quinta-feira, abril 18, 2019

Um sismo arrasou a cidade de São Francisco há 113 anos

Terramoto de 1906 em São Francisco: o incêndio alastrando na cidade

O sismo de San Francisco de 1906 (em inglês: 1906 San Francisco earthquake) foi um violento sismo que ocorreu às 5:14 horas da manhã no dia 18 de abril de 1906 em São Francisco. Com magnitude estimada média de 8.0 na Escala de Richter. Conhecido como The Great San Francisco Earthquake (em Português, "O Grande Terremoto de São Francisco"), ou somente apelidado como The Great Quake, o maior nos Estados Unidos já registrado na escala de Richter. O terremoto teve duração de aproximadamente 28 segundos, tendo morrido milhares de pessoas.
Outros locais sofreram estragos importantes, nomeadamente Santa Rosa, São José e a Universidade de Stanford. Cerca de 225.000 pessoas encontraram-se sem teto dos cerca de 400 000 habitantes daquelas áreas, na ocasião.
O geólogo que reportou-se no inquérito oficial da cidade de San Francisco diz:
"O epicentro do distúrbio estava provavelmente no fundo do oceano, uma distância curta da costa, oposto à linha do limite norte do condado de Mendocino, e a região da sua maior intensidade estendeu-se em direção a sul do ponto nomeado a uma distância de cem milhas do Sudeste de San Francisco. A linha do distúrbio foi a que é conhecida como a falha "Tomales-Portola", a linha de que foi seguido distintamente de Point Arena, condado de Mendocino, a sul de Hollister, condado de San Benito, exceto em pontos que a linha passa sob o oceano. Este é o caso oposto a San Francisco, a linha-falha, que está poucas milhas do lado de fora da Golden Gate Bridge (a famosa ponte Golden Gate). Foi a ruptura da superfície da terra ao longo desta linha-falha que causou o distúrbio, o que provou tão desastroso. A falha ainda não se chamava San Andreas (falha de Santo André, em português)".
 
A Falha de Santo André segue numa linha de noroeste a sudeste ao longo da costa da Califórnia: os números na falha indicam quantos pés (1 pé (ft) = 30,48 cm) o solo cedeu naquele local com o resultado do terremoto de 1906
  
Geologia
O terramoto foi causado por um deslizamento da falha de Santo André num segmento de cerca de 440 km (275 milhas) de comprimento. As suas ondas sísmicas foram sentidas desde o sul do estado de Oregon (a norte da Califórnia) até à cidade de Los Angeles - a sul de São Francisco (Califórnia).
As construções vitorianas e os prédios de tijolos ficaram devastados. O pior da destruição fora o incêndio, causado pelos fios elétricos que se partiram e, com as faíscas, a provocar a combustão do gás que escapou pela cidade toda. Com as canalizações subterrâneas de águas destruídas, os bombeiros não conseguiram responder ao incêndio a tempo e a cidade ficou praticamente inteira destruída. Às 07.00 horas da manhã os soldados do exército de Fort Mason (a base do histórico Presídio de 1776), em São Francisco, apresentaram-se na câmara da cidade e o então presidente E. E. Schmitz pediu o reforço das patrulhas e autorizou que qualquer soldado atirasse a matar se alguém fosse encontrado saqueando lojas e casas. Enquanto isto, bombeiros e militares lutaram num esforço desesperado para controlar o contínuo fogo, até mesmo usando dinamites para explodir quarteirões inteiros criando, assim, um paredão contra o fogo que se alastrava sem cessar.
Dos 225 mil habitantes que ficaram sem teto, cerca da metade destes refugiou-se do outro lado da baía, em Oakland (Califórnia). Os jornais da época descrevem como o Golden Gate Park, o bairro vizinho do Panhandle e as praias entre Ingleside e North Beach, se encontraram cobertos de tendas.
No dia 20 de abril, refugiados que ficaram emboscados em certas áreas por causa do incêndio tiveram que ser evacuados pela baía no cruzador USS Chicago, da Marinha americana. No dia 23, grande parte do incêndio já se havia apagado e as autoridades iniciaram o trabalho de construção da metrópole devastada. Contou-se na época 478 mortes, mas aparece hoje que este número, publicado pelas autoridades da época, subestimou o impacto real da catástrofe, nomeadamente entre a população chinesa. O balanço desde então aumentou, e o número geralmente aceito é de pelo menos de 3.000 mortes, resultantes do terremoto e do incêndio que alastrou pela cidade toda. Cerca de 28 mil prédios foram destruídos, incluindo a maioria das casas e praticamente todo o centro financeiro.
 

