segunda-feira, janeiro 07, 2019

El-Rei D. Dinis morreu há 694 anos

D. Dinis I de Portugal (Lisboa [?], 9 de outubro de 1261 - Santarém, 7 de janeiro de 1325) foi o sexto Rei de Portugal, com o cognome de o Lavrador, pelo grande impulso que deu à agricultura e ampliação do pinhal de Leiria ou o Rei-Poeta, devido à sua obra literária.
Filho de D. Afonso III de Portugal e da infanta Beatriz de Castela, foi aclamado em Lisboa em 1279, tendo subido ao trono com 17 anos. Em 1282 desposou Isabel de Aragão, que ficaria conhecida como a Rainha Santa.
Ao longo de 46 anos a governar os Reinos de Portugal e dos Algarves foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação: em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial da corte, criou a primeira Universidade portuguesa, libertou as Ordens Militares no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. A sua política centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1ºAlmirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha, e ordenando a construção de várias docas.
Foi grande amante das artes e letras. Tendo sido um famoso trovador, cultivou as Cantigas de Amigo, de Amor e a sátira, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca na península Ibérica. Pensa-se ter sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo. Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas obras para português, entre as quais se contam os tratados do seu avô, o Rei de Castela Afonso X, o Sábio. Foi o responsável pela criação da primeira Universidade portuguesa, inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa e por si transferida, pela primeira vez, para Coimbra, em 1308. Esta universidade, que foi transferida várias vezes entre as duas cidades, ficou definitivamente instalada em Coimbra em 1537, por ordem de D. João III.
Entre 1320 e 1324 houve uma guerra civil que opôs o rei ao futuro Afonso IV. Este julgava que o pai pretendia dar o trono a Afonso Sanches. Nesta guerra, o rei contou com pouco apoio popular, pois nos últimos anos de reinado deu grandes privilégios aos nobres. O infante contou com o apoio dos concelhos. Apesar dos motivos da revolta, esta guerra foi no fundo um conflito entre grandes e pequenos.
Após a sua morte, em 1325 foi sucedido pelo seu filho legítimo, Afonso IV de Portugal, apesar da oposição do seu favorito, o filho natural Afonso Sanches.

Porque Inês de Castro foi assassinada há 664 anos

Túmulo de D. Inês de Castro - Juízo Final (imagem daqui)

Ainda a rainha depois de morta

Arranca corações, esse punho cruel
que vem fustigando a história
dos amantes e chega até aos púlpitos, tronos,
e matérias de arte.

Na pedra burilada, os anjos muito agudos
pecam por desvelo.
Nas naves ressoa o bramar enrolado em raiva
da realeza sepulta:
eu amei-a viva, vocês venerem-na morta.

Foi um punho cruel.
Talvez houvesse um sexo absoluto em tanto movimento
de ouro, brocado,
soluços ébrios de temor ou de outra natureza
mais embevecida.

A história neste caso é sedutora:
traz o poder ao sol duns seios, à luz duma vagina,
abre a flor dos sentidos, desfeita
a golpes de espada,
de traição.

Aqui neste frio erguido ao redor das naves
a matéria humana
que percorre viva a tarde histórica
tem pressa de fugir
ao pesadelo:
o amor não mata, ninguém o assassina,
é ele e só ele que se expõe
já morto.


 

in De Amore (2012) - Armando Silva Carvalho

O Imperador Hirohito do Japão morreu há trinta anos

Hirohito, também conhecido como Imperador Showa ou O Imperador Shōwa (29 de abril de 1901 - 7 de janeiro de 1989), foi o 124º imperador do Japão, de acordo com a ordem tradicional de sucessão, reinando de 25 de dezembro de 1926 até à sua morte, em 1989. Apesar de ser muito conhecido fora do Japão pelo seu nome pessoal, Hirohito, no Japão é atualmente reconhecido pelo seu nome póstumo, Imperador Shōwa.
No seu reinado, o Japão era uma das maiores potências - a nona maior economia do mundo, atrás da Itália, o terceiro maior país naval e um dos cinco países permanentes do conselho da Liga das Nações. Ele foi o chefe de Estado sob a limitação da Constituição do Império do Japão, durante a militarização japonesa e envolvimento na Segunda Guerra Mundial. Ele foi o símbolo do novo estado.
O seu reinado foi o mais longo de todos os imperadores japoneses, e coincidiu com um período em que ocorreram grandes mudanças na sociedade japonesa. Foi sucedido por seu filho, o imperador Akihito.
  
