segunda-feira, março 19, 2012

Herman José - 58 anos

Herman José von Krippahl (Lisboa, 19 de março de 1954) é um humorista e entertainer em Portugal, de nacionalidade alemã.

Nasceu e cresceu em Lisboa, filho de pai alemão e de mãe portuguesa. Com quatro anos de idade protagonizava os filmes do pai, cineasta amador. Aos cinco anos entrou para o Kindergarten, na Deutsche Schule Lissabon (Escola Alemã de Lisboa). Teve um comportamento e resultados pouco lineares, à medida que foi tendo primeiros contactos com o teatro e a música. Estudava ainda quando comprou a sua primeira viola-baixo e através da música conheceu a vida artística.

Por volta dos dezoito anos de idade tem as primeiras aparições na televisão, numa altura em que participava no In-Clave, banda residente do programa de televisão No Tempo Em Que Você Nasceu, dirigida pelo maestro Pedro Osório. Na mesma altura a PIDE faz-lhe um ultimato - ou se naturaliza português e cumpre o serviço militar, ou terá que ir para a Alemanha, como alemão. Herman José opta pela nacionalidade alemã e prepara-se para ingressar num curso superior, em Munique.
Com o 25 de abril de 1974, acaba por permanecer em Portugal e, em Outubro desse ano, estreia-se como actor no Teatro ABC, com a peça Uma no Cravo, Outra na Ditadura. Com o empresário Sérgio de Azevedo, a peça era escrita por José Carlos Ary dos Santos, César de Oliveira e Rogério Bracinha, e integrava no seu elenco actores como Ivone Silva, José de Castro e João Lagarto. Descoberto por Nicolau Breyner, é levado por este a estrear-se como actor na televisão, em 1975. As suas participações na rábula Sr. Feliz e Sr. Contente levam os críticos a dizer, pouco depois, que Herman «metera o veterano ao bolso».
Não abandona a música e em 1977 lança Saca o Saca-Rolhas, cujas vendas alcançam o Disco de Ouro. Durante cinco anos percorre o país em espectáculos de província onde debita anedotas, canta, inventa personagens e improvisa. Em 1980 A Canção do Beijinho é novamente galardão de Ouro. Nesse mesmo ano a criação do personagem Tony Silva («O "creador" de toda música Ró'», latino-romântico de brilhantina e lantejoulas, que retratava a sociedade nas suas canções) conquista o grande público em O Passeio dos Alegres, emitido nas tardes de Domingo da RTP, com Júlio Isidro.

Em 1983, o programa O Tal Canal, permite a unanimização à volta do seu humor, num dos seus mais profícuos trabalhos. No mesmo ano leva ao Festival da Canção o tema A Cor do Teu Baton. A sua equipa regressa em Hermanias (1984), consolidando algumas das suas personagens mais marcantes, como o cronista de futebol José Estebes ou a rústica Maximiana. Eis entretanto que o seu programa seguinte, Humor de Perdição (1987), se torna polémico, após a suspensão daquela sitcom, por parte do Conselho de Administração da RTP, precisamente quando estava para ser transmitida a entrevista histórica (uma rubrica do programa) à Rainha Santa Isabel. Nesse mesmo estreia-se no cinema em O Querido Lilás, de Artur Semedo.
Paralelamente à televisão, Herman desenvolveu na década de 1980 uma intensa actividade de humorista radiofónico, primeiro na Rádio Comercial, depois na TSF e, por fim, como autor da Hermandifusão Portuguesa na Antena1, em duas edições diárias num simultâneo com a RDP Internacional, RDP África, Madeira e Açores.

Só regressa à televisão em 1990, com Casino Royal, uma mistura de noite de teatro com programa de variedades. Ainda no início da década de 1990 entrega-se à apresentação de concursos como Com a Verdade M' Enganas e Roda da Sorte , para, logo de seguida, apresentar Parabéns (1993), onde inaugura um espaço talk-show, por onde passam figuras díspares como Mário Soares, Amália Rodrigues, Roger Moore e Cher.
Em 1996 deixa o Parabéns, após a censura da rubrica Última Ceia, que juntou cem mil assinaturas num abaixo-assinado a reclamar da proibição daquela rábula. Regressa com Herman Enciclopédia (1997), com duas séries de sucesso de um humor culto e vernacular. Sobressaem novas personagens, como Diácono Remédios ou Melga e Mike (este último interpretado por José Pedro Gomes), satirizando a publicidade das televendas. Para 1998, altura em que Lisboa recebeu a Exposição Mundial (já caricaturada nas rábulas da Expo '97, no Porto), lança Herman98 e depois Herman99.