Porque hoje é Quinta Feira Santa...

(imagem daqui)

D’aprés D. Francisco de Quevedo

Também eu ceei com os doze naquela ceia
em que eles comeram e beberam o décimo terceiro.
A ceia fui eu; e o servo; e o que saiu a meio;
e o que inclinou a cabeça no Meu peito.

E traí e fui traído,
e duvidei, e impacientei-me, e descartei-me;
e pus com Ele a mão no prato e posei para o retrato
(embora nada daquilo fizesse sentido).

Não subi aos céus (nem era caso para isso),
mas desci aos infernos (e pela porta de serviço):
comprei e não paguei, faltei a encontros,
cobicei os carros dos outros e as mulheres dos outros.

Agora, como num filme descolorido,
chegou o terceiro dia e nada aconteceu,
e tenho medo de não ter sido comigo,
de não ter sido comido nem ter sido Eu.

 

in Cuidados Intensivos (1994) - Manuel António Pina

Einstein morreu há 64 anos

Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 - Princeton, 18 de abril de 1955) foi um físico teórico alemão, posteriormente radicado nos Estados Unidos, que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da física moderna (ao lado da mecânica quântica). Embora mais conhecido pela sua fórmula de equivalência massa-energia, E = mc2 (que foi chamada de "a equação mais famosa do mundo"), foi laureado com o Prémio Nobel de Física de 1921 "por seus serviços à física teórica e, especialmente, por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico". O efeito fotoelétrico foi fundamental no estabelecimento da teoria quântica.

quarta-feira, abril 17, 2019

Gabriel García Márquez morreu há cinco anos

Gabriel José García Márquez foi um colombiano (Aracataca, 6 de março de 1927 - Cidade do México, 17 de abril de 2014) escritor, jornalista, editor, ativista e político. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.
Foi laureado com o Prémio Internacional Neustadt de Literatura, em 1972, e o Nobel de Literatura de 1982, pelo conjunto de sua obra que, entre outros livros, inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e viveu até à morte no México. Era pai do cineasta Rodrigo García.

Hoje é dia de recordar a última crise académica...

Vossa Excelência cale-se!

