O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I de Portugal, e do filho mais velho, o príncipe real D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o rei D. Manuel II;
e também ficara de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria
Ana de Bragança, nascida num parto prematuro, e, em 1920, com a morte
do cunhado, o infante D. Afonso de Bragança, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos I.
Durante a I Guerra Mundial trabalhou na Cruz Vermelha, o que lhe valeu uma condecoração pelo rei Jorge V de Inglaterra. Em 1940, os soldados alemães ocuparam a sua casa. Salazar, pediu que o palácio fosse considerado território português e convidou-a a refugiar-se em Portugal. D. Amélia respondeu «Na minha desgraça, a França acolheu-me, não a abandonarei na desgraça dela».
Em 1938, deu uma entrevista a um jornalista do jornal "O Século", Leitão de Barros, onde falou sobre a sua vida em Portugal.
Em 1945, D.ª Amélia visitou Portugal a convite de Salazar, 35 anos depois de partir para o exílio. A bordo do Sud-Express,
recorda a viagem que fez há exatamente 59 anos quando veio para
Portugal para se casar com D. Carlos, enquanto passa a mão pelo colar de
661 pérolas que o mesmo lhe havia oferecido: «Venho em busca de reconciliação com um país que me tirou mais do que me deu». À chegada a Lisboa, tem a preocupação de descer com o pé direito: «Amélia, não cometas o mesmo erro, desce agora com o pé direito».
Descreve Salazar tal e qual como o imaginava: austero, rígido e nariz
adunco, com gestos pensados e palavras medidas. Visitou o Palácio da
Pena mas não foi capaz de regressar a Vila Viçosa nem à Igreja de S.
Domingos, onde se casou.
Em 1949 fez uma adenda ao seu testamento e deixou a totalidade dos bens que possuía em Portugal ao seu afilhado, D. Duarte Pio. Percebe que o seu fim está próximo mas tranquiliza-se, porque
sabe que a deixarão repousar junto dos filhos e do seu marido.
No dia 25 de outubro de 1951,
a rainha D. Amélia faleceu, na sua residência em Versalhes, aos oitenta e
seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 09.35 da manhã. Entre as suas últimas palavras encontrava-se a frase "Sofro tanto! Deus está comigo. Adeus. Levem-me para Portugal!". O corpo da rainha foi então trasladado, pela fragata "Bartolomeu Dias", para junto do marido e dos dois filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora da sua morte. O funeral teve
honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.
D. Carlos era um apreciador das tecnologias que começavam a surgir no princípio do século XX. Instalou luz elétrica no Palácio das Necessidades
e fez planos para a eletrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem
medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o
povo as encarou como extravagâncias desnecessárias. Foi ainda um amante
da fotografia e autor do espólio fotográfico da Família Real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como "Carlos Fernando". Esta escolha de tema refletia outra das suas paixões, a ornitologia. Recebeu prémios em vários certames internacionais e realizou ensaios notáveis na área de cerâmica.
Para além da ornitologia, era um apaixonado pela oceanografia, tendo adquirido um iate, o Amélia, especificamente para se dedicar a campanhas oceanográficas. Estabeleceu uma profunda amizade com Alberto I, Príncipe do Mónaco, igualmente um apaixonado pela oceanografia e as coisas do mar. Desta relação nasceu o Aquário Vasco da Gama, que pretendia em Portugal desempenhar papel semelhante ao Museu Oceanográfico do Mónaco.
Alguns trabalhos oceanográficos realizados por D. Carlos, ou por ele
patrocinados, foram pioneiros na oceanografia mundial. Honrando esta
faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera atualmente um navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I.
D. Carlos foi também um excelente agricultor, tendo tornado rentáveis as seculares propriedades da Casa de Bragança (património familiar destinado a morgadio dos herdeiros da Coroa), produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros produtos, tendo também organizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos prestigiados cavalos de Alter.
Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora
em Lisboa, ao lado do filho que, com ele, foi assassinado. As urnas, com
tampas transparentes, ficaram aí depositadas durante 25 anos. Só em 1933
é que uma comissão privada abriu uma subscrição nacional que levou à
inauguração de dois belos túmulos, concebidos pelo arquiteto Raúl Lino,
junto dos quais está uma figura feminina, representando "A Dor",
esculpida por Francisco Franco, conjunto esse que ainda hoje pode ser
visto.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o Rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro rei Manuel II;
e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta Maria Ana
de Bragança, nascida de parto prematuro, e, em 1920, com a morte do
cunhado, o infante Afonso, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos
I.
Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal.