Em 2000, Herman José chega à SIC, apresentando aos domingos o talk-show HermanSIC, mantendo, contudo uma equipa de actores, constituída por Maria Rueff, Joaquim Monchique, Ana Bola, Maria Vieira, Manuel Marques, Vítor de Sousa e, durante algum tempo, Nuno Lopes. 2002 apresenta o reality show Masterplan - O Grande Mestre juntamente com Marisa Cruz e em 2005 volta aos reality shows com Senhora Dona Lady que apresentou com Sílvia Alberto, o programa foi um fracasso e só durou duas semanas. Em 2007 estreia Hora H, à semelhança de outros programas do actor está dividido em sketchs humorísticos. Apesar do fracasso, foi nomeado como Melhor Programa de Humor, no único festival da especialidade, o Festival de Humor de Monte Carlo. No dia 13 de janeiro de 2007, no programa Os Grandes Portugueses, Herman José ficou em 70º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de sempre. No dia 1 de abril de 2007 é-lhe atribuído o seu décimo segundo Globo de Ouro, desta vez sob a ordem de Mérito e Excelência. Outros dos prémios que recebeu foi o Prémio Personalidade Masculina Portuguesa do canal Biography Channel em 2008. Em maio de 2008 o apresentador lançou a versão portuguesa de Chamar a Música, um concurso que teve no ar durante a época de verão de 2008, alcançando óptimos resultados de audiências. Em setembro de 2008 volta a apresentar o concurso Roda da Sorte na SIC.

Herman muda-se para a TVI, onde apresenta Nasci P'ra Cantar entre julho de 2009 e setembro de 2009, altura em que o seu contrato com a TVI termina. Também em julho de 2009 lançou o álbum Adeus, vou ali já venho, com músicas inéditas. Em abril de 2010 regressa à casa de onde partiu 10 anos antes, a estação pública da RTP. Conduzindo agora um talk-show, onde junta a conversa com personalidades portuguesas, com apontamentos humorísticos em formato late night show primeiro com Herman 2010 depois Herman 2011 e actualmente com Herman 2012.
Herman José mantém-se como um dos proprietários do Teatro Tivoli, situado na Avenida da Liberdade (Lisboa), desde 2005.



A ópera O Guarani foi estreada no Teatro alla Scala de Milão há 142 anos

Il Guarany (em português, O Guarani) é uma das óperas do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. É uma ópera em quatro atos, em italiano como o libreto de Antônio Scalvini baseado no romance de José de Alencar, O Guarani e estreou no Teatro Scala de Milão, na Itália, em 19 de março de 1870, fazendo um grandioso sucesso. A ópera Il Guarany tem como maior destaque a sua abertura. Esta é até hoje muito interpretada, além de muito conhecida por ser o tema do programa de rádio A Voz do Brasil.


O Apóstolo do Brasil e fundador da megacidade de S. Paulo nasceu há 478 anos

Beato José de Anchieta (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 - Iriritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol, um dos fundadores de São Paulo e declarado beato pelo papa João Paulo II. É cognominado de Apóstolo do Brasil.
É homenageado dando seu nome à Rodovia Anchieta construída pelo então governador Adhemar Pereira de Barros por onde passava o Caminho do Padre José de Anchieta.

Nascido na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, em 19 de março de 1534, era filho de Juán López de Anchieta, um revolucionário que tomou parte na revolta dos Comuneros contra o Imperador Carlos V na Espanha e um grande devoto da Virgem Maria. Juán era aparentado dos Loyola, daí o parentesco de Anchieta com o fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola.
Sua mãe chamava-se Mência Dias de Clavijo e Larena, natural das Ilhas Canárias, filha de judeus cristãos-novos. O avô materno, Sebastião de Larena, era um judeu convertido do Reino de Castela.
Dos doze irmãos, além dele abraçaram o sacerdócio Pedro Núñez e Melchior.

Anchieta viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, em Portugal, onde foi estudar Filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. A ascendência judaica foi determinante para que o enviassem para estudar em Portugal, uma vez que na Espanha, à época, a Inquisição era mais rigorosa. Ingressou na Companhia de Jesus em 1551 como irmão.

Sendo o padre Manuel da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil, solicitado mais braços para a atividade de evangelização do Brasil (mesmo os fracos de engenho e os doentes do corpo), o Provincial da Ordem, Simão Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta.
Anchieta, que padecia de "espinhela caída", chegou ao Brasil em 13 de junho de 1553, com menos de 20 anos de idade, com outros padres como o basco João de Azpilcueta Navarro. Noviço, veio na armada de Duarte Góis e só mais tarde conheceria Manuel da Nóbrega, de quem se tornaria particular amigo. Nóbrega lhe deu a incumbência de continuar a construção do Colégio e foi a partir deste que Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi e compondo a primeira gramática desta que, na América Portuguesa, seria chamada de "língua geral".
No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, do qual foi regente, embrião da cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de janeiro de 1554. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o batismo.
Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia 25 de janeiro por causa de uma carta de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus, na qual diz:
Cquote1.svg A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa! Cquote2.svg
O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas, como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos.
Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, na quaresma que antecedeu a sua ida à aldeia de Iperoig, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba (Armistício de Iperoig).
Nesse período, em 1563, intermediou as negociações entre os portugueses e os indígenas reunidos na Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos Tamoios em Iperoig, enquanto o padre Manuel da Nóbrega retornou a São Vicente juntamente com Cunhambebe (filho) para ultimar as negociações de paz entre os indígenas e os portugueses.
Durante este tempo em que passou entre os gentios compôs o "Poema à Virgem". Segundo uma tradição, teria escrito nas areias da praia e memorizado o poema, e apenas mais tarde, em São Vicente, o teria trasladado para o papel. Ainda segundo a tradição, foi também durante o cativeiro que Anchieta teria em tese "levitado" entre os indígenas, os quais, imbuídos de grande pavor, pensavam tratar-se de um feiticeiro.
Lutou contra os franceses estabelecidos na França Antártica na baía da Guanabara; foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos (1567).
Em 1566 foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá do andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade.

Dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1570 a 1573. Em 1569, fundou a povoação de Iritiba ou Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo.
Em 1577 foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1587 a seu próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de dirigir o Colégio do Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo. Em 1595 obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se definitivamente para Reritiba onde veio a falecer, sendo sepultado em Vitória.

El-Rei D. João IV nasceu há 408 anos

D. João IV de Portugal e II de Bragança (Vila Viçosa, 19 de março de 1604 - 6 de novembro de 1656) foi o vigésimo primeiro Rei de Portugal, e o primeiro da quarta dinastia, fundador da dinastia de Bragança.

Era filho de Teodósio II, sétimo duque de Bragança e da duquesa D. Ana de Velasco y Girón, nobre da corte espanhola e filha de Juan Fernández de Velasco, 4.º Duque de Frias, com a duquesa Maria de Téllez-Girón. João IV de Portugal herdou o senhorio da casa ducal em 1630 como D. João II e foi o 8º duque de Bragança, 5º duque de Guimarães e 3.º duque de Barcelos. Foi ainda 7.º marquês de Vila Viçosa e conde de Barcelos, Guimarães, Arraiolos, Ourém e Neiva, e também 14º Condestável de Portugal.
Por via paterna era trineto do rei Manuel I de Portugal, através da duquesa D. Catarina, infanta de Portugal, sua avó paterna. Ficou para a história como O Restaurador (por haver sido restaurada a independência nacional, pois antes Portugal estava sendo dominada por uma Casa Real estrangeira, a Casa de Habsburgo, tendo acontecido isto por casamentos entre a realeza portuguesa e a do Reino de Espanha) ou O Afortunado (por aparentemente, uma vez "caída a coroa na sua cabeça", não ter querido reinar, e só se ter decidido após a intervenção da esposa).
Em «História de Portugal», volume V, Joaquim Veríssimo Serrão afirma - «de seu aio D. Diogo de Melo recebeu aprimorada educação e o gosto pela montaria; e do doutor Jerónimo Soares uma boa preparação nas letras clássicas e em teologia. Também se deu a estudos de música, ouvindo as lições do inglês Robert Tornar, que o duque D. Teodósio contratara para mestre da capela de Vila Viçosa.»
A Casa de Bragança tinha grande prestígio no reino e o oitavo duque tinha a vantagem de beneficiar da crescente degradação do governo filipino e de um ambiente mais propício à revolta, haja vista os excessos da tributação lançada por Olivares. O duque ajudou a construir sua própria imagem de homem não comprometido e permitiu que o erguessem como reserva única da Nação sedenta de autonomia política, segundo Veríssimo Serrão em sua «História de Portugal», vol. V, página 13.
Quando em Agosto de 1633 visitou o marquês de Ferreira em Évora, com seu irmão D. Alexandre, «a cidade acolheu-o com as marcas próprias de um soberano, na desejada antevisão de sua realeza». Para Veríssimo Serrão, «pode aceitar-se que o projecto de uma revolta tenha depois ocorrido no Paço de Vila Viçosa, no convívio do duque com dois precursores da ideia: o secretário João Pinto Ribeiro e Pedro de Mendonça Furtado, alcaide de Mourão.» A versão de que não queria tomar a chefia do movimento por receio ou hesitação nasceu porque seu desejo, «por não sentir a madureza do fruto», estava em aquietar o povo, por entender que motins trariam a inevitável reação da coroa espanhola. Teria também havido uma sondagem junto de seu irmão D. Duarte, que combatia no exército imperial e chegou a Lisboa em 12 de agosto de 1638, para «concertar os negócios da sua fazenda», em viagem de carácter particular. Mas sabe-se que o duque não quis arriscar o futuro e se limitou a promessas de auxílio no caso de o movimento triunfar. Diz Veríssimo Serrão que «a aparente indecisão do duque encobria, desde a primeira hora, uma vontade firme de triunfo, servindo plenamente o desejo dos conjurados. Não era D. João o chefe de uma revolta, mas a figura a quem cabia exercer a realeza, tendo de estar acima da organização militar que lhe abria as portas do trono.»