No dia da inauguração do novo edifício de Matemáticas, os estudantes juntam-se no exterior da Faculdade de Ciências com cartazes sobre o estado do ensino. Lá dentro, Alberto Martins levanta-se, perante o Presidente da República, e pede para usar da palavra
Bastou Alberto Martins pedir a palavra, numa cerimónia da Universidade de Coimbra, para começar uma demorada crise académica, que até se manifestou no final da Taça de Portugal. O Benfica ganhou...
"Em representação dos estudantes da Universidade de Coimbra, peço licença a Vossa Excelência..."
Com esta frase, Alberto Martins, então presidente da Direção Geral da Associação Académica, dava início à crise académica de Coimbra. Era 17 de abril de 1969. Na sala Infante D. Henrique, Américo Thomaz, Rui Sanches e José Hermano Saraiva (Presidente da República e ministros das Obras Públicas e da Educação, respetivamente), presidiam à inauguração do novo "edifício das Matemáticas" da Universidade de Coimbra.
Tinha sido decidido, entre os estudantes, que Alberto Martins romperia a tradição e pediria a palavra. Teria, no entanto, de medir o pulso à situação. Só poderia falar se houvesse condições para isso e se o seu ato não fosse considerado "provocatório".
É bom recordar que hoje se estimula a pergunta, a discussão, o debate na comunidade ou de toda a sociedade civil. Mas naquela altura, o direito à palavra só assistia às autoridades. Nenhum estudante (no caso da inauguração do novo edifício de Matemáticas da Universidade de Coimbra) podia exercer essa faculdade.
A sala estava cheia e o ânimo de Alberto Martins foi crescendo até que se levantou-se para pedir a palavra. Tinha o que dizer às autoridades. Queria solicitar a reincorporação de professores na universidade, falar das discordâncias dos estudantes em relação ao conteúdo e aos métodos de ensino e tudo o que mais lhe fosse permitido. Queria, começando pelo mundo académico, falar de uma sociedade nova. A palavra não lhe foi concedida. Os estudantes protestaram. "Em coro, bradavam protestos e expressões incompatíveis com o respeito devido à presença, naquele lugar, do supremo magistrado da Nação", diria, dias depois, José Hermano Saraiva na televisão. Perante o "grave desrespeito", Américo Thomaz e José Hermano Saraiva saíram da sala.
E assim, em vez de falar, Alberto Martins foi preso (muitas horas depois), como muitos outros. Foi decretada a greve às aulas. Em maio, o ministro encerrou a universidade. As fileiras de estudantes, a que se juntaram professores, foi aumentando. Em junho, a greve às aulas estendeu-se à greve aos exames. Coimbra foi invadida pela GNR.
No final desse mês, a Académica chegava ao final da taça e, com ela, a luta estudantil. Era 22 de junho e, dois meses passados sobre o pedido de palavra de Alberto Martins, a luta não esmorecera – antes pelo contrário. Num estádio repleto, jogava-se o Benfica-Académica. Os jogadores da "cidade dos estudantes" entraram no campo a passo, com batinas pelos ombros, o emblema do clube tapado. Na assistência, pendões reclamavam uma "Universidade Livre". "Foi o maior comício que existiu em Portugal antes do 25 de Abril", diria à SIC Alberto Martins, 40 anos depois.
A Académica perdeu, mas a luta manteve-se... até ao 25 de abril.
Alberto Martins acabou entretanto o curso de Direito. Foi várias vezes deputado (ainda o é) e duas vezes ministro. Em 1999, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Quanto à sala onde tudo começou, mantém a memória daquele dia, chamando-se... Sala 17 de Abril. Foi há 47 anos.

in Visão

Mariano Gago morreu há quatro anos

José Mariano Rebelo Pires Gago (Lisboa, 16 de maio de 1948 - Lisboa, 17 de abril de 2015) foi um professor universitário, cientista e político português
  
Biografia 

A formação académica
José Mariano Gago foi aluno do Liceu Camões entre os anos letivos de 1958-1959 e 1964-1965, tendo concluído o curso dos liceus com a classificação final de 17 valores (Distinto).
Ingressou no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa no ano letivo de 1965-1966, onde se licenciou em Engenharia Eletrotécnica em 1971.
Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Energias da École Polytechnique, de 1971 a 1976.
Obteve o grau de Docteur d'État ès Sciences, no domínio da Física, pela Université Paris VI Pierre et Marie Curie em 1976, com a tese «Production de @ de @ et de résonances @ dans les interactions K--proton à 14,3 GeV/C».
Foi bolseiro da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear entre 1976 a 1978.
Obteve o título de agregado em Física, em 1979, no Instituto Superior Técnico.

O dirigente estudantil
José Mariano Gago iniciou a sua atividade no Movimento Estudantil Português por altura da grande mobilização estudantil associada às cheias que atingiram a zona de Lisboa em 1967.
No ano letivo de 1969-1970 foi presidente da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico. A sua experiência é relatada em várias entrevistas onde se destaca a concedida a Luísa Tiago de Oliveira.

O Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica
Em maio de 1986 foi nomeado presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, funções que desempenhou até maio de 1989.
Em 1987, promove a realização das Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnologia, na sequência das quais lançou o Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia, que visava a implementação de um conjunto de projetos dinamizadores de C&T, a nível nacional. O programa visava o fomento de projectos de investigação científica e tecnológica, tendo sido abertos concursos em 1987 (PMCT/87) e em 1990 (PMCT/90). O programa articulava-se com outros programas de financiamento, nomeadamente os Programas CIÊNCIA e Formação de Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia.
Em 1988, é publicada a Lei n.º 91/88, de 13 de agosto, que define a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico como prioridades nacionais envolvendo a participação ativa dos setores público, privado e cooperativo.

