terça-feira, outubro 25, 2011
A reconquista de Lisboa foi concluída há 864 anos
Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
Marcadores: cruzadas, D. Afonso Henriques, D. Afonso I, Lisboa, reconquista
segunda-feira, outubro 24, 2011
O ex-baixista dos Rolling Stones Bill Wyman faz hoje 75 anos
Postado por Fernando Martins às 15:02 0 bocas
Marcadores: Bill Wyman, In another land, música, Reino Unido, Rock, The Rolling Stones
A Imperatriz Isabel de Portugal nasceu há 508 anos
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.
Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen
Postado por Fernando Martins às 05:08 0 bocas
Marcadores: Carlos V, D. Filipe I, D. Henrique I, D. João III, D. Manuel I, Duque de Gândia, Espanha, Imperador, poesia, Rei, Sophia de Mello Breyner Andresen
Ramalho Ortigão nasceu há 175 anos
NOTA: um grande português e um grande escritor, um homem digno e de palavra, com ideais e que sobrepunha os seus ideais ao seu bolso. Para entenderem o que eu digo, aqui fica citada, na íntegra, a carta de demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, dirigida ao Presidente da República:
Quinta de S. José, em Linda-a Pastora, 16 de Outubro de 1910
Meu caro Teófilo Braga
O carácter inalteràvelmente afectuoso das nossas relações, através de uma íntima convivência de mais de quarenta anos, me anima a dirigir esta carta ao chefe do actual governo da Nação. Sabe muito bem V., conhecendo a minha orientação mental, que, indiferente às formas de governo, nada em política me é mais profundamente antipático do que o votismo e o parlamentarismo, que eu considero os mais destrutivos agentes da capacidade administrativa em democracias insuficientemente educadas para a liberdade. O governo a que V. preside provém da intervenção fortuita de uma élite que distribuiu o exercício das funções pela especialização das capacidades. Esta génese torna para mim particularmente interessante e atraente o seu governo. Não vá porém julgar, meu caro Teófilo, que por meio desta sincera confissão eu venho formular a minha adesão à República, engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação. Não; pela minha parte eu não presto esse tributo à República. Nunca também o prestei aos políticos monárquicos, de cujos partidos nunca fiz parte, a cujo funcionalismo nunca pertenci, aos quais nunca absolutamente pedinchei o que quer que fosse.
Sabe V. que o meu tão modesto lugar na Academia foi Tomás de Carvalho quem numa noite, no Grémio, há 42 anos, mo ofereceu, indo eu três dias depois ocupá-lo sem nenhuma outra espécie de intrometimento da minha parte. AS minhas relações com a família real datam da minha entrada na Academia. Latino Coelho, secretário, não querendo pessoalmente levar à assinatura do Rei D. Fernando e mais tarde do Rei D. Luís os diplomas académicos, delegou em mim, chefe da secretaria, esse serviço, e assim tiveram princípios os contactos de recíproco afecto que certamente determinaram o Rei D. Carlos a nomear-me seu bibliotecário. Seria monstruoso que a essa família, à qual na prosperidade eu devi as mais expressivas demonstrações de estima, eu regateasse na desgraça o preito da minha mais saudosa e mais profunda gratidão.
Pode pois V., Teófilo, continuar a olhar direito para mim, porque eu continuo orgulhosamente a ser tão coerente com os meus princípios como V. o tem sido sempre com os seus. O fim desta minha carta é simplesmente felicitá-lo primeiro que tudo, e dar-lhe em seguida daquilo que me diz respeito algumas notícias e informações que — julgo eu — o interessarão talvez.
Domingo passado — faz hoje oito dias — encontrando-me eu e a minha mulher nesta quinta de uma das minhas filhas, a força pública invadiu a nossa casa, que V. conhece, nos Caetanos. As nossas vizinhas de prédio, vendo sentinelas na escada e dizendo-lhe os agentes da autoridade que iam arrombar a minha porta, deram-lhes a chave de que eram depositárias, o que obstou ao arrombamento. Depois de rebuscados todos os apartamentos e telhados do meu domicílio esses senhores fizeram-me o favor de constatar que eu nem tinha padres escondidos nem munições de guerra depositadas entre os móveis, livros e objectos de arte que no meu lar representam a economia de 50 anos da mais correcta existência e do mais imaculado trabalho. Parece que essa busca tivera por causa a denúncia de que de cima do meu telhado se haviam disparado tiros sobre as tropas da República! Note, meu querido Teófilo, que eu nem peço explicações da caluniosa delação de que fui objecto nem requeiro satisfação do agravo que se me fez. Desejo apenas informá-lo deste episódio familiar.