Em 1640, quando a burguesia e a aristocracia portuguesas, descontentes com o domínio castelhano sobre Portugal que se propunha efectivar o valido Olivares, terminando com a Monarquia Dual, quiseram restaurar a dinastia portuguesa, foi ele o escolhido para encabeçar a causa. Dom João aceitou a responsabilidade com relutância, diz a lenda que incentivado sobretudo pela sua mulher Dona Luísa de Gusmão. Este facto ter-se-á devido à prudência que se impunha na escolha da conjuntura favorável, e do tempo preparatório necessário para o efeito, visto Portugal nessa época estar quase desarmado, e Castela ser ainda ao tempo a maior potência militar na Europa. Dona Luísa de Gusmão, sendo irmã do Duque de Medina Sidónia que sonhou revoltar-se com a Andaluzia de que chegou a sonhar ser rei, estaria talvez influenciada por ele.
A nomeação do Duque para governador-geral das armas de Portugal veio a ser o motor da revolta, propiciando-a. Nos fins de Junho de 1639 esteve em Almada, sendo visitado por muitos nobres, desesperados alguns com as violências do governo filipino. Entre eles, Pedro de Mendonça Furtado, acima referido, Jorge de Melo (irmão do Monteiro-mor), D. Antão de Almada e o velho D. Miguel de Almeida (da casa de Abrantes). O plano da conjura teria sido então apresentado ao Duque: eles, e seus parentes e amigos, aclamavam-no em Lisboa, apoderando-se do Paço, matando o detestado Miguel de Vasconcelos. Mas o Duque recusou, pela consciência de que «não havia ainda ocasião» e aconselhou prudência aos mais exaltados. No dia 1º de Julho, o Duque foi a Lisboa saudar a princesa Margarida e teve calorosa recepção da parte da nobreza, dos membros do clero e do povo.
Eram factores vivos de revolta a forçada presença de muitos nobres portugueses em Madrid, e a novidade de um recrutamento de tropas lusitanas para irem ajudar a reprimir a independência recentemente declarada da Catalunha. Em Agosto de 1640, Filipe III de Portugal pretendeu convocar Cortes nos seus outros reinos de Aragão e de Valência, para aquietar o espírito dos catalães, ordenando que o acompanhassem nessa jornada também fidalgos portugueses, sobretudo aqueles que eram comendadores das ordens militares. «Todos compreenderam que partindo para a Espanha iriam acelerar o processo de absorção política que o conde-duque de Olivares pretendia», segundo Veríssimo Serrão, e «na recusa de muitos em cumprir o mandado régio terá de ver-se o detonador do movimento que veio a estalar em 1º de Dezembro seguinte.»
Houve então uma reunião em 12 de outubro em casa de D. Antão de Almada. Mendonça Furtado foi a Évora, sondar o Francisco de Melo, marquês de Ferreira, também ele um Bragança, e outros nobres, e depois a Vila Viçosa, onde não escondeu ao Duque a urgência dos conjurados em lançarem o movimento. Para a aceitação de Dom João teriam contribuído António Pais Viegas e a duquesa D. Luísa que, segundo a tradição romântica tardia, «de maneira varonil, quebrara os receios do marido ao afirmar que antes queria morrer reinando do que acabar servindo.»
A 1 de dezembro deu-se o golpe palaciano e, em 15 de dezembro foi aclamado Rei de Portugal.

O poeta brasileiro João da Cruz e Sousa morreu há 114 anos

Alcunhado Dante Negro e Cisne Negro. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.

Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.

Faleceu a 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.
Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15.

Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.
No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo (e dentro desse, ideias budistas e espíritas) ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor.
Embora quase metade da população brasileira seja não-branca, poucos foram os escritores negros, mulatos ou indígenas. Cruz e Sousa, por exemplo, é acusado de ter-se omitido quanto a questões referentes à condição negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações de indiferença pela causa abolicionista. A acusação, porém, não procede, pois, apesar de a poesia social não fazer parte do projeto poético do Simbolismo nem de seu projeto particular, o autor, em alguns poemas, retratou metaforicamente a condição do escravo. Cruz e Sousa militou, sim, contra a escravidão. Tanto da forma mais corriqueira, fundando jornais e proferindo palestras por exemplo, participando, curiosamente, da campanha antiesclavagista promovida pela sociedade carnavalesca Diabo a quatro, quanto nos seus textos abolicionistas, demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.
Quando Cruz e Sousa diz "brancura", é preciso recorrer aos mais altos significados desta palavra, muito além da cor em si.


LÉSBIA


Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.

Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...

Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.

Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...

in
Broquéis (1893) - Cruz e Sousa

Mercalli morreu há 94 anos

(imagem daqui)

Giuseppe Mercalli (Milão, 21 de Maio de 1850 - Nápoles, 19 de Março de 1914) foi um sacerdote, vulcanólogo e sismólogo italiano.
Foi professor de mineralogia na Universidade de Catânia e de vulcanologia na Universidade de Nápoles. Em 1911 sucedeu a Raffaele Vittorio Matteucci no cargo de director do Observatório do Vesúvio. Os seus estudos na área da sismologia e da vulcanologia granjearam-lhe reputação internacional. Notabilizou-se pelo desenvolvimento da Escala de Mercalli para avaliação da intensidade dos sismos, uma das escalas sísmicas com maior aceitação durante quase todo o século XX, e pela publicação de um sistema de classificação das erupções vulcânicas.