O docente universitário e investigador
Ainda antes da conclusão do curso foi monitor do Instituto Superior Técnico.
Em 1979 foi contratado como professor catedrático do Departamento de Física do Instituto Superior Técnico.
José Mariano Gago desenvolveu a sua actividade profissional de investigador no domínio da física experimental das partículas elementares em Paris, na Escola Politécnica, em Genebra, na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), e em Lisboa, no Laboratório de Física Experimental de Partículas (LIP), que criou e de que foi Presidente.

O Instituto da Prospetiva
Dinamizou a criação do Instituto de Prospectiva no âmbito do qual coordenou a realização de vários estudos de prospectiva à escala europeia e promoveu, desde 1991, os Encontros Anuais de Prospectiva no Convento da Arrábida.

O Ministro da Ciência e da Tecnologia
Em 1995 Mariano Gago é nomeado Ministro da Ciência e da Tecnologia do XIII Governo Constitucional, cargo que mantém até 2002, já no XIV Governo Constitucional.
Foi o primeiro titular de um cargo ministerial vocacionado exclusivamente para a área da ciência e da tecnologia.
Enquanto Ministro da Ciência e da Tecnologia, assumiu a responsabilidade de coordenação das áreas da política científica e tecnológica e da política para a sociedade da informação.
Neste âmbito dinamizou iniciativas para a promoção da cultura científica e tecnológica em Portugal (Ciência Viva) e na União Europeia.
Coordenou e dinamizou igualmente a Estratégia para Sociedade da Informação, que incluiu iniciativas como a da ligação de todas as escolas à Internet, a criação de Espaços Internet, o Programa Cidades e Regiões Digitais e a Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS)].

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Como Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi responsável por uma ampla reforma do sistema de ensino superior em Portugal, que incluiu:
  • O regime dos graus e diplomas do ensino superior;
  • O regime de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos;
  • O regime jurídico das instituições de ensino superior;
  • O regime jurídico de reconhecimento de graus estrangeiros de ensino superior;
  • O regime jurídico da avaliação da qualidade do ensino superior e a criação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior;
  • A revisão do Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU);
  • A revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico (ECPDESP);
  • A revisão do regime jurídico da atribuição do título de agregado;
  • A criação e regulação do título de especialista;
  • A revisão do regime de reingresso, mudança de curso e transferência.
Promoveu ainda a revisão do regime jurídico dos cursos de especialização tecnológica, potenciando a sua expansão no quadro das instituições de ensino superior politécnico.

A morte
José Mariano Gago faleceu, em Lisboa, em 17 de abril de 2015, de doença súbita.
Como reconhecimento público da comunidade científica nacional pela contribuição de Mariano Gago para a ciência em Portugal, os centros de investigação e faculdades pararam as suas atividades normais durante cinco minutos no dia 20 de abril, às 12h00, realizando uma concentração em frente das respetivas instituições.
No mesmo sentido, foi criada uma página em que foram reunidos testemunhos, documentos e fotografias documentando o seu legado de pensador e humanista.

Algumas homenagens
Em 2015, foi dado o seu nome a um conjunto de prémios de educação e comunicação de ciência, os Prémios Ecsite Mariano Gago.
Em Novembro de 2016 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o seu nome ao antigo Largo Diogo Cão, no Parque das Nações.

Khrushchev, o homem que denunciou os crimes de Estaline, nasceu há 125 anos!

