sábado, fevereiro 12, 2011

Sobre a vergonha - ou falta dela...

(imagem daqui)


O assunto é pouco grave. É só o exercício de voto. É só a eleição do Supremo Magistrado da Nação. Toda a gente sabe que numa democracia há coisas mais importantes. E portanto o director-geral da Administração Interna diz que se mantém no cargo enquanto Rui Pereira for ministro. E faz sentido. Se o ministro não tem vergonha por que raio devem os outros ter vergonha por ele?

in 31 da Armada - post de Rodrigo Moita de Deus

NOTA: se a pouca vergonha pagasse imposto, este governo tinha superavit - deixamos a notícia citada no post para perceberem melhor o que digo:

Director-geral da Administração Interna de consciência tranquila após caso do cartão do cidadão
Jorge Migueis diz que se manterá no cargo enquanto Rui Pereira for ministro da Administração Interna.

Jorge Migueis diz que cumpriu com as suas responsabilidades e mantém-se, por isso, à frente da Administração Eleitoral, apesar dos problemas registados com o cartão do cidadão no dia das eleições presidenciais.

“Ter responsabilidades todos temos, desde o mais alto ao próprio director, mas há níveis de responsabilidade e eu sinto que cumpri”, afirma à Renascença o director-geral da Administração Interna.

A dificuldade que muitos eleitores sentiram para votar no dia 23 de Janeiro ditaram o pedido de demissão de Jorge Migueis, mas o ministro Rui Pereira pediu-lhe que se mantivesse no cargo de director-geral da Administração Interna. Porquê? “Essa é uma questão a que só o senhor ministro poderá responder”, diz Jorge Migueis.

O director-geral da Administração Interna acrescenta que se deverá manter no cargo enquanto Rui Pereira for o ministro da tutela.

“Porque se trata, digamos, de um convite pessoal para continuar e, portanto, quando chegar ao fim de uma legislatura ou se se verificar alguma situação anómala, obviamente esse cálculo de confiança entre o ministro e eu próprio desaparece”, argumenta.

Nestas declarações à Renascença, Jorge Migueis acrescenta que ainda não teve conhecimento do primeiro relatório que resume a investigação aos problemas verificados durante as presidenciais. O documento foi elaborado pela Universidade do Minho.

O relatório deve chegar ainda hoje ao Parlamento, onde amanhã à tarde o ministro Rui Pereira vai prestar esclarecimentos sobre este assunto.

in RR

Música adequada ao momento político

Verdi - Aida (Gloria all' Egitto)

Também, em Portugal, precisamos de andar como os Egípcios - com a espinha direita e a sem a sombra de aldrabões a dar-nos cabo da vida

Ontem houve sismo(s) no Chile

Não há registo de vítimas
Chile tremeu com dois sismos durante a noite

Primeiro, foi um forte abalo com a magnitude de sete graus na escala de Richter. Depois, foi um de 6,3.

O primeiro sismo, de sete graus, ocorreu às 17.05 [20.05 de sexta-feira em Lisboa] e foi seguido de uma dezena de fortes réplicas. Teve o seu epicentro a 69 quilómetros a noroeste de Concepción, com o hipocentro a 33 quilómetros de profundidade.

Apesar dos fortes abalos, não foi accionado nenhum aviso de tsunami. Mesmo assim, receosas de um maremoto, muitas pessoas saíram de casa e de locais de trabalho, deslocando-se para pontos altos.

Não há registo de vítimas.

Este último foi o sismo mais forte sentido no Chile desde que há um ano ocorreu um outro que atingiu os 8,8 graus na escala de Richter e provocou 524 mortos, 31 desaparecidos e perdas materiais estimadas em 30 mil milhões de dólares (22 mil milhões de euros).

in DN - ler notícia

Chamar mentiroso ao ministro - versão soft

(imagem daqui)

Explicação para a mudança de cor do cabelo do PM

(imagem daqui)

Richard Wagner morreu há 128 anos


Wilhelm Richard Wagner (Leipzig, Alemanha, 22 de Maio de 1813 — Veneza, Italia, 13 de Fevereiro de 1883) foi um maestro, compositor, director de teatro e ensaísta alemão, primeiramente conhecido por suas óperas (ou "dramas musicais", como ele posteriormente chamou). As composições de Wagner, particularmente essas do fim do período, são notáveis por suas texturas complexas, harmonias ricas e orquestração, e o elaborado uso de leitmotiv: temas musicais associados com carácter individual, lugares, ideias ou outros elementos. Por não gostar da maioria das outras óperas de compositores, Wagner escreveu simultaneamente a música e libreto, para todos os seus trabalhos.

A culpa morre solteira - o ministro Rui Pereira pode ir com ela...

Audição no Parlamento
Deputados da oposição insistem na demissão de Rui Pereira

"O país não é governado por directores-gerais. O director-geral responde perante a tutela", acusou o PCP

Os deputados da oposição voltaram a pedir esta tarde a demissão do ministro da Administração Interna por considerarem que o responsável máximo pela falta de informação aos eleitores sobre o novo local de voto é Rui Pereira.

O primeiro foi o PSD, pela voz de Fernando Negrão. O deputado disse ser-lhe difícil acreditar que o director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, o único cujo pedido de demissão foi aceite, "não tenha dado cumprimento por sua exclusiva vontade a um despacho da tutela".

Fernando Negrão disse também estranhar que "os responsáveis pela direcção-geral não tenham feito o acompanhamento do cumprimento da ordem [da secretária de Estado]. Como é que a secretária de Estado não fez este acompanhamento?".

O deputado social-democrata lembrou os casos de Manuel Pinho, que foi demitido por fazer um gesto pouco correcto, e de Jorge Coelho, que se demitiu na sequência da ponte de Entre-os-Rios, para questionar directamente Rui Pereira. "Vossa excelência é responsável pelo impedimento administrativo de um direito constitucional, que é a base do funcionamento do regime democrático. Sente-se confortável a continuar a assumir as responsabilidades como ministro? Não tira consequências políticas deste acto?"

Também Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, considerou que a "responsabilidade é toda ela do Governo", para depois apontar o dedo a Rui Pereira: "O sr. ministro tem ou não tem esta ética de responsabilidade? Se tem demite-se, se não tem, estes actos ficam na decadência do seu Governo."