Reconciliação familiar
Pouco antes da sua visita a Portugal, D. Amélia aceitara ser madrinha de batismo de Duarte Pio de Bragança, confirmando a reconciliação dos dois ramos da família Bragança.
Morte
No dia 25 de outubro de 1951,
a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e
seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia,
morrendo às 09.35 horas da manhã. O corpo da rainha foi então trasladado,
pela fragata Bartolomeu Dias, para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora de sua morte. O funeral teve
honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa, numa multidão nunca vista.
Títulos
1865-1886: Sua Alteza Real a princesa Amélia de Orleães
1886-1889: Sua Alteza Real a Princesa Real D. Amélia, Duquesa de Bragança
1889-1908: Sua Majestade a Rainha
1908-1910: Sua Majestade a rainha D. Amélia
1910-1951: Sua Majestade a rainha D. Amélia de Portugal
Filha de Augusto Jorge de Medin Suggia (Lisboa,
11 de março de 1851 - Porto, 29 de março de 1932) e de sua mulher Elisa
Augusta Xavier (Lisboa, 26 de novembro de 1850 - Porto, 29 de outubro de
1932).
O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e aluno no Conservatório de Música de Lisboa. Já casado recebeu o convite para dar aulas nas escolas da Santa Casa da Misericórdia
de Matosinhos. O casal foi viver para o Porto onde nasceram as duas
filhas: Virgínia e 3 anos mais tarde Guilhermina. Passados cerca de 2
anos tiveram que deixar a casa da Rua Ferreira Borges, que foi demolida e
foram morar para a Casa de Manhufe/Casa do Leão (ainda de pé), em
Matosinhos. O pai estuda muito e Guilhermina com 2 anos já pedia para o
ir ouvir e para ele tocar determinadas músicas. Neste ambiente familiar
Guilhermina aos 5 anos pede-lhe para a ensinar a tocar violoncelo. O
pai andava felicíssimo com as raras qualidades que ia descobrindo na
filha. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha sete
anos de idade, em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e a sua irmã Virgínia (3 anos mais
velha) ao piano, eram convidadas para atuar no seio cultural portuense.
Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da
Orquestra do Orpheon do Porto, tocando também com o quarteto de cordas
Bernardo Moreira de Sá. No verão de 1898 o já famoso violoncelista CatalãoPau Casals,
abrilhantava as noites no Casino de Espinho. Moreira de Sá recomenda a
Augusto Suggia que vá com a filha escutar Casals. Assim foi e, no final
da atuação vão conversar com o violoncelista. Augusto fala-lhe da
filha e Casals sugere que ela toque para a ouvir. Passa-lhe o seu
violoncelo. Ficou de tal modo agradavelmente surpreendido que se propõe
dar-lhe aulas durante esse verão, ali em Espinho. E uma vez por semana,
Augusto e Guilhermina vão de comboio até Espinho.
Em 27 de março de 1901 as duas irmãs atuaram no Palácio das Necessidades em Lisboa, para a Família Real. Com 15 anos apenas, Guilhermina respondeu a uma interpelação da rainha Dona Amélia sobre qual seria o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.
Uns meses depois o Governo do Reino concedeu-lhe uma bolsa para estudar no local da sua eleição, o que possibilitou a ida, acompanhada pelo pai, para o Leipzig, Alemanha, onde iria ter aulas particulares com Julius Klengel, violoncelista da famosa Gewandhaus Orquestra dirigida por Arthur Nikisch,
em novembro de 1901. A vida de pai e filha em Leipzig era extremamente
difícil pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de
Guilhermina mas não de seu pai nem das despesas acessórias que iam sendo
necessárias.
Família de poucos recursos, rapidamente a situação financeira se foi degradando, com a irmã mais velha, pianista
até então já conhecida, a sacrificar a sua carreira futura para
sustentar irmã e pais, dando aulas particulares de piano a um grupo de
alunos. Com 20 anos, Virgínia providenciava o sustento da família sendo a
única que trazia proventos e que financiava todo aquele investimento na
irmã. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de
Guilhermina foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica
no concerto comemorativo do aniversário da orquestra Gewandhaus em Novembro de 1902. Tinha apenas 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem havia atuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O êxito foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse o concerto na íntegra. Começava aqui o seu sucesso internacional.
Em março de 1903 regressa à sua terra natal conquistando o público portuense num concerto em que atuou acompanhada pela sua irmã Virgínia.
Em 1906
Suggia está em Paris e toca para Casals, que havia conhecido oito anos
antes em Espinho, e com quem se tinha reencontrado em Leipzig, durante
as visitas do catalão ao professor Julius Klengel. Nesse mesmo ano
começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, sendo famosos
os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O
romance com Pau Casals, músico famoso, encheu as páginas dos jornais. O compositorhúngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos".