Nikita Serguêievitch Khrushchov (também grafado Khrushchev ou Cruschev, Kalinovka, Oblast de Kursk, 15 de abril de 1894 - Moscovo, 11 de setembro de 1971) foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) entre 1953 e 1964 e líder político do mundo comunista até ser afastado do poder por sua perspectiva reformista e substituído na direção da URSS pelo político Leonid Brejnev.
Biografia
Khrushchov nasceu na pequena vila de Kalinovka, perto da cidade de Kursk, na então Rússia imperial no fim do século XIX. Ainda criança, sua família mudou-se para a cidade de Donetsk, na Ucrânia, onde recebeu apenas dois anos de educação escolar; apesar de ser considerada uma criança inteligente, Nikita só receberia instrução completa já na casa dos vinte anos.
Na sua adolescência e juventude, trabalhou em fábricas e minas e após a revolução bolchevique de 1917 integrou-se no Exército Vermelho, tornando-se membro do Partido Comunista em 1918 passando a exercer diversas atividades políticas na Ucrânia, durante os anos 20.
Nos anos 1930, Khrushchov foi transferido para Moscovo, continuando a exercer funções de comando dentro da burocracia governamental soviética e em 1939 entrou para o Politburo, o órgão máximo do Partido Comunista da URSS.
Durante a II Guerra Mundial, ficou famoso como comissário político (maior autoridade do Partido Comunista na região) de Estaline durante a sangrenta Batalha de Estalingrado, que virou a sorte da guerra em favor da União Soviética, e após esse triunfo passou o resto do conflito como principal líder político no sul do país.
Com a morte de Estaline em 1953, Khrushchov chegou ao poder como líder do PCUS, vencendo uma sangrenta disputa interna com políticos poderosos da era estalinista - como Gueórgui Malenkov, Lazar Kaganovitch, Viatcheslav Molotov e Nikolai Bulganin. A disputa culminou na prisão e execução de Laurenti Béria, o líder da temida NKVD - a polícia política da URSS - e Ministro do Interior.
Khrushchov iniciou uma série de reformas no país, priorizando a fabricação de bens de consumo para a população soviética ao invés da ênfase no desenvolvimento da indústria pesada.
Em 23 de fevereiro de 1956, durante o XX Congresso do PCUS, Khrushchov chocaria a nação e o mundo ao fazer seu famoso “discurso secreto”, no qual acusava José Estaline do crime de genocídio durante os grandes expurgos realizados nos anos 30 na URSS e denunciava o culto da personalidade que o cercava.
O seu ato acabou afastando-o dos líderes soviéticos mais conservadores, mas ele acabou por os derrotars numa disputa interna que visava derrubá-lo do poder ,em 1957.
Em 1958, Khrushchov substituiu Nikolai Bulganin como primeiro-ministro da União Soviética. Ao se tornar o líder incontestado da URSS, teve condições para dar maior agilidade ao processo de implementação das suas reformas.
Khrushchov era um líder pouco diplomático, de instrução apenas básica, a quem faltavam entendimento e conhecimento da história e do mundo fora de suas fronteiras, apesar de reconhecidamente inteligente por seus adversários, dentro e fora da URSS. Ficou conhecido no período da Guerra Fria por suas atitudes anticonvencionais e grosseiras, famoso por interromper oradores de outros países em eventos internacionais para insultá-los e por suas atitudes insólitas como tirar os sapatos e batê-los na mesa de discussões durante sessões do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou brandir uma bota na cara do líder chinês Mao Tsé Tung ou ainda fazer comentários xenófobos e racistas sobre o povo búlgaro com o próprio primeiro-ministro da Bulgária.
Em 1959 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Neste mesmo ano, em visita aos EUA, um repórter anónimo perguntou-lhe: "O que o senhor fez durante a época de Estaline?" Sem conseguir identificar o autor da pergunta, Khrushchov respondeu:
Bem, fiz o mesmo que a pessoa que perguntou acabou de fazer. Fiquei de boca fechada.
Conjuntamente com erros estratégicos, tanto na condução da economia agrícola soviética, como na derrota política sofrida frente aos Estados Unidos na crise dos mísseis de Cuba (1962), seu comportamento e suas atitudes humilhavam os seus companheiros do Politburo e acabaram por causar a sua queda.
A 14 de outubro de 1964, Khrushchov foi derrubado do poder na União Soviética pelos seus adversários do Politburo, acusado de erros políticos graves e desorganização da economia soviética, a principal acusação foi se meter numa guerra armamentista iniciada pela invasão da Baía dos Porcos, cuja atribuição, segundo os soviéticos, foi única e exclusiva de John F. Kennedy, iniciando-se a chamada Guerra Fria. Khrushchov seria substituído por Leonid Brejnev, e passaria os restantes sete anos de sua vida em prisão domiciliar, até morrer em Moscovo a 11 de setembro de 1971.
Encontra-se sepultado no Cemitério Novodevichy, Moscovo, na Rússia.

