quarta-feira, junho 19, 2024

Os Rosenberg foram executados há setenta e um anos...


Julius Rosenberg (Nova York, 12 de maio de 1918 – Prisão de Sing Sing, Nova York, 19 de junho de 1953) e Ethel Greenglass Rosenberg (Nova York, 25 de setembro de 1915 – Prisão de Sing Sing, Nova York, 19 de junho de 1953) foram judeus comunistas norte-americanos que foram executados em 1953 após serem condenados por espionagem. As acusações foram em relação à transmissão de informações sobre a bomba atómica para a União Soviética. A execução deles foi a primeira de civis por espionagem na História dos Estados Unidos.
Desde a execução, telegramas soviéticos descodificados parecem confirmar que Julius agiu como mensageiro e recrutador para os soviéticos, mas as dúvidas em relação ao nível de envolvimento de Ethel no trama persistem. A decisão de executar o casal foi e ainda é controversa. Os outros espiões capturados pelo FBI não foram executados. O irmão de Ethel, David Greenglass, que forneceu documentos a Julius, cumpriu 10 dos 15 anos de sua pena. Harry Gold, o mensageiro de Klaus Fuchs, que forneceu informações muito mais detalhadas aos soviéticos sobre a bomba atómica, cumpriu 15 anos. Morton Sobell, julgado juntamente com os Rosenbergs, cumpriu 17 anos e 9 meses. Em 2008 ele admitiu que era espião e confirmou que Julius participou ativamente em "uma conspiração para entregar aos soviéticos informações militares e industriais confidenciais".
     
Os Rosenberg
Julius Rosenberg nasceu em 12 de maio de 1918 numa família de imigrantes judeus na cidade Nova Iorque. Informações dos censos de 1920 indicam que a sua família morou no endereço 205 East 113th Street quando Julius tinha cerca de 2 anos de idade, mas mudaram-se para o Lower East Side quando ele tinha 11 anos.
Os seus pais trabalhavam em lojas do Lower East Side, enquanto Julius frequentava a Escola Seward Park. Julius acabou tornando-se o líder da Liga Jovem Comunista onde, em 1936, conheceu Ethel Greenglass, com quem se casaria três anos depois. Ele formou-se em engenharia elétrica no City College de Nova Iorque, em 1939, e, no ano seguinte, passou a trabalhar para o Exército como técnico de radar.
Ethel Greenglass nasceu em 28 de setembro de 1915 também numa família de judeus de Nova Iorque. Ela era aspirante a atriz e cantora, mas acabou tornando-se secretária numa companhia de navegação. Ela começou a envolver-se em disputas sindicais e ligou-se à Liga Jovem Comunista, onde conheceu Julius. Os Rosenbergs tiveram dois filhos, Robert e Michael, que foram adotados pelo professor e compositor Abel Meeropol e a sua mulher Anne após a execução dos seus pais.
De acordo com o ex-agente da NKVD Alexander Feklisov, Julius Rosenberg foi originalmente recrutado pelo KGB no Dia do Trabalhador de 1942 pelo ex-espião da NKVD Semyon Semyonov. Julius foi apresentado a Semenov por Bernard Schuster, um alto oficial do Partido Comunista dos Estados Unidos da América e contacto oficial de Earl Browder, secretário-geral do partido, no NKVD. Após Semenov ser chamado de volta a Moscovo em 1944, os seus trabalhos foram continuados por seu aprendiz, Feklisov.
De acordo com Feklisov, Julius forneceu milhares de documentos confidenciais da Companhia Emerson Electric, assim como um fusível de proximidade (ou fusível VT), o mesmo utilizado para abater o avião de Francis Gary Powers em 1960. Sob a direção de Feklisov, Julius teria recrutado indivíduos cooperantes da KGB, entre eles, Joel Barr, Alfred Sarant, William Perl e Morton Sobell.
Ainda de acordo com o relato de Feklisov, Julius era suprido por Pearl com milhares de documentos do Comité Consultivo Nacional para Aeronáutica, incluindo uma série completa dos desenhos do P-80 Shooting Star. Feklisov afirma que descobriu, através de Julius, que o irmão de Ethel, David Greenglass, estava trabalhando no ultra-secreto Projeto Manhattan no Laboratório Nacional de Los Alamos e utilizou Julius para recruta-lo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os governos da União Soviética e dos Estados Unidos fizeram parte das Forças Aliadas contra a Alemanha Nazi. Mesmo assim, o governo americano suspeitava das intenções de Josef Stalin e, dessa forma, os americanos não compartilharam informações estratégicas com os soviéticos, especialmente no que diz respeito ao Projeto Manhattan. Porém, os soviéticos estavam conscientes do projeto, devido à espionagem que exerciam no governo e fizeram várias tentativas de infiltração em suas operações na Universidade de Berkeley. Alguns participantes do projeto, alguns deles de alto escalão, ofereceram voluntariamente informações secretas aos agentes soviéticos, muitos porque tinham afinidades com o comunismo (ou ao papel da União Soviética na guerra) e achavam que os EUA não deveriam exercer monopólio sob as armas atómicas.
Após a guerra, o governo dos EUA continuou a proteger os seus segredos nucleares, mas a União Soviética já era capaz de produzir suas próprias armas atómicas em 1949. O Ocidente ficou chocado com a rapidez com que os soviéticos foram capazes de fazer seu primeiro teste nuclear, intitulado de "Joe 1". Em janeiro de 1950 foi descoberto que um refugiado alemão, físico teórico trabalhando para os britânicos no Projeto Manhattan, Klaus Fuchs, havia passado importantes documentos aos soviéticos durante a guerra. Através da confissão de Fuchs, agentes dos serviços secretos dos USA e da Grã-Bretanha foram capazes de desvendar que o seu informador, cujo nome de código era Raymond, era Harry Gold, que foi preso em 23 de maio de 1950. Harry Gold confessou ter obtido dados de um ex-maquinista em Los Alamos. Não sabia o nome dele, mas sua esposa se chamava Ruth. Assim os investigadores chegaram ao Sargento David Greenglass, que confessou ter passado informações secretas à União Soviética. Apesar de ter inicialmente negado qualquer envolvimento da irmã Ethel no caso, ele afirmou que o marido dela, Julius, a convenceu a recrutar o irmão durante uma visita a Gold em Albuquerque, Novo México em 1944 e que ele também havia passado informações confidenciais aos soviéticos.
O outro conspirador acusado, Morton Sobell, estava de férias na Cidade do México quando os Rosenbergs foram presos. No seu livro On Doing Time (1974), ele narra como tentou fugir para a Europa sem um passaporte, mas foi sequestrado por membros da polícia secreta mexicana e levado até a fronteira com os EUA, onde foi preso. Oficialmente, o governo norte-americano afirmou que ele havia sido "deportado", mas em 1956 o governo mexicano afirmou que ele nunca havia sido deportado. Ele foi julgado juntamente com os Rosenbergs sob a acusação de conspiração para cometer espionagem.
    