Passarei agora a um ponto de mais importância. Refiro-me à Biblioteca de que fui director no Paço da Ajuda. É claro que, bibliotecário do Rei, pelo seu bolso remunerado como o haviam sido os meus antecessores Alexandre Herculano e Magalhães Coutinho, eu nenhum compromisso tenho com o governo, qualquer que ele seja, sendo à administração da Fazenda da Casa Real que legalmente cabe intervir na negociação das bibliotecas encorporadas nos bens da Coroa. Eu nem sequer tenho a quem entregar a demissão do meu cargo, o qual de facto cessou de existir desde que não há Rei.
A consideração que todavia me merecem os interesses da civilização e o enternecido amor de velho que me prendia ao tesouro de que fui guarda levam-me a prestar-lhe a V., chefe do governo vigente, toda a informação que possa esclarecê-lo acerca da história, do estado e do destino daquela livraria. Ao ministro do Interior foram já entregues pelos meus empregados as chaves da casa. Em meu poder ficou a chave de meu uso assim como das gavetas da minha secretária, que entregarei a quem me for indicado mediante as formalidades que se considerem oportunas. Regressei da Suiça, onde passei mês e meio de férias, no dia 2 do corrente mês; no dia 3 fui convidado a almoçar em Belém com o presidente eleito da República do Brasil; a seguir rebentou a revolução, interceptando-me a entrada na Ajuda. De modo que nunca mais ali voltei depois do meu regresso. A colecção da Ajuda acha-se porém ordenada de maneira que dispensa preparos de exposição para qualquer efeito que seja. Todas as estantes, todas as prateleiras e todos os volumes estão integralmente etiquetados. Há em cada estante, na divisória mais ao alcance da mão, ao lado direito, um cartão in-fólio, de debrum verde, contendo a relação numérica dos livros dispostos em cada estante. O catálogo, quase completo, e todo ele feito sob a minha direcção, distingue os livros que pertencem à Coroa e os que são propriedade individual do Rei por virem das livrarias particulares dos Reis D. Luís e D. Pedro V e haverem sido adquiridos pelo Rei D. Carlos por meio de tornas aos co-herdeiros por ocasião do inventário feito por morte de D. Luís.
O catálogo dos manuscritos não está ainda completamente redigido, mas todos eles se encontram inventariados, correspondendo a cada peça um correlativo verbete. O inventário, assaz desenvolvido, dos incunábulos acha-se igualmente redigido e em via de impressão na tipografia da Academia. Está igualmente impresso (à minha custa) o catálogo dos manuscritos que figuraram na Exposição da Guerra Peninsular. Nos quartos de El- Rei D Manuel deve achar-se uma cópia da correspondência de Junot feita em grande parte por minha própria mão. A aplicação da modesta receita da Biblioteca — 10$00 rs. mensais — consta de um livro de caixa, encontrando-se numa das gavetas de que tenho a chave o saldo do último balanço feito no mês de Agosto passado, e na mão do oficial Jordão de Freitas a importância e o saldo das duas últimas mensalidades recebidas, Agosto e Setembro. Situada em lugar tão distante dos centros de estudo, parece naturalmente destinada esta biblioteca a vir a ser encorporada, como de fundo especial, na Biblioteca Nacional, enquanto se não proceda à indispensável e urgente reforma das bibliotecas e dos arquivos da Nação, com especialização dos depósitos e sistematização geral por um regime comum de catalogação e de compras. Como quer porém que seja permita-me, caro amigo, que muito vivamente eu recomende à sua protecção os meus empregados. Jordão é seu conhecido. O praticante Guilherme de Almeida é mais do que simples praticante, é um excelente amanuense. O contínuo Ferreira tem preciosas habilitações para empregado de qualquer grande livraria: é cumulativamente um tanto tipógrafo um tanto encadernador e um tanto desenhador e calígrafo. A reprodução linear das filigranas do papel dos nossos manuscritos, que o incumbi de fazer, é de grande valor, está executada com muito esmero e constitui uma colecção única na bibliografia portuguesa. Encarecidamente Ihe rogo que patrocine o destino destes meus antigos colaboradores, todos eles com família e sem outros recursos além dos provenientes do seu emprego na Biblioteca Real. Pela parte que pessoalmente me toca nada solicito e nada aceitaria se alguma coisa me oferecesse. Emigro sem armas e quase que sem bagagens para o interior da minha velhice, sendo minha única ambição acabar recolhidamente no meu canto sem empachar o caminho nem estorvar ninguém. Afectuoso abraço do seu velho camarada e amigo,
Ramalho Ortigão
Postado por Fernando Martins às 00:17 0 bocas
Marcadores: D. Manuel II, dignidade, I república, literatura, Monarquia, Ramalho Ortigão
Rosa Parks morreu há 6 anos
- 1992: Peace Abbey Courage of Conscience Award
- 1996: Medalha presidencial da liberdade, do Presidente Bill Clinton
- 1998: Prémio internacional condutor da liberdade
- 1999: Medalha de ouro do congresso
- 2005: Após sua morte, a empresa americana de computadores Apple fez-lhe uma homenagem no site publicando sua foto quando jovem, em um Autocarro. Acima da foto, o logo da empresa e o mundialmente famoso slogan "Think Different" e abaixo da foto a inscrição Rosa Parks. 1913 - 2005.