Infância e Juventude
Nasceu no Palácio Aoyama, em Tóquio, o Príncipe Hirohito foi o primeiro filho do Príncipe Herdeiro Yoshihito (o futuro Imperador Taishō) e a Princesa Herdeira Sadako (a futura Imperatriz Teimei). Na sua infância ele recebeu o título de Príncipe Michi. Em 1908, ele foi estudar para Gakushuin, na Escola de Pares do Reino.
Após a morte de seu avô, Imperador Meiji, em 30 de julho de 1912, ele foi nomeado herdeiro aparente do trono. Ao mesmo tempo, ele foi formalmente alistado no exército e marinha, como Segundo Tenente e também foi condecorado com o Grande Cordão da Ordem de Chrysanthemum. Em 1914, ele foi promovido ao posto de Tenente do Exército e Sub-Tenente da Marinha, e em seguida Capitão e Tenente, respectivamente em 1916. Ele foi oficialmente proclamado Príncipe Herdeiro a 2 de novembro de 1916.
O príncipe ingressou na Escola de Gakushuin de 1908 a 1914 e num instituto especial para príncipes herdeiros, de 1914 a 1921.
Em 1920, o príncipe Hirohito foi promovido ao cargo de Major no exército e marinha. Em 1921, o príncipe Hirohito passou seis meses na Europa, numa visita de estado, que incluiu visitas ao Reino Unido, França, Itália, Países Baixos e Bélgica, tornando-se o primeiro Príncipe a viajar para o exterior. Após o seu regresso ao Japão, ele tornou-se Regente a 29 de novembro de 1921, em lugar do seu pai, que estava doente e incapacitado.
Durante a regência do príncipe, um número de eventos importantes aconteceram: o Tratado das Quatro Potências, assinado em 13 de dezembro de 1921, com Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França e o Tratado Naval de Washington, assinado em 6 de fevereiro de 1922. O Japão retirou ainda as suas tropas da Intervenção Siberiana, em 28 de agosto de 1922, deu-se o Grande sismo de Kantō, que devastou Tóquio, a 1 de setembro de 1923 e a Lei de Eleição Geral, que foi aprovada a 5 de maio de 1925, dando direito de voto a todos os homens com mais de 25 anos.
Em 1923 ele foi promovido ao posto de Tenente-Coronel do exército e marinha e a Coronel em 1925.
  
Família
O príncipe Hirohito casou-se com a sua prima distante, a Princesa Nagako Kuni (a futura Imperatriz Kōjun), a filha mais velha do príncipe Kuni Kuniyoshi, a 26 de janeiro de 1924. Eles tiveram dois filhos e cinco filhas:
  • Princesa Shigeko Higashikuni, chamada na infância de Teru no miya, (9 de dezembro de 1925 - 23 de julho de 1961)
  • Princesa Sachiko, chamada na infância de Hisa no miya, (10 de setembro de 1927 - 8 de março de 1928)
  • Princesa Kazuko Takatsukasa, chamada na infância de Taka no miya, (30 de setembro de 1929 - 28 de maio de 1989)
  • Princesa Ikeda Atsuko, chamada na infância de Yori no miya, (7 de março de 1931)
  • Príncipe Herdeiro Akihito, chamado na infância de Tsugu no miya, (23 de dezembro de 1933)
  • Príncipe Hitachi, chamado na infância de Yoshi no miya, (28 de novembro de 1935)
  • Princesa Shumazu, chamado na infância de Suga no miya, (3 de março de 1939)
  
Imperador
Em 25 de dezembro de 1926, Hirohito assumiu o trono, após a morte de seu pai, o Imperador Taishō. A novembro de 1928, a ascensão do Imperador foi confirmada em cerimónias (sokui), sendo convencionalmente identificada como "entronização" ou "coroação".
Reinado
A primeira parte do reinado do Imperador Hirohito foi abalado por crises financeiras e o aumento do poder militar dentro do governo através de meios legais e extra-legais. O Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesa mantiveram o poder do veto sobre a formação de gabinetes desde 1900 e entre 1921 e 1944 não houve menos de 64 incidentes de violência política.
Hirohito quase foi assassinado por uma granada lançada por um ativista pela independência da Coreia do Norte, Lee Bong-chang em Tóquio, a 9 de janeiro de 1932, no Incidente Sakuradamon.
Outro caso notável foi o assassinato do primeiro-ministro Inukai Tsuyoshi em 1932, que marcou o fim do controle civil dos militares. Este foi seguido por uma tentativa de golpe militar em fevereiro de 1936, o famoso Incidente de 26 de fevereiro, montado por jovens oficiais do Exército, que ganhou a simpatia do Príncipe Yasuhito, o irmão do Imperador. O golpe resultou no assassinato de um número elevado de governos e oficiais do exército.
Quando o chefe ajudante-de-campo Shigeru Honjō foi informado sobre as revoltas, o Imperador imediatamente ordenou que os oficiais fossem referidos como "rebeldes" (bōto). Pouco tempo depois, o Imperador ordenou ao Ministro do Exército Yoshiyuki Kawashima a reprimir a rebelião dentro de uma hora. Ao ter notícias que a repressão não surtiu resultados, ele mesmo tomou a direção e no dia 29 de fevereiro, ela foi controlada.
  