O julgamento
O julgamento dos Rosenbergs começou em 6 de março de 1951. O juiz foi Irving Kaufman, que impôs a pena de morte ao casal, afirmando que o que eles haviam cometido era "pior que assassinato". O advogado dos Rosenbergs foi Emanuel Hirsch Bloch. A principal testemunha da acusação foi David Greenglass, que afirmou que a irmã havia digitado notas contendo segredos nucleares dos EUA, no apartamento do casal, em setembro de 1945. Ele também afirmou que um rascunho que havia feito da secção transversal de uma bomba atómica de implosão (como a "Fat Man" lançada em Nagasaki) também havia sido entregue a Julius na mesma ocasião.
Desde o início o julgamento atraiu grande atenção dos media, assim como o julgamento de Alger Hiss. Além da defesa dos Rosenberg durante o julgamento, não houve nenhuma expressão pública de dúvida em relação à culpa deles nos media (incluindo media de esquerda e comunistas). A primeira rutura com a unanimidade dos media no caso só iria ocorrer em agosto de 1951, quando foi publicada uma série de reportagens sobre o julgamento no jornal de esquerda The National Guardian. Somente após a publicação dos artigos é que um comité de defesa foi formado.
Entretanto, entre o julgamento e a execução houve uma série de protestos e acusações de anti-semitismo. Por exemplo, o vencedor do Prémio Nobel Jean-Paul Sartre chamou o caso de "um linchamento legalizado que mancha de sangue toda uma nação". Outros, incluindo não-comunistas como Albert Einstein e o químico e cientista atómico vencedor do Nobel, Harold Urey, além de artistas comunistas como Nelson Algren, Dashiell Hammett, Jean Cocteau, Diego Rivera e Frida Kahlo, protestaram contra a posição do governo dos EUA no caso, que alguns viram como a versão americana do caso Dreyfus. Em maio de 1951, Pablo Picasso escreveu para o jornal francês L'Humanité: "as horas contam, os minutos contam. Não deixem este crime contra a humanidade ocorrer". O Papa Pio XII condenou a execução. O cineasta Fritz Lang e o dramaturgo Bertolt Brecht também fizeram declarações contra a morte do casal.
Apesar das anotações alegadamente digitadas por Ethel conterem pouca informação relevante para o projeto atómico soviético, isto foi prova suficiente para o júri condenar o casal na acusação de conspiração para cometer espionagem. Foi sugerido que Ethel foi indiciada juntamente com o marido para que a promotoria pudesse usá-la para fazer pressão para que Julius revelasse os nomes de outros envolvidos no caso. Se este foi o caso, obviamente não funcionou. No banco das testemunhas, Julius utilizou o direito da Quinta Emenda da Constituição dos EUA de não incriminar a si mesmo toda vez que era indagado sobre o seu envolvimento no Partido Comunista ou sobre os seus membros. Ethel fez o mesmo. Nenhum dos dois conseguiu atrair a simpatia do júri.
Os Rosenbergs foram condenados pelo júri em 29 de março de 1951 e, em 5 de abril, sentenciados à morte pelo juiz Irving Kaufman. A condenação do casal serviu como leitmotiv para as investigações de "atividades anti-americanas" do senador Joseph McCarthy. Embora a dedicação dos dois à causa comunista estivesse bem documentada, os Rosenbergs negaram participação nas acusações de espionagem, mesmo minutos antes de serem levados à cadeira elétrica.
Os Rosenbergs foram os únicos civis americanos executados durante a Guerra Fria por espionagem. Na sua argumentação impondo a pena de morte ao casal, o juiz Kaufman responsabilizou os dois não só pela espionagem mas também pelas mortes da Guerra da Coreia.
O caso dos Rosenbergs estava no centro de uma controvérsia sobre o comunismo nos Estados Unidos. Os seus apoiantes defendiam que a condenação era um exemplo escandaloso das perseguições típicas da histeria do momento (Macartismo), ligando o caso com o das caças às bruxas na Idade Medieval e em Salém (uma comparação que serviu de inspiração para a aclamada peça As Bruxas de Salem de Arthur Miller).
Após a publicação da série de reportagens no National Guardian e a formação do Comité Nacional pela Justiça no Caso Rosenberg, alguns americanos passaram a acreditar que ambos os Rosenberg eram inocentes ou que receberam uma pena demasiado dura, dando início a uma campanha popular para tentar evitar a execução do casal. O Papa Pio XII apelou diretamente ao presidente Dwight D. Eisenhower para poupar a vida dos dois, mas Eisenhower recusou-se, em 11 de fevereiro de 1953 e todos os outros recursos foram negados. Em 12 de setembro de 2008, o co-réu Morton Sobell admitiu que ele e Julius eram culpados da acusação de espionagem para a União Soviética. Ele afirmou, entretanto, que apesar de saber as atividades do marido, Ethel não participou ativamente.
    