Postado por Fernando Martins às 00:06 0 bocas
Marcadores: apartheid, direitos humanos, Martin Luther King, Rosa Parks, segregacionismo
domingo, outubro 23, 2011
Mais dados sobre o sismo da Turquia
Magnitude | 7.2 |
---|---|
Date-Time |
|
Location | 38.628°N, 43.486°E |
Depth | 20 km (12.4 miles) set by location program |
Region | EASTERN TURKEY |
Distances | 16 km (9 miles) NNE of Van, Turkey 118 km (73 miles) N of Hakkari, Turkey 127 km (78 miles) SSE of Agri (Karakose), Turkey 929 km (577 miles) E of ANKARA, Turkey |
Postado por Fernando Martins às 22:39 0 bocas
Marcadores: sismo, sismologia, Turquia
Notícia no Público sobre o sismo na Turquia
Postado por Fernando Martins às 22:24 0 bocas
Marcadores: sismo, sismologia, Turquia
Acção de Formação - Fazer e utilizar Blogues e Sites em contexto escolar
O Grupo 520 (Biologia e Geologia) da Escola Correia Mateus e Blog Geopedrados irão realizar, nos 25.10.2011 (3ª), 26.10.2011 (4ª) e 05.11.2011 (sábado), sendo das 16.00 às 19.00 horas (sessões de 3ª e 4ª) e das 14.30 às 17.30 horas (sessão de sábado), um Workshop de 3 horas para docentes e encarregados de educação, de aprofundamento de conhecimentos sobre a utilização em contexto escolar de Blogues, com especial ênfase na sua aplicação em divulgação de actividades, no uso com turmas/escolas/jardins e/ou Associações de Pais e EE e na sua adaptação a uso escolar.
Postado por Fernando Martins às 13:04 0 bocas
Marcadores: Acção de Formação, Blog, blogosfera, Escola Correia Mateus, Workshop
Humor criacionista - parabéns querida Terra!
Recordar a revolução de Budapeste com música e imagens
Postado por Pedro Luna às 08:00 0 bocas
Marcadores: Adagio, Albinoni, comunismo, democracia, direitos humanos, Hungria, pena de morte, Revolução Húngara de 1956, Stalin, URSS
O Padre Américo nasceu há 124 anos
Postado por Fernando Martins às 01:24 0 bocas
Marcadores: Casa do Gaiato, Igreja Católica, Padre Américo
Hoje é o dia de recordar os 55 anos do início da Revolução Húngara de 1956
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
Antecedentes
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Hungria foi membro das potências do Eixo. Em 1941, forças húngaras participaram da ocupação da Jugoslávia e da invasão da União Soviética. Por volta de 1944, exércitos soviéticos estavam avançando em direção à Hungria e o governo começou o negociações de um armistício com os Aliados, que acabaram com a ocupação alemã e mudança de regime. Em 1945, forças húngaras e alemãs foram derrotadas por exércitos soviéticos.
Depois da Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas Soviéticas ocuparam a Hungria e gradualmente substituíram o governo eleito de coligação do Partido de Pequenos Produtores Independentes, Trabalhadores Agrários e Cívicos com um governo dominado pelo Partido Comunista Húngaro. Nacionalização radical da economia baseada no modelo soviético produziu estagnação económica, baixos padrões de vida e um profundo mal-estar. Escritores e jornalistas foram os primeiros a abrir publicamente o criticismo, publicando artigos críticos em 1955. Por 22 de outubro de 1956, estudantes da Universidade Técnica tinham ressuscitado a banida união dos estudantes MEFESZ, e organizaram uma manifestação em 23 de outubro que começava uma cadeia de eventos levando diretamente à revolução.