Nascido em Milão no seio de uma família de meios modestos, Giuseppe Mercalli ingressou no Seminário de Milão imediatamente após os estudos elementares e ali fez os seus estudos secundários e preparatórios. Foi ordenado, em 1871, sacerdote católico.
Entre 1871 e 1874 foi aluno da Escola Normal anexa ao Instituto Técnico Superior de Milão, frequentando o curso destinado à formação de professores de Ciências Naturais. Nesse curso estudou geologia com Antonio Stoppani, obtendo a laurea em Ciências Naturais no ano de 1874. Pouco depois foi nomeado professor de Ciências Naturais no Seminário de Monza e no Liceo católico de Domodossola, mas em 1888 foi obrigado a abandonar o ensino em estabelecimentos católicos depois de ter apoiado a construção de um monumento nacional em homenagem ao sacerdote e filósofo Antonio Rosmini-Serbati, o que fez dele suspeito de aderente ao ideário do liberalismo. Dedicou-se ao estudos geológicos, iniciando-se com o estudo dos glaciares alpinos da Lombardia, publicando várias notícias sobre as suas características e os depósitos associados.
Depois de ter feitos exames pedagógicos em Monza, obtendo habilitação para o ensino liceal, foi nomeado em concurso feito pelo governo italiano para um lugar em Reggio di Calabria como professor liceal. Primeiro no concurso, a escolha de Reggio di Calabria deveu-se ao desejo de Mercalli de estar presente na região da Calábria, ao tempo atingida por uma crise sísmica e onde se esperava um terramoto. Manteve activa investigação no campo da geologia, dedicando-se progressivamente à sismologia e à vulcanologia.
Concorreu a professor de mineralogia e geologia da Universidade de Catânia, mas ficou em terceiro lugar, concorrendo então para um lugar de professor liceal em Nápoles, o que conseguiu em 1892. No período de 1892 a 1911 foi professor no Reggio Liceo Vittorio Emanuele de Nápoles, onde contou entre os seus alunos Giuseppe Moscati. Entre os colegas e colaboradores estava Achille Ratti, que posteriormente seria o papa Pio XI, que fora seu aluno no Seminário de Milão e com quem manteve uma sólida amizade. A partir do ano seguinte (1893) passou a acumular com aulas de vulcanologia na Universidade de Nápoles.
Em 1911 foi escolhido para o lugar de director do Observatório Vesuviano, cargo em que sucedeu a Raffaele Vittorio Matteucci e que manteve até falecer. Passa então a dedicar-se em exclusivo ao estudo da vulcanologia e projecta uma reforma do Observatório, com base num programa de investigação que previa o estudo do vulcão e das suas erupções, o registo da actividade sísmica e pré-sísmica (percursores), para além das observações e das análise dos resultados do trabalho de campo que deveria ser feito no vulcão e suas proximidades.
Giuseppe Mercalli notabilizou-se pelo desenvolvimento, em 1902 da escala de Mercalli, uma escala destinada à avaliação da intensidade sísmica, que com algumas modificações ainda se mantém em uso, mais de um século após a sua publicação. Aquela escala, apesar de não medir a magnitude dos sismos, mas apenas os seus efeitos sobre as pessoas e os edifícios, sendo por isso pouco adequado para uso em áreas pouco povoadas. A escala mostrou-se ideal para comparar os danos produzidos pelos terramotos e para fins de engenharia sísmica e de protecção civil.
Mercalli faleceu em 1914, vítima de um incêndio que deflagrou na sua casa na Via Sapienza (Nápoles), alegadamente por ter entornado uma lâmpada de parafina que utilizava para trabalhar durante a noite. Pensa-se que teria estado a trabalhar durante a noite, algo que fazia rotineiramente, contando-se que uma vez foi encontrado a trabalhar às 11 horas da manhã e sendo informada da hora terá exclamado: Seguramente que ainda não é dia!. O seu cadáver foi encontrado carbonizado, próximo da sua cama, agarrando um cobertor que utilizara para tentar apagar o fogo. Apesar disso parecer indicar um acidente, as autoridades policiais informaram, alguns dias mais tarde, que Mercalli fora provavelmente assassinado por estrangulamento e o seu cadáver regado com petróleo e queimado para esconder o crime. Teria desaparecido da casa uma importante quantia em dinheiro.
Giuseppe Mercalli observou a erupção vulcânica das ilhas Eólias (ou Líparas), dos vulcões Stromboli e Vulcano, publicando descrições que continuam a ser importante material de estudo para os vulcanólogos. Para além da investigação no campo de vulcanologia, também estudou os glaciares da Lombardia.
Foi autor de mais de uma centena de publicações científicas (pelo menos 115), com destaque para a obra I vulcani attivi della Terra (Os vulcões activos da Terra), publicada em 1889, considerada um clássico da vulcanologia que se mantém actual. Em 1903 publicou uma escala destinada à categorização das erupções vulcânicas. Realizou a primeira carta sísmica do território italiano. Estudou o comportamento dos animais antes e durante os sismos, detectando reacções de nervosismo e de tremor que apelidou de síndrome cinestéstica inexplicável, depois conhecido como Síndrome de Mercalli. Também publicou informação pioneira sobre os bradissismos.
Foi membro de importantes sociedades científicas e foi cavaleiro da Ordine della Corona d'Italia por mérito científico. No Cemitério Monumental de Milão, onde está sepultado, foi-lhe erigido um busto em bronze da autoria de Michele Vedani. Em Nápoles existe em sua homenagem o Liceo Scientifico Statale "Giuseppe Mercalli".