Execução 
Os Rosenbergs foram executados ao pôr-do-sol de 19 de junho de 1953, na prisão de Sing Sing, em Nova Iorque. Os seus túmulos encontram-se no cemitério Wellwood, em Pinelawn, Nova Iorque.
A execução foi adiada da sua data original, de 18 de junho, porque no dia 17 de junho o juiz do Suprema Tribunal William O. Douglas havia garantido uma adiamento da pena. Tal adiamento deveu-se a um recurso de Fyke Farmer, um advogado do Tennessee cujos esforços para salvar os Rosenbergs da morte já haviam sido desprezados pelo advogado do casal.
A 18 de junho O Supremo Tribunal reuniu em sessão especial para julgar o recurso de Douglas, ao invés de deixar a execução paralisada por meses até que a matéria fizesse o seu percurso normal. O Supremo não se havia decidido sobre a paralisação de Douglas até o meio-dia de 19 de junho. Assim sendo, a execução foi marcada para o começo da noite do mesmo dia, após o início do Shabat. Numa jogada desesperada por garantir a vida do casal, o advogado Emanuel Hirsch Bloch, reclamou que isto era uma ofensa à tradição judaica deles, então a execução foi marcada para antes do pôr-do-sol.
Testemunhas oculares (conforme depoimentos dados ao documentário de 1982 The Atomic Cafe) descreveram as circunstâncias das mortes dos Rosenbergs; enquanto Julius morreu após a primeira série de choques elétricos, a sua esposa não. Após o curso tradicional da sessão de eletrocussão, os enfermeiros retiraram as cintas e outros equipamentos de Ethel para que os médicos determinassem se ela já havia morrido. Os médicos determinaram que ela ainda estava viva, pois o seu coração ainda batia. Então foram aplicadas três séries de eletrocussão, o que acabou por resultar numa cena terrível, em que uma grande quantidade de fumo saiu da cabeça dela.

Aung San Suu Kyi faz hoje 79 anos

   
Aung San Suu Kyi (Rangum, 19 de junho de 1945), é uma política de oposição birmanesa, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991 e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND). Suu Kyi é a terceira dos filhos de Aung San, considerado o pai da Birmânia moderna (atual Mianmar). Durante a eleição geral de 1990, a LND, partido liderado por Suu Kyi, obteve 59% dos votos em todo o país, conquistando 81% (392 de 485) dos assentos no parlamento - o que deveria fazer dela a primeira-ministra da Birmânia. No entanto, pouco antes das eleições, foi detida e colocada em prisão domiciliar, condição em que viveu por quase 15 dos 21 anos que decorreram desde o seu regresso à Birmânia, em 20 de julho de 1989, até sua libertação, depois de forte pressão internacional, em 13 de novembro de 2010. Ao longo desses anos, Suu Kyi foi uma das mais notórias prisioneiras políticas do mundo. Em 2010, após ser libertada, boicotou as eleições daquele ano, exigindo mais abertura política contra o governo dos militares. Em 2015, liderou o seu partido numa vitória esmagadora nas eleições legislativas. Como não podia concorrer à presidência, devido a uma cláusula na constituição (Aung San era casada com um estrangeiro e tinha filhos estrangeiros), o cargo de Conselheiro de Estado foi criado para ela. Por muito tempo considerada um ícone pela liberdade, desde que foi apontada como Conselheira de Estado, Aung San Suu tem sido criticada dentro e fora de Mianmar por suas ações dentro do governo do país. Segundo seus detratores, ela não demonstrou qualquer simpatia ou interesse em resolver a questão da perseguição ao povo ruainga, em 2016, no estado de Raquine, e recusou-se a aceitar ou reconhecer que o exército de Myanmar perpetrou qualquer massacre. Ao longo da sua gestão no governo, Myanmar intensificou a perseguição aos jornalistas. Em 1 de fevereiro de 2021, Aung San foi derrubada da sua posição de Conselheira de Estado após um golpe orquestrado pelas força armadas do país.
     

Porque hoje é o 77º aniversário de Quim Barreiros...