E o comunista António Filipe reforçou em seguida as críticas ao governante. "O país não é governado por directores-gerais. O director-geral responde perante a tutela, mas é a tutela que responde perante os cidadãos. O que se passou não é do foro administrativo, mas é também responsabilidade política. Não é o DGAI que prestas contas ao país quando há problemas desta natureza."

Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, que já no plenário pedira a demissão do ministro, questionou directamente a secretária de Estado sobre quando a responsável soube que o seu despacho não fora cumprido. "No dia das eleições", respondeu Dalila Araújo, que acompanha o ministro nesta audição.

"É normal que um agente governativo dê uma orientação, uma ordem, diga 'cumpra-se' e durante meses não sabe de absolutamente mais nada? E só soube que não fora cumprida porque deu barraca. Porque se não desse nada se sabia ainda", criticou Heloísa Apolónia. "Há aqui qualquer coisa de incompetência, de organização de trabalho que temos que compreender."

Nuno Magalhães classificou o relatório feito pela Universidade do Minho sobre o que se passou no dia 23 de inconsequente e insuficiente. O que somado ao atraso com que chegou ao Parlamento - Rui Pereira prometera-o para terça-feira passada e só chegou na quinta-feira -, seria "justa causa ou motivo atendível de demissão".

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Mais um fado de Moniz Pereira

Notícia sobre a mais famosa austalopiteca

Estudo publicado na Science
Australopiteco Lucy já estava adaptado para caminhar de pé

O osso visto em diferentes posições

O andar bípede não é só atitude. Os ossos dos pés, dos joelhos, das ancas, da coluna e dos braços permitem ao Homem andar com duas pernas sem esforço, ao contrário dos chimpanzés ou gorilas. Agora, através do estudo de um único osso do pé de um australopiteco parente da carismática Lucy, uma equipa de cientistas provou que este hominídeo já tinha o pé arqueado, próprio de quem está totalmente adaptado ao bipedismo. A descoberta é publicada hoje na revista Science.

As adaptações ao andar bípede foram feitas ao longo da evolução. Os fósseis do Homo habilis, que apareceu há 2,3 milhões de anos, já denunciavam um esqueleto bípede, mas nunca tinha sido provado que o Austrolopithecus afarensis, a espécie da Lucy, tinha completado estas adaptações ou se, por outro lado, ainda partilhava o dia-a-dia com as árvores.

O fóssil foi encontrado em 2000, em Haida, no Sudão, num local onde já foram descobertos mais de 250 fósseis da espécie. A Lucy e os seus congéneres viveram entre 3,7 e 2,9 milhões de anos no continente Africano em África, antes do género Homo ter aparecido (do qual nós, humanos, somos a única espécie sobrevivente). O fóssil estudado pela equipa dos EUA chama-se AL 333-160 e tem 3,2 milhões de anos. É o quarto dos cinco ossos que compõem o metatarso – que no pé faz a ligação entre os ossos do calcanhar e dos dedos.

Segundo o artigo, o quarto metatarso “é o elemento chave ao longo da coluna lateral do pé que difere entre os símios superiores e os humanos” e que testa a presença da dobra do pé e do bipedismo.

“As dobras do pé são um componente chave para o andar humano porque absorvem o choque [quando se caminha] e proporcionam uma plataforma rija que dá o apoio para começar um novo movimento do nosso pé andar para a frente”, disse em comunicado Carol Ward, a primeira dos três autores do artigo, que pertence à Universidade do Missouri. Segundo a investigadora, quando as pessoas têm o pé chato e falta-lhes esta dobra têm vários problemas a nível das junções ósseas.

Nunca se tinha encontrado este osso de A. afarensis preservado. Quando a equipa estudou o fóssil verificou que o osso é arqueado como na espécie humana e como noutras espécies do género Homo. No caso de primatas como o gorila ou chimpanzé, o metatarso é muito mais direito.

“Isto afecta muito do que sabemos sobre [Lucy e os seus parentes], desde onde eles viviam, o que é que comiam até como é que evitavam os predadores”, explicou a cientista. “O desenvolvimento da dobra do pé foi fundamental para a mudança em direcção à condição humana, porque significa que houve uma desistência na utilização do dedo grande [do pé] para agarrar os ramos das árvores, o que mostra que os nosso antepassados finalmente trocaram a vida nas árvores pela vida no chão.”

Fado de Moniz Pereira no dia do seu aniversário

Música dedicada ao ditadores que estão a cair (e aos que se seguem)


Ashes To Ashes - David Bowie

Do you remember a guy that's been
In such an early song
I heard a rumour from Ground Control
Oh no, don't say it's true

They got a message from the action man
"I'm happy, hope you're happy too
I've loved all I needed to love"
Sordid details following

The shreiking of nothing is killing
Just pictures of Jap girls in synthesis and I
ain't got no money and I ain't got no hair
But I'm hoping to kick...but the planet is growing

Ashes to Ashes, funk to funky
We know Major Tom's a junkie
Strung out on heaven's high
Hitting an all-time low

Time and again I tell myself
I'll stay clean tonight
But the little green wheels are following me
Oh no, not again

I'm stuck with a valuable friend
"I'm happy, hope you're happy too"
One flash of light...but no smoking pistol

I've never done good things
I've never done bad things
I've never done anything out of the blue, woh-o-oh

Want an axe to break the ice
Want to come down right now

My mother said to get things done
You better not mess with Major Tom

Thomas Edison nasceu há 164 anos

Google Doodle de hoje

Thomas Alva Edison (Milan, Ohio, 11 de Fevereiro de 1847West Orange, Nova Jérsei, 18 de Outubro de 1931) foi um inventor e empresário dos Estados Unidos que desenvolveu muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial. O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park), como era conhecido, foi um dos primeiros inventores a aplicar os princípios da produção maciça ao processo da invenção.
Em sua vida, Thomas Edison registou mais de 1000 patentes, sendo amplamente considerado o maior inventor de todos os tempos. Não apenas mudou o mundo em que vivia, suas invenções ajudaram a criar outro muito diferente: este em que vivemos hoje. O fonógrafo foi só uma de suas invenções. Outra foi o cinetógrafo, a primeira câmara cinematográfica bem-sucedida, com o equipamento para mostrar os filmes que fazia. Edison também transformou o telefone, inventado por Alexander Graham Bell, em um aparelho que funcionava muito melhor. Fez o mesmo com a máquina de escrever. Trabalhou em projectos variados, como alimentos empacotados a vácuo, um aparelho de raios X e um sistema de construções mais baratas feitas de concreto. Acima de tudo, foi ele quem ajudou a trazer a civilização da Era do Vapor para a Era da Electricidade.
Entre as suas contribuições mais universais para o desenvolvimento tecnológico e científico encontra-se a lâmpada eléctrica incandescente, o gramofone, o cinescópio ou cinetoscópio, o ditafone e o microfone de grânulos de carvão para o telefone. Edison é um dos precursores da revolução tecnológica do século XX. Teve também um papel determinante na indústria do cinema.