Chavela Vargas nasceu há um século...!

Isabel Vargas Lizano, conhecida como Chavela Vargas, (San Joaquín de Flores, Costa Rica, 17 de abril de 1919 - Cuernavaca, Morelos, México, 5 de agosto de 2012) foi uma cantora da tradição ranchera mexicana.
Mudou para o México aos 15 anos, em busca de paz e uma carreira. O país acolheu-a e deu-lhe tudo que desejou. Iniciou a sua carreira aos 32 anos e esteve em grande evidência nos anos 50. Conhecida pela sua maneira chorosa e intensa de cantar. Encantou o mundo com a sua voz incomparável. Foi amiga da pintora Frida Kahlo. Após uma carreira bem sucedida no género e a posterior decadência, por causa do consumo excessivo de álcool, foi redescoberta, em 1992, pelo cineasta Pedro Almodóvar, que resgatou o seu talento, agora com quase 80 anos, apresentando-a nos seus filmes. Publicou a sua autobiografia em 2002 em livro intitulado Y si quieres saber de mi pasado.
Chavela Vargas faleceu no dia 5 de agosto de 2012 em Tepoztlán, cidade onde morava e na qual se inspirou para compor a canção Maria Tepozteca.
  
 

Maynard James Keenan - 55 anos!

Biografia
James Keenan nasceu James Herbert Keenan em Ravenna, Ohio, único filho de Judith Marie e Michael Loren Keenan, numa família batista. Quando os seus pais se divorciaram em 1968, o seu pai, um professor do ensino secundário, mudou-se para Michigan e Keenan só o via uma vez por ano durante os seguintes 12 anos. A sua mãe casou novamente, trazendo Keenan para uma "casa intolerante e não mundana", onde a sua inteligência e expressão criativa seria sufocada. Quando Keenan tinha 11 anos, a sua mãe sofreu um aneurisma cerebral, que, mais tarde, serviria de inspiração para muitos das suas obras. Alguns anos depois a mãe convenceu-o a ir morar com o seu pai no Michigan. Keenan considera que esta foi a melhor coisa que ele fez.
Entrou para o exército em 1982, e estudou na United States Military Academy (escola militar) de 1983 até 1984. Saiu do exército para estudar arte no Kendall College of Art and Design em Grand Rapids, Michigan. Durante o seu tempo no exército que ele adotou o apelido "Maynard" por capricho. Em 1988, ele mudou-se para Los Angeles, onde o seu amor pelos animais levou-o para a prática de design de interiores para lojas de animais. Nos anos oitenta, Keenan tocou baixo na banda TexA.N.S. e cantou para crianças da Children of the Anachronistic Dynasty, ambas bandas independentes.
Após mudar-se para Los Angeles Keenan conheceu Adam Jones que o tinha ouvido cantar numa demo na faculdade. Impressionado com a sua voz, Jones sugeriu que formassem uma banda. Keenan concordou e em 1990, os Tool surgiram. Liderados por Keenan, a formação incluiu o guitarrista Jones; o seu vizinho, o baterista Danny Carey e o baixista Paul D'Amour, que mais tarde seria substituído por Justin Chancellor. Batizaram a banda simplesmente de Tool.
Em 1993, o lançamento do álbum Undertow levou a banda e Keenan ao estrelato. As suas letras e músicas eram melódicas, severas e agressivas. No entanto, à medida que Keenan continuava a gravar com os Tool, as suas letras desenvolveram-se e tornaram-se introspectivas e espirituais, verdadeiras obras de arte, que se focavam não só na raiva, mas também nos benefícios de a transcender.
Mais tarde, após uma prolongada batalha legal com a sua gravadora Volcano Records (antigamente Zoo Records), os membros de Tool decidiram separar-se por algum tempo. Keenan começou a trabalhar com Billy Howerdel. A banda que formaram, A Perfect Circle, começou a atuar em 1999 e lançou o seu primeiro álbum em 2000. Desde então, Keenan continua como vocalista de ambas as bandas.
Em fevereiro de 2005, Keenan apareceu como vocalista surpresa em Seattle, num concerto de solidariedade para as vítimas do tsunami na Ásia, atuando com a banda Alice in Chains, substituindo o falecido vocalista Layne Staley nas canções "Them Bones", "Man in the Box" e "Rooster".
Keenan é divorciado e tem um filho chamado Devo (nascido a 5 de agosto de 1995). Foi noivo de Jennifer Breña Ferguson, mas separaram-se antes de casar. Daí vem o nome da canção "Breña" do álbum Mer de Noms, de A Perfect Circle. A sua mãe, Judith, morreu em 2003 e também foi inspiração para a música "Judith", do mesmo álbum.
Kennan também é vinicultor. É dono das empresas vinícolas Merkin Vineyards e Caduceus Cellars em Page Springs/Cornville, Arizona.

