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segunda-feira, março 04, 2024

Os esbirros de um ditador russo tentaram assassinar Sergei Skripal há seis anos

Uma tenda forense cobre o banco onde Sergei e Yulia Skripal caíram inconscientes

   

Sergei Viktorovich Skripal (em russo: Сергей Викторович Скрипаль; Kaliningrado, 23 de junho de 1951) é um ex-oficial de inteligência militar russo que atuou como agente duplo para os serviços de inteligência britânicos durante a década de 90 e início de 2000. Em dezembro de 2004, ele foi preso pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) e mais tarde foi preso, condenado por alta traição a 13 anos de prisão. Ele estabeleceu-se no Reino Unido em 2010, após uma troca de espiões do Programa Ilegais.

Em 4 de março de 2018, ele e a sua filha, Yulia, que veio de Moscovo para visitá-lo, foram envenenados com o agente nervoso Novichok, em Salisbury, Reino Unido. Até 15 de março de 2018, as vítimas permaneciam em condições críticas no Hospital Distrital de Salisbury. O envenenamento foi investigado como uma tentativa de assassinato. Pouco depois do incidente, o governo russo disse que não tinha informações sobre a nacionalidade de Sergei Skripal; a polícia britânica disse que ele era cidadão britânico. Em 14 de março, o governo britânico anunciou que expulsaria 23 diplomatas russos em resposta ao envenenamento.
  
 

O caso do envenenamento do ex-agente russo Sergei Skripal e da sua filha Yulia é uma tentativa de assassinato, através de um ataque químico, ocorrida às 16.15 horas, no dia 4 de março de 2018, na cidade de Salisbury, no condado de Wiltshire, na Inglaterra, Reino Unido.

Em 4 de março de 2018, o ex-oficial de inteligência militar russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram supostamente envenenados em Salisbury, Inglaterra, com um agente nervoso Novichok.

Em 26 de março, as vítimas ainda estavam no hospital em estado crítico e os médicos disseram que talvez não recuperassem completamente. Um polícia que realizou a investigação também ficou seriamente doente e recebeu alta do hospital a 22 de março. Funcionários da inteligência britânica e da polícia identificaram 38 pessoas como sendo afetadas pelo gás nervoso.

Em 14 de março, após acusar a tentativa de homicídio da Rússia, autoridades do governo britânico anunciaram medidas contra a Rússia, incluindo a expulsão de numerosos diplomatas acusados ​​de serem agentes secretos. O Reino Unido recebeu apoio dos Estados Unidos e de outros aliados, enquanto a Rússia negou as alegações. A União Europeia, a NATO e muitos outros países tomaram medidas semelhantes contra a Rússia.

Em 26 de março, os Estados Unidos ordenaram a expulsão de 60 funcionários diplomáticos russos e o encerramento do consulado russo em Seattle. No mesmo dia, 31 países anunciaram a expulsão de mais de 140 diplomatas russos.

O Lago dos Cisnes estreou há 147 anos

    
O Lago dos Cisnes é um ballet dramático em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e com o libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. A sua estreia ocorreu no Teatro Bolshoi em Moscovo no dia 4 de março de 1877, sendo um fracasso, não por causa da música, mas sim pela má interpretação da orquestra e dos bailarinos, assim como da coreografia e da cenografia. O ballet foi encomendado pelo Teatro Bolshoi em 1876 e o compositor começou logo a escrever.
   

 


terça-feira, fevereiro 27, 2024

Pavlov morreu há 88 anos

 
Ivan Petrovich Pavlov (Riazan, 26 de setembro de 1849 - Leninegrado, atualmente São Petersburgo, 27 de fevereiro de 1936) foi um fisiologista russo conhecido principalmente pelo seu trabalho no condicionamento clássico. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a história por sua pesquisa num campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado).

Na década de 20, ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que com o tempo a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). Curioso, realizou experiências em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico.

A ideia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para o desenvolvimento da reflexologia e psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicação prática, inclusive no tratamento de fobias e nos anúncios publicitários entre outras aplicações da medicina e ciências cognitivas.

Foi sepultado no Cemitério de Volkovo em São Petersburgo

 

Borodin morreu há 137 anos...

     
      

 


sábado, fevereiro 24, 2024

terça-feira, fevereiro 20, 2024

O lançamento do primeiro módulo da estação espacial Mir foi há 38 anos

       

A Mir (em russo: Мир, Paz ou Mundo) foi uma estação espacial que operou na órbita baixa da Terra entre 1986 e 2001, de propriedade da União Soviética e depois da Rússia. A Mir foi a primeira estação espacial modular e foi montada em órbita entre 1986 e 1996, tinha uma massa maior do que a de qualquer estação espacial anterior. Até 21 de março de 2001 foi o maior satélite em órbita, sucedida pela Estação Espacial Internacional (EEI) depois que a sua órbita declinou. A estação serviu como um laboratório de pesquisa de microgravidade em que as equipas realizaram experiências de biologia, biologia humana, física, astronomia, meteorologia e sistemas da naves espaciais, com o objetivo de desenvolver tecnologias necessárias para a ocupação humana permanente do espaço