Deixar de assobiar para o lado (ou talvez não...)


Editor de Política: Saiu do cargo depois de director impedir artigo
Censura no ‘DN’ será analisada

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ) e o Conselho de Redacção (CR) do ‘Diário de Notícias’ vão analisar a demissão de David Dinis do cargo de editor de política do jornal da Controlinveste.

O jornalista, que continua a integrar a redacção do diário, apresentou a demissão em Janeiro, depois de João Marcelino, director do jornal, ter impedido a publicação de um trabalho, adianta o ‘Público’. A notícia em questão, publicada pelo CM, revelava que a TMN tinha destruído registos telefónicos de Armando Vara, Rui Pedro Soares e Paulo Penedos, arguidos no caso ‘Face Oculta’.

Contactado pelo CM, David Dinis recusou fazer qualquer comentário. O CM contactou João Marcelino, mas o director do ‘DN’ esteve indisponível até ao fecho da edição.

Pedro Mourão, presidente da CCPJ, adiantou ao CM que o assunto será avaliado na reunião de hoje do secretariado da comissão. Já Orlando César, presidente do CDSJ, realça que não recebeu nenhuma queixa, o que facilitaria uma análise do caso, mas assegura que vai "acompanhar os desenvolvimentos para ver o que está em causa", até porque, diz, "poderá haver uma violação quando se pretende que um caso qualquer não seja do conhecimento público".

Também o CR do ‘Diário de Notícias’ está a analisar o caso, referiu um dos seus membros ao CM. Contudo, e até ao momento, não está agendada nenhuma reunião para discutir o assunto.

Já a ERC revelou ao CM que "o assunto não está agendado nem foi abordado na reunião semanal do Conselho [que decorreu no dia de ontem]". 

in CM - ler notícia

A culpa morreu solteira



NOTA: como sempre, quem tem o poder decisório máximo (o ministro) é ilibado - caiem os seus boys, alguns que até tinham alertado para o problema. E porque insistem em chamar inquérito da Universidade do Minho a uma encomenda a um boy do PS que, por acaso, é professor dessa Universidade?

Moniz Pereira - 90 anos!

(imagem daqui)
Mário Alberto Freire Moniz Pereira (Lisboa, 11 de Fevereiro de 1921) é um professor, desportista, atleta, treinador e autor de canções. Foi praticante de andebol, basquetebol, futebol, hóquei em patins, ténis de mesa, voleibol e atletismo.
No atletismo sagrou-se campeão universitário de Portugal de triplo salto e recordista nacional, campeão regional e nacional de salto em altura, triplo e salto em comprimento, em veteranos, e recordista ibérico de salto em comprimento na mesma categoria.
No voleibol é campeão de Lisboa pelo Ginásio Clube de Lisboa, de Portugal pelo Sporting e da I Divisão ao serviço do CDUL. 
Ganhou a medalha de bronze na prova de salto em comprimento e triplo salto, no Campeonato Mundial de Veteranos em 1977 (Gotemburgo) e também no triplo salto do Campeonato Europeu de 1982, em Estrasburgo.
É licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física de Lisboa, onde foi professor durante 27 anos. Como técnico de atletismo esteve presente em 11 Jogos Olímpicos, em 13 Campeonatos da Europa e em 21 Campeonatos do Mundo de Crosse.
De 1976 a 1983 foi director do Estádio Nacional e em 1982 presidiu à Comissão de Apoio à Alta Competição. Foi director técnico da Federação Portuguesa de Atletismo, Seleccionador Nacional de Atletismo e de Voleibol, Presidente da Comissão Central de Árbitros de Voleibol e Árbitro Internacional no Campeonato do Mundo de Paris, em 1956.
É sócio honorário da Associação Internacional de Treinadores de Atletismo. Foi distinguido com a Medalha de Mérito Desportivo em 1976 e 1984, foi condecorado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1980) e com a Comenda da Ordem de Instrução Pública (1984). Foi Galardoado com a Medalha de Mérito em Ouro (1985), foi nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa (1985), galardoado com a Ordem Olímpica (1988) e foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991).
Em 2001 recebeu o Emblema de Ouro da Associação Europeia de Atletismo, a mais alta condecoração individual na modalidade. A pista de atletismo do antigo Estádio José Alvalade recebeu o seu nome, em homenagem ao homem que mais contribuiu para o desenvolvimento do atletismo "leonino". Actualmente, Mário Moniz Pereira é vice-presidente do Conselho Directivo do Sporting para as modalidades Amadoras. É, neste momento, o sócio n.º2 do Sporting Clube de Portugal.
Moniz Pereira é ainda autor dos livros "Manual de Atletismo do Conselho Providencial de Educação Física de Angola" (1961) e "Carlos Lopes e a Escola Portuguesa do Meio-Fundo" (1980) e compositor de 114 temas musicais registados na Sociedade Portuguesa de Autores
Compôs para cima de 120 sucessos entre fados e canções, assim como algumas algumas letras, que têm sido interpretados por nomes grandes da nosso panorama musical, desde Amália Rodrigues, Lucília e Carlos do Carmo, passando por Carlos Ramos, Tony de Matos, Fernando Tordo, João Braga, Camané, Paulo de Carvalho, Maria da Fé, Rodrigo e Maria Armanda.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Livro sobre Geologia e Astronomia lançado pela Imprensa da Universidade de Coimbra

Estas Máquinas chamadas Mundos

Breve Manual de instruções para fabricar planetas e mantê-los em bom estado de funcionamento

Autor: E. Ivo Alves
Língua: Português
ISBN: 978-989-26-0080-2
Editora: Imprensa da Universidade de Coimbra
Edição: 1.ª
Data: Novembro 2010
Preço: 8,40 euros
Dimensões: 170 mm x 120 mm
N.º Páginas: 157

Sinopse

Nos últimos catorze mil milhões de anos formaram-se o tempo, o espaço, a energia, a matéria, as nebulosas, as estrelas, os planetas gasosos e os planetas sólidos. Nestes, formaram-se núcleos, mantos e crostas, minerais, rochas e atmosferas gasosas. Num deles, pelo menos, apareceu vida, que evoluiu até produzir seres estranhos que escrevem, lêem, fazem perguntas sobre o passado e sonham com o futuro. Este livrinho contém algumas dessas perguntas e sonhos, em forma de instruções de fabrico acessíveis a qualquer oficina caseira.