(imagem daqui)
     
Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros (Vila Praia de Âncora, 19 de junho de 1947), mais conhecido por Quim Barreiros, é um cantor popular português que toca acordeão, conhecido pelas suas letras de duplo sentido (a chamada música pimba).
Aos 9 anos já tocava bateria no conjunto de seu pai (Conjunto Alegria). O seu primeiro disco foi lançado em 1971, juntamente com o famoso guitarrista Jorge Fontes, quando apenas tocava acordeão e folclore minhoto. A sua fama estendeu-se já ao Brasil e à Galiza, e já atuou em quase todos os países onde existem comunidades de portugueses (Canadá, E.U.A, Venezuela, Brasil, África do Sul, França, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Suíça e outros).
   

 


Nick Drake nasceu há 76 anos...

  
Nicholas Rodney Drake (Rangum, 19 de junho de 1948 - Warwickshire, 25 de novembro de 1974), conhecido como Nick Drake, foi um cantor e compositor britânico, nascido na antiga Birmânia. A origem deve-se ao trabalho do pai: quando tinha quatro anos, a família de Nick mudou-se de volta para Inglaterra.
É conhecido pelas suas canções com temas outonais e melancólicos e por sua técnica virtuosa na viola, chegando a ser considerado um dos compositores mais influentes dos últimos cinquenta anos. Os seus três discos oficiais foram incluídos, depois de décadas, entre os melhores da história, como em listas das revistas Rolling Stone e TIME.
Os Drakes viveram numa pequena vila chamada Tanworth-In-Arden, numa grande casa de tijolos vermelhos a que chamavam "Far Leys". Ainda criança, aprendeu a tocar piano, graças à mãe, Molly Drake, pianista, violoncelista, cantora e compositora. De família rica, estudou nos melhores colégios da Inglaterra, entre os quais Marlborough, onde aprendeu a tocar clarinete e saxofone.
Em 1967, Nick ingressou na Universidade de Cambridge para estudar Literatura. Iniciou, também, apresentações em festivais, nos quais diz-se que impressionava a todos com o seu talento para compor e pela habilidade peculiar com que tocava viola, instrumento que lhe fora ensinado por um amigo de colégio. Na década de 60, a ideia de aprender tal instrumento era mal aceite pela família, que o considerava de mau gosto e como um símbolo de rebeldia.
 
Biografia

Nicholas Rodney Drake nasceu em 19 de junho de 1948, numa família de classe média-alta na Birmânia. O seu pai, Rodney (1908–1988) mudou-se para lá na década de 30 para trabalhar como engenheiro na Bombay Burmah Trading Corporation. Em 1934, Rodney encontrou a filha de um alto funcionário da Indian Civil Service, Mary Lloyd (1916–1993), mais conhecida por sua família como Molly. Rodney propôs o casamento entre ambos em 1936, mas por imposições da família daquela, teve de esperar até que completasse vinte anos. Na década de 50, retornaram a Tanworth-in-Arden, uma vila de Warwickshire, para viver em Far Leys. Drake teve uma irmã mais velha, Gabrielle Drake, posteriormente reconhecida como atriz. O seus pais apresentavam inclinações musicais: também eram compositores. Em particular, gravações feitas por sua mãe reveladas após a morte do filho, revelam grande semelhança melódica entre ambos. Mãe e filho partilham da uma mesma frágil voz, e tanto Gabrielle quanto Dan Trevor notaram também as trágicas histórias cantadas. Incentivado por Molly, Drake aprendeu a tocar piano quando criança, e começou a compor suas primeiras melodias.

Em 1957, Drake se inscreveu na Eagle House School, uma escola preparatória. Cinco anos mais tarde, ele ingressa em Marlborough College, Wiltshire, onde o seu pai, avô e bisavô haviam estudado. Ele desenvolveu interesse por desporto, até hoje é detentor do recorde de 100 metros do colégio. Foi capitão da equipa de rugby, os seus colegas lembram que neste tempo ele era um "calmo autoritário". O seu pai lembrou que "num dos seus relatórios o diretor escreveu que ninguém sabia plenamente quem era Nick Drake".

Aprendeu clarinete e saxofone e se apresentava com a banda da escola. Entre 1964 e 1965, ele formou uma banda com outros quatro amigos. Era principalmente o pianista, ocasionalmente contribuiu com saxofone e vocais. Intitulado The Perfumed Gardeners, o grupo realizava versões de Pye, bem como números de The Yardbirds e Manfred Mann. Foi logo expulso por seu gosto musical, visto como pop demais para os outros integrantes. Em Marlborough, ele começou a negligenciar os seus estudos em favor da música. Em 1965, Drake pagou treze libras esterlinas pela sua primeira viola e logo começou com experimentalismos, como afinação própria. 

Em 1966, ganhou uma bolsa para estudar Literatura Inglesa na Universidade de Cambridge. Ele atrasou o seu ingresso, pois estava na Universidade de Aix, em Marseille, França - o início é em fevereiro de 1967. Enquanto em Aix, ele começou a praticar guitarra acústica a sério, e para ganhar dinheiro, se apresentava com amigos no centro da cidade. Drake começou a fumar liamba, e naquela primavera ele viajou com amigos para o Marrocos. Provavelmente, teve sua primeira experiência com LSD enquanto em Aix. As letras escritas durante este período - em especial a canção "Clothes of Sand" - sugerem o uso de alucinogénios.

Após retornar à Inglaterra, ele passou a viver com sua irmã, Gabrielle Drake, em Hampstead, Londres, antes de serem admitidos em Cambridge, em outubro. Seus tutores o descreviam como aluno brilhante, porém com pouco interesse em explorar suas habilidades. Ele tinha dificuldade de relacionamento com os outros alunos. Em Cambridge, praticava rugby e a sua estatura de 1,91 m destacava-o nesse desporto. Interesse perdido logo depois; preferia ficar em seu quarto de colégio fumando liamba, ouvindo e tocando música.

