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sábado, fevereiro 12, 2011

Chamar mentiroso ao ministro - versão soft

(imagem daqui)

A culpa morre solteira - o ministro Rui Pereira pode ir com ela...

Audição no Parlamento
Deputados da oposição insistem na demissão de Rui Pereira

"O país não é governado por directores-gerais. O director-geral responde perante a tutela", acusou o PCP

Os deputados da oposição voltaram a pedir esta tarde a demissão do ministro da Administração Interna por considerarem que o responsável máximo pela falta de informação aos eleitores sobre o novo local de voto é Rui Pereira.

O primeiro foi o PSD, pela voz de Fernando Negrão. O deputado disse ser-lhe difícil acreditar que o director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, o único cujo pedido de demissão foi aceite, "não tenha dado cumprimento por sua exclusiva vontade a um despacho da tutela".

Fernando Negrão disse também estranhar que "os responsáveis pela direcção-geral não tenham feito o acompanhamento do cumprimento da ordem [da secretária de Estado]. Como é que a secretária de Estado não fez este acompanhamento?".

O deputado social-democrata lembrou os casos de Manuel Pinho, que foi demitido por fazer um gesto pouco correcto, e de Jorge Coelho, que se demitiu na sequência da ponte de Entre-os-Rios, para questionar directamente Rui Pereira. "Vossa excelência é responsável pelo impedimento administrativo de um direito constitucional, que é a base do funcionamento do regime democrático. Sente-se confortável a continuar a assumir as responsabilidades como ministro? Não tira consequências políticas deste acto?"

Também Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, considerou que a "responsabilidade é toda ela do Governo", para depois apontar o dedo a Rui Pereira: "O sr. ministro tem ou não tem esta ética de responsabilidade? Se tem demite-se, se não tem, estes actos ficam na decadência do seu Governo."

E o comunista António Filipe reforçou em seguida as críticas ao governante. "O país não é governado por directores-gerais. O director-geral responde perante a tutela, mas é a tutela que responde perante os cidadãos. O que se passou não é do foro administrativo, mas é também responsabilidade política. Não é o DGAI que prestas contas ao país quando há problemas desta natureza."

Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, que já no plenário pedira a demissão do ministro, questionou directamente a secretária de Estado sobre quando a responsável soube que o seu despacho não fora cumprido. "No dia das eleições", respondeu Dalila Araújo, que acompanha o ministro nesta audição.

"É normal que um agente governativo dê uma orientação, uma ordem, diga 'cumpra-se' e durante meses não sabe de absolutamente mais nada? E só soube que não fora cumprida porque deu barraca. Porque se não desse nada se sabia ainda", criticou Heloísa Apolónia. "Há aqui qualquer coisa de incompetência, de organização de trabalho que temos que compreender."

Nuno Magalhães classificou o relatório feito pela Universidade do Minho sobre o que se passou no dia 23 de inconsequente e insuficiente. O que somado ao atraso com que chegou ao Parlamento - Rui Pereira prometera-o para terça-feira passada e só chegou na quinta-feira -, seria "justa causa ou motivo atendível de demissão".

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

A culpa morreu solteira



NOTA: como sempre, quem tem o poder decisório máximo (o ministro) é ilibado - caiem os seus boys, alguns que até tinham alertado para o problema. E porque insistem em chamar inquérito da Universidade do Minho a uma encomenda a um boy do PS que, por acaso, é professor dessa Universidade?

terça-feira, fevereiro 08, 2011

É hoje! É hoje! (parte 2.0)

Polémica com número de eleitor nas Presidenciais
MAI recebe hoje conclusão do inquérito sobre eleições

Os resultados preliminares do inquérito instaurado pelo Ministério da Administração Interna (MAI), para apurar responsabilidades sobre as dificuldades dos portadores do cartão de cidadão em votar nas presidenciais, vão ser entregues hoje ao ministro Rui Pereira, confirmou ao PÚBLICO Luís Amaral, responsável pelo estudo.

Luís Amaral, professor da Universidade do Minho, à qual foi encomendado o inquérito, adiantou que foram ouvidos "todos os responsáveis envolvidos", incluindo o ministro, a Direcção-Geral da Administração Interna e a secretária de Estado Dalila Araújo.

PSD e CDS exigiram ontem que Rui Pereira divulgasse hoje no Parlamento os resultados do inquérito.

O deputado do PSD Fernando Negrão anunciou que o partido "vai apresentar um requerimento, exigindo ao ministro da Administração Interna que mostre com a maior brevidade possível os resultados do inquérito que mandou fazer para que esta questão não seja esquecida". Também Nuno Magalhães, porta-voz do CDS, desafiou o ministro a divulgar hoje os resultados, "para que cumpra pelo menos uma coisa, o prazo a que se vinculou no Parlamento".


NOTA: desde já deixamos aqui a nossa solidariedade pública para com o ministro da Administração Interna, com votos de que a encomenda chegue bem e rápido. Finalmente recordamos que o dia tem 24 horas e amanhã também é um bom dia para se se saber os resultados da coisa ou para um ministro se demitir; gostaríamos ainda de perguntar se este Luís Amaral citado na peça tem alguma coisa a ver com um antigo assessor do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para a Gestão de Sistemas de Informação do XIII Governo Constitucional, provavelmente seu homónimo.