Sobre o autor
Nasceu em Lisboa, em 1959. É licenciado e doutorado em Geologia pela Universidade de Coimbra, onde desempenha as funções de director do Instituto Geofísico e de professor auxiliar do Departamento de Ciências da Terra. Tem leccionado principalmente nas áreas da Geofísica, da Geomatemática e das Geociências Planetárias. Foi o fundador e primeiro coordenador do Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra no qual actualmente coordena o grupo de investigação em Geociências Planetárias. Foi o proponente e investigador principal do primeiro projecto de investigação português de largo espectro sobre Marte, que conferiu ao Instituto Geofísico o estatuto de laboratório reconhecido pela Agência Espacial Europeia. Publicou mais de oitenta artigos de investigação em livros, revistas e actas de congressos e tem-se empenhado na divulgação pública das geociências, tendo realizado mais de cem conferências e entrevistas a órgãos de comunicação social na última década.

NOTA:o Doutor Ivo, professor dos Geopedrados, está de parabéns! Pelo que li no índice, o livro parece prometer...

Boa sorte - Vanessa da Mata feat Ben Harper

Música de aniversariante de hoje

Vanessa da Mata - 35 anos!


Vanessa Sigiane da Mata Ferreira (Alto Garças, 10 de Fevereiro de 1976) é uma cantora e compositora brasileira.


quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Música actual para desanuviar


Um contra o outro - Deolinda


Anda, desliga o cabo,
que liga a vida, a esse jogo,
joga comigo, um jogo novo,
com duas vidas, um contra o outro.


Já não basta,
esta luta contra o tempo,
este tempo que perdemos,
a tentar vencer alguém.


Ao fim ao cabo,
o que é dado como um ganho,
vai-se a ver desperdiçamos,
sem nada dar a ninguém.


Anda, faz uma pausa,
encosta o carro,
sai da corrida,
larga essa guerra,
que a tua meta,
está deste lado,
da tua vida.


Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Anda, mostra o que vales,
tu nesse jogo,
vales tão pouco,
troca de vício,
por outro novo,
que o desafio,
é corpo a corpo.


Escolhe a arma,
a estratégia que não falhe,
o lado forte da batalha,
põe no máximo o poder.


Dou-te a vantagem, tu com tudo, eu sem nada,
que mesmo assim, desarmada, vou-te ensinar a perder.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.

Aperta-se o cerco aos três porquinhos da Taguspark que gostavam de figos

(imagem daqui)

Os três arguidos da Taguspark vão a julgamento

Rui Pedro Soares é um dos que vai a julgamento

O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decidiu hoje levar a julgamento os três arguidos do caso Taguspark, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Assim, Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do pólo tecnológico de Oeiras, Américo Tomatti, à data dos factos presidente da comissão executiva do Taguspark, e João Carlos Silva, antigo administrador do pólo, vão ser julgados no âmbito deste processo.

Os três arguidos são acusados de corrupção passiva para acto ilícito num contrato entre a empresa e o ex-futebolista Luís Figo, que envolveu a realização de um filme.

À altura dos factos, Rui Pedro Soares era também administrador da PT, accionista da empresa Taguspark.

O processo Taguspark foi investigado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa na sequência de uma certidão extraída do processo Face Oculta, em que foram escutados alguns dos intervenientes no caso.

Em causa estão contrapartidas que a PT e a Taguspark terão dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, a Luís Figo para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de Setembro de 2009. Luís Figo negou várias vezes ter recebido qualquer quantia para apoiar publicamente o actual primeiro-ministro.

Poema para um país moribundo

(imagem daqui)

Regresso

Quem cantará vosso regresso morto
Que lágrimas que grito hão-de dizer
A desilusão e o peso em vosso corpo.

Portugal tão cansado de morrer
Ininterruptamente e devagar
Enquanto o vento vem do mar.

Quem são os vencedores desta agonia?
Quem os senhores sombrios desta noite
Onde se perde morre e se desvia
A antiga linha clara e criadora
Do nosso rosto voltado para o dia?

in Mar Novo (1958)- Sophia de Mello Breyner Andresen

O amigo Marcelino, a censura e os boys do PS

Em litígio com director
Não publicação de notícia leva a demissão de editor de política do Diário de Notícias

O director do DN não quis falar sobre o assunto

David Dinis, editor de Política do jornal Diário de Notícias, demitiu-se do cargo em Janeiro em litígio com o director do diário, João Marcelino, que impediu a publicação de uma notícia sobre o facto da operadora de telecomunicações TMN ter destruído parte dos dados de tráfego telefónico de Armando Vara (ex-vice-presidente do BCP), de Rui Pedro Soares (ex-administrador da PT) e de Paulo Penedos (ex-assessor da PT), no âmbito do processo Face Oculta.

A notícia estava pronta há algum tempo, mas João Marcelino não autorizou a sua publicação, tendo entretanto o Correio da Manhã e o Sol acabado por a publicar.

Ontem, David Dinis confirmou ao PÚBLICO que já não ocupa o cargo de editor, tendo recusado a comentar o motivo que esteve na origem do abandono. João Marcelino, por sua vez, não respondeu ao pedido de esclarecimento do PÚBLICO e quando contactado através do seu telemóvel pessoal desligou a chamada. Tal ocorreu depois da jornalista do PÚBLICO lhe ter explicado por que estava a ligar e ter dito que tinha tido o cuidado de confirmar a informação que lhe chegou. Antes disso, já o PÚBLICO tentara obter um comentário através do elemento da direcção que estava ontem a fechar o jornal, o sub-director Nuno Saraiva, que também se recusou a falar.

