e a mais atual das batalhas políticas. Claro que há uma revolução francesa, ou várias revoluções francesas, a fazer no planeta, seja dentro dos países, seja no comércio internacional. Ainda nos defrontamos não apenas com discursos do século XIX, mas também com realidades do Século XIX. Mas não podemos secundarizar o presente. E o futuro. Cquote2.svg
Gilberto Gil
Cquote1.svg Não se trata de um movimento "anti", mas de um movimento "pro", ou seja, a favor da valorização e da disseminação de uma nova cidadania global, da capacidade de autodeterminação das pessoas, de novas formas de interação e articulação, da liberdade real de produção e difusão da subjetividade, da busca do saber, da informação, do exercício da sensibilidade e da coletividade. E como estou valorizando o lado "pro" do Fórum, quero propor a vocês a constituição imediata, a partir deste encontro, de uma convocação global pela liberdade digital da humanidade, complementar à convocação global pela erradicação da pobreza lançada por diversas ONGs neste Fórum e abraçada pelo presidente Lula. Sejamos corajosos e substantivos em relação a isso. Cquote2.svg
Gilberto Gil
Todo esse movimento visa uma mudança de comportamento social muito maior que repensa a forma como são tratados os direitos de autor hoje.
Lembrando que Gilberto Gil participou recentemente num disco livre, promovido mundialmente pela Creative Commons com a música Oslodum.
Em 11 de março de 2007, o jornal americano The New York Times dedicou uma notícia aos esforços de Gilberto Gil em relação a "flexibilizar os direitos de autor". A matéria, intitulada Gilberto Gil Hears the Future, Some Rights Reserved (Gil ouve o futuro, com alguns direitos reservados) elogia o trabalho do Ministro da Cultura quanto à aliança formada com a Creative Commons em 2003, uma de suas primeiras ações como Ministro. "Minha visão pessoal é que a cultura digital traz consigo uma nova ideia de propriedade intelectual, e que esta nova cultura de compartilhamento pode e deve informar políticas governamentais.", disse Gil.

Vida pessoal
Em 2009, o cantor obteve a cidadania italiana, por se ter casado com Flora Giordano, neta de italianos. O cantor é pai de 7 filhos: da cantora Preta Gil, de Pedro Gil (falecido em 1990, devido a um acidente de carro), Nara, Marília, Maria, Bem, Isabela e José.


Veronica Guerin foi assassinada há 17 anos

Veronica Guerin (Artane, 5 de julho de 1958 - Dublin, 26 de junho de 1996) foi uma jornalista irlandesa.
Começou tardiamente na profissão, depois dos 30 anos, e gostava do jornalismo de investigação. Exemplo de determinação e coragem, a sua vontade incessante por justiça fez com que pagasse com a vida a investigação a fundo sobre a máfia e o tráfico de drogas em Dublin, capital da Irlanda, durante a década de 90. Denunciou também a ligação que alguns dos mais importantes gangsters tinham com o IRA. Sofreu um atentado e chegou a ser espancada por um dos maiores mafiosos da cidade.
Depois do seu assassinato, a população da Irlanda revoltou-se e foi para a rua protestar, tendo os barões do tráfico os seus bens confiscados e foram presos. Um ano depois do acontecido, os crimes caíram em mais de 50% na Irlanda.
Veronica Guerin é considerada uma heroína na Irlanda.

Filmes
Dois filmes foram realizados baseados na história de Veronica Guerin:

Canções
A banda de metal progressivo Savatage incluiu uma canção baseada na história da jornalista no álbum The Wake of Magellan, de 1998.
O músico irlandês Christy Moore também escreveu uma canção em sua homenagem, chamada Veronica.


