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quarta-feira, fevereiro 09, 2011
O amigo Marcelino, a censura e os boys do PS
Em litígio com director
Não publicação de notícia leva a demissão de editor de política do Diário de Notícias
O director do DN não quis falar sobre o assunto
David Dinis, editor de Política do jornal Diário de Notícias, demitiu-se do cargo em Janeiro em litígio com o director do diário, João Marcelino, que impediu a publicação de uma notícia sobre o facto da operadora de telecomunicações TMN ter destruído parte dos dados de tráfego telefónico de Armando Vara (ex-vice-presidente do BCP), de Rui Pedro Soares (ex-administrador da PT) e de Paulo Penedos (ex-assessor da PT), no âmbito do processo Face Oculta.
A notícia estava pronta há algum tempo, mas João Marcelino não autorizou a sua publicação, tendo entretanto o Correio da Manhã e o Sol acabado por a publicar.
Ontem, David Dinis confirmou ao PÚBLICO que já não ocupa o cargo de editor, tendo recusado a comentar o motivo que esteve na origem do abandono. João Marcelino, por sua vez, não respondeu ao pedido de esclarecimento do PÚBLICO e quando contactado através do seu telemóvel pessoal desligou a chamada. Tal ocorreu depois da jornalista do PÚBLICO lhe ter explicado por que estava a ligar e ter dito que tinha tido o cuidado de confirmar a informação que lhe chegou. Antes disso, já o PÚBLICO tentara obter um comentário através do elemento da direcção que estava ontem a fechar o jornal, o sub-director Nuno Saraiva, que também se recusou a falar.
A questão da manipulação dos meios de comunicação social foi amplamente discutida após a divulgação de escutas telefónicas do Face Oculta. Na altura, o semanário Sol revelou que a 20 de Junho de 2009, quando os termos da compra da TVI pela PT estavam a ser negociados e Rui Pedro Soares se preparava para viajar para Madrid, Paulo Penedos e o então administrador da PT discutiram quem ficaria à frente da estação e da Media Capital. Rui Pedro diz que "uma das razões para ser a PT a comprar" é ele próprio "poder ir" para a estação. Diz que até já "está escolhido o director de informação - o Paulo Baldaia", director da TSF ( do grupo Controlinveste que comprou a Lusomundo Serviços). Penedos lembra que o jornalista "é dado como próximo do Tó-Zé" (referindo-se a António José Seguro, de quem Baldaia foi assessor de imprensa). Rui Pedro Soares responde que Paulo Baldaia "vai ser muito importante porque o João Marcelino é amigo do gajo, temos a Lusomundo tratado [ou seja DN/JN/TSF]".
Postado por Pedro Luna às 20:18 0 bocas
Marcadores: censura, DN, jobs for the boys, José Sócrates, Marcelino, PS
terça-feira, dezembro 28, 2010
O blog Geopedrados recomenda que comprem amanhã o DN
O "Diário de Notícias" que amanhã chega às bancas é uma edição especial, idealizada por jovens e destacadas personalidades portuguesas. O escritor Gonçalo M. Tavares assume a direcção.
A fadista Carminho, o triatleta João Silva, a bióloga Sofia Reboleira, a gestora Filipa Guimarães, a comissária da PSP Paula Monteiro, o presidente da Associação Académica de Coimbra, Eduardo Melo, a apresentadora de televisão Sílvia Alberto e o investigador Ricardo Vicente seleccionaram os temas que a equipa de jornalistas do Diário de Notícias está a desenvolver para apresentar aos leitores amanhã.
Uma edição histórica comemorativa do 146.º aniversário do DN, em formato berliner e inteiramente a cores, que tem como director o escritor Gonçalo M. Tavares, que definiu a filosofia deste número especial.