Keenan e a comédia 
"Encontrando Jesus"
No dia 1 de abril de 2005 Maynard anunciou - para o choque de muitos fãs e amigos - que ele havia "encontrado Jesus" e estaria abandonando a gravação do novo álbum dos Tool. Mas claro, era uma brincadeira de primeiro de abril. Kurt Loder, da MTV entrou em contacto com Keenan por e-mail para pedir uma confirmação e recebeu uma resposta bem casual. Quando Loder perguntou novamente, a resposta de Keenan foi simplesmente "heh heh". O anúncio foi provavelmente uma paródia ao episódio protagonizado por Brian "Head" Welch, em que 2005 havia comunicado  a sua saída da banda KoЯn para dedicar a sua vida ao cristianismo.
No dia 7 de abril, o site oficial de Tool anunciou que era uma brincadeira: "Boas notícias, fãs de primeiro de abril. A composição e gravação do álbum continua.".
Mr. Show 
Maynard aparece em vários segmentos da série de comédia da HBO, Mr. Show. Numa cena é visto sendo preso com Ronnie Dobbs, e mais tarde ele aparece usando uma peruca e como vocalista de uma banda fictícia chamada "Puscifer", elogiando Ronnie. Puscifer tornou-se um projeto paralelo onde funciona como uma espécie de pseudónimo para o seu trabalho a solo, convidando um leque de artistas para trabalhar com ele, inclusive a atriz Milla Jovovich.

Discografia
   

Faz hoje cinquenta anos que começou a crise académica de 1969

(imagem daqui)

A crise académica de 1969 começou quando não foi permitido aos estudantes o uso da palavra durante uma inauguração. À greve e à falta aos exames assumidos pelos estudantes respondeu o governo com a prisão e a mobilização para a guerra do ultramar.

A crise começou no dia 17 de abril de 1969. Os estudantes pretendiam intervir durante a inauguração do edifício das matemáticas e o presidente da Direção Geral da Associação Académica, Alberto Martins, pediu a palavra, mas foi impedido de o fazer.

Os estudantes, que já estavam em protesto exigindo a reintegração de professores e a democratização do ensino superior, tomaram conta da sala onde decorria a inauguração. A crise agudiza-se nas horas e dias seguintes com a prisão de vários dirigentes académicos e a ocupação de Coimbra por forças militares e policiais.

O Ministro da Educação e o Reitor acabariam por se demitir, mas vários estudantes da academia seriam forçados a integrar as forças armadas, seguindo para a guerra do ultramar.


Victoria Beckham - 45 anos!

Victoria Caroline Beckham (nascida Victoria Adams; Hertfordshire, 17 de abril de 1974) é uma cantora, designer, atriz e modelo britânica que trabalhou originalmente na girls band de sucesso Spice Girls.
Tem quatro filhos: Romeo, Brooklyn, Cruz e Harper Seven frutos do seu casamento com David Beckham. Nas Spice era conhecida como "Posh Spice" (Spice Chique) por ser considerada uma das integrantes mais vaidosas e que melhor se vestia. Hoje, Victoria tem uma marca de roupas (vestidos e calças) e acessórios (óculos de sol e bolsas), a Victoria Beckham Collection.

terça-feira, abril 16, 2019

Goya morreu há 191 anos

Autorretrato, circa 1773 (coleção privada)
Francisco José de Goya y Lucientes (Fuendetodos, 30 de março de 1746  - Bordéus, 15 ou 16 de abril de 1828) foi um pintor e gravador espanhol.
  