Há cinquenta anos J. F. Kennedy fez um famoso discurso em Berlim

"Ich bin ein Berliner" ("Eu sou um berlinense", em alemão) é uma citação de um discurso feito em 26 de junho de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos à época, John F. Kennedy, em Berlim Ocidental. Na ocasião Kennedy estava enfatizando o apoio dos Estados Unidos à Alemanha Ocidental, 22 meses depois do Estado comunista da Alemanha Oriental, aliado da União Soviética, ter erguido o Muro de Berlim, como forma de impedir qualquer movimento entre as regiões orientais e ocidentais da cidade.
O discurso é considerado um dos melhores de Kennedy, e um dos momentos notáveis da Guerra Fria. Representou um grande impulso moral para os berlinenses ocidentais, que viviam num enclave situado dentro da Alemanha Oriental e temiam uma possível ocupação comunista. Falando a partir de uma plataforma erguida sobre os degraus da Rathaus Schöneberg, Kennedy disse,
Há dois mil anos, não havia frase que se dissesse com mais orgulho do que Civis Romanus sum ("Sou um Cidadão Romano"). Hoje, no mundo da liberdade, não há frase que se diga com mais orgulho que 'Ich bin ein Berliner'... Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, portanto, como um homem livre, eu orgulho-me das palavras 'Ich bin ein Berliner'!
Alguns relatos alegam que Kennedy teria inventado a frase na última hora, bem como a ideia de dizê-la em alemão, e que teria pedido a seu intérprete, Robert H. Lochner, que traduzisse "eu sou um berlinense" apenas ao subir as escadas da Rathaus (Prefeitura). Com a ajuda de Lochner, Kennedy praticou a frase no gabinete do então presidente da Câmara da cidade, Willy Brandt, e teria anotado uma pronúncia fonética num cartão. Um professor do Departamento de Estado americano, no entanto, escreveu em 1997 um relato sobre a visita que teria feito a Kennedy na Casa Branca algumas semanas antes da viagem a Berlim para ajudá-lo a escrever o discurso e ensinar-lhe a pronúncia correta.
O Conselheiro de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, acreditava que o discurso tinha "passado um pouco dos limites", e os dois fizeram uma revisão do texto até que atingisse uma forma mais subtil, antes de repeti-lo na Universidade Livre, mais tarde naquele mesmo dia.
Esta mensagem de rebeldia tinha como alvo tanto os soviéticos quanto os berlinenses, e representava uma clara afirmação da política americana em meio à construção do Muro de Berlim. A cidade estava oficialmente sob ocupação conjunta das quatro potências aliadas, cada uma responsável por determinada zona. O discurso de Kennedy marcou o primeiro momento em que as autoridades americanas reconheceram que Berlim Oriental fazia parte do bloco soviético, juntamente com a metade oriental do país.
Existem diversos locais que homenageam Kennedy em Berlim, como a Escola Alemã-Americana John F. Kennedy, e o Instituto John F. Kennedy de Estudos Norte-Americanos, na Universidade Livre de Berlim. A praça em frente à prefeitura da cidade, de onde o discurso foi feito, passou a se chamar "John-F.-Kennedy-Platz". Uma grande placa dedicada a Kennedy foi montada sobre uma coluna, na entrada do edifício, e a sala sobre sua entrada, que dá diretamente para a praça, é dedicada a Kennedy e sua visita.
O manuscrito original do discurso está armazenado na National Archives and Records Administration.

Placa homenageando o discurso de Kennedy, ao lado da entrada principal da Rathaus Schöneberg

Alfredo Marceneiro morreu há 31 anos

Alfredo Rodrigo Duarte ComIH (n. Lisboa, 25 de Fevereiro de 1891 - m. Lisboa, 26 de Junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro devido a sua profissão, foi um fadista Português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal.



terça-feira, junho 25, 2013

Bento de Jesus Caraça faleceu há 65 anos

(imagem daqui)

Bento de Jesus Caraça (Vila Viçosa, 18 de abril de 1901 - Lisboa, 25 de junho de 1948) foi um matemático português, professor universitário, resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português.