Com destaque para a reportagem, os temas seleccionados pelos jovens editores convidados têm um tratamento mais alargado do que é usual. Para além disso, Gonçalo M. Tavares fez questão de valorizar o passado do jornal fundado a 29 de Dezembro de 1864 por Eduardo Coelho e Tomás Quintino Antunes. Por isso, junto a cada um dos textos, haverá sempre uma referência histórica ao assunto em destaque, mas num outro momento do quase século e meio de história do DN.
Quatro razões para não perder esta edição especial
Esta é uma edição única e para guardar. O jornal vai ter conteúdos actuais mas pretende que os mesmos possam ser lidos e continuar a ter interesse daqui a 146 anos.
A direcção desta edição especial é assumida por Gonçalo M. Tavares, a maior revelação deste ano da literatura em Portugal e autor premiado em França.
Os editores que vão representar as outras áreas desta edição especial são, à semelhança de Gonçalo M. Tavares, uma revelação nas suas áreas de referência.
Esta edição especial vai ser inteiramente a cores e em formato berliner, um regresso ao formato clássico do Diário de Notícias. Se já não se lembra como era o DN em formato "grande", esta é uma boa oportunidade para o relembrar amanhã numa edição de grande qualidade.
Postado por Fernando Martins às 21:48 0 bocas
Marcadores: DN, Sofia Reboleira
segunda-feira, março 02, 2009
Nova espécie de Dinossáurio - notícia no DN
Descoberta nova espécie de dinossauro em Portugal
FILOMENA NAVES
Fósseis. Chama-se 'Miragaia longicollum' porque tem o pescoço longo, foi descoberto na Lourinhã e é uma nova espécie de dinossauro. A equipa do paleontólogo Octávio Mateus já publicou um artigo científico
Quando o paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, foi alertado há dez anos para o achado de um grande osso num caminho agrícola de Miragaia (Lourinhã) não podia saber que esse era o primeiro passo para a descoberta de uma nova espécie de dinossauro em Portugal.
Este é um novo estegossauro (com placas ósseas no dorso, a lembrar a imagem de um dragão), que os seus descobridores baptizaram de Miragaia longicollum, um nome cheio de significados. Entre eles, o de pescoço comprido, uma das imagens de marca da espécie.
O artigo científico com a descrição do novo dinossauro, que viveu no Jurássico Superior (há 150 milhões de anos), foi publicado na semana passada, na Proceedings of the Royal Society, pela equipa liderada por Octávio Mateus, que conta com uma paleontóloga da Universidade de Cambridge.
As escavações foram feitas em 1999 e 2001. Entre 2002 e 2006, os investigadores fizeram a preparação laboratorial dos fósseis, os moldes e as réplicas. O estudo iniciou-se então e ficou concluído em 2008. "O esqueleto não está completo, mas para um dinossauro é bom", adiantou ao DN Octávio Mateus, sublinhando que "o crânio está completo, o que faz dele o único crânio de estegossauro da Europa".
Em 2006 a equipa percebeu que aquele não era uma estegossauro como os outros. Este tem um longo pescoço de metro e meio, com 17 vértebras. "Pode haver duas razões para isto", diz Octávio Mateus. "Ou se tratou de uma adaptação, como estratégia de alimentação, por exemplo, ou houve uma selecção sexual, por preferência de parceiros com o pescoço mais compridos". O aparecimento de novas vértebras, por regulação genética e a cervicalização das vértebras dorsais terão conduzido a esse pescoço mais longo. "Mas o que isto demonstra é uma enorme plasticidade evolutiva dos dinossauros", conclui Octávio Mateus.
FILOMENA NAVES
Fósseis. Chama-se 'Miragaia longicollum' porque tem o pescoço longo, foi descoberto na Lourinhã e é uma nova espécie de dinossauro. A equipa do paleontólogo Octávio Mateus já publicou um artigo científico
Quando o paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, foi alertado há dez anos para o achado de um grande osso num caminho agrícola de Miragaia (Lourinhã) não podia saber que esse era o primeiro passo para a descoberta de uma nova espécie de dinossauro em Portugal.