Em setembro de 1967, ele conheceu Robert Kirby, estudante de música que orquestraria muitos arranjos de corda para os dois primeiros discos de Nick Drake. Por este tempo, Drake tinha descoberto o folk inglês e outros compositores. Foi influenciado por artistas, como Bob Dylan, Josh White, Phil Ochs e Jackson C. Frank.

Começou a realizar apresentações em clubes locais e cafés de Londres, e em fevereiro de 1968, foi descoberto por Ashley Hutchings, da banda Fairport Convention. Hutchings recorda ter ficado impressionado com sua habilidade como guitarrista. Nick foi recomendado a Joe Boyd, famoso por suas produções, entre elas, as de Pink Floyd e Jimi Hendrix.

Nick Drake era considerado uma pessoa elegante, gerando alguma atenção por parte do público feminino. Além da sua elegância, era uma pessoa calma e introvertida. Não tinha muitos amigos e ninguém sabia exatamente o que se passava na sua mente. Costumava ficar muito tempo sozinho, quando então aproveitava para melhorar as suas técnicas com a guitarra.
   
(...)   
    
Não houve nota de suicídio, porém, uma carta dirigida a Sophia Ryde, a possível namorada. Nela, Molly leu apenas o versos "Now we rise, and we are everywhere", retirados da canção "From the Morning", do álbum Pink Moon. No inquérito de morte, o investigador notificou "intoxicação aguda de amitriptilina auto-administrada quando sofria de uma doença depressiva", e concluiu o veredicto como suicídio, facto contestado por alguns membros da sua família. No entanto, existe uma opinião geral de que, acidental ou não, Drake tinha a noção de ter exercido sua função no mundo.
 

 


O Kuwait tornou-se independente há 63 anos

 
O Estado do Kuwait é um emirado árabe soberano situado no nordeste da península Arábica na Ásia Ocidental. Faz fronteira com a Arábia Saudita ao sul e ao norte com o Iraque. Encontra-se na costa noroeste do Golfo Pérsico. O nome Kuwait é derivada do árabe "akwat", o plural de "Kout", que significa "fortaleza construída perto da água". O emirado tem uma área de 17.820 quilómetros quadrados e tem uma população de cerca de 2,7 milhões de habitantes.
Historicamente, a região era conhecida como Characene, um grande porto Parto para o comércio entre a Índia e a Mesopotâmia. A tribo Bani Utbah foram os primeiros colonos árabes permanentes na região e estabeleceram as bases modernas do emirado. No século XIX, o Kuwait estava sob a influência do Império Otomano e depois da Primeira Guerra Mundial, ele emergiu como um xecado independente sob a proteção do Império Britânico. Grandes campos de petróleo no Kuwait foram descobertos na década de 30.
  
 
(...)
  
Os primeiros colonos permanentes na região vieram da tribo Bani Khalid de Nejd e estabeleceram o Estado do Kuwait. Em 1756, o povo elegeu Sabah l bin Jaber como o primeiro monarca do Kuwait. A actual família real do Kuwait, al-Sabah, são descendentes de Sabah I. Durante o governo de Al-Sabah, o Kuwait progressivamente se tornou um centro de comércio. Ele já serviu como um centro de comércio entre a Índia, o Corno da África, o Nejd, a Mesopotâmia e o Levante. Até o advento da ostreicultura japonesa de pérolas, o Kuwait tinha uma das frotas de mar na região do Golfo Pérsico e uma indústria florescente de pérolas. O comércio até então consistia principalmente em pérolas, madeira, especiarias, tâmaras e cavalos.
No final do século XIX, a maior parte da Península Arábica ficou sob a influência do Império Otomano. Os otomanos reconheceram a autonomia da dinastia al-Sabah, mas ainda reivindicou a soberania sobre o Kuwait.
Em 1899, o Kuwait assinou um tratado com o Reino Unido, que deu o controle extensivo britânico sobre a política externa do Kuwait, em troca de proteção e subsídios anuais. Este tratado foi principalmente motivado pelo temor de que a proposta da Ferrovia Berlim-Bagdad leva-se a uma expansão da influência alemã no Golfo Pérsico. Após a assinatura da Convenção Anglo-Otomana de 1913, Mubarak Al-Sabah foi reconhecido diplomaticamente por otomanos e britânicos como o dirigente da casa autónoma da cidade do Kuwait e do interior. No entanto, logo após o início da Primeira Guerra Mundial, os britânicos anularam o tratado e declararam Kuwait um principado independente, sob a proteção do Império Britânico. O Tratado de de Uqair de 1922 estabeleceu a fronteira do Kuwait com a Arábia Saudita e também estabeleceu a zona neutra Kuwait-Arábia Saudita, uma área de cerca de 5.180 km² na fronteira sul do Kuwait.
Em 19 de junho de 1961, o Kuwait tornou-se independente, na sequência de uma troca de notas entre o Reino Unido. A rupia do Golfo, emitida pelo Banco Central da Índia, passou a ser o dinar kuwaitiano. A descoberta de grandes campos de petróleo, em especial nos campos de Burgan, provocou um grande afluxo de investimentos estrangeiros no Kuwait. O enorme crescimento da indústria do petróleo transformou o Kuwait de uma pobre comunidade comunidade produtora de pérolas em um dos países mais ricos da Península Arábica e, em 1952, o país se tornou o maior exportador de petróleo na região do Golfo Pérsico. Este enorme crescimento atraiu muitos trabalhadores estrangeiros, especialmente do Egito e da Índia.