Licenciou-se, em 1923, no Instituto Superior de Comércio, hoje Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Em 1936 funda o Núcleo de Matemática, Física e Química juntamente com outros recém doutorados nas áreas da Matemática e Física. Em 1938, com os também professores Mira Fernandes e Beirão da Veiga, funda o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, que dirigiu até outubro de 1946, ano da sua extinção pelo Governo.
Em 1940, com os professores António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar criou a Gazeta de Matemática. Em 1941 cria a "Biblioteca Cosmos", para edição de livros de divulgação científica e cultural, a qual publicou 114 livros, com uma tiragem global de 793 500 exemplares. Colaborou também nas revistas Técnica, Gazeta de Matemática, Seara Nova, Vértice e Revista de Economia.
Em 1943 e até 1944 torna-se o 2.º presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática em conjunto com Aureliano de Mira Fernandes.
Em 1946 é preso pela PIDE e, em outubro desse mesmo ano, demitido do lugar de professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.
Faleceu em Lisboa, no dia 25 de junho de 1948, vítima de doença cardíaca.
A 3 de setembro de 1979 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 30 de junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, ambas a título póstumo.

Michael Jackson morreu há 4 anos

Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 - Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um famoso cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário, arranjador vocal e filantrópico norte-americano. Segundo a revista Rolling Stone ganhou em vida cerca de sete mil milhões de dólares, fazendo dele o artista mais rico de toda a história, e um ano após sua morte os seu herdeiros receberam cerca de mil milhões de dólares.
Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira a solo, em 1971, permanecendo como membro do grupo. Reconhecido nos anos seguintes como Rei do Pop (King Of Pop), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995). Lançou-se em carreira a solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos.
Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido e popular da história, Thriller. Jackson é frequentemente citado como "O maior ícone negro de todos os tempos", e com grande importância para a quebra de barreiras raciais, abrindo portas para a dominação da música negra na música popular, e pessoas como Oprah Winfrey e Barack Obama conseguirem o status que tem hoje em dia.
No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do videoclipe em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White", "Scream", "Earth Song", entre outros, mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com as suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot, o "The Lean" (inclinação de 45º), o famoso "Moonwalk". O seu estilo diferente e único de cantar e dançar, bem como a sonoridade de suas canções influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, pop, R&B e rock.
Jackson também foi um notável filantropo e humanitário, doando milhões de dólares durante toda a sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades, através de sua própria fundação. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao vitiligo geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar a sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso infantil, mas a investigação foi arquivada devido à falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil. Enquanto se preparava para uma nova turnê intitulada This Is It, Jackson morreu de intoxicação aguda do anestésico propofol, em 25 de junho de 2009, após sofrer uma parada cardíaca. O Tribunal de Justiça de Los Angeles considerou sua morte um homicídio, e o seu médico pessoal, Conrad Murray, foi condenado por homicídio involuntário. A sua morte teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de preocupação por parte dos fãs em muitas partes do mundo, estima-se que até dois mil milhões de pessoas tenham assistido ao funeral pela televisão, já que emissoras do mundo todo transmitiram o evento ao vivo. Em março de 2010, a Sony Music Entertainment assinou um contrato de 250 milhões de dólares com o espólio de Jackson para reter os direitos autorais de distribuição para suas gravações até 2017, e lançando cerca de sete álbuns póstumos na década seguinte a sua morte.
Um dos poucos artistas a entrar duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prémios incluem vários recordes certificados pelo Guinness World Records, incluindo "O maior artista de todos os tempos" e um para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - 15 Grammys e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente, Jackson recebeu centenas de prémios, que fizeram dele o artista mais premiado da história da música popular. Alguns empresários da Sony já registaram a incrível marca de mais de mil milhões, sendo o artista mais vendido de todos os tempos. A sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como popstar fez dele parte da história da cultura popular mundial. Nos últimos anos, foi citado como "a pessoa mais famosa e conhecida do mundo".

George Orwell nasceu há 110 anos

Eric Arthur Blair (Motihari, 25 de junho de 1903  – Londres, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. A sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. A sua crença no socialismo democrático foi abalada pelo socialismo real, que ele denunciou em Animal Farm (O Triunfo dos Porcos).
Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell dedicou-se a escrever resenhas, ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four - 1984 (1949) e pela novela satírica Animal Farm - O Triunfo dos Porcos (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato de sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura. Em 2008, o The Times classificou-o em segundo lugar em uma lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária - já fazem parte do vernáculo popular.