Este é um novo estegossauro (com placas ósseas no dorso, a lembrar a imagem de um dragão), que os seus descobridores baptizaram de Miragaia longicollum, um nome cheio de significados. Entre eles, o de pescoço comprido, uma das imagens de marca da espécie.
O artigo científico com a descrição do novo dinossauro, que viveu no Jurássico Superior (há 150 milhões de anos), foi publicado na semana passada, na Proceedings of the Royal Society, pela equipa liderada por Octávio Mateus, que conta com uma paleontóloga da Universidade de Cambridge.
As escavações foram feitas em 1999 e 2001. Entre 2002 e 2006, os investigadores fizeram a preparação laboratorial dos fósseis, os moldes e as réplicas. O estudo iniciou-se então e ficou concluído em 2008. "O esqueleto não está completo, mas para um dinossauro é bom", adiantou ao DN Octávio Mateus, sublinhando que "o crânio está completo, o que faz dele o único crânio de estegossauro da Europa".
Em 2006 a equipa percebeu que aquele não era uma estegossauro como os outros. Este tem um longo pescoço de metro e meio, com 17 vértebras. "Pode haver duas razões para isto", diz Octávio Mateus. "Ou se tratou de uma adaptação, como estratégia de alimentação, por exemplo, ou houve uma selecção sexual, por preferência de parceiros com o pescoço mais compridos". O aparecimento de novas vértebras, por regulação genética e a cervicalização das vértebras dorsais terão conduzido a esse pescoço mais longo. "Mas o que isto demonstra é uma enorme plasticidade evolutiva dos dinossauros", conclui Octávio Mateus.
ADENDA: faz hoje 35 anos que a pena de morte por garrote foi executada pela última vez na Península Ibérica - o anarquista catalão Salvador Puig Antich foi executado no garrote vil pelo regime (moribundo...) franquista em Barcelona, a 2 de Março de 1974. Uma música, que lhe foi dedicada por Lluís Llach, para recordar o pobre rapaz:
Postado por Fernando Martins às 21:12 0 bocas
Marcadores: DN, Doutor Octávio Mateus, estegossáurio, I si canto trist, Lluís Llach, Lourinhã, Miragaia longicollum, música, Paleontologia
domingo, fevereiro 08, 2009
sábado, outubro 11, 2008
Mutatis mutandis
ATENÇÃO! Isto não está tão mal como o pintam - o Blog Bandeira ao Vento voltou! Vejam este post de José Bandeira, por nós ilustrado com um cartoon do mesmo autor publicado no DN:
Há dois mil e seiscentos anos (tanto assim? Como o tempo passa), também em Atenas havia problemas de endividamento. Flagelados por um sem-número de contrariedades – más colheitas, pragas, aumento de taxas de juro, etc. –, os cidadãos não conseguiam pagar os seus ecrãs plasma gigantes e a taxa da Sport TV (bem, era mais os cereais e coisas assim) e viam-se reduzidos pelos seus credores à condição de escravos.
Temendo os episódios sanguinolentos e as competições de lira que sempre acompanhavam os períodos de ruptura na Grécia antiga, os atenienses, pobres como ricos, concordaram em pedir ao seu compatriota Sólon – um dos “sete sábios” da Antiguidade – que reformasse as leis da cidade e restaurasse por meios pacíficos a paz social. Sólon aceitou, mas impôs uma condição: por um período de dez anos, nenhuma das suas leis poderia ser alterada sem que antes lhe fosse pedido um parecer. Os atenienses acolheram com prazer a aparentemente inócua cláusula, e pelas costas riam-se muito e chamavam ao sábio “Sólon Freitas do Amaral”.
O legislador pôs mãos à obra e substituiu a maior parte das leis de Draco, que condenavam um grego à morte por cortar uma unha (ou a duas mortes por unha e meia), por outras mais humanas. Criou novas classes de censo baseadas na capacidade de produção agrícola e já não no nascimento. Proibiu a escravidão por dívidas. E, last but not least, simplesmente anulou todas as dívidas existentes à data – quem devia alguma coisa ficou a dever nada.