Francisco de Holanda morreu há 439 anos


Auto-retrato (circa 1573), o artista apresentando o seu Livro das Imagens

 

Francisco de Holanda, originalmente Francisco d'Olanda, (Lisboa, 6 de setembro de 1517 - Lisboa, 19 de junho de 1585) foi um humanista, arquiteto, escultor, desenhador, iluminador e pintor português. Considerado um dos mais importantes vultos do renascimento em Portugal, também foi ensaísta, crítico de arte e historiador

 

Blaise Pascal nasceu há quatrocentos e um anos...


Blaise Pascal (Clermont-Ferrand, 19 de junho de 1623Paris, 19 de agosto de 1662) foi um matemático, escritor, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês. Jovem prodígio, Pascal foi educado por seu pai. Os primeiros trabalhos de Pascal dizem respeito às ciências naturais e ciências aplicadas. Contribuiu significativamente para o estudo dos fluidos. Ele esclareceu os conceitos de pressão atmosférica e vácuo, estendendo o trabalho de Evangelista Torricelli. Pascal escreveu textos importantes sobre o método científico.

Aos 19 anos inventou a primeira máquina de calcular, chamada de máquina de aritmética, depois roda de pascalina e finalmente pascalina. Construiu cerca de vinte cópias na década seguinte. Matemático de primeira linha, criou dois novos campos de pesquisa: primeiro, publicou um tratado de geometria projetiva aos dezasseis anos; então, em 1654, ele desenvolveu um método de resolver o "problema dos partidos", que, dando origem, no decorrer do século XVIII, ao cálculo das probabilidades, influenciou fortemente as teorias económicas modernas e as ciências sociais.

Depois de uma experiência mística que experimentou em novembro de 1654, dedicou-se à reflexão filosófica e religiosa, sem renunciar ao trabalho científico. Escreveu durante este período The Provincials and Thoughts, publicado somente após a sua morte, que ocorreu dois meses após o seu 39.º aniversário, quando já se encontrava muito doente (sujeito a enxaquecas violentas em particular).

Em 8 de julho de 2017, numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o Papa Francisco anunciou que Blaise Pascal "merece a beatificação" e que planeia iniciar o procedimento oficial.

 

Vida

Blaise Pascal era filho de Étienne Pascal, professor de matemática, e de Antoinette Begon. Perdeu a sua mãe com três anos de idade. Seu pai tratou da sua educação por ele ser o único filho do sexo masculino, orientando-o com vistas ao desenvolvimento correto da sua razão e do seu juízo. O recurso aos jogos didáticos era parte integrante desse ensino que incluía disciplinas tão variadas como história, geografia e filosofia.

O talento precoce de Blaise Pascal para as ciências físicas levou a família a Paris, onde ele se consagrou ao estudo da matemática. Acompanhou o pai quando este foi transferido para Rouen e lá realizou as primeiras pesquisas no campo da Física. Suas experiências sobre sons resultaram em um pequeno tratado (1634). No ano seguinte chega à dedução de 32 proposições de geometria estabelecidas por Euclides. Publica Essay pour les coniques (1640), obra na qual está formulado o célebre teorema de Pascal.

Blaise Pascal contribuiu decisivamente para a criação de dois novos ramos da matemática: a Geometria Projetiva e a Teoria das probabilidades. Em Física, estudou a mecânica dos fluidos, e esclareceu os conceitos de pressão e vácuo, ampliando o trabalho de Evangelista Torricelli. É ainda o autor de uma das primeiras calculadoras mecânicas, a Pascaline, e de estudos sobre o método científico.

Como matemático, interessou-se pelo cálculo infinitesimal, pelas sequências, tendo enunciado o princípio da recorrência matemática. O cálculo diferencial e integral de Newton e Leibniz que seria a base da física clássica foi inspirado em um tratado publicado por Blaise Pascal sobre os senos num quadrante de um círculo onde buscou a integração da função seno, que também viria a ser a base da matemática moderna. Criou um tipo de máquina de calcular que chamou de La pascaline (1642), uma das primeiras calculadoras mecânicas que se conhece, conservada no Museu de Artes e Ofícios de Paris. Anders Hald escreveu: "Para aliviar o trabalho do seu pai como agente fiscal, Pascal inventou uma máquina de calcular para adição e subtração assegurando sua construção e venda." Seguindo o programa de Galileu e Torricelli, refutou o conceito de "horror ao vazio". Os seus resultados geraram numerosas controvérsias entre os aristotélicos tradicionais.

Em 1646 a família converte-se ao jansenismo.

De volta a Paris (1647), influenciado pelas experiências de Torricelli, enunciou os primeiros trabalhos sobre o vácuo e demonstrou as variações da pressão atmosférica. A partir de então, desenvolveu extensivas pesquisas utilizando sifões, seringas, foles e tubos de vários tamanhos e formas e com líquidos como água, mercúrio, óleo, vinho, ar, etc., no vácuo e sob pressão atmosférica.

Em 1651 o seu pai morreu.