Antes da Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu a Manchúria em 1931 e o resto da China em 1937 (sendo a Segunda Guerra Sino-Japonesa). As fontes primárias revelam que o Imperador Hirohito realmente nunca teve objeções à invasão da China, em 1937. A sua principal preocupação parece ter sido a possibilidade de um ataque Soviético, ao norte. As suas perguntas aos chefes de gabinete, Príncipe Kan'in Kotohito e o Ministro do Exército, Hajime Sugiyama, era principalmente sobre o tempo que eles levariam para esmagar a resistência chinesa.
O professor Yoshiaki Yoshimi publicou uma série de obras importantes onde estudou os crimes de guerra japoneses perpetrados pelo Exército e pela Marinha durante a parte inicial do Período Showa, tal como o uso pelo exército de armas químicas, por ordem do próprio Hirohito.
De acordo com o historiador Akira Fujiwara, Hirohito teria ratificado pessoalmente a decisão de remover as restrições de direito internacional (Convenção da Haia) no tratamento de prisioneiros de guerra chineses, pela diretriz de 5 de agosto de 1937. Esta notificação também alertava aos oficiais do estado-maior para que parassem de usar a expressão "prisioneiros de guerra".
O governo do primeiro-ministro e general Hideki Tojo era dominado pelos militares, que travaram a guerra em nome do imperador, mas só com o seu consentimento tácito. Hirohito tentou usar de sua influência para evitar a guerra, mas, finalmente, deu o seu consentimento para os ataques que desembocaram na Guerra do Pacífico.
Participaram do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial (Pacto Tripartido, 1940), inicialmente ratificaram com a Alemanha Nazi um pacto anticomunista (Pacto Anticomintern), e depois foi realizada uma visita de oficiais japoneses ao novo aliado. Em um discurso do próprio Führer, Hitler, os japoneses são definidos como "tendo grande capacidade".
Na Segunda Guerra, os japoneses atacam a base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941, o que faz os Estados Unidos entrar no conflito. Hirohito apoiou a guerra num grau mais alto ou mais baixo (os historiadores divergem nesse ponto). O Japão na realidade, já havia perdido a guerra antes dos ataques com bombas atómicas ao Japão, em agosto de 1945, porém recusava aceitar a rendição, então os Aliados fizeram os bombardeamentos com as bombas atómicas, primeiro em Hiroshima, mas mesmo assim o Japão insitia em não aceitar a rendição. Três dias depois do ataque de Nagasaki, então o Japão rende-se e Hirohito anuncia o facto na cadeia nacional de rádio. Neste discurso radiofónico, ao povo japonês, em nenhum momento ele usa a palavra "rendição", optando pela expressão "cessar fogo".
Muitos consideravam Hirohito um criminoso de guerra, um oficial dos Aliados chegou à discursar dizendo que Hirohito "havia levado o Japão à Guerra de forma ainda mais ditatorial que o próprio Hitler", porém o povo apelou, uma vez que consideravam o imperador um deus, seria inadmissível para eles que Hirohito fosse julgado por crimes de guerra, chegando até a mencionarem uma revolta caso isso ocorresse, pelo que os governos aliados permitiram que ele permanecesse no trono após a guerra.
   
Por imposição dos Aliados, que ficam no Japão até 1950, toma medidas democratizantes, entre elas a negação do caráter divino do seu cargo, que transforma o Japão numa monarquia constitucional. Economicamente destruída pela guerra, a nação transforma-se em potência industrial no período seguinte. Hirohito abandona os rituais da corte, deixa de usar o quimono, permite a publicação de fotos da família imperial e assume publicamente sofrer de cancro. Morre em Tóquio, depois de reinar durante 63 anos (e ter sido regente 5 anos), sendo sucedido pelo seu filho Akihito.
  

domingo, janeiro 06, 2019

Ron Asheton foi encontrado morto há dez anos...

Ronald Franklin Asheton (Washington, 17 de julho de 1948 - Ann Arbor, 6 de janeiro de 2009) foi um guitarrista norte-americano, mais conhecido como guitarrista e co-fundador da banda de protopunk The Stooges, juntamente com seu irmão Scott Asheton. Foi considerado o 60º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
   
Biografia
Ron Asheton foi o guitarrista da banda nos dois primeiros álbuns, The Stooges e Fun House, e do quarto, The Weirdness. No terceiro álbum da banda, Raw Power atuou como baixista.
Fora do The Stooges tocou noutras bandas como os The New Order, Destroy All Monsters, New Race, Dark Carnival, além de tocar com outras bandas e artistas que foram influenciadas por ele como Dinosaur Jr. e Thurston Moore, do Sonic Youth. Também teve participações em filmes B como Mosquito.
Ron Asheton começou a tocar guitarra aos 10 anos de idade. Posteriormente, ficou conhecido por sua grande habilidade em dominar o efeito de guitarra wah-wah. Ron descrevia a sua forma de tocar como "os três dedos mágicos".
No dia 6 de janeiro de 2009 foi encontrado morto na sua residência em Ann Arbor. A data correta e o motivo da sua morte ainda não foram revelados, mas de acordo com a polícia, a provável causa seria um ataque cardíaco.
Após a morte de Ron foi criada a "Ron Asheton Foundation", uma fundação que obtém fundos através de shows beneficentes e doações para subsidiar tratamento veterinário para animais de famílias pobres e departamentos musicais para escolas públicas, entre outros.
  