Estatísticas
Tripulação: 3
Lançamento 20 de fevereiro de 1986 a 23 de abril de 1996
Data de ocupação
(EO-1 / Mir-1)
12 de março de 1986
Período Orbital: 91,9 min
Inclinação: 51,6 graus
Órbitas por dia: 15,70
Órbitas 86.331
Reentrada 23 de março de 2001 05:59 UTC
Países  União Soviética
 Rússia
Velocidade média: 7 700 m/s (27 700 km/h)
Massa : 129 700 kg
Pressãoc. 101,3 kPa (29,91 inHg, 1 atm)

 

in Wikipédia

 

segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Os servos da gleba foram libertados há 163 anos - mas há um ditador na Rússia que ainda não se apercebeu...

  
Kreopostnoje Pravo
é o nome do sistema legal de servidão russo. Foi criado em 1649 pelo Czar Aleixo I Romanov, após casos de fuga dos camponeses. Esta lei forçou os camponeses russos a manterem-se nas terras, sem as poder possuir. Os donos das terras, sobretudo nobres, podiam vender as terras juntamente com os servos que nela trabalhavam. Tinham o direito de dispor dos servos quase da forma que quisessem, desde que não os matassem.
Entre 1773 e 1775, houve revoltas dos camponeses nos Urais e na zona do Volga. No seguimento destas revoltas, Catarina II da Rússia tornou as leis ainda mais favoráveis aos nobres, que podiam agora deportar os servos que causassem problemas, podendo igualmente separar famílias.
Por outro lado, passou a ser possível que os servos comprassem a sua liberdade, pagando aos senhores feudais o seu preço. Desta disposição legal tirou partido o avô de Anton Cechov, Egor Cechov em 1841, que no entanto continuou a sofrer o estigma de um ex-servo, um homem de "segunda classe".
Com a influência da Revolução Francesa tornaram-se comuns as opiniões a favor do desmantelamento do sistema.
Em 19 de fevereiro de 1861, Alexandre II decreta o fim do Kreopostnoje Pravo. Foram libertados, ao todo, 22,5 milhões de camponeses servos, embora a propriedade dos latifúndios tenha sido preservada.
Porém, mesmo que oficialmente o regime feudal tivesse acabado, as mentalidades não mudaram rapidamente. Houve na Rússia um movimento de abandono dos campos em direção às cidades e muitos também passaram a viver nas cidades (Moscovo ganhou o cognome de "a grande aldeia"). Mas continuavam a ser estigmatizados como ex-servos e, nos novos empregos, eram tratados por "tu" (tal como os servos de outrora), mesmo que tivessem preferido o "você" (mais deferente).
    
in Wikipédia

sábado, fevereiro 17, 2024

Música de aniversariante de hoje...

Regina Spektor - 44 anos

      
Regina Spektor (Moscovo, 18 de fevereiro de 1980), é uma cantora, compositora e pianista russa radicada nos Estados Unidos. A sua música é associada ao cenário antifolk de Nova Iorque, localizado no East Village.
   

           

 


quinta-feira, fevereiro 15, 2024

O Meteoro de Tcheliabinsk assustou o mundo há 11 anos

Rastro deixado pelo meteoro sobre os Montes Urais ao amanhecer

 

O Meteoro de Cheliabinsk foi provocado por um asteroide que entrou na atmosfera terrestre sobre a Rússia em 15 de fevereiro de 2013, transformando-se numa bola-de-fogo que cruzou os céus do sul da região dos Urais até explodir sobre a cidade de Cheliabinsk, às 09.20.26 (hora local) ou 03.20.26 (UTC). Estima-se que o asteroide, ao entrar na atmosfera terrestre, tinha aproximadamente 10.000 toneladas de massa e 17 m de diâmetro, libertando o equivalente a 500 quilotoneladas de TNT de energia durante o evento. Para efeitos de comparação, a bomba nuclear de Hiroshima libertou cerca de 13 quilotoneladas de TNT de energia. Após despedaçar-se sobre Cheliabinsk, a maior parte do objeto parece ter caído no lago Chebarkul.

A agência de notícias russa RIA Novosti informou que oficiais haviam detetado uma explosão na troposfera a uma altitude de aproximadamente 10.000 m. Contudo, a Academia de Ciências da Rússia estima que a explosão tenha ocorrido entre 30 e 50 km de altitude. De acordo com estimativas preliminares da agência espacial Russa Roskosmos, o objeto deslocava-se ao longo de uma trajetória baixa com uma velocidade de aproximadamente 30 km/s (equivalente a 108 000 km/h). Dados coletados por pelo menos cinco estações de infrassom indicam que o evento teve uma duração total de 32,5 s. O primeiro registo do evento por uma estação de infrassom ocorreu no Alasca, a 6.500 km de Cheliabinsk. Porém, o asteroide não havia sido detetado antes de entrar na atmosfera. A composição do meteorito assemelhava-se à dos condritos ordinários.