Na sequência de uma experiência mística, em finais 1654, faz a sua "segunda conversão" e abandona as ciências para se dedicar exclusivamente à filosofia e à teologia, num período marcado pelo conflito entre jansenistas e jesuítas. No ano seguinte, recolhe-se à abadia de Port-Royal-des-Champs, centro do jansenismo. Só voltaria às ciências após "novo milagre" (1658). São desse período as suas principais contribuições no campo filosófico-religioso: As cartas provinciais (1656-1657), conjunto de 18 cartas escritas em defesa do jansenista Antoine Arnauld - oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos teólogos de Paris - e Pensamentos, fragmentos reunidos e publicados postumamente (1670), onde foi concebida sua defesa ao cristianismo. Nos Pensamentos encontra-se também a sua frase mais citada: "O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece".

Como teólogo e escritor destacou-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos, e a sua obra influenciou os ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista.

Pascal aperfeiçoou o barômetro de Torricelli e, na matemática, com o Traité du triangle arithmétique ("Tratado do triângulo aritmético", mais conhecido como triângulo de Pascal), de 1654, estabeleceu, juntamente com Pierre de Fermat, as bases da teoria das probabilidades e da análise combinatória, que o holandês Huygens desenvolveria posteriormente (1657). Entre 1658 e 1659, escreveu sobre o ciclóide e a sua utilização no cálculo do volume de sólidos. Após obter resultado sobre os quadrados dos cicloides publicados em 1658, desafiou matemáticos da época a solucionarem problemas relacionados aos ciclóides e chegarem aos resultados por ele já alcançados.

Um dos seus tratados sobre hidrostática, Traité de l'équilibre des liqueurs, só foi publicado um ano após sua morte (1663). Pascal também esclareceu os princípios barométricos, da prensa hidráulica e da transmissibilidade de pressões. Estabeleceu o princípio de Pascal que diz: em um líquido em repouso ou equilíbrio, as variações de pressão transmitem-se igualmente e sem perdas para todos os pontos da massa líquida. É o princípio de funcionamento do macaco hidráulico. Na Mecânica é homenageado com a unidade de tensão mecânica (ou pressão) Pascal (1Pa = 1 N/m²; 105 N/m² = 1 bar).

Pascal, que sempre teve uma saúde frágil, adoeceu gravemente em 1659. Morreu em 19 de agosto de 1662, dois meses após completar 39 anos. O seu corpo foi sepultado na Igreja de Saint-Étienne-du-Mont, em Paris.

 

O Imperador Maximiliano do México foi executado há 157 anos

  
Maximiliano de Habsburgo-Lorena (Viena, 6 de julho de 1832 - Santiago de Querétaro, 19 de junho de 1867) nasceu como arquiduque da Áustria e príncipe da Hungria e da Boémia, mas renunciou a estes títulos para se tornar o Imperador do México, encabeçando o Segundo Império Mexicano entre 1864 e 1867.

Foi persuadido pelo imperador francês Napoleão III e por monárquicos mexicanos a aceitar a coroa do recém-fundado Império Mexicano (1864-1867).



  
A Aventura de Maximiliano de Habsburgo - como foi chamada no México - não passou de um triste episódio de interesses criados, ingenuidade e desespero. Os conservadores viram na sua pessoa a possibilidade de manter um sistema político que lhes era cómodo e que lhes parecia seguro por contar com o apoio da França, da Inglaterra e da Santa Sé. O arquiduque austríaco, por sua vez, de certo modo condenado a ser sempre o irmão do imperador da Áustria, aceitou o papel que lhe era oferecido desempenhar num país completamente desconhecido para ele e submerso numa profunda crise política.

Devido às suas tendências liberais, Maximiliano logo perdeu o apoio dos conservadores. Foi alvo da hostilidade dos seguidores de Benito Juárez, os republicanos, ao ordenar a execução sumária de seus líderes (1865). A única proteção de Maximiliano era a presença de tropas francesas.
"Por sua vez, o presidente deposto, Benito Juárez, continuava vivo e em liberdade. Os seus partidários controlavam boa parte do México e, apesar de alguns sucessos, o exército francês era acossado pela guerrilha que ia ganhando terreno. Em 1865, ficou claro que era impossível ganhar aquela guerra. O golpe de misericórdia sobre a monarquia veio dos Estados Unidos. Desembaraçado da Guerra de Secessão, o governo americano recusou a reconhecer o imperador Maximiliano e exigiu a retirada das tropas francesas. A alternativa seria a guerra. Napoleão III calculou o prejuízo de uma guerra e, em fevereiro de 1866, escreveu: “Minhas intenções assim se resumem: evacuar o mais depressa possível, mas fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que a obra que fundamos não desmorone no dia seguinte ao da nossa partida”. Com Maximiliano descartado interna e externamente, Juárez avançou e não tardou a chegar à capital mexicana. Desprezando os conselhos de Napoleão III, Maximiliano recusou-se a abdicar. Em 15 de maio de 1866 foi preso na cidade de Querétaro. Os guerrilheiros  propuseram-lhe a fuga, que ele chegou a aceitar, mas mudou de ideias – dizia que amava o país. Condenado à morte, foi executado no dia 19 de junho de 1867. As suas últimas palavras teriam sido: “Viva o México!”
Encarando o ocorrido sob a perspetiva de Maximiliano, quando as tropas francesas retiraram (1866-1867), ele assumiu pessoalmente o comando de seus soldados. Após um cerco em Santiago de Querétaro, foi capturado, aprisionado, julgado por um tribunal marcial e fuzilado juntamente com os seus generais Tomás Mejía e Miguel Miramón.
 