Todavia em 1913
o casal separa-se de uma forma abrupta, possivelmente por motivos
passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte e Casals
casa-se com uma cantora norte-americana.
Guilhermina vai viver para Londres tornando-se este o centro da sua atividade musical.
As entradas em palco eram descritas como imponentes e a
interpretação como revelando um domínio absoluto do instrumento e a
compreensão total da obra tocada. As críticas da altura referem que os
aplausos são estrondosos, ressoando nas salas com assistências
enfeitiçadas. Suggia é, acima de tudo, aclamada.
Apesar de se manter ligada à capital inglesa, adquire, em 1924, uma casa
no Porto, na Rua da Alegria, 894, a fim de conciliar os pais, ao mesmo
tempo que declara como sua morada oficial essa casa. A 27 de agosto de
1927 casa com o médicoJosé Casimiro Carteado Mena
(10 de fevereiro de 1876 - 20 de março de 1949), de quem não teve
descendência e vão morar para o nº 665 da mesma Rua da Alegria. Nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal reforçando os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e pela mão de António Madeira em Viseu.
No final dos anos 40 promove com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, diretora do Conservatório de Música do Porto,
a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos
finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de
apresentação da Orquestra, a 21 de junho de 1948, no Teatro Rivoli.
Em 1949, Guilhermina, com sinais da doença fatal que a afetava, cria o Trio do Porto, constituído por ela, pelo violinista Henri Mouton e pelo violetista François Broos.
Em 31 de maio de 1950 toca pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense, para os sócios do Círculo de Cultura Musical de Aveiro, acompanhada ao piano por Maria Adelaide de Freitas Gonçalves.
Em Junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres. Na
altura é acarinhada pelos amigos e fica especialmente sensibilizada
pelo bilhete e flores que recebe do Rei de Inglaterra. Aceitando o seu destino, regressou ao Porto onde veio a falecer em casa na noite de 30 de julho de 1950, vitimada por cancro.
Guilhermina Suggia tinha vários violoncelos. Entre eles destacam-se os famosos Stradivarius (Cremona, 1717) e Montagnana (Cremona, 1700 - dúvidas no 3º algarismo mas supõe-se ser um zero). Por desejo testamentário foram ambos vendidos e com o fruto da sua venda foram instituídos prémios anuais aos melhores alunos de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres e do Conservatório de Música do Porto.
Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade.
Abriu
as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase
fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para
manejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas
maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado
do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o
instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas.(Note-se que
ainda em 1930
o violoncelo era tido como um instrumento indecoroso para as mulheres,
sendo então proibida a contratação de violoncelistas mulheres pela
própria orquestra da BBC).
Para Suggia, o violoncelo é o
mais extraordinário de todos os instrumentos, considerando-o ela o
único que tem a possibilidade de suster um baixo por um longo período e
a possibilidade de cantar uma melodia praticamente em qualquer
registo. Porém, para que se revele a substância musical do violoncelo, é
preciso que a técnica não seja estudada apenas como destreza, mas que
tenda sempre para a música. "A técnica é necessária como veículo de
expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente
para interpretar as ideias que animaram o compositor". Guilhermina
Suggia, "The Violoncello" in Music and Letters, nº 2, vol. I, Londres, abril de 1920, 106.
Em 1923 o pintorgalês
Augustus John haveria de deixar na tela para a posteridade um pouco da
fibra e da atitude interpretativa de Guilhermina Suggia durante as
suas atuações. Conforme o próprio relatou, durante as sessões no seu
atelier, Suggia tocava Bach. É divino o momento que capta o pintor.
Coloca-lhe, por isso, um fantástico vestido vermelho.
Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade.
Abriu
as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase
fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para
manejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas
maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado
do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o
instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas.(Note-se que
ainda em 1930
o violoncelo era tido como um instrumento indecoroso para as mulheres,
sendo então proibida a contratação de violoncelistas mulheres pela
própria orquestra da BBC).
Para Suggia, o violoncelo é o
mais extraordinário de todos os instrumentos, considerando-o ela o
único que tem a possibilidade de suster um baixo por um longo período e
a possibilidade de cantar uma melodia praticamente em qualquer
registo. Porém, para que se revele a substância musical do violoncelo, é
preciso que a técnica não seja estudada apenas como destreza, mas que
tenda sempre para a música. "A técnica é necessária como veículo de
expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente
para interpretar as ideias que animaram o compositor". Guilhermina
Suggia, "The Violoncello" in Music and Letters, nº 2, vol. I, Londres, abril de 1920, 106.
