Sob a liderança de Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da
Alemanha Nazi na
Segunda Guerra Mundial (
1939 -
1945) e passou a atingir o
estatuto de
superpotência,
após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo
soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território
para um tamanho semelhante ao do antigo
Império Russo.
Chegou a estudar em um
colégio religioso de
Tiflis, capital georgiana, para satisfazer os anseios de sua mãe, que queria vê-lo
seminarista. Mas logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o
regime tsarista.
Na juventude, adotou o nome
Koba mas também era conhecido como
David,
Nijeradze,
Chijikov,
Ivanovitch e, antes da
I Guerra Mundial, mudou seu nome definitivamente para
Stalin (
homem de aço).
Era portador de defeitos físicos (seu pé esquerdo era defeituoso e o
braço esquerdo era mais curto que o direito) por este motivo, foi
dispensado do
serviço militar, não lutando na guerra.
Passou anos na prisão (por organizar
assaltos, num dos quais 40 pessoas foram mortas) e, quando libertado, aliou-se a
Vladimir Lenin e outros, que planejavam a
Revolução Russa.
Stalin chegou ao posto de secretário-geral do
Partido Comunista da União Soviética
entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante
cerca de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.
Antes da
Revolução Russa de 1917, Stalin era o
editor do
jornal do
partido, o
Pravda
("A Verdade"), e teve uma ascensão rápida, tornando-se em novembro de
1922 o Secretário-geral do Comité Central, um cargo que lhe deu bases
para ascender aos mais altos poderes. Após a morte de
Lenin, em
1924,
tornou-se a figura dominante da política soviética – embora Lenin o
considerasse apto para um cargo de comando, ele ignorava a astúcia de
Stalin, cujo talento quase inigualável para as alianças políticas lhe
rendera tantos aliados quanto inimigos. Seus
epítetos eram "Guia Genial dos Povos" e "O Pai dos Povos".
De acordo com
Alan Bullock,
uma discordância com Stalin em qualquer assunto tornava-se não uma
questão de oposição política, mas um crime capital, uma prova,
ipso facto, de participação em uma conspiração criminosa envolvendo
traição e a intenção de derrubar o regime Soviético.
Vítimas
Em 1991, com o
colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos - entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:
Já quanto as condenações não-políticas, entre 1937–52, 34.228 pessoas foram executadas. Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos
são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as
várias
Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do
Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da
NKVD incluem o controverso e famoso
Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de
desertores pela
NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos
Gulags
excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros,
mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de
trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são
incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por
diversos historiadores, a exemplo de
Robert Gellately e
Simon Sebag Montefiore.
Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente
provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte
durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são
contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética,
historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Stalin.
O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
Quantidade de pessoas |
Razão da morte |
1,5 milhão |
Execução |
5 milhões |
Gulags |
1,7 milhão |
Deportados¹ |
1 milhão |
Países ocupados² |
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.
Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na
Fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como
Holodomor.
Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido
ou não provocada deliberadamente por Stalin para suprimir opositores de
seu regime. Muitos argumentam que a
fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Stalin ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de
forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome
foi sim provocada por Stalin. Para a última corrente, uma prova de que a
fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da
União Soviética para a
Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo
documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a
um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos
por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas).
No entanto,
Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos
, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por
Dmitri Volkogonov (
autor de
Stalin: Triunfo e Tragédia),
Alexander Nikolaevich Yakovlev,
Stéphane Courtois e
Norman Naimark. O pesquisador
Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Stalin.
Pacto Ribbentrop-Molotov
em 23 de agosto de 1939 foi celebrado em
Moscovo um pacto entre a
União Soviética e a
Alemanha Nazi, pelo qual os dois países se comprometeram a não se atacarem militarmente e não intervirem em caso de invasão a um terceiro. Este pacto de não-agressão ficou conhecido como
Pacto Ribbentrop-Molotov, nome dos Ministros do Exterior
alemão e
soviético.
O pacto incluía um "protocolo adicional secreto", hoje público, que
traçava um esboço da divisão territorial posteriormente concretizada na
Polónia (considerando os rios
Vístula,
San e
Narew). Tendo a garantia de que a
União Soviética não retaliaria, uma semana após a celebração do pacto,
Adolf Hitler invadiu a Polónia e 16 dias depois ocorreu a
Invasão Soviética da Polónia. Stalin esperava ganhar
tempo e reorganizar a força industrial-militar da qual a
União Soviética não poderia prescindir com vistas a um confronto com a
Alemanha Nazi que para alguns sempre fora inevitável
. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto imediato com os soviéticos, pois naquele momento ocupar-se-ia de
Reino Unido e
França. O
Pacto Molotov-Ribbentrop assegurou em setembro de 1939 a divisão do território polaco entre os nazis e os soviéticos.