A questão da manipulação dos meios de comunicação social foi amplamente discutida após a divulgação de escutas telefónicas do Face Oculta. Na altura, o semanário Sol revelou que a 20 de Junho de 2009, quando os termos da compra da TVI pela PT estavam a ser negociados e Rui Pedro Soares se preparava para viajar para Madrid, Paulo Penedos e o então administrador da PT discutiram quem ficaria à frente da estação e da Media Capital. Rui Pedro diz que "uma das razões para ser a PT a comprar" é ele próprio "poder ir" para a estação. Diz que até já "está escolhido o director de informação - o Paulo Baldaia", director da TSF ( do grupo Controlinveste que comprou a Lusomundo Serviços). Penedos lembra que o jornalista "é dado como próximo do Tó-Zé" (referindo-se a António José Seguro, de quem Baldaia foi assessor de imprensa). Rui Pedro Soares responde que Paulo Baldaia "vai ser muito importante porque o João Marcelino é amigo do gajo, temos a Lusomundo tratado [ou seja DN/JN/TSF]".

É hoje! É hoje! (parte 3.1)



Uma entrevista esclarecedora

Henrique Neto. "Seguro deve avançar contra Sócrates"
por Luís Claro, Publicado em 08 de Fevereiro de 2011

O ex-deputado acusa o presidente do partido de censurar os críticos nas reuniões do PS


Henrique Neto foi dirigente e deputado do PS nos tempos de António Guterres e é uma das vozes mais críticas, no interior do partido, da governação de José Sócrates e da falta de debate no partido. Em vésperas do congresso dos socialistas, o empresário defende que a única solução para o país passa pelo PS afastar José Sócrates do governo e considera que António José Seguro é a pessoa indicada para o substituir. O ex-deputado diz que se assim não for, o partido vai pagar caro os erros do actual primeiro-ministro e corre o risco de ser empurrado para a oposição durante muitos anos.



Tem sido bastante crítico da governação de José Sócrates. Qual é a ligação que tem actualmente ao PS?

Sou militante de base e estou atento. Tenho participado numa tendência que existe no PS chamada esquerda socialista. O PS, neste momento, precisa é de gente nova para a mudança.

O partido vai ter eleições em Março para a liderança e José Sócrates deverá ser reeleito pela esmagadora maioria dos militantes. Isso traduz o sentimento do PS?

A partir de António Guterres começou um processo muito forte de centralização e os grupos que tomam conta do partido são cada vez mais pequenos. É sabido que José Sócrates foi escolhido numa reunião entre oito ou nove pessoas. O Jorge Coelho, o António Costa...

Os militantes têm um papel irrelevante na escolha do líder?

Exacto. E por isso defendo a necessidade de eleições primárias dentro do PS. Sem isso os que estão no topo escolhem os que estão na base e os que estão na base agradecem ao líder escolhendo-o a ele. E andamos nisto. Isto aplica-se à comissão nacional, à comissão política e é também assim na escolha dos deputados. Depois existe uma massa de militantes que olham para o partido como se fosse um clube de futebol. Independentemente daquilo que o partido faça está bem feito, porque o partido tem de bater o PSD...

Nos clubes de futebol, os sócios às vezes conseguem despedir o treinador...

É verdade, há mais reacções populares do que nos partidos políticos. A maioria dos militantes, mesmo quando está em desacordo, quando se trata de eleger o líder está sempre a pensar no receio de perder o poder. Eu tenho ouvido alguns militantes dizerem que já não querem José Sócrates, mas acham que se votarem contra ele estão a contribuir para retirar o partido do poder. Não lhes ocorre que essa pode ser a única maneira de evitar que o PSD chegue ao poder, porque, nas actuais circunstâncias, a única alternativa do PS era ganhar consciência dos erros que cometeu e tentar convencer os portugueses de que tem capacidade para os corrigir.

E isso passaria pela saída de José Sócrates da liderança e do governo?

Claro. Era a única maneira de o PS não ficar durante muitos anos conotado com os erros que cometeu nos últimos tempos. Não tenhamos ilusões: a partir do momento em que o PSD tiver acesso ao poder, o PS vai ser martirizado pelos erros cometidos e os portugueses vão ter uma consciência maior disso. O partido vai pagar duramente estes anos de José Sócrates. Os erros são tantos, e de tal maneira graves, que põem em causa a independência nacional. Estamos cada vez mais dependentes do exterior e o PS vai ser penalizado por ter feito muitas asneiras, mas também por não ter feito nada, até à última hora, para as corrigir.

Quem poderia substituir José Sócrates?

Há alguns que são conhecidos. O António Costa, que já disse que não queria por razões tácticas, o líder da bancada, Francisco Assis, que disfarça mal que tem esse objectivo, e o António José Seguro. São os três mais conhecidos. Se eu pudesse escolheria o António José Seguro sem nenhuma hesitação, porque o partido precisa de alguém que não seja um seguidor cego e que, como ele, tenha um pensamento próprio e mais estruturado. Ele também pode cometer o erro de estar sempre a adiar e os socialistas acharem que é táctica a mais.

Devia candidatar-se nas próximas eleições internas?

Acho que sim. Mesmo que não fosse para ganhar seria útil para marcar o terreno e para que os portugueses o conheçam melhor e conheçam melhor as ideias que ele tem. Não é um drama as pessoas candidatarem-se contra o líder.

Pode pecar por alguma hesitação?

Penso que sim. Ele não é uma pessoa hesitante, mas a maioria das pessoas pode ficar com essa ideia. O que seria uma falsa visão.

Independentemente de Sócrates vir a ter adversários, a verdade é que essa visão crítica da governação e do PS não é partilhada pela esmagadora maioria dos dirigentes do partido.

É verdade, mas também é verdade que nas reuniões da comissão nacional, por exemplo, o presidente do partido, Almeida Santos, controla tudo. Só dá a palavra verdadeiramente a quem quer, corta a palavra, diz que não há tempo....

Só fala quem o presidente do PS quer?

Só. As actas ou não são feitas ou não são votadas. E não são votadas, porque as actas não correspondem minimamente àquilo que lá se passou. Na última reunião houve um dirigente que escreveu uma carta ao Almeida Santos a dizer que as actas estavam erradas e que queria discutir isso. O presidente do partido, nesta última reunião, no domingo, como viu que este dirigente ia falar disse-lhe que depois falaria com ele no final da reunião para que não se desse ali um incidente interno.