Em 1923 o pintorgalês
Augustus John haveria de deixar na tela para a posteridade um pouco da
fibra e da atitude interpretativa de Guilhermina Suggia durante as
suas atuações. Conforme o próprio relatou, durante as sessões no seu
atelier, Suggia tocava Bach. É divino o momento que capta o pintor.
Coloca-lhe, por isso, um fantástico vestido vermelho.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I de Portugal, e do filho mais velho, o príncipe real D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o rei D. Manuel II;
e também ficara de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria
Ana de Bragança, nascida num parto prematuro, e, em 1920, com a morte
do cunhado, o infante D. Afonso de Bragança, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos I.
Durante a Primeira Guerra Mundial trabalhou na Cruz vermelha, o que lhe valeu uma condecoração pelo rei Jorge V de Inglaterra. Em 1940, os soldados alemães ocuparam a sua casa. Salazar, pediu que o palácio fosse considerado território português e convidou-a a refugiar-se em Portugal. D. Amélia respondeu «Na minha desgraça, a França acolheu-me, não a abandonarei na desgraça dela».
Em 1938, deu uma entrevista a um jornalista do jornal "O Século", Leitão de Barros, onde falou sobre a sua vida em Portugal.
Em 1945, D. Amélia visitou Portugal a convite de Salazar, 35 anos depois de partir para o exílio. A bordo do Sud-Express,
recorda a viagem que fez há exactamente 59 anos quando veio para
Portugal para se casar com D. Carlos, enquanto passa a mão pelo colar de
661 pérolas que o mesmo lhe havia oferecido: «Venho em busca de reconciliação com um país que me tirou mais do que me deu». À chegada a Lisboa, tem a preocupação de descer com o pé direito: «Amélia, não cometas o mesmo erro, desce agora com o pé direito».
Descreve Salazar tal e qual como o imaginava: austero, rígido e nariz
adunco, com gestos pensados e palavras medidas. Visitou o Palácio da
Pena mas não foi capaz de regressar a Vila Viçosa nem à Igreja de S.
Domingos, onde se casou.
Em 1949 fez uma adenda ao seu testamento e deixou a totalidade dos bens que possuía em Portugal ao seu afilhado, Duarte Pio. Percebe que o seu fim está próximo mas tranquiliza-se porque
sabe que a deixarão repousar junto dos filhos e do seu marido.
No dia 25 de outubro de 1951,
a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e
seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 09.35 da manhã. Entre as suas últimas palavras encontrava-se a frase "Sofro tanto! Deus está comigo. Adeus. Levem-me para Portugal!". O corpo da rainha foi então trasladado pela fragata "Bartolomeu Dias" para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora da sua morte. O funeral teve
honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o Rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro rei Manuel II;
e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta Maria Ana
de Bragança, nascida de parto prematuro, e, em 1920, com a morte do
cunhado, o infante Afonso, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos
I.
Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal.
Reconciliação familiar
Pouco antes da sua visita a Portugal, D. Amélia aceitara ser madrinha de batismo de Duarte Pio de Bragança, confirmando a reconciliação dos dois ramos da família Bragança.
Morte
No dia 25 de outubro de 1951,
a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e
seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia,
morrendo às 09.35 horas da manhã. O corpo da rainha foi então trasladado,
pela fragata Bartolomeu Dias, para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora de sua morte. O funeral teve
honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa, numa multidão nunca vista.
Títulos
1865-1886: Sua Alteza Real a princesa Amélia de Orleães
1886-1889: Sua Alteza Real a Princesa Real D. Amélia, Duquesa de Bragança
1889-1908: Sua Majestade a Rainha
1908-1910: Sua Majestade a rainha D. Amélia
1910-1951: Sua Majestade a rainha D. Amélia de Portugal
D. Carlos era um apreciador das tecnologias que começavam a surgir no princípio do século XX. Instalou luz elétrica no Palácio das Necessidades
e fez planos para a eletrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem
medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o
povo as encarou como extravagâncias desnecessárias. Foi ainda um amante
da fotografia e autor do espólio fotográfico da Família Real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como "Carlos Fernando". Esta escolha de tema refletia outra das suas paixões, a ornitologia. Recebeu prémios em vários certames internacionais e realizou ensaios notáveis na área de cerâmica.
Para além da ornitologia, era um apaixonado pela oceanografia, tendo adquirido um iate, o Amélia, especificamente para se dedicar a campanhas oceanográficas. Estabeleceu uma profunda amizade com Alberto I, Príncipe do Mónaco, igualmente um apaixonado pela oceanografia e as coisas do mar. Desta relação nasceu o Aquário Vasco da Gama, que pretendia em Portugal desempenhar papel semelhante ao Museu Oceanográfico do Mónaco.