Cerca de 1.200 pessoas procuraram atendimento médico em consequência do evento, sendo que a maioria dos feridos machucou-se com estilhaços de vidro das janelas destruídas pela onda de impacto da explosão da bola-de-fogo. Segundo a defesa civil, pelo menos duas estavam muito mal. A explosão e os impactos resultantes danificaram prédios em seis cidades na região do evento. O calor resultante do atrito do objeto com o ar da atmosfera produziu uma luz ofuscante, a ponto de projetar sombras em Cheliabinsk, tendo sido avistada nos óblasts de Sverdlovsk e Oremburgo e no vizinho Cazaquistão.

O meteoro de Cheliabinsk é o maior corpo celeste a atingir a Terra desde o evento de Tunguska, em 1908, e, até onde se tem conhecimento, o único evento no qual tamanho número de vítimas foi registado. Reconstrução de sua trajetória orbital baseada nas informações e vídeos amadores coletados permitiram concluir com segurança que tal asteroide pertencia a um grupo de asteroides denominado Apollo, que orbitam de forma perigosa na proximidade da Terra.

  

Um dos fragmentos do meteorito encontrados na área de impacto

  

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

Dmitri Kabalewski morreu há trinta e sete anos...

    
Dmitriy Borisovich Kabalevskiy
(São Petersburgo, 30 de dezembro de 1904 - Moscovo, 14 de fevereiro de 1987) foi um compositor erudito soviético de origem russa.
     

 


segunda-feira, fevereiro 12, 2024

Anna Pavlova nasceu há 143 anos

   
Anna Matveyevna Pavlova (São Petersburgo, 12 de fevereiro de 1881 - Haia, 23 de janeiro de 1931) foi uma bailarina russa.
De talento e carisma excecionais, fascinou o mundo da dança no fim do século XIX e na primeira metade do século XX. O seu extraordinário talento e suas interpretações extremamente pessoais deram um novo sentido ao balé clássico. Ela era a artista principal do Ballet Imperial Russo e dos Ballets Russes de Sergei Diaghilev. Pavlova é mais reconhecida por sua criação do papel de A Morte do Cisne (The Dying Swan) e, com sua própria empresa, tornou-se a primeira bailarina a viajar pelo mundo, incluindo América do Sul, Índia e Austrália.
 
(...)
 
No período de natal de 1930, Pavlova tira três semanas de descanso de uma turnê que realizava pela Europa. Na volta ao trabalho, próximo de Haia, na Holanda, o comboio em que estava foi obrigado a parar devido a um acidente ocorrido próximo da linha. Curiosa, desceu para ver o que havia acontecido, vestindo roupas muito leves para o tempo que fazia (um fino casaco sobre uma camisola de seda) e caminhando pela neve. Dias mais tarde, é acometida de forte pneumonia. Após breve sofrimento, morre de pleurisia no dia 23 de janeiro de 1931, no auge da fama e próximo de completar cinquenta anos. Segundo testemunhas, as suas últimas palavras após pedir para que lhe preparassem o seu traje de "A Morte do Cisne" foi: "Execute o último compasso bem suave".  
   
 


Pavlova - sobremesa à base de merengue, cujo nome é uma homenagem a Anna Pavlova

O Meteorito de Sikhote-Alin atingiu a Rússia há 77 anos

A 1.7kg individual meteorite from the Sikhote Alin meteorite shower

  

An iron meteorite fell on the Sikhote-Alin Mountains, in southeastern Russia, in 1947. Large iron meteorite falls have been witnessed and fragments recovered but never before, in recorded history, a fall of this magnitude. An estimated 23 tonnes of fragments survived the fiery passage through the atmosphere and reached the Earth.

 

Orbit

Because the meteor fell during daytime, it was observed by many eyewitnesses. Evaluation of this observational data allowed V. G. Fesenkov, then chairman of the meteorite committee of the USSR Academy of Science, to estimate the meteoroid's orbit before it encountered the Earth. This orbit was ellipse-shaped, with its point of greatest distance from the sun situated within the asteroid belt, similar to many other small bodies crossing the orbit of the Earth. Such an orbit was probably created by collisions within the asteroid belt.  

 

Size

Sikhote-Alin is a massive fall with the pre-atmospheric mass of the meteoroid estimated at approximately 90,000 kg. A more recent estimate by Tsvetkov (and others) puts the mass at around 100,000 kg.

Krinov had estimated the post-atmospheric mass of the meteoroid at some 23,000 kg (51,000 lb). 

 

Strewn field and craters

The strewn field for this meteorite covered an elliptical area of about 1.3 km2 (0.50 sq mi). Some of the fragments made impact craters, the largest of which was about 26 m (85 ft) across and 6 m (20 ft) deep. Fragments of the meteorite were also driven into the surrounding trees. 