O geofísico Wiechert morreu há 84 anos

Johann Emil Wiechert (Sovetsk, 26 de dezembro de 1861 - Göttingen, 19 de março de 1928) foi um físico e sismologista alemão.

Formado em física pela Universidade de Königsberg, onde se doutorou em 1889.
Suas publicações durante a permanência em Königsberg foram voltadas principalmente para a estrutura física dos materiais, investigações experimentais sobre raios catódicos e sobre a natureza da eletricidade. Descobriu o eletrão aproximadamente ao mesmo tempo que Joseph John Thomson (no entanto foi este que recebeu o Nobel de Física de 1906, pela descoberta do eletrão). Em uma palestra em abril de 1896 perante a Königsberger Physikalisch-Ökonomische Gesellschaft referiu-se à existência de uma partícula, cuja massa deveria ser muito menor que a massa do átomo de hidrogénio. Em 7 de janeiro de 1897 relatou perante a mesma sociedade ter provado experimentalmente ser a massa de tal partícula 2 mil a 4 mil vezes menor que a do átomo de hidrogénio. Em setembro de 1897 apontou um valor mais exato: a massa da partícula é aproximadamente 1/(1500 ± 500) da massa do átomo de hidrogénio (seu valor atual é 1/1838). A palestra de Thomson perante a Royal Society ocorreu em 30 de abril de 1897.
Após habilitar-se foi assistente de Paul Volkmann na Universidade de Königsberg, onde permaneceu até 1897, quando iniciou a trabalhar na Universidade de Göttingen. Foi inicialmente assistente de Woldemar Voigt, e em 1898 foi denominado professor de geofísica e diretor do Laboratório de Geofísica da Universidade de Göttingen. Em 1902 construiu um sismógrafo, atualmente o mais antigo ainda em operação.
Por sugestão de Wiechert foi fundada em 1922 a atual Sociedade Geofísica Alemã, da qual foi o primeiro presidente. A sociedade concede a Medalha Emil Wiechert.
Emil Wiechert é considerado o mais significativo sismólogo alemão. No lado oculto da lua uma cratera foi batizada com seu nome. O seu nome está também associado ao limite entre o manto e o núcleo, a Descontinuidade de Wiechert-Gutenberg.

Arthur C. Clarke morreu há 4 anos

Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke (Minehead, 16 de dezembro de 1917 - Colombo, 19 de março de 2008) foi um escritor e inventor britânico, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001: Odisseia no Espaço e o premiado Encontro com Rama.

Desde pequeno mostrou sua fascinação pela astronomia, a ponto de, utilizando um telescópio caseiro, desenhar um mapa da Lua. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Royal Air Force (Força Aérea Real britânica) como especialista em radares, envolvendo-se no desenvolvimento de um sistema de defesa por radar, sendo uma peça importante do êxito na batalha da Inglaterra. Depois, estudou Física e Matemática no King's College de Londres.
Talvez sua contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em Outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita Clarke.
Em 1956 mudou a sua residência para Colombo, no Sri Lanka (antigo Ceilão), em parte devido a seu interesse pela fotografia e exploração submarina, onde permaneceu até à sua morte em 2008.
Teve dois de seus romances levados ao cinema, 2001: Odisseia no Espaço dirigido por Stanley Kubrick (1968) e 2010: O Ano do Contacto dirigido por Peter Hyams (1984), sendo o primeiro considerado um ícone importante da ficção científica mundial, aclamado por muitos como um dos melhores filmes já feitos em todos os tempos. Especialistas lhe atribuem forte influência sobre a maioria dos filmes do género que lhe sucederam.
Também em reconhecimento a Clarke, o asteróide 4923 foi batizado com seu nome, assim como uma espécie de dinossáurio Ceratopsiano, o Serendipaceratops arthurclarkei, descoberto em Inverloch, Austrália.
Em 1998 Arthur Clarke foi descrito pelo tablóide inglês Sunday Mirror como um octogenário fortemente atraído por crianças. Na época, Clarke morava no Sri Lanka, país famoso pela complacência diante da exploração sexual de menores, e onde morou até morrer. A denúncia, publicada um dia antes da chegada do príncipe Charles ao país, que foi colónia britânica, jamais ficou provada. Ainda assim, Arthur Clarke, que seria condecorado com o título de cavaleiro do império, perdeu o direito à honraria e passou pelo constrangimento de ser informado de que o príncipe não compareceria a um encontro marcado com ele. A acusação foi investigada e posteriormente desfeita. Durante as investigações a polícia de Colombo solicitou as fitas em que o Mirror baseou sua reportagem, mas elas jamais foram entregues ou exibidas. Segundo o Daily Telegraph o Sunday Mirror publicou um pedido público de desculpas ao escritor em maio de 2000. O direito ao título de cavaleiro da ordem do Império Britânico foi devidamente restabelecido e concedido.
O compositor francês Jean Michel Jarre realizou em 2001, um concerto intitulado 2001: A Rendez-Vous In Space em homenagem à obra 2001: Odisseia no Espaço. Clarke inclusive fez uma participação especial em algumas partes do show.

domingo, março 18, 2012

Torre d'Anto

A Torre de Anto, primitivamente denominada como Torre do Prior do Ameal, e atualmente como Casa do Artesanato ou Núcleo Museológico da Memória da Escrita, localiza-se na freguesia de Almedina, Concelho de Coimbra, Distrito de Coimbra, em Portugal. Encontra-se classificada como Monumento Nacional pelo IPPAR desde 1935.