A Execução de Maximiliano - Édouard Manet
   

Moe Howard nasceu há 126 anos


Moses Harry Horwitz, mais conhecido como Moe Howard (Nova Iorque, 19 de junho de 1897 - Los Angeles, 4 de maio de 1975), foi um ator e comediante norte-americano mais conhecido como o líder dos Three Stooges (Os Três Patetas, no Brasil; Os Três Estarolas, em Portugal), grupo cómico que trabalhou em filmes e na televisão durante mais de quatro décadas. Moe tinha 4 irmãos, sendo que destes, dois tornar-se-iam integrantes dos Três Estarolas: Curly Howard e Shemp Howard.

 Os Três Estarolas, com Moe ao centro, no filme Disorder in the Court (1936)
   

Aage Niels Bohr nasceu há cento e dois anos

   
Aage Niels Bohr (Copenhaga, 19 de junho de 1922 - Copenhaga, 8 de setembro de 2009) foi um físico dinamarquês, o quarto filho de Margrethe Bohr e Niels Bohr.
Foi Nobel de Física em 1975 pela descoberta da conexão do movimento coletivo e movimento individual de partículas no núcleo atómico e pelo desenvolvimento da teoria da estrutura do núcleo atómico. Foi professor da Universidade de Copenhaga e ingressou na Pontifícia Academia das Ciências em 17 de abril de 1978.
    
(...)   
    
Escreveu dois importantes livros sobre a estrutura nuclear, em cooperação com o físico norte americano Ben Mottelson: Single-Particle Motion (1969) e Nuclear Deformations (1975).

José Dias Coelho nasceu há cento e um anos...



José Dias Coelho (Pinhel, 19 de junho de 1923 - Lisboa, 19 de dezembro de 1961) foi um artista plástico, militante e dirigente do Partido Comunista Português.

Biografia
Natural de Pinhel, cidade próxima da Guarda, foi o quinto de nove irmãos e irmãs.
Foi aluno da Escola de Belas Artes de Lisboa onde entrou em 1942. Frequentou primeiro o curso de Arquitetura, que abandonou, para frequentar o de Escultura.
Ainda muito jovem aderiu à Frente Académica Antifascista e, mais tarde (em 1946), ao MUD Juvenil. Participante em várias lutas estudantis em 1947, aderiu de seguida ao Partido Comunista Português e, em 1949, foi detido pela PIDE depois de participar na campanha presidencial de Norton de Matos. Em 1952, foi expulso da Escola Superior de Belas Artes e impedido de ingressar em qualquer faculdade do país; seria também demitido do lugar de professor do Ensino Técnico.
José Dias Coelho vai trabalhar, em 1952, como desenhador com os arquitetos Keil do Amaral, Hernâni Gandra e Alberto José Pessoa num atelier na Rua Fernão Álvares do Oriente, no Bairro de São Miguel em Lisboa.
Em 1955 entra para a clandestinidade, ao mesmo tempo que exercia funções no PCP, com o objetivo de criar uma oficina de falsificação de documentos para dar cobertura às atividades dos militantes clandestinos. Exercia esta atividade na altura do seu assassinato pela PIDE, em 19 de dezembro de 1961, na Rua da Creche, que hoje tem o seu nome, junto ao Largo do Calvário, em Lisboa.
O assassinato levou o cantor Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música A Morte Saiu à Rua. O mesmo fez o grupo Trovante com a música Flor da Vida. Da vida pessoal de José Dias Coelho há ainda a salientar a sua relação com Margarida Tengarinha, também artista plástica. O casal teve três filhas.
Ao optar pela clandestinidade em 1955, põe de parte a sua carreira artística como escultor, que nesse mesmo ano vê os primeiros sinais de reconhecimento público, com duas esculturas para a Escola Primária de Campolide (secções feminina e masculina) e uma grande escultura para a Escola Primária de Vale Escuro, em Lisboa, e dois baixos relevos, um para o Café Central das Caldas da Rainha, e outro para a fábrica Secil.
Já estava na clandestinidade quando, em junho de 1956, se realizou a 10.ª e última das Exposições Gerais de Artes Plásticas; José Dias Coelho foi um dos organizadores dessas exposições, desde a primeira edição em 1946, e é um dos artistas que expõe a partir da segunda. Por não poder participar abertamente na 10ª edição devido ao facto de estar na clandestinidade, um grupo de amigos expõe a escultura da cabeça da irmã Maria Emília, que já havia sido exposta, para garantir que o seu nome consta do catálogo.
Com uma intensa atividade social e intelectual a par da política, travou e manteve amizade com várias figuras destacadas da sociedade portuguesa de então, tais como os arquitetos Keil do Amaral e João Abel Manta, com Fernando Namora, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, Abel Manta, Rogério Ribeiro, João Hogan, bem como aqueles que viriam dentro em breve a liderar os movimentos de independência em África, na altura estudantes em Lisboa: Agostinho Neto, Vasco Cabral, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral e Orlando Costa.
Em março de 1975, quase um ano depois do 25 de Abril, foi finalmente organizada uma exposição em sua homenagem, na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa.

 Ceifeira, gesso patinado
   

 

 

A Morte saiu à Rua

Naquele lugar sem nome p'ra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação.

  

Zeca Afonso (Letra e Música), Eu Vou Ser Como a Toupeira, 1972