 

Composition and classification

The Sikhote-Alin meteorite is classified as an iron meteorite belonging to the meteorite group IIAB and with a coarse octahedrite structure. It is composed of approximately 93% iron, 5.9% nickel, 0.42% cobalt, 0.46% phosphorus, and 0.28% sulfur, with trace amounts of germanium and iridium. Minerals present include taenite, plessite, troilite, chromite, kamacite, and schreibersite.

 

Specimens

Specimens of the Sikhote-Alin Meteorite are basically of two types:

  1. individual, thumbprinted or regmaglypted specimens, showing fusion crust and signs of atmospheric ablation
  2. shrapnel or fragmented specimens, sharp-edged pieces of torn metal showing evidence of violent fragmentation

The first type probably broke off the main object early in the descent. These pieces are characterized by regmaglypts (cavities resembling thumb prints) in the surface of each specimen. The second type are fragments which were either torn apart during the atmospheric explosions or blasted apart upon impact on the frozen ground. Most were probably the result of the explosion at 5.6 km (3.5 mi) altitude.

A large specimen is on display in Moscow. Many other specimens are held by Russian Academy of Science and many smaller specimens exist in the collectors' market.

 

sexta-feira, fevereiro 09, 2024

Dostoiévski morreu há cento e quarenta e três anos...

   
Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (Moscovo, 11 de novembro de 1821 - São Petersburgo, 9 de fevereiro de 1881) foi um escritor, filósofo e jornalista do Império Russo. É considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, bem como um dos maiores "psicólogos" que já existiram (na aceção mais ampla do termo, como investigadores da psique).

Após o fim da sua formação académica como engenheiro, Dostoiévski trabalhou integralmente como escritor, produzindo romances, novelas, contos, memórias, escritos jornalísticos e escritos críticos. Além disso, atuou como editor em revistas próprias, como preceptor e participou de atividades políticas. As suas obras mais importantes foram as literárias, onde abordou, entre outros temas, o significado do sofrimento e da culpa, o livre-arbítrio, o cristianismo, o racionalismo, o niilismo, a pobreza, a violência, o assassinato, o altruísmo, além de analisar transtornos mentais, muitas vezes ligados à humilhação, ao isolamento, ao sadismo, ao masoquismo e ao suicídio. Pela retratação filosófica e psicológica profunda e atemporal dessas questões, seus escritos são comummente chamados de romances filosóficos e romances psicológicos.

Dostoiévski logrou atingir certo sucesso já com seu primeiro romance, Gente Pobre, o qual foi imediatamente elogiado e protegido pelo mais importante crítico literário russo da primeira metade do século XIX, Vissarion Belinski. Já seu segundo romance, O Duplo - obra hoje muita famosa, tendo sido reinterpretada literária e cinematograficamente -, recebeu criticas muito negativas, inclusive do seu antigo protetor, críticas que acabaram por destruir o reconhecimento que Dostoiévski começava a adquirir como escritor. Apenas após o seu retorno da prisão na Sibéria - Dostoiévski foi preso por conspirar contra o Czar -, repetiria o escritor o seu sucesso inicial com a semi-biográfica obra Recordações da Casa dos Mortos, a qual trata dos anos que passou na prisão. Mais tarde a sua fama aumentaria drasticamente graças a obras como Crime e Castigo, O Idiota e Os Demónios. Foi entretanto já próximo da morte que Dostoiévski consolidou-se um dos maiores escritores de todos os tempos com sua obra-prima Os Irmãos Karamazov.

A influência de Dostoiévski é ímpar: ele influenciou diretamente a Literatura, a Filosofia, a Psicologia e a Teologia. Sob a sua influência direta foram produzidas várias obras literárias e cinematográficas. Foi também reconhecido como precursor dos seguintes movimentos: nietzscheanismo, psicanálise, expressionismo, surrealismo, teologia da crise e existencialismo. O reconhecimento popular também é imenso: é mundialmente conhecido, possui diversas estátuas, selos e moedas em sua homenagem e até hoje celebra-se em São Petersburgo o "Dia da Dostoiévski".

  

As ilhas Svalbard são formalmente norueguesas há 104 anos

Museu sobre os pomor na colónia russa de Barentsburg (Баренцбург)

O Tratado de Svalbard, assinado em Paris a 9 de fevereiro de 1920, é um tratado multilateral que reconhece a soberania da Noruega sobre o arquipélago de Svalbard e suas águas territoriais, mas garante que os nacionais de todos os Estados contratantes beneficiam de igualdade de direitos no acesso aos recursos naturais da região (em especial à mineração do carvão). O Tratado permite à Noruega regular a exploração e tomar as medidas de proteção ambiental necessárias, mas impede qualquer discriminação positiva a favor dos seus nacionais ou de empresas norueguesas. O tratado também obriga à desmilitarização do território e proíbe a construção de qualquer tipo de fortificação.
    