  

The Stooges - Search And Destroy

I'm a street walking cheetah with a heart full of napalm
I'm a runaway son of the nuclear A-bomb
I am a world's forgotten boy
The one who searches and destroys
Honey gotta help me please
Somebody gotta save my soul
Baby detonate for me
Look out honey, 'cause I'm using technology
Ain't got time to make no apology
Soul radiation in the dead of night
Love in the middle of a fire fight
Honey gotta strike me blind
Somebody gotta save my soul
Baby penerate my mind
And I'm the world's forgotten boy
The one who's searchin', searchin' to destroy
And honey I'm the world's forgotten boyt
The one who's searchin', searchin' to destroy
Forgotten boy, forgotten boy
Forgotten boy said hey forgotten boy

Mendel faleceu há 135 anos

Durante a sua vida, Mendel publicou dois grandes trabalhos agora clássicos: "Ensaios com plantas híbridas" (Versuche über Pflanzen-hybriden), que não abrangia mais de trinta páginas impressas e "Hierácias obtidas pela fecundação artificial".
Em 1865, formula e apresenta em dois encontros da Sociedade de História Natural de Brno as leis da hereditariedade, hoje chamadas Leis de Mendel, que regem a transmissão dos caracteres hereditários. Após 1868, as tarefas administrativas mantiveram-no tão ocupado que não pode dar continuidade às suas pesquisas, vivendo o resto da sua vida em relativa obscuridade. É conhecido como "Pai da Genética" atualmente.
   
Biografia
Nasceu em Heinzendorf bei Odrau (hoje chamada Vražné, no distrito de Nový Jičín), região de Troppau (hoje chamada Opava), na Silésia, que então pertencia ao Império Austríaco. Foi batizado a 22 de julho, data que muitas vezes se confunde com a sua data de nascimento, e era de uma família de humildes camponeses. Na sua infância revelou-se muito inteligente; em casa costumava observar e estudar as plantas. Sendo um brilhante estudante a sua família encorajou-o a seguir estudos superiores, e, aos 21 anos, a entrar num mosteiro da Ordem de Santo Agostinho em 1843 (atual mosteiro de Brno, hoje na República Checa) pois não tinham dinheiro para suportar o custo dos estudos. Obedecendo ao costume, ao tornar-se monge, optou um outro nome: "Gregor". Então Mendel tinha a seu cargo a supervisão dos jardins do mosteiro.
Estudou ainda, durante dois anos, no Instituto de Filosofia de Olmütz (hoje Olomouc, República Checa) e na Universidade de Viena (1851-1853).
Mas Mendel não só se interessou nas plantas, ele também era meteorologista e estudou as teorias da evolução. Ao longo da sua vida foi membro, director e fundador de muitas sociedades locais: director do Banco da Morávia, foi fundador da Associação Meteorológica austríaca, membro da Real e Imperial Sociedade da Morávia e Silésia para a melhoria da agricultura, entre outras.
Morreu a 6 de janeiro de 1884, em Brno, no antigo Império Austro-Húngaro, hoje República Checa de uma doença renal crónica; um homem à frente do seu tempo, mas ignorado durante toda a sua vida.
   
Experiências - cruzamentos de plantas
Desde 1843 a 1854 tornou-se professor de ciências naturais na Escola Superior de Brno, dedicando-se ao estudo do cruzamento de muitas espécies: feijões, chicória, bocas-de-dragão, plantas frutíferas, abelhas, ratos e, principalmente, ervilhas, cultivadas na horta do mosteiro onde vivia, analisando os resultados matematicamente, durante cerca de sete anos. Gregor Mendel, "o pai da genética", como é conhecido, foi inspirado tanto pelos professores como pelos colegas do mosteiro que o pressionaram a estudar a variação do aspecto das plantas. Propôs que a existência de características (tais como a cor) das flores é devida à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes.
   
Abelhas
Após o estudo com ervilheira Mendel dedicou-se ao estudo das abelhas, tentando estender as suas conclusões para os animais. Produziu uma estirpe híbrida entre abelhas do Egipto e da América do Sul que produziam um mel considerado excelente, contudo eram muito agressivas, picando muitas pessoas dos arredores, e foram destruídas. Mendel continuou a dedicar-se ao passatempo de apicultura, mesmo após ser eleito abade do Mosteiro de Brno, tendo inclusive fundado a Sociedade de Apicultura de Brno.
   
Redescoberta
As descobertas de Mendel, apesar de muito importantes, permaneceram praticamente ignoradas até começos do século XX (embora tivessem estado disponíveis nas maiores bibliotecas da Europa e dos Estados Unidos), sendo publicadas somente no início do século XX, anos após sua morte. Foram "redescobertas" por um grupo de cientistas, um alemão - K. Correns, um austríaco - E. Tschermak e outro neerlandês - H. de Vries. Originalmente pensava-se que o austríaco Eric von Tschermark teria sido um dos "redescobridores" mas nunca mais foi aceite. A sua teoria foi essencial para a síntese evolutiva moderna.
   