Os cidadãos escravizados foram libertados e ficaram contentes. As grandes famílias nobres perderam privilégios e ficaram possessas. Os pobres queriam mais direitos políticos e ficaram chateados. Os ricos ficaram um pouco menos ricos – e furiosos.
Então Sólon viajou para parte incerta por um período de dez anos.
Postado por Fernando Martins às 22:36 0 bocas
Marcadores: Bandeira ao Vento, cartoon, DN, José Bandeira
domingo, outubro 05, 2008
Quem quiser formação tem de a pagar. Em Portugal é assim. A propósito, hoje é o dia Mundial do Professor
No Dia Mundial do Professor, o DN revela-lhe que há muitos profissionais desta área a recorrer a formação contínua paga, porque apesar de esta ser obrigatória na avaliação as ofertas gratuitas não cobre a procura.
A insuficiência de ofertas gratuitas de formação contínua, obrigatória para efeitos de avaliação de desempenho, está a levar muitos professores a recorrerem a acções pagas - por valores que rondam os 150 euros por cada curso de 25 horas -, por receio de virem a ser penalizados nas classificações no final do ano lectivo.
Contactado pelo DN, o assessor de imprensa do Ministério da Educação, Rui Nunes, admitiu que a formação de professores "está a ser reorganizada", nomeadamente com novas regras para os centros de for- mação das associações de escolas que "exigem precisamente a identificação exacta das necessidades". No entanto, garantiu que além de estarem a decorrer "imensas acções de formação, nomeadamente através dos serviços ministeriais, o processo não parou. Estamos em Outubro. Até ao fim do ano vão haver muitas formações".
O facto é que vários professores disseram ao DN que as ofertas estão a escassear precisamente numa altura em que a procura cresce. Isto porque, ao abrigo do Estatuto da Carreira Docente (ECD), todos os 140 mil professores terão de obter pelo menos 50 horas de formação, a cada dois anos, para evitarem penalizações na avaliação. E para passarem os 20 pontos, o que lhes permite alcançar a classificação de "excelente" neste item, têm de somar mais horas.
"É difícil encontrar as formações que procuramos. Sobretudo porque nos é exigido que dois terços sejam na nossa área", disse ao DN uma professora de Português e Francês, que não quis ser identificada. "Eu já fiz duas formações de 25 horas. A primeira foi assegurada pela minha escola, mas pela segunda já tive de pagar 150 euros", contou. "Apesar de tudo, estou num índice de vencimento mais alto. Há colegas mais novos para quem esta despesa pesa."
O DN já noticiou, esta semana, que até formações prioritárias para o Ministério - como a Matemática, o Português e o Ensino Experimental das Ciências - estão a ter problemas. Algumas escolas superiores de educação já ameaçaram congelar as novas formações até serem pagos cerca de 8,5 milhões de euros relativos ao passado ano lectivo, que têm de ser libertados pelo Programa Operacional do Potencial Humano (POPH).
Comentário
Tem piada ouvir o assessor de imprensa do ME afirmar que "estamos a reorganizar a formação contínua de professores". Estaria a falar verdade caso dissesse: "depois de termos destruído a formação contínua de professores, estamos agora a iniciar o processo da sua reconstrução".
A ministra da educação gosta de falar em racionalização de recursos e redução de despesas. Mas esquece o escândalo que se passa com os directores dos CFAEs. Estão há mais de um ano sem fazer nada porque os CFAEs estão à espera da reorganização da formação contínua. São algumas centenas de professores que nem dão aulas nem organizam formação contínua porque não há dinheiro para a formação de professores e mais de metade dos CFAEs estão em processo de extinção. Eu também quero uma licença sabática!
in Blog ProfAvaliação - post de Ramiro Marques
in Blog ProfAvaliação - post de Ramiro Marques
Postado por Fernando Martins às 20:36 0 bocas
Marcadores: aldrabices, DN, formação, mentiras, ProfAvaliação, Ramiro Marques
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