Enquadramento político e partes contratantes iniciais
A soberania sobre Svalbard foi mantida indefinida durante quase 300 anos, com nacionais de vários Estados a exercerem atividade económica e de exploração científica no território, com especial destaque para os interesses ligados à Noruega e à Rússia.
A questão agudizou-se quando se descobriu que a ilha de Spitsbergen era rica em carvão e em 1906 a empresa de capitais americanos Arctic Coal Company (ACC) pretendeu iniciar a exploração industrial. O povoado então fundado recebeu o nome de Longyearbyen, hoje a capital do arquipélago, em honra do americano John Munroe Longyear, proprietário da ACC.
Em 1916, em plena Grande Guerra, a ACC vendeu a sua posição a interesses nórdicos e a companhia norueguesa (hoje estatal) Store Norske Spitsbergen Kulkompani A/S (SNSK), para além de outras duas empresas escandinavas e de uma neerlandesa, incrementou em muito a mineração, formando as primeiras colónias permanentes de dimensão apreciável no arquipélago.
Seguiram-se interesses russos, que também pretendiam acesso ao carvão da ilha, o que levou a uma crescente tensão em torno do domínio da ilha.
Terminada a guerra, as potências aliadas vencedoras resolveram apoiar as pretensões norueguesas, o que levou à assinatura em Paris (Sèvres), a 9 de fevereiro de 1920, do um tratado que clarificasse estas matérias.
O Tratado de Svalbard foi inicialmente assinado entre a Noruega, os Estados Unidos da América, o Reino Unido (e domínios integrados no então Império Britânico), a França, o Canadá, a Austrália, a Dinamarca, a Itália, os Países Baixos, a Suécia e o Japão. A União Soviética aderiu em 1924 e a Alemanha em 1925. Hoje o Tratado tem mais de 40 signatários, entre os quais Portugal (que o ratificou a 24 de outubro de 1927).
O Tratado de Svalbard, apesar de reconhecer a soberania norueguesa sobre a ilhas, impõe como condição a sua perpétua desmilitarização e o direito dos cidadão dos países signatários nelas se estabelecerem livremente para exploração dos seus recursos naturais, embora subordinados às leis promulgadas pela Noruega, que, contudo, não pode discriminar positivamente os seus cidadãos face aos dos restantes Estados signatários.
  
    
Os efeitos do Tratado
A internacionalização económica de Svalbard levou a que durante a maior parte do século XX a ilha de Spitsbergen tivesse entre os seus residentes mais cidadão soviéticos que noruegueses, já que a União Soviética investiu fortemente na exploração do carvão através da empresa estatal Trust Arktikugol (Арктикуголь), a única que, a par da norueguesa Store Norske Spitsbergen Kulkompani A/S, ainda mantém atividade mineira na ilha. Esta empresa adquiriu em 1932 as minas neerlandesas de Barentsburg, cuja exploração ainda mantém.
As atuais minas russas tinham pertencido à Nederlandsche Spitsbergen Compagnie (Nespico) N.V., empresa que a partir de 1921 tinha explorado carvão num local que chamou Barentsburg em homenagem ao explorador polar neerlandês Willem Barents. Nos seus tempos áureos, por meados da década de 20, a Nespico chegou a ter 500 trabalhadores na ilha.
Nos termos do Tratado, a partir de 1925 a Noruega assumiu a administração da ilha tendo, entre outras medidas, estabelecido normas de proteção ambiental que foram pioneiras na Europa. A administração está desde aquela data, com um interregno devido à ocupação alemã durante a II Guerra Mundial, entregue a um Governador nomeado pela Noruega.
Apesar de ser uma zona desmilitarizada, Spitsbergen está situada numa posição geoestratégica importante, pois controla o acesso aos portos russos de Murmansk e Arkhangelsk, os únicos de que na Rússia têm acesso irrestrito ao Atlântico.
Desencadeada a II Guerra Mundial, e ocupada a Noruega pela Alemanha, a atividade mineira foi suspensa e a ilha quase totalmente evacuada a 3 de setembro de 1941. Mesmo assim, forças alemãs bombardearam Longyearbyen e Barentsburg em setembro 1943 e Sveagruva no ano seguinte.
Terminada a guerra, a ilha passou a desempenhar um papel importante na Guerra Fria, com os seus mares a serem palco de frequentes incursões submarinas e aéreas.
Sendo a Noruega um membro da NATO, a convivência com a presença soviética em Svalbard foi complexa, até porque o número de cidadãos soviéticos era maior do que o de noruegueses e a autonomia de que gozam as diversas comunidade, e a sua auto-suficiência, faziam de Pyramiden (Пирамида) e Barentsburg (Баренцбург) verdadeiros enclaves soviéticos sobre os quais a Noruega não exercia qualquer real poder.
    

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

O Czar Pedro I da Rússia morreu há 299 anos

     
Pedro I (Moscovo, 9 de junho de 1672São Petersburgo, 8 de fevereiro de 1725), apelidado de Pedro, o Grande, foi o Czar da Rússia de 1682 até à formação do Império Russo em 1721, continuando a reinar como Imperador até à sua morte. Pouco depois de sua ascensão até 1696, ele reinou junto com o seu meio-irmão mais velho, Ivan V. Pedro era o filho mais velho do czar Aleixo com a sua segunda esposa Natália Naryshkina, vivendo os seus primeiros anos tranquilamente até chegar ao trono, com apenas dez anos de idade, depois de ser escolhido como o novo soberano pela população moscovita.