Cronologia
  • 1822 - No dia 20 de julho, nasce Gregor Johann Mendel na Silésia, na região de Troppau, filho de uma família de camponeses.
  • 1841-1843 - Estuda dois anos no Instituto Filosófico em Olomouc.
  • 1843-1854 - Torna-se professor de ciências naturais na Escola Superior de Brno
  • 1843 - Entra no mosteiro de Brno, onde passará a maior parte da sua vida e onde fará as suas famosas experiências.
  • 1847 - É ordenado sacerdote.
  • 1851-1853 - Estuda dois anos na Universidade de Viena história natural.
  • 1853 - De volta ao mosteiro, dá aulas principalmente de Física.
  • 1856 - Inicia as suas experiências nos jardins do mosteiro, onde cruza as ervilhas e diferentes árvores.
  • 1862 -  Funda, com alguns colegas do mosteiro, a Sociedade de Ciências Naturais.
  • 1863 - Acaba as suas experiências em animais e plantas que duraram cerca de sete anos.
  • 1865 - A 8 de março e a 8 de fevereiro apresenta à sociedade local o seu trabalho: "Ensaios com Plantas Híbridas".
  • 1866 - Pública oficialmente o seu livro tendo muito pouco impacto na comunidade científica.
  • 1868 - É eleito abade do mosteiro, após o que nunca mais pôde continuar as suas pesquisas, devido às numerosas tarefas administrativas.
  • 1871 - É nomeado presidente da Sociedade de Apicultura de Brno.
  • 1873 - Mendel demite-se do cargo.
  • 1874 - É reeleito, mas por razões pessoais não ocupa o cargo.
  • 1884 - Morre a 6 de janeiro de 1884 em relativa obscuridade, aos 61 anos de idade.
  • 1900 - Os botânicos K. Correns (Alemanha), E. Tschermak (Áustria) e H. de Vries (Países Baixos) redescobrem o trabalho de Mendel, demonstrando a sua importância e estabelecendo as Leis de Mendel.
   
in Wikipédia

Porque hoje é Dia de Reis!

A Adoração dos Magos - Giotto, 1304-1306, Capela Scrovegni, Pádua, Itália

Cantar de Reis - tradicional beirão

Três Reis vieram
Do Oriente
A adorar o Menino
Deus Omnipotente!

Ron-rom Menino
Dorme e descansa
Tu és o alívio
E a nossa esperança!

Todos Vos trazem
Suas oferendas
E a melhor de todas
São verdades certas

sábado, janeiro 05, 2019

O Luiz Pacheco morreu há onze anos...

(imagem daqui)
  
Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco (Lisboa, 7 de maio de 1925 - Montijo, 5 de janeiro de 2008) foi um escritor, editor, polemista, epistológrafo e crítico de literatura português.
Nasceu em 1925, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, numa velha casa da Rua da Estefânia, filho único, no seio de uma família da classe média, de origem alentejana, com alguns antepassados militares. O pai era funcionário público e músico amador. Na juventude, Luiz Pacheco teve alguns envolvimentos amorosos com raparigas menores, como ele, que haveriam de o levar por duas vezes à prisão.
Desde cedo teve a biblioteca do seu pai à sua inteira disposição e depressa manifestou enorme talento para a escrita. Estudou no Liceu Camões e chegou a frequentar o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi óptimo aluno, mas optou por abandonar os estudos. A partir de 1946 trabalhou como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, acabando um dia por se demitir dessas funções, por se ter fartado do emprego. Desde então teve uma vida atribulada, sem meio de subsistência regular e seguro para sustentar a família crescente (oito filhos, de três mães adolescentes), chegando por vezes a viver na maior das misérias, à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues, indo à Sopa dos Pobres. Esse período difícil da vida inspirou-lhe o conto Comunidade, considerado por muitos a sua obra-prima. Nos anos 1960 e 70, por vezes viveu fora de Lisboa, nas Caldas da Rainha e em Setúbal.
Começa a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, como O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950, funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, José Cardoso Pires, Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Natália Correia, Herberto Hélder, etc., tendo sido amigo de muitos deles. Dedicou-se à crítica literária e cultural, tornando-se famoso (e temido) pelas suas críticas sarcásticas, irreverentes e polémicas. Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime salazarista. Denunciou, de igual modo, plágios, entre os quais o cometido por Fernando Namora, em Domingo à Tarde, sobre o romance Aparição, de Vergílio Ferreira - "O caso do sonâmbulo chupista" (Contraponto).
A sua obra literária, constituída por pequenas narrativas e relatos (nunca se dedicou ao romance ou ao conto) tem um forte pendor autobiográfico e libertino, inserindo-se naquilo a que ele próprio chamou de corrente "neo-abjeccionista". Em O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (escrito em 1961), texto emblemático dessa corrente e que muito escândalo causou na época da sua publicação (1970), narra um dia passado numa Braga fantasmática e lúbrica, e a sua libertinagem mais imaginária do que carnal, que termina de modo frustrantemente solitário.
Alto, magro e escanzelado, calvo, usando óculos com lentes muito grossas devido a uma forte miopia, vestindo roupas usadas (por vezes andrajosas e abaixo do seu tamanho), hipersensível ao álcool (gostava de vinho tinto e de cerveja), hipocondríaco sempre à beira da morte (devido à asma e a um coração fraco), impenitentemente cínico e honesto, paradoxal e desconcertante, é sem dúvida, como pícaro personagem literário, um digno herdeiro de Luís de Camões, Bocage, Gomes Leal ou Fernando Pessoa.
Debilitado fisicamente e quase cego devido às cataratas, mas ainda a dar entrevistas aos jornais, nos últimos anos passou por três lares de idosos, tendo mudado em 2006 para casa do seu filho João Miguel Pacheco, no Montijo e daí para um lar, na mesma cidade.
Um ano após a morte de Mário Cesariny, a 26 de novembro de 2007, em jeito de homenagem ao poeta, Comunidade foi editada em serigrafia/texto com pinturas de Artur do Cruzeiro Seixas pela Galeria Perve. Nessa efeméride, Luiz Pacheco foi entrevistado pela RTP, no seu quarto e último lar de idosos.
Morreria algumas semanas depois, a 5 de janeiro de 2008, de doença súbita, a caminho do Hospital do Montijo, onde declararam o óbito às 22.17 horas.
   