Trata-se de uma antiga torre, integrante da cerca medieval da cidade, aproximadamente a meio da maior de suas encostas, sobranceira ao rio Mondego. Como outras torres daquela cerca, perdida a sua função defensiva, foi transformada em unidade habitacional na primeira metade do século XVI. Data deste período a a sua designação como Torre do Prior do Ameal, assim como a sua atual aparência, com alterações menores posteriores.
Esta torre celebrizou-se por ter sido a residência do poeta António Pereira Nobre (1867-1900), quando estudante, no final do século XIX. Daí deriva o nome pelo qual é melhor conhecida hoje, conforme o verso, em uma placa epigráfica, na sua fachada:
"O poeta aqui viveu no oiro do seu Sonho
Por isso a Torre esguia o nome veio d'Anto
Legenda d'Alma Só e coração tristonho
Que poetas ungiu na graça do seu pranto"
Uma segunda placa epigráfica na mesma fachada esclarece ainda:
"Esta Torre de Anto foi assim chamada por António Nobre, o grande poeta do Só, que nela morou e a cantou nos seus versos. E habitou-a mais tarde Alberto d'Oliveira, ilustre escritor e diplomata, o grande amigo de António Nobre e e da Coimbra amada."
O Paço de Sobre-Ribas, vizinho à Torre de Anto, também incorpora parte da antiga cerca da cidade.


O paleontólogo Othniel Marsh morreu há 113 anos

Othniel Charles Marsh (Lockport, 29 de outubro 1831 - New Haven, 18 de março 1899) foi um paleontólogo norteamericano, pioneiro da aplicação da teoria da evolução à interpretação de espécies fósseis.
Marsh nasceu no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada. Estudou em vários colégios e instituições privadas até 1860, quando se graduou em geologia e mineralogia na Universidade de Yale. Nos anos seguintes prosseguiu os estudos na Alemanha, onde aprofundou os seus conhecimentos em paleontologia e anatomia na Universidade de Berlim, Universidade de Breslau e Universidade de Heidelberg. Regressando aos Estados Unidos em 1866, tornou-se professor de paleontologia de vertebrados em Yale. É por volta desta altura que convence o seu tio, George Peabody, a financiar o Museu Peabody de História Natural, ainda hoje existente em Yale.
O principal trabalho da carreira científica de Marsh como paleontólogo foi o estudo de diversas espécies basais de equídeos. Suas interpretações foram pioneiras no estabelecimento de uma linha evolutiva, desde as formas primitivas do grupo até aos representantes modernos do género Equus, e ajudaram a credibilizar a teoria da evolução de Charles Darwin.
Os equídos não foram, no entanto, o único foco da sua carreira científica. Marsh estudou muitos outros grupos e, em 1871, foi o primeiro paleontólogo a identificar exemplares de pterossauros na América. Outras descobertas fundamentais da sua autoria foram diversas espécies de aves cretácicas, como o Ichthyornis e o Hesperornis, e dinossáurios como o Apatosaurus e o Allosaurus.
À medida que as descobertas de fósseis se desenvolviam e novas espécies eram descritas, a paleontologia popularizou-se, em particular devido a exemplares espectaculares de carnívoros de grandes dimensões como o tiranossauro. O interesse do público incentivou a criação de museus de história natural, que competiam entre si pelas exibições mais atractivas. Em consequência, a procura de fósseis acelerou, bem como a competição entre paleontólogos por novas descobertas. Marsh protagonizou com Edward Drinker Cope uma rivalidade paleontológica que mereceu a designação de “guerra dos ossos” nos media de então. Estimulados pela concorrência do adversário, Marsh e Cope descreveram cerca de 120 novas espécies de dinossauro entre si, no final do século XIX.
Marsh morreu em 1899 e está sepultado em New Haven, no Connecticut.

Down In A Hole



Hoje é dia de ouvir Maroon 5

Adam Levine, dos Maroon 5, faz hoje 33 anos

Adam Noah Levine (Los Angeles, 18 de março de 1979) é um músico norte-americano. É o atual vocalista e guitarrista da banda Maroon 5, que faz sucesso desde 2004.

Biografia
Nasceu em Los Angeles, Califórnia, filho de Patsy Noah e Fred Levine, tem um irmão, Michael, uma irmã, Julia, filha de sua madrasta, e dois meio irmãos, Sam e Liza. Em 2005, Adam e Ryan Seacrest dos American Idol ajudaram a inauguração de M. Fredric MAN, segunda loja de seus pais, em Studio City.
Levine frequentou a Brentwood School (instituição privada), onde conheceu os membros originais da banda Kara's Flowers, que depois se transformou nos Maroon 5: Jesse Carmichael, Mickey Madden e Ryan Dusick.


Carreira 

Começou a carreira com a banda Kara's Flowers, a qual não apreciada pelo público. Alguns anos depois, Adam e os integrantes do Kara's Flowers criaram a atual banda Maroon 5, que já lançou três álbuns: Songs About Jane, It Won't Be Soon Before Long e Hands All Over, com enorme sucesso.