     
   
   in Wikipédia

Mendeleiev nasceu há 190 anos...!

      
Dmitri Ivanovich Mendeleev, também escrito Mendeleiev, (Tobolsk, 8 de fevereiro de 1834 - São Petersburgo, 2 de fevereiro de 1907), foi um químico russo, criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos, prevendo as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.
 
Vida e obra
Dmitri I. Mendeleev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o filho mais novo de uma família de 17 irmãos. O seu pai, Ivan Pavlovich Mendeleev era diretor da escola da sua terra, perdeu a visão no mesmo ano do seu nascimento. e, como consequência, perdeu o seu trabalho.
Já que o seu pai recebia uma pensão insuficiente, a sua mãe Maria Dmitrievna Mendeleeva, passou a dirigir uma fábrica de cristais fundada pelo seu avô, Pavel Maximovich Sokolov. Na escola, desde cedo destacou-se em Ciências (nem tanto em ortografia). Um cunhado, exilado por motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram a sua paixão pela ciência. Depois da morte do seu pai, um incêndio destruiu a fábrica de cristais. A sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica mas sim investir as suas economias na educação do filho.
Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam independentemente. A sua mãe então mudou-se, com ambos, para Moscovo, a fim de que ele ingressasse na Universidade de Moscovo, o que não conseguiu, pois, talvez devido ao clima político vivido pela Rússia naquele momento, a universidade só admitia moscovitas.
Foram então para São Petersburgo, onde a situação era precisamente a mesma, não se admitiam estudantes de outras regiões, porém a sua mãe descobriu que o diretor do Instituto Pedagógico Central (principal escola formadora de professores da Rússia da época) era amigo de seu falecido marido, portanto, onde a burocracia frustrava, o favoritismo mandava e Dmitri conseguiu uma vaga.
O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria universidade, dentre eles o famoso físico alemão Heinrich Lenz. Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki, que passou os seus últimos anos de vida numa enfermaria devido a um falso diagnóstico de tuberculose. Ainda assim graduou-se, em 1855, como primeiro de sua classe.
Em 1859 conseguiu uma verba do governo para estudar no exterior durante dois anos. Primeiro foi a Paris estudar, sob a tutela de Henri Victor Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da época (consta que Regnault havia feito várias descobertas importantes, como o princípio da conservação de energia, mas seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar os dados antes de sua morte).
No ano seguinte, Mendeleev seguiu para a Alemanha, estudar com Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen, inventores do espectroscópio - importante instrumento para descoberta de novos elementos daquela época - e do até hoje utilizado bico de Bunsen.
O comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se a sua ruína. Com pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das aulas, porém, continuou na Alemanha onde residia em um pequeno apartamento que transformou em laboratório. Neste laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução do álcool em água e fez importantes descobertas sobre estruturas atómicas, valência e propriedades dos gases.
Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso Internacional de Química da Alemanha, em Karlsruhe, onde foi decido, por influência do químico italiano Stanislao Cannizzaro, que o padrão de abordagem dos elementos químicos seria o peso atómico.
Casa-se pela primeira vez, por pressão da irmã, em 1862 com Feozva Nikítichna Lescheva, com a qual teve três filhos, um dos quais faleceu precocemente. Esta foi uma união infeliz e, em 1871, o casal separou-se. Casou-se, pela segunda vez, em 1882, com Ana Ivánovna Popova, 26 anos mais jovem. Tiveram quatro filhos. Teve de enfrentar a oposição da família de Ana e o facto de que Feozva  se negava a dar-lhe o divórcio.
Em 1869, enquanto escrevia o seu livro de química inorgânica, Dmitri Ivanovich Mendeleev organizou os elementos na forma da tabela periódica atual. Ele criou uma carta para cada um dos 63 elementos conhecidos. Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atómica e as suas propriedades químicas e físicas. Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de massas atómicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes. Tinha então acabado de formar a tabela periódica.
  
Tabela periódica de Mendeleev, na 1ª edição inglesa do seu livro (de 1891, baseada na 5ª edição russa)
    