Na última reunião da comissão nacional?

Sim, o Almeida Santos tem culpas enormes na falta de democraticidade interna do partido.

O que está a dizer é que há censura nas reuniões da comissão nacional?

Sim, há censura. O presidente do PS, com o estatuto que tem, inibe as pessoas de dizerem aquilo que pensam e mesmo quando dizem há uma censura imediata. Há um clima de pressão, mesmo não sendo preciso, porque seriam críticas isoladas. Tem sido um processo contínuo de limitação da liberdade interna.

Quando se discutiu o Orçamento do Estado para este ano houve um debate sobre onde o governo deveria cortar, com o PSD a pedir mais cortes no aparelho de Estado. Há margem para cortar na máquina do Estado?

Enorme. Não apenas para poupar, mas para delinear políticas que não sejam dependentes do Estado.

O PS tem algumas resistências?

Claro que tem. O próprio primeiro-ministro disse, numa reunião interna do partido, que se o partido for mexer muito no Estado está a mexer na base de apoio do PS. Honra lhe seja feita, foi muito claro. E aí o Passos Coelho tem razão. Há que dar uma volta ao Estado, porque isto é insustentável. Era preferível fazer uma reforma destas a reduzir os salários ou o subsídio dos desempregados. Eu, nas moções que fiz há cerca de dez anos, digo que é urgente acabar com os serviços paralelos ao Estado e que é urgente profissionalizar os dirigentes de topo do Estado. Isso é essencial, porque permite garantir a continuidade das políticas. Há reformas, mas não se destrói tudo o que foi feito, como tem acontecido. Isso só é possível com profissionais. Não é isso que acontece, porque foram os chefes políticos ou os amigos políticos que foram colocados em toda a administração pública. Os relatórios do Tribunal de Contas, por exemplo, são um mergulho na realidade. Qualquer pessoa percebe que estamos a caminhar para o desastre.

É possível fazer essas reformas sem despedir funcionários públicos?

Chegados aqui, e não tínhamos necessidade de ter chegado a esta desgraça, o sacrifício devia ser para todos e devíamos resolver o problema o mais depressa possível, provavelmente com o FMI, com a União Europeia, com todos. Se não o fizermos, em vez de termos dois ou três anos de sacrifícios vamos ter dez ou 15. O que é triste é que as classes mais desfavorecidas estão sozinhas a pagar a crise. Há uma frase que detesto, que é dizerem que temos vivido acima das nossas possibilidades. É verdade, mas as pessoas que ganham 400 euros por mês têm vivido acima das possibilidades? Uma família que ganhe mil euros consegue viver acima das possibilidades? Têm de me explicar como é que isso se faz.

A classe média vai começar a ser atingida por algumas medidas do Orçamento do Estado deste ano.

É verdade, e vai começar a mexer-se

E vai ser preciso o apoio do FMI?

O governo transformou esse problema, que devia de ser de racionalidade, num problema de patriotismo. Quem quer o FMI é antipatriota. Eu acho que é um problema de racionalidade, mas não tenho todos os elementos. O que eu penso é que é preciso fazer alguma coisa e o meu receio é que, em vez de irmos mais cedo pedir ajuda, pelo nosso próprio pé, com propostas nossas e negociando ou não e aceitando aquilo que nos querem impor, cheguemos lá fragilizados, e nessa altura temos de aceitar tudo.

Já estamos a ser ajudados.

É verdade, e o governo não tem crédito internacional. O primeiro-ministro é acusado de ser mentiroso nos jornais. Isto não é normal e tem efeitos internacionais. O futuro do país está dependente do cumprimento do Orçamento, porque ninguém acredita que ele o vá cumprir. O natural seria acreditar que o governo o vai cumprir e a questão da credibilidade é determinante neste momento. Eu acho até que há mais desconfiança externa que interna.

Deu apoio a Manuel Alegre nas presidenciais. Estava à espera de uma derrota tão pesada?

Era previsível, porque os portugueses estão a afastar-se da política. As pessoas também votaram contra os políticos. O resultado do José Manuel Coelho devia ser estudado. Os portugueses vão pela via da desilusão. Há uma desilusão grande e isto é perigoso. O que nos vale é estarmos na União Europeia. Quando oiço algumas pessoas, por exemplo, a dizerem que podemos sair do euro, penso logo que estão a abrir o caminho para um aventureiro qualquer.

É impensável para países como Portugal sair do euro?

No outro dia não tínhamos o que comer. Criámos uma dependência alimentar, a partir do professor Cavaco Silva, de tal ordem que a gente compra uma boa parte daquilo de que precisa lá fora. Se sairmos do euro, não temos dinheiro para pagar.

O que espera de Cavaco Silva neste segundo mandato?

Não espero nada. Pelas características pessoais e por conveniência política. Não vai fazer o que fez o Jorge Sampaio, que dissolveu o Parlamento e afastou o governo. O problema vai pôr-se na Assembleia da República. É imprevisível, mas se calhar vamos viver numa paz podre.

As eleições antecipadas poderiam ser uma solução?

Acho que é impossível resolver qualquer problema com o José Sócrates à frente do poder. Nestas condições qualquer solução é melhor que a actual. Um governo PS sem José Sócrates, um governo de coligação, um governo do PSD. Ele hoje é o poder, os ministros não contam para nada. O partido não conta para nada. O que ele quer é o que se faz e o que ele quer infelizmente é quase sempre errado.

Falou alguma vez com José Sócrates acerca da opinião que tem sobre a governação?

Não. Eu conheço-o há alguns anos e sempre fui contra ele ser secretário-geral. Quando ele assumiu o cargo de primeiro-ministro mandei-lhe uma carta com vários documentos que vinham do tempo do Guterres e de coisas que eu achava que deviam ser implementadas. E ele, ao contrário do Guterres, que agradecia sempre estas coisas, nunca reagiu. Ele não gosta de mim, eu também não gosto dele, mas não é nada de pessoal. Costumo dizer que só tenho um país e detesto as pessoas que dão cabo dele.

Qual é a sua avaliação deste governo no seu conjunto?