Ocupação pós-guerra
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Hungria caiu na esfera de influência soviética e foi ocupada pelo Exército Vermelho. Por 1949, os soviéticos tinham concluído um tratado de assistência mútua com a Hungria que garantia direitos à União Soviética para uma contínua presença militar, assegurando o último controle político.
A Hungria começou o período pós-guerra como uma livre democracia pluripartidária, e as eleições em 1945 produziram um governo de coligação sob o primeiro ministro Zoltán Tildy. Entretanto, o Partido Comunista apoiado pela União Soviética, que tinha recebido somente 17% dos votos, constantemente tirava pequenas concessões em uma processo nomeado "táticas salame", que fatiava a influência do governo eleito.
Depois das eleições de 1945, o poder do Ministro do Interior - que supervisionava a Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) - era transferido do Partido dos Pequenos Proprietários Independentes para um grupo nomeado pelo Partido Comunista. A ÁVH empregava métodos de intimidação, falsas acusações, prisões e tortura para suprimir a oposição política. O breve período de democracia puripartidária veio a ter um fim quando o Partido Comunista se fundiu com o Partido Social-Democrata para se tornar o Partido Popular dos Trabalhadores Húngaro, que ficou com a sua lista de candidatos sem oposição em 1949. A República Popular Húngara era então declarada.
A Hungria tornou-se um estado comunista sob a severamente autoritária liderança de Mátyás Rákosi. A Polícia de Segurança (ÁVH) começou uma série de expurgações de mais de 7000 dissidentes, que eram denunciados como "titoístas" ou "agentes ocidentais", e forçados a se confessarem em processos públicos, depois dos quais eles eram realocados para campos no leste da Hungria.
De 1950 a 1952, a Polícia de Segurança forçadamente realocou milhares de pessoas para obter propriedades e moradias para os membros do Partido Popular dos Trabalhadores, e remover a ameaça da classe intelectual e burguesa. Milhares foram presos, torturados, julgados e aprisionados em campos de concentração, deportados para o leste, ou eram executados, incluindo o fundador da ÁVH László Rajk. Em um único ano, mais de 26.000 pessoas foram forçadamente realocadas de Budapeste. Como uma consequência, empregos e moradias eram muito difíceis de se obter. Os deportados geralmente experimentavam terríveis condições de habitação e eram recrutados para trabalho escravo em fazendas coletivas. Muitos morreram como resultado das pobres condições de vida e desnutrição.
O estudo do idioma russo e instrução política comunista foram tornados parte do currículo escolar e universitário pelo país. Escolas religiosas foram nacionalizadas e líderes de igrejas foram substituídos. Em 1949 o líder da Igreja Católica Húngara, cardeal József Mindszenty, foi preso e condenado à prisão perpétua por traição. Sob o comando de Rákosi, o governo húngaro era um dos mais repressores na Europa.
A economia húngara pós-guerra sofreu de múltiplos baques. A Hungria concordou em pagar reparações de guerra de aproximadamente 300 milhões de Dolares Americanos à União Soviética, Checoslováquia e Jugoslávia e apoiar tropas soviéticas. O Banco Nacional Húngaro em 1946 estimou o custo das reparações "entre 19 e 22 por cento das receitas nacionais anuais". Em 1946, o pengő, moeda húngara, passou por depreciação, resultando nos mais altos índices de hiperinflação conhecidos. A participação da Hungria na COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua), impediu-a de de fazer comércio com os países do oeste europeu ou se receber empréstimos pelo Plano Marshall. Apesar da renda nacional per capita ter crescido no primeiro terço dos anos 1950, deduções dela para financiar investimentos industriais aconteciam, além de assinaturas compulsórias para obrigações estatais. Erros de gerenciamento e a má situação financeira criaram falta crônica de alimentos básicos, resultando no racionamento de pão, açúcar, farinha e carne. Assim, a renda real disponível para os trabalhadores e empregados em 1952 era de dois terços do que fora em 1938, ao passo que, comparado a 1949, a proporção era de 90%. Essas políticas tiveram um efeito negativo cumulativo e aumentaram o descontentamento, assim como os débitos estrangeiros cresceram e houve escassez de bens.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comité central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de Outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de Novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a proteção das Nações Unidas.
A 3 de Novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
Postado por Fernando Martins às 00:55 0 bocas
Marcadores: comunismo, direitos humanos, Hungria, pena de morte, Revolução Húngara de 1956, Stalin, URSS
Dois atentados suicidas mataram 299 soldados franceses e norteamericanos em Beirute há 28 anos
Michael Crichton nasceu há 69 anos
Postado por Fernando Martins às 00:06 0 bocas
Marcadores: divulgação científica, literatura, Michael Crichton, Parque Jurássico