Esta tabela de Mendeleev tinha algumas vantagens sobre outras tabelas ou teorias antes apresentadas, mostrando semelhanças numa rede de relações vertical, horizontal e diagonal. A classificação de Mendeleev deixava ainda espaços vazios, prevendo a descoberta de novos elementos.
A tabela de Mendeleev serviu de base para a elaboração da atual tabela periódica, que além de catalogar 118 elementos conhecidos, fornece inúmeras informações sobre o comportamento de cada um.
Mendeleev ordenou os 60 elementos químicos conhecidos, na sua época, pela ordem crescente de peso atómico, de forma que, em uma linha vertical, ficavam os elementos com propriedades químicas semelhantes, constituindo os grupos verticais, ou as chamadas famílias químicas. O trabalho de Mendeleev foi um trabalho audacioso e um exemplo extraordinário de intuição científica. De todos os trabalhos apresentados que tiveram influência na tabela periódica, o de Mendeleev teve maior perspicácia.
Ele foi um cientista que defendeu a origem inorgânica do petróleo.
Cquote1.svg O facto capital para se notar é que o petróleo nasceu nas profundezas da Terra, e é somente lá é que devemos procurar sua origem. Cquote2.svg
- Dmitri Mendeleiev
Viajou por toda a Europa visitando vários cientistas. Em 1902 foi a Paris e esteve no laboratório do casal Pierre e Marie Curie.
Faleceu, vitimado por gripe, em 1907, já praticamente cego.
Em 1955, o elemento atómico n.º 101 da tabela periódica recebeu o nome Mendelévio (Md), em sua homenagem. 
   
  

A atual Tabela Periódica

A batalha nipo-russa de Port Arthur começou há cento e vinte anos

Desenho japonês mostrando a destruição de um navio russo
     
A Batalha de Port Arthur (8 e 9 de fevereiro de 1904) foi a batalha inicial da Guerra Russo-Japonesa. Ela começou com um ataque noturno surpresa, por um esquadrão de contratorpedeiros japoneses contra a frota russa, ancorada em Port Arthur, Manchúria, China (atual Lüshunkou), e continuou com um grande combate de superfície na manhã seguinte. A batalha não teve um final conclusivo e as escaramuças continuaram até maio de 1904. Perder em Port Arthur para os russos - e especialmente para o Czar Nicolau II - era não apenas inconcebível para o mundo em geral mas também repleto de circunstâncias terríveis para o regime Imperial russo. O povo russo, da nobreza até os servos recém-emancipados, perdeu a confiança nos militares; esta foi uma causa direta da Revolução Russa de 1905, e é mais bem lembrada do que as derrotas ainda mais desastrosas da Primeira Guerra Mundial.

Antecedentes
A Guerra Russo-Japonesa começou com um ataque preventivo pela Marinha Imperial Japonesa contra a frota do Pacífico russa baseada em Port Arthur e em Chemulpo. O plano inicial do Almirante Togo era atacar Port Arthur com a 1ª Divisão da Frota Combinada, que consistia de seis pré-encouraçados, liderados pela capitânia Mikasa e a 2ª Divisão, que consistia de cruzadores blidados. Esses navios estavam acompanhados por 15 contratorpedeiros e 20 navios menores. Na reserva, estavam os cruzadores. Com essa força grande, bem treinada e bem armada, e com o fator surpresa ao seu lado, o Almirante Togo esperava causar um grande dano para a frota russa logo após o rompimento das relações diplomáticas entre os governos japonês e russo.
Do lado russo, o Almirante Stark tinha os pré-encouraçados, auxiliados pelos cruzadores leves ou cruzadores protegidos, todos baseados sob a proteção da base naval fortificada de Port Arthur. No entanto, as defesas de Port Arthur não eram tão fortes quanto se esperava, com poucas baterias de artilharia de costa operacionais, fundos para melhorar as defesas foram desviados para as proximidades de Dalian, e a maioria dos oficias estavam celebrando numa festa organizada pelo Almirante Stark na noite de 9 de fevereiro de 1904.
Como o Almirante Togo recebeu informações falsas de espiões locais de Port Arthur de que as guarnições dos fortes que protegiam o porto estavam em alerta máximo, ele não estava disposto a arriscar os seus preciosos navios frente à artilharia russa e, por isso, reteve a sua frota principal da batalha. Ao invés disso, as forças de destroyers foi dividida em dois esquadrões de ataque, um para atacar Port Arthur e outro para atacar a base russa em Dalian.
  
O ataque noturno de 8-9 de fevereiro de 1904
Por volta das 22.30 horas de 8 de fevereiro de 1904, o esquadrão de ataque a Port Arthur de dez navios encontrou uma frota russa de patrulhamento. Os russos receberam ordem para não iniciar combate, e reportaram o contacto para o quartel-general. No entanto, como resultado do encontro, dois destroyers japoneses colidiram e recuaram, com os restantes a dispersar. Por volta de 00.28 horas de 9 fevereiro de 1904, os primeiros quatro destroyers japoneses aproximaram-se de Port Arthur sem serem observados e lançaram um ataque de torpedo contra um cruzador russo (que foi atingido, começou a arder e afundou) e o Retvizan (que teve o seu casco furado). Os outros navios japoneses tiveram menos sucesso, muitos dos torpedos caíram nas redes de torpedos, que efetivamente preveniram que a maioria dos torpedos atingissem os pontos vitais dos navios russos. Outros destroyers chegaram muito tarde para beneficiar do fator surpresa, fazendo os seus ataques individualmente, ao invés de fazer em grupo. No entanto, eles foram capazes de danificar o mais poderoso navio da frota russa, o Tsesarevich. O destroyer japonês Oboro fez o último ataque, por volta das 02.00 horas da madrugada, quando os russos estavam completamente acordados, e os seus holofotes e artilharia fizeram qualquer ataque de torpedo impossível.
Apesar das condições ideais de um ataque surpresa, os resultados foram relativamente fracos. Dos dezasseis torpedos atirados, todos, exceto três, perderam-se ou não explodiram. Mas a sorte também estava contra os russos pois dois dos três torpedos atingiram os seus melhores navios, o Retvizan e o Tsesarevich foram colocados fora de ação durante semanas, assim como o cruzeiro protegido Pallada.
  