Com excepção do dia-a-dia nas Finanças, o governo não existe. É interessante que o primeiro-ministro tenha tanta fama de ser determinado e duro e depois o governo seja a bandalheira que é. Quando sai nos jornais que uma empresa ou instituto não está a cumprir as regras, o governo vai a correr tentar resolver o problema. Parece que há uma lei para isso. Ou seja, é um governo que anda a correr atrás dos problemas. Isto é o pior que se pode fazer. O governo eficaz é aquele que consegue prever. E, portanto, este governo é pior que os outros porque é mais improvisador e tem mais competência a improvisar, porque o José Sócrates tem competência a vender ideias que de repente lhe surgiram como se fossem a solução. E o partido vai atrás daquilo convencido de que ele tem mesmo a solução. Mas ao fim de algum tempo esquece essa ideia e parte para outra.

Mas também houve boas decisões, ou não?

Se eu tivesse de escolher aquilo que foi mais bem feito no governo, escolheria a Educação no início do primeiro governo do PS, mas depois veio uma segunda fase que mostrou que se tratava de um impulso e não de uma estratégia ou de uma filosofia para o sector. Por último começou a fazer asneiras, que contrariaram tudo o que de bom tinha sido feito. Por exemplo, na avaliação dos professores aquela proposta só seria apresentada por uma pessoa que quisesse acabar com a avaliação. Não há uma ideia consistente. Talvez a única ideia consistente fosse na área da Saúde com o Correia de Campos, mas ele não soube vender aquilo.

Se calhar era difícil...

Não. O Sócrates chegou ao poder com a convicção de que os portugueses gostam de coisas afirmativas. E tinha alguma razão, porque não se pode ser tão indeciso como o Guterres, mas também não se pode pensar que se sabe tudo, como este governo. E ele criou uma cultura de ausência de crítica, quer no país quer no partido. Quando ele desafia o Carrilho e aqueles que têm criticado o governo a assumirem-se como candidatos à liderança do PS mostra que tem uma visão totalitária, porque a crítica é útil independentemente de se querer ou não ser primeiro-ministro. Ter pessoas à nossa volta que nos alertam para os problemas é essencial. E esta visão totalitária do poder marginaliza todo o pensamento criativo, porque as pessoas querem manter o lugar, querem por exemplo ser deputados na próxima legislatura, e preferem não criticar. Os melhores pensadores portugueses valorizam o pensamento crítico.

Foi deputado, durante quatro anos, no tempo em que António Guterres era primeiro-ministro. Como foi essa experiência?

Pensei que podia ser útil, mas não. Apresentei várias ideias para a economia, mas os líderes parlamentares estavam mais preocupados com a luta do dia-a-dia. Se olhar para a bancada do PS neste momento, não há lá ninguém que tenha a mínima ideia sobre o que é a economia. Um dos poucos deputados que tinham alguma perspectiva disso - o Afonso Candal - acabou por sair. Os deputados não têm experiência de vida.

Nesse sentido concordaria com a diminuição de deputados, tal como defendeu o ministro dos Assuntos Parlamentares?

Um dos problemas que corroem a vida política é confundir o essencial com o acessório. Esse é um dos problemas graves. O país para mudar do ponto de vista económico precisa que sejam definidas quatro ou cinco prioridades, mas se estivermos a discutir 300 temas ao mesmo tempo cada um fala para seu lado e daí não resulta nada. E isso resulta da falta de experiência, nomeadamente internacional, dos políticos portugueses. Falamos da globalização, mas não sabemos o que os outros países estão a fazer. O que estão a fazer as empresas dos outros países. E desconhecendo tudo isto é difícil saber quais devem ser as prioridades. Discutir, por exemplo, o número de deputados como um grande objectivo é ridículo. Do ponto de vista do custo é ridículo e o problema não é haver 230 deputados ou 180 deputados. O problema é os deputados estarem lá e não fazerem nenhum. Não terem ideias, não terem propostas nem capacidade crítica. O problema é serem escolhidos pelas direcções partidárias em vez de serem escolhidos pelos eleitores, ou pelo menos pelos militantes dos partidos.

A ética republicana e socialista - versão boy do PS assessor camarário

 (imagem daqui)

O Centro de Emprego do Montijo exigiu a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro
Assessor do PS ainda não devolveu subsídios indevidos

O coordenador da secção de Belém do PS que, no ano passado, acumulou ilegalmente o lugar de assessor camarário, com subsídios estatais de 41.100 euros destinados a criar uma empresa de construção civil e três postos de trabalho, incluindo o seu, ainda não regularizou a sua situação perante o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).


O caso foi revelado pelo PÚBLICO em Novembro passado e tem a ver com um jovem de 26 anos, Pedro Silva Gomes, que beneficiara dos apoios reservados a desempregados, ao mesmo tempo que recebia da Câmara de Lisboa 3950 euros mensais ilíquidos, "a recibos verdes", desde Dezembro de 2009. As funções que lhe foram atribuídas na autarquia foram as de assessor da vereadora Graça Fonseca, membro do secretariado da secção de Belém do PS, cujo coordenador é precisamente Pedro Gomes.

Para além da acumular os apoios do IEFP com as remunerações da autarquia, o assessor, que fora funcionário do PS até meados de 2009, passando então a receber o subsídio de desemprego, tinha a empresa sem qualquer sinal de actividade quando o Centro de Emprego do Montijo a inspeccionou, após a notícia do PÚBLICO. Verificada a ilegalidade da situação, que se prendia sobretudo com o facto de o beneficiário não estar desempregado quando assinou com o IEFP o contrato que lhe permitiu receber 41.100 euros de subsídios, o centro de emprego exigiu-lhe logo em Novembro a reposição daquelas verbas. Pedro Gomes ainda requereu a anulação dessa ordem à Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IEFP, mas a sua pretensão foi rejeitada.

Na sequência desta decisão, o Centro de Emprego do Montijo voltou a exigir a devolução daqueles valores no dia 11 de Janeiro, disse ao PÚBLICO o assessor de imprensa do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. A mesma fonte adiantou ontem que Pedro Gomes tem "60 dias para devolver [o dinheiro] ou para contestar" a sua exigência, presume-se que judicialmente, contados a partir de 13 de Janeiro. Até agora, garantiu o assessor de imprensa, através de email, "não devolveu nem contestou". Feitas as contas, o interessado tem ainda um mês e uma semana para decidir o que fazer.

De acordo com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, a averiguação desencadeada pelos serviços de auditoria interna do IEFP após a divulgação do caso "concluiu pela irregularidade das condições de atribuição dos subsídios e pela regularidade funcional do Centro [de Emprego do Montijo], face às informações de que este dispunha".