 
Três de maio de 1808 em Madrid: os fuzilamentos na montanha do Príncipe Pío, de Francisco de Goya - Museu do Prado
 

Dragonetti morreu há 173 anos

Domenico Dragonetti Carlo Maria (Veneza, 7 de abril de 1763 - Londres, 16 de abril de 1846) foi um grande músico e o primeiro compositor a introduzir o contrabaixo na música de câmara e orquestra. Ele permaneceu durante trinta anos na sua cidade natal de Veneza, na Itália e, ainda muito novo, era o primeiro contrabaixo na Ópera Buffa da sua cidade, trabalhando também na Capela de São Marcos e na Grand Opera, em Vicenza.
Nessa época ele tinha-se tornado notado em toda a Europa e tinha recusado várias oportunidades, incluindo as ofertas do Czar da Rússia.
Em 1794, ele finalmente decidiu mudar-se para Londres, para tocar na Orquestra do Teatro do Rei, e estabeleceu-se lá o resto de sua vida. Em cinquenta anos, ele tornou-se uma figura proeminente nos eventos musicais da capital inglesa, realizando nos concertos da Sociedade Filarmónica de Londres, bem como em mais eventos privados, onde se encontrava com as pessoas mais influentes do país, como o Príncipe Consorte e o duque de Leinster.
Ele estava familiarizado-se com os compositores Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven, a quem visitou em várias ocasiões, em Viena, e a quem ele mostrou as possibilidades do contrabaixo como instrumento de solista em orquestra. A sua habilidade no instrumento também demonstrou a relevância de escrever partituras para contrabaixo na orquestra, separada da do violoncelo, que era a regra comum na época. Ele também é lembrado hoje pelo arco Dragonetti, que evoluiu ao longo da sua vida.


Santa Bernadette Soubirous morreu há 140 anos

Marie-Bernard Soubirous, ou Maria Bernada Sobeirons, em occitano (Lourdes, 7 de janeiro de 1844 - Nevers, 16 de abril de 1879) foi uma religiosa francesa, canonizada pela Igreja Católica.

Charlot nasceu há 130 anos!

Sir Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie Chaplin (Londres, 16 de abril de 1889 - Corsier-sur-Vevey, 25 de dezembro de 1977), foi um ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin foi um dos atores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão (ou slapstick).
Influenciado pelo trabalho dos antecessores - o comediante francês Max Linder, Georges Méliès, D. W. Griffith, Louis e Auguste Lumière - e compartilhando o trabalho com Douglas Fairbanks e Mary Pickford, foi influenciado pela mímica, pantomima e o género pastelão e influenciou uma enorme equipa de comediantes e cineastas como Federico Fellini, Os Três Estarolas, Peter Sellers, Milton Berle, Marcel Marceau, Jacques Tati, Rowan Atkinson, Johnny Depp, Michael Jackson, Eduardo Sterblitch, Sacha Baron Cohen, Harold Lloyd, Buster Keaton e outros diretores e comediantes. É considerado por alguns críticos o maior artista cinematográfico de todos os tempos, e um dos "pais do cinema", junto com os Irmãos Lumière, Georges Méliès e D.W. Griffith.
Charlie Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes, sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max Linder, a quem dedicou um de seus filmes. A sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos, desde as suas primeiras atuações quando ainda era criança, nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana, quase até à sua morte, aos 88 anos de idade. A sua vida pública e privada abrangia adulação e controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, Chaplin fundou a United Artists em 1919.
O seu principal e mais famoso personagem foi The Tramp, conhecido como Charlot na Europa e igualmente conhecido como Carlitos ou "O Vagabundo" no Brasil. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - a sua marca pessoal - um pequeno bigodinho.
Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão norte-americano Samuel Reshevsky.
Em 2008, numa resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve: "Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele animou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial. Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."
Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da Sétima Arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Óscar especial pelo conjunto da obra, em 1972).