Participações musicais
Em 2005, Levine participou da música "Live Again" do Ying Yang Twins e apareceu no álbum Late Registration de Kanye West, no terceiro single "Heard 'Em Say". Ele também participou da música "Wild Horses", que faz parte do terceiro álbum da cantora Alicia Keys, Alicia Keys: MTV Unplugged. Em 2006, co-escreveu a faixa "Say It Again" para o álbum N.B. de Natasha Bedingfield. Ele também foi vocal de apoio nesta música. Em 2009 participou da canção "Bang, Bang" do rapper K'naan, em no ano seguinte de "Gotten", do álbum solo do Slash. Em 2011, participou da música "Stereo Hearts" da banda Gym Class Heroes, que chegou ao Top 10 da Billboard Hot 100.

Outros trabalhos
Em 2007, apareceu no primeiro episódio da 33ª temporada de Saturday Night Live no quadro SNL Digital Short nomeado Iran So Far com Andy Samberg, Fred Armisen e Jake Gyllenhaal. Levine interpretou ele mesmo enquanto cantava uma verso humorado de uma "canção de amor" para Mahmoud Ahmadinejad. Em 2009, participou da música "Bang Bang" do artista K'naan no novo álbum deste, "Troubadour".
Em 2010, participou da iniciativa We Are the World 25 for Haiti, emprestando sua voz, cantando com outros artistas, a célebre música We are the World. A iniciativa arrecadou dinheiro para doações às vitimas dos terremotos que destruíram o Haiti. Em 2011, Adam e sua banda Maroon 5 participaram do Rock in Rio no Rio de Janeiro, no dia 1 de outubro.
Em 2011 Adam estreou como mentor do programa The Voice da NBC, ao lado de Christina Aguilera, Cee-lo Green e Blake Shelton. A primeira temporada teve Javier Colon, do Team Adam, como vencedor. A segunda temporada continua, com os mesmos mentores, em 2012.


Jerry Cantrell, dos Alice in Chains, nasceu há 46 anos

Jerry Cantrell (Tacoma, 18 de março de 1966) é um músico norteamericano.

Nascido Jerry Fulton Cantrell Jr., tornou-se famoso como guitarrista, vocalista (em dueto com Layne Staley) e letrista da banda de grunge Alice in Chains. Sendo provavelmente o mais técnico dos guitarristas de Seattle de sua geração, Cantrell tem preferência por guitarras da G&L, Dean e Gibson Les Paul e amplificadores Bogner. O som encorpado e pesado marca seu estilo de base, porém, mostra bastante refinamento nas sonoridades leves.
Jerry Cantrell iniciou sua carreira em 1987, já como guitarrista dos Alice in Chains. O álbum de estreia da banda, foi lançado em 1990 e deu início a uma carreira consagrada de muito sucesso. Jerry sempre foi uma peça chave na banda (considerado o "líder" dela), principalmente nas composições.
A partir de 1993, mesmo com a grande sucesso da banda, as atividades desta foram diminuindo, devido aos problemas com drogas do vocalista Layne Staley. Após um tempo de inatividade dos Alice in Chains, Jerry resolve gravar um álbum solo e em abril de 1998 é lançado Boggy Depot, produzido pelo próprio Jerry e Toby Wright, que já havia trabalhado nos três álbuns anteriores dos Alice in Chains. Jerry contou com as participações de seus companheiros de AIC, o baixista Mike Inez e o baterista Sean Kinney, além dos baixistas Rex Brown (Pantera) e Les Claypool (Primus). Boggy Depot foi razoavelmente bem sucedido e agradou aos fãs dos Alice in Chains. Depois do seu lançamento, Jerry percorreu os EUA fazendo o show de abertura para a turnê do álbum Reload dos Metallica.
Ainda em 1998, os Alice in Chains reúnem-se para gravar duas músicas inéditas, o que não ocorria há três anos. O resultado pode ser ouvido da caixa de CD's Music Banks, lançada um ano depois.
Depois disso, Jerry começa a compor material para o seu segundo disco. Em 2002 ele já possui pronta uma quantidade de músicas suficiente para o lançamento de um disco duplo, mas a Columbia acaba rejeitando a ideia. Jerry assina então contrato com a Roadrunner, lançando "Degradation Trip" logo em seguida. O álbum possui duas edições, uma single e uma dupla, e foi dedicado ao ex-companheiro de banda, Layne Staley, que morrera em abril desse ano.
Ainda em 2002, Jerry participa com a música She Was My Girl da trilha sonora do filme Spider Man, dirigido por Sam Raimi. O disco conta ainda com Pete Yorn, Hives e Strokes. No começo de 2003, Jerry entrou em turnê pelos EUA com o Udora (ex-Diesel, banda de Minas Gerais) abrindo seus shows.
Jerry também realizava alguns raros shows beneficentes com o Alice in Chains. A partir de 2005 esses shows começaram a ocorrer com uma frequência maior e surgiu rumores que a banda poderia voltar. O novo álbum dos Alice in Chains foi lançado em 29 de setembro de 2009, intitulado Black Gives Way to Blue.