Os pobres que paguem a crise (que aos Bancos não nos dá jeito)


E quem aceita a demissão do Ministro?

(imagem daqui)

PS -  Quando é que será divulgada a encomenda a feita a boy do PS, mais uma vez encapotada por uma Universidade?

Empresa de telecomunicações entra no ramo do Humor




NOTA: as Produções Fictícias que se cuidem - a TMN sabe o que faz...

Colóquio em Coimbra

Portas de Ródão

Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra (via Blog De Rerum Natura):


Colóquio/Debate
9 de Fevereiro de 2011 | 15.00-17.30 horas
Entrada livre

O tema das maravilhas naturais de Portugal esteve muito presente durante o ano de 2010. Serviu para sensibilizar a população para a questão da protecção da biodiversidade e geodiversidade do nosso país, dando a conhecer locais paradisíacos no nosso país que eram desconhecidos da maioria. O objectivo deste debate é sensibilizar o público em geral para a questão da gestão sustentável de um local simultaneamente uma área protegida e uma atracção turística.

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra apresenta este tema a partir de um debate que conta com a presença da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, que irá apresentar o exemplo da conservação do Monumento Natural das Portas de Ródão, a comunidade científica, representada pelo Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, que nos irão descrever a riqueza daquele local do ponto de vista geológico e biológico, e a sociedade civil, representada pelo Geopark Naturtejo.

Esta iniciativa faz parte do ciclo de debates Homem, Cidade, Ciência

Programa:

  • Jorge Gouveia, Coordenador da proposta de classificação das Portas de Ródão como Monumento Natural
  • Pedro Proença Cunha, Departamento de Ciências da Terra da FCTUC
  • Carlos Neto de Carvalho e Joana Rodrigues, Geopark Naturtejo
  • Nelson Almeida, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR)
  • Sara Canilho, Museu da Ciência (autora da tese Definição de temáticas científicas e propostas de valorização e divulgação no Monumento Natural das Portas de Ródão e suas imediações, para turismo científico).

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Também tu, Vera Jardim?!?


NOTA: por mim tudo bem - remodelação já. Mas, se tem de ser, começa-se pelo Primeiro Ministro...

Notícia sobre o tempo em as cobras tinham patas

Evolução
Fóssil ajuda a perceber como as cobras deixaram de ter patas

O fóssil da cobra foi encontrado no Líbano há dez anos

O fóssil de uma cobra que viveu há 95 milhões de anos ajudou uma equipa de investigadores a compreender melhor como é que estes animais perderam as patas e a traçar a sua origem, segundo um estudo publicado hoje na revista “Journal of Vertebrate Paleontology”.

Apenas são conhecidos três espécimes de cobras fossilizadas com ossos de patas bem preservados. A Eupodophis descouensi, a cobra estudada por esta equipa de investigadores – liderada por Alexandra Houssaye, do Museu de História Natural de Paris –, foi encontrada há dez anos no Líbano.

Com um comprimento total de 50 centímetros, o fóssil revela uma pequena pata traseira com cerca de dois centímetros, junto à pélvis do animal. Apesar de o fóssil mostrar apenas uma pata à superfície, uma segunda pata está escondida na rocha, conforme o revelou um exame feito com recurso a uma nova tecnologia de radiação electromagnética.

“Este fóssil é crucial para compreender a evolução das cobras, dado que representa um estádio evolutivo intermédio, quando as cobras antigas ainda não tinham perdido totalmente as patas que herdaram de lagartos antigos”, explicam os autores do estudo, em comunicado.

Graças à nova tecnologia, que permitiu imagens de grande detalhe da pata escondida na rocha, os cientistas acreditam que a espécie perdeu as patas porque estas cresceram mais lentamente ou durante um período de tempo mais curto. “A revelação de uma estrutura interna dos membros da Eupodophis permite-nos investigar o processo da regressão dos membros na evolução das cobras”, explicou Alexandra Houssaye.

Além disso, os investigadores – entre os quais cientistas da European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), em Grenoble, França, e do Karlsruhe Institute of Technology, na Alemanha - esperam contribuir para lançar luz sobre um debate relativo à origem das cobras: será que evoluíram a partir de um lagarto terrestre ou de um que viveu nos oceanos. Este estudo – que mostrou a estrutura interna dos ossos da pata da cobra - aponta para a primeira hipótese, dada a semelhança com lagartos terrestres.

NOTA: há que recordar que ainda hoje há com cobras com membros vestigiais - e não estou a falar de políticos...

É hoje! É hoje! (parte 2.0)

Polémica com número de eleitor nas Presidenciais
MAI recebe hoje conclusão do inquérito sobre eleições

Os resultados preliminares do inquérito instaurado pelo Ministério da Administração Interna (MAI), para apurar responsabilidades sobre as dificuldades dos portadores do cartão de cidadão em votar nas presidenciais, vão ser entregues hoje ao ministro Rui Pereira, confirmou ao PÚBLICO Luís Amaral, responsável pelo estudo.

Luís Amaral, professor da Universidade do Minho, à qual foi encomendado o inquérito, adiantou que foram ouvidos "todos os responsáveis envolvidos", incluindo o ministro, a Direcção-Geral da Administração Interna e a secretária de Estado Dalila Araújo.

PSD e CDS exigiram ontem que Rui Pereira divulgasse hoje no Parlamento os resultados do inquérito.

O deputado do PSD Fernando Negrão anunciou que o partido "vai apresentar um requerimento, exigindo ao ministro da Administração Interna que mostre com a maior brevidade possível os resultados do inquérito que mandou fazer para que esta questão não seja esquecida". Também Nuno Magalhães, porta-voz do CDS, desafiou o ministro a divulgar hoje os resultados, "para que cumpra pelo menos uma coisa, o prazo a que se vinculou no Parlamento".


NOTA: desde já deixamos aqui a nossa solidariedade pública para com o ministro da Administração Interna, com votos de que a encomenda chegue bem e rápido. Finalmente recordamos que o dia tem 24 horas e amanhã também é um bom dia para se se saber os resultados da coisa ou para um ministro se demitir; gostaríamos ainda de perguntar se este Luís Amaral citado na peça tem alguma coisa a ver com um antigo assessor do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para a Gestão de Sistemas de Informação do XIII Governo Constitucional, provavelmente seu homónimo.