Alguns trabalhos oceanográficos realizados por D. Carlos, ou por ele
patrocinados, foram pioneiros na oceanografia mundial. Honrando esta
faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera atualmente um navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I.
D. Carlos foi também um excelente agricultor, tendo tornado rentáveis as seculares propriedades da Casa de Bragança (património familiar destinado a morgadio dos herdeiros da Coroa), produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros produtos, tendo também organizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos prestigiados cavalos de Alter.
Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora
em Lisboa, ao lado do filho que, com ele, foi assassinado. As urnas, com
tampas transparentes, ficaram aí depositadas durante 25 anos. Só em 1933
é que uma comissão privada abriu uma subscrição nacional que levou à
inauguração de dois belos túmulos, concebidos pelo arquiteto Raúl Lino,
junto dos quais está uma figura feminina, representando "A Dor",
esculpida por Francisco Franco, conjunto esse que ainda hoje pode ser
visto.
Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade.
Abriu
as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase
fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para
manejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas
maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado
do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o
instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas.(Note-se que
ainda em 1930
o violoncelo era tido como um instrumento indecoroso para as mulheres,
sendo então proibida a contratação de violoncelistas mulheres pela
própria orquestra da BBC).
Para Suggia, o violoncelo é o
mais extraordinário de todos os instrumentos, considerando-o ela o
único que tem a possibilidade de suster um baixo por um longo período e
a possibilidade de cantar uma melodia praticamente em qualquer
registo. Porém, para que se revele a substância musical do violoncelo, é
preciso que a técnica não seja estudada apenas como destreza, mas que
tenda sempre para a música. "A técnica é necessária como veículo de
expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente
para interpretar as ideias que animaram o compositor". Guilhermina
Suggia, "The Violoncello" in Music and Letters, nº 2, vol. I, Londres, abril de 1920, 106.
Em 1923 o pintorgalês
Augustus John haveria de deixar na tela para a posteridade um pouco da
fibra e da atitude interpretativa de Guilhermina Suggia durante as
suas atuações. Conforme o próprio relatou, durante as sessões no seu
atelier, Suggia tocava Bach. É divino o momento que capta o pintor.
Coloca-lhe, por isso, um fantástico vestido vermelho.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I de Portugal, e do filho mais velho, o príncipe real D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o rei D. Manuel II;
e também ficara de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria
Ana de Bragança, nascida em um parto prematuro, e, em 1920, com a morte
do cunhado, o infante D. Afonso de Bragança, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos I.
Durante a Primeira Guerra Mundial trabalhou na Cruz vermelha, o que lhe valeu uma condecoração pelo rei Jorge V de Inglaterra. Em 1940, os soldados alemães ocuparam a sua casa. Salazar, pediu que o palácio fosse considerado território português e convidou-a a refugiar-se em Portugal. D. Amélia respondeu «Na minha desgraça, a França acolheu-me, não a abandonarei na desgraça dela».
Em 1938, deu uma entrevista a um jornalista do jornal "O Século", Leitão de Barros, onde falou sobre a sua vida em Portugal.
Em 1945, D. Amélia visitou Portugal a convite de Salazar, 35 anos depois de partir para o exílio. A bordo do Sud-Express,
recorda a viagem que fez há exactamente 59 anos quando veio para
Portugal para se casar com D. Carlos, enquanto passa a mão pelo colar de
661 pérolas que o mesmo lhe havia oferecido: «Venho em busca de reconciliação com um país que me tirou mais do que me deu». À chegada a Lisboa, tem a preocupação de descer com o pé direito: «Amélia, não cometas o mesmo erro, desce agora com o pé direito».
Descreve Salazar tal e qual como o imaginava: austero, rígido e nariz
adunco, com gestos pensados e palavras medidas. Visitou o Palácio da
Pena mas não foi capaz de regressar a Vila Viçosa nem à Igreja de S.
Domingos, onde se casou.
Em 1949 fez uma adenda ao seu testamento e deixou a totalidade dos bens que possuía em Portugal ao seu afilhado, Duarte Pio. Percebe que o seu fim está próximo mas tranquiliza-se porque
sabe que a deixarão repousar junto dos filhos e do seu marido.
No dia 25 de outubro de 1951,
a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e
seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 09.35 da manhã. Entre as suas últimas palavras encontrava-se a frase "Sofro tanto! Deus está comigo. Adeus. Levem-me para Portugal!". O corpo da rainha foi então trasladado pela fragata "Bartolomeu Dias" para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora da sua morte. O funeral teve
honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.