Alfredo Rodrigo Duarte (
Lisboa,
25 de fevereiro de
1891 -
Lisboa,
26 de junho de
1982) mais conhecido como
Alfredo Marceneiro, devido à sua profissão, foi um
fadista português que marcou uma época, detentor de uma
voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em
Portugal. Embora o bilhete de identidade refira a data acima, o seu nascimento pode ter acontecido, de facto, a 29 de fevereiro de 1888.
Vida
Alfredo Marceneiro nasceu na
freguesia de
Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de
batismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família muito humilde, oriunda do
Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar a escola primária. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a
arte de representar e para a
música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o
fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro; apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos.
Em
1924, participa no
Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.
Nos anos 1930, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da
CUF, onde fazia móveis para
navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Reformou-se em
1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se
A Casa da Mariquinhas, de autoria do jornalista e poeta
Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982, com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.