 
   
hoje há pachecos, amanhã não sabemos…

hoje há pachecos, amanhã não sabemos…
com vinte escudinhos
nem um copo de vinho

suspeito que os malmequeres um dia vão mudar de cor
por qué no te callas?,
lá para sexta deve vir o burrinho
há dias que nem o presépio nem os santinhos
por qué no te callas?,

há coisas fantásticas!
um avião por exemplo
uma espécie de presépio
melhorado por dentro
por qué no te callas?,
gosto mais do que tem palhinhas

hoje há pachecos, amanhã não sabemos
vai um café?

é melhor esquecer
sabe-se lá…
por qué no te callas?,
olha,
a televisão hipnotiza crianças
restinhos de família
a Júlia florista
só não hipnotiza o Pacheco
sabe-se lá porquê…

vai um joguinho?
por qué no te callas?,

a ginja não é proibida.
ginjinha pás veias!

as barragens fazem toda a diferença!
por qué no te callas?,

conheces o sócrates?
eh pá, não me lembro…



maria azenha - (na morte de Luiz Pacheco, a 5 de janeiro de 2008)

O Homem que levou a Espanha da ditadura franquista para a democracia nasceu há 81 anos

Juan Carlos e a esposa Sofia
      
Juan Carlos de Espanha (nome completo em espanhol: Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias; Roma, 5 de janeiro de 1938) foi o rei de Espanha de 22 de novembro de 1975 a 19 de junho de 2014. Nasceu na Itália durante o exílio do seu avô, Afonso XIII de Espanha, sendo filho de João de Bourbon e de Maria das Mercedes de Bourbon e Orléans, Princesa das Duas Sicílias.
O seu avô, Afonso XIII, foi rei de Espanha até 1931, altura em que foi deposto pela Segunda República Espanhola. Por expresso desejo de seu pai, a sua formação fundamental desenvolveu-se na Espanha, onde chegou pela primeira vez aos 10 anos, procedente de Portugal, onde residiam os condes de Barcelona desde 1946, na vila atlântica do Estoril, e foi aluno interno num colégio dos Marianos da cidade suíça de Friburgo.
O ditador Francisco Franco foi quem nomeou João Carlos como futuro rei, em 1969, após Espanha já ter extinto a monarquia. Após a morte de Franco conseguiu fazer a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar e, segundo sondagens de opinião, já gozou de muito pouca popularidade entre os espanhóis. Contudo, alguns incidentes durante o seu reinado levaram a que dois terços dos espanhóis desejassem que o rei Juan Carlos abdicasse do trono.
Em 2 de junho de 2014, o primeiro-ministro Mariano Rajoy recebeu do monarca a sua carta de abdicação. Sucedeu-lhe o seu filho, Filipe VI, após a aprovação de uma lei orgânica tal como estabelece o artigo 57.5 do texto constitucional espanhol. Em 11 de junho de 2014, o parlamento espanhol aprovou sua abdicação, com 299 votos a favor, 19 contra e 23 abstenções.
Brasão de armas de Juan Carlos
  
in Wikipédia

Nelson Ned morreu há cinco anos...

Nelson Ned d'Ávila Pinto (Ubá, 2 de março de 1947 - Cotia, 5 de janeiro de 2014) foi um cantor e compositor brasileiro.
Ned foi o primeiro latino-americano a vender 1 milhão de discos nos Estados Unidos, e chegou a apresentar-se ao lado de grandes nomes da música romântica internacional, como Julio Iglesias e Tony Bennett.
 