Combate de superfície de 9 de fevereiro de 1904
Após o ataque noturno, o Almirante Togo enviou o seu subordinado, o Vice-Almirante Shigeto Dewa, com quatro cruzadores em uma missão de reconhecimento às 08.00 horas da manhã para observar a ancoragem de Port Arthur e para avaliar os danos. Às 09.00 horas, o Almirante Dewa estava perto o suficiente para ver a frota russa, através da névoa da manhã. Ele observou 12 navios de guerra e cruzadores, três ou quatro danificados. Os navios menores fora da entrada do porto pareciam estar em desordem. Dewa aproximou-se até cerca de 7 km do porto, mas, como ninguém se apercebeu da presença dos navios japoneses, ele convenceu-se que o ataque noturno paralisou com sucesso a frota russa, e enviou o relatório para o Almirante Togo.
Não sabendo que a frota russa estava pronto para a batalha, Dewa avisou o Almirante Togo que o momento era de extrema vantagem para a frota principal para um ataque rápido. Embora Togo preferisse atrair a frota russa para longe da proteção das baterias em terra, as conclusões otimistas de Dewa fizeram-no acreditar que o risco era justificado. O Almirante Togo ordenou que a Primeira Divisão atacasse o porto, com a Terceira Divisão em reserva na retaguarda.
Ao aproximarem-se de Port Arthur, os japoneses vieram ao encontro do cruzador russo Boyarin, que estava em patrulha. O Boyarin atacou o Mikasa de uma grande distância, depois virou e fugiu. Por volta de meio-dia, numa faixa de 5 milhas, o combate começou entre as frotas japonesas e russas. Os japoneses concentraram o fogo de seus canhões 12" nas baterias terrestres, enquanto usavam os seus 8" e 6" contra os navios russos. A mira era má dos dois lados, mas os japoneses danificaram severamente o Novik, Petropavlovsk, Poltava, Diana e Askold. Entretanto, logo se tornou evidente que o Almirante Dewa cometeu um erro crítico, os russos recuperaram do ataque inicial e os seus navios de batalha moveram-se. Nos primeiros cinco minutos da batalha, o Mikasa foi atingido por um escudo ricocheteador, que se queimou sobre ele, ferindo o engenheiro chefe, o tenente e cinco outros oficiais e homens.
Às 12.00 horas, o Almirante Togo decidiu dar meia volta e escapar da armadilha. Era uma manobra de alto risco, que expôs a frota às baterias terrestres russas. Apesar da artilharia pesada, os navios de guerra japoneses completaram a manobra e rapidamente retiraram-se. O Shikishima, Mikasa, Fuji e Hatsuse foram danificados, recebendo 7 tiros. Alguns tiros também foram feitos nos cruzadores do Almirante Hikonojo Kamimura, quando eles atingiam o ponto de viragem. Os russos, por sua vez, receberam cerca de 5 tiros, distribuídos entre os navios Petropavlavsk, Pobeda, Poltava, e Sevastopol. Ao mesmo tempo, o cruzador Novik chegou a 3 mil metros de distância dos cruzadores japoneses e lançou uma salva de torpedos. Todos se perderam, embora o Novik tenha recebido um tiro grave no casco, abaixo do nível da água.
    
Resultado 
Embora a batalha naval de Port Arthur não tenha resultado em grandes perdas de navios de guerra, a Marinha Imperial Japonesa tinha sido expulsa do campo de batalha pelo fogo combinado de navios russos e baterias terrestres, assim atribuindo-lhes uma pequena vitória. Os russos sofreram cerca de 150 mortes enquanto os japoneses tiveram 90. Apesar de nenhum navio se ter afundado em ambos os lados, alguns foram danificados. Entretanto, os japoneses tinham instalações de reparação e dique seco em Sasebo onde os navios foram consertados, enquanto a frota russa tinha uma capacidade muito limitada de reparação em Port Arthur.
Era óbvio que o Almirante Dewa não tinha conseguido realizar a sua missão de reconhecimento perto o suficiente, e uma vez que a má situação terrestre russa era aparente, a objeção do Almirante Togo para atacar o inimigo sob o fogo das baterias terrestres era justificado.
A declaração de guerra entre Japão e Rússia foi emitida a 10 de fevereiro de 1904, um dia depois da batalha. O ataque, realizado contra um inimigo despretensioso e não preparado em tempos de paz, foi muito comparado com a Batalha de Pearl Harbor