Nelson Ned d’Ávila Pinto nasceu a 2 de março de 1947, num casarão na Rua Coronel Júlio Soares, em Ubá, Minas Gerais. Como a criança não se desenvolvia, foi-lhe diagnosticada displasia espôndilo-epifisária, que o levou a ter apenas 1,12 metro de altura na fase adulta. Os seus seis irmãos nasceram sem esse distúrbio, mas os três filhos de Nelson herdaram o nanismo.
 
(...)
 
Lançou em 1996 a biografia O Pequeno Gigante da Canção, uma referência à sua condição de anão. No livro, ele contou como enfrentou a depressão no auge da sua carreira, passou a beber e a envolveu-se com drogas.
Sofreu um acidente vascular cerebral em 2003, o que o levou a perder a visão do olho direito. Desde então, morava numa residência adaptada às suas necessidades, em São Paulo. O cantor ainda sofria de diabetes, hipertensão e estaria já com a doença de Alzheimer.
No dia 24 de dezembro de 2013 passou a viver numa clínica de repouso na Granja Viana, Cotia, próximo de São Paulo. Poucos dias depois, em 4 de janeiro, deu entrada no Hospital Regional de Cotia, com uma infecção respiratória aguda, pneumonia e problemas na bexiga.
Morreu na manhã de 5 de janeiro de 2014 no Hospital Regional de Cotia, em São Paulo, devido a complicações de um quadro de pneumonia.
 

Marilyn Manson faz hoje cinquenta anos

Marilyn Manson (nome artístico de Brian Hugh Warner; Canton, 5 de janeiro de 1969) é um músico americano, líder e vocalista de uma banda epónima de Metal Industrial, conhecido por sua personalidade escandalosa. O seu nome artístico foi formado a partir dos nomes Marilyn Monroe e Charles Manson, mostrando o que ele considerava o último e mais perturbante dualismo da cultura americana. Marilyn Manson, além de músico, também é pintor e já fez diversas pequenos papéis como ator em alguns filmes - além de dirigir curtas-metragens.
  
Infância e Adolescência
Único filho de Barbara e Hugh Warner - e primo em quarto grau do comentador conservador Pat Buchanan, Marilyn Manson nasceu em Canton, Ohio, no dia 5 de janeiro de 1969.
Tendo um pai católico e uma mãe episcopal, Brian estudou na escola Heritage Christian School do primeiro ao décimo ano. No colégio, Manson era discriminado por escutar heavy metal e ter um comportamento tímido, além do seu aspecto físico, muito magro e branco. Aproveitando-se da proibição da música pesada e de doces na escola, tornou-se um espécie de traficante dos dois, vendendo cassetes de Heavy Metal por preços absurdamente caros aos colegas e depois arrombando os seus armários no horário das aulas para revender - segundo o próprio Manson.
Quando mais novo, teve problemas com um vizinho que o forçava a ficar nu e o assediava sexualmente. Ao contar a seus pais o que acontecia, a sua cadela da raça Husky foi envenenada pelo mesmo, como forma de vingança. Manson também tinha uma cobra de estimação, chamada Max.
Mais tarde foi transferido para o Cardinal Gibbons High School, em Fort Lauderdale, Florida. Formou-se em 1987, e tornou-se um estudante no Broward Community College em 1990. Manson trabalhava para uma licenciatura em jornalismo e foi ganhando experiência na área da escrita ao publicar artigos de música para a revista de estilo de vida do sul da Flórida, 25th Parallel.
Música
Manson, com o guitarrista Scott Putesky, formou o Marilyn Manson & the Spooky Kids na Flórida, em 1989. Enquanto a banda ainda compunha e fazia shows para pequenos públicos, Manson conheceu Jeordie White e Gregory Stephen Bier Jr. (mais conhecidos, respectivamente, como Twiggy Ramirez e Madonna Wayne Gacy) em dois projetos paralelos: Satan on Fire - uma banda de metal cristão na qual ele tocou guitarra e baixo, e Sra. Scabtree - uma banda formada em colaboração com White e a então sua namorada Jessicka, onde Manson tocava bateria.
No verão de 1993, a banda (agora já chamada apenas de Marilyn Manson) chamou a atenção de Trent Reznor, que produziu o seu álbum de estreia em 1994, Portrait of an American Family, e o lançou em sua gravadora, a Nothing Records. A banda começou a desenvolver um culto de seguidores, que se tornou ainda maior com o lançamento de Smells Like Children, em 1995. Esse EP rendeu à banda o primeiro grande sucesso exibido pela MTV com "Sweet Dreams (Are Made of This)", um cover do Eurythmics, lançado em 1983.
Em 1996, Antichrist Superstar (co-produzido por Trent Reznor) foi um sucesso ainda maior, levando Marilyn Manson e a sua banda ao sucesso mundial.
Jon Wiederhorn da MTV.com, referiu-se a Marilyn Manson em 2003 como "o único artista dos dias de hoje" e a sua banda vendeu, durante estes anos, mais de 50 milhões de álbuns.

Arte
Manson declarou, numa entrevista de 2004 para a revista iD, ter começado a sua carreira como pintor de aguarelas em 1999, quando ele fez peças de cinco minutos e as vendeu a traficantes de drogas. Em 13-14 de setembro de 2002, a sua primeira apresentação, The Golden Age of Grotesque, foi realizada no Los Angeles Contemporary Exhibitions Centre. O crítico Henry Max comparou-os aos trabalhos de "materiais de pacientes psiquiátricos feitas como terapia" e disse que o seu trabalho nunca seria levado a sério num contexto de belas artes, por escrito, que o valor estava "na sua celebridade, e não no se trabalho". Em 14-15 de Setembro de 2004, Manson realizou uma segunda exposição na primeira noite em Paris e a segunda em Berlim. O show foi chamado "Trismegisto", que foi também o título da peça central da exposição - três cabeças gigantes de Cristo pintadas num painel de madeira antiga de uma tabela de embalsamadores.
Manson nomeou o seu movimento artístico de Celebritarian Corporation. Ele cunhou um slogan para o movimento: "Vamos vender a nossa sombra para aqueles que estão dentro dela."
Celebritarian Corporation é também o nome homónimo de uma galeria de arte de propriedade de Manson, chamado Celebritarian Corporation Gallery of Fine Art, em Los Angeles, onde fez a sua terceira exposição como show inaugural. De 2 a 17 de abril de 2007, os seus últimos trabalhos estiveram em exposição no Space 39 Modern & Contemporary, na Flórida. Quarenta peças dessa exposição viajaram para a Gallery Brigitte Schenk, em Colónia, na Alemanha, para serem exibidas publicamente de 28 de junho a 28 de julho de 2007. Foi recusado a sua entrada na Catedral de Colónia, quando ele estava na cidade para participar dna noite de abertura.
Manson revelou uma série de 20 pinturas, em 2010, intituladas Genealogias da Dor, uma exposição apresentou na galeria Vienna's Kunsthalle, em que o artista colaborou com David Lynch.
Vida afetiva
Esteve noivo da atriz Rose McGowan, protagonista do filme Jawbreaker. Os dois se conheceram na estreia de Gummo, em 1997. Rose também apareceu no clipe da música de Manson, Coma White 2.0. Contudo, os dois não chegaram ao casamento e, em janeiro de 2001, Rose anunciou que o seu relacionamento com Manson tinha terminado, por causa das diferenças de estilo de vida de ambos. Rose recusou a falar sobre o fim da relação em público durante algum tempo, mas mais tarde disse que não conseguiria lidar com o abuso de drogas de Manson. "Eu percebi que este não era o estilo de vida com o qual eu queria ser casada" disse em uma entrevista. "Eu nunca fui uma mulher do rock." O próprio Manson comentou: "Sabe, não estou dizendo que estou feliz sobre isso, mas acho que as pessoas têm que viver as suas vidas e nenhum de nós queria mudar quem éramos - e acho que essa é a parte importante. No final você tem que estar feliz consigo mesmo."
Já foi casado com Dita Von Teese, artista burlesca. Os dois conheceram-se após Manson ter pedido para que ela atuasse num de seus videoclipes. Dita não pôde participar, mas no aniversário de 32 anos de Manson, em 2001, ela foi até a sua casa com uma garrafa de absinto e a partir daí os dois se tornaram um casal. Manson lhe fez o pedido no dia 22 de março de 2004 e eles casaram numa cerimónia privada. Separaram-se em dezembro de 2006 devido à "diferenças irreconciliáveis", de acordo com Dita. Numa entrevista com o jornal The Daily Telegraph, Von Teese disse "Eu não era partidária das suas festas ou do seu relacionamento com outra mulher. Por mais que o amasse, eu não iria fazer parte disso". A outra mulher acreditava-se ser a atriz Evan Rachel Wood, (protagonista do filme Thirteen), com a qual Manson continuou o relacionamento após o seu divórcio, apesar dos comentários mordazes dos críticos. Von Teese também disse que deu a Manson um ultimato, mas que "não funcionou. Ao invés disso, eu me tornei a inimiga". Wood participou do videoclipe Heart-Shaped Glasses, música que foi feita para a própria. Em 2008, os dois se separaram, após Wood ter recusado ao pedido de noivado feito por Manson.
Teve um breve relacionamento com a atriz de filmes pornográficos Stoya, de março a novembro de 2009. Em dezembro do mesmo ano ela anunciou em seu Twitter: Nós simplesmente não éramos certos um para o outro. Só porque nos divertimos não quer dizer que fomos feitos para algo duradouro. C'est la vie.
No mesmo ano reatou com Wood e em 2010 ficou noivo da atriz. Também não chegaram ao casamento e romperam o noivado meses depois.
Manson recentemente esteve ligado romanticamente com a fotógrafa americana Lindsay Usich, que é creditada como a fotógrafa do seu álbum Born Villain. Usich foi referida como a namorada de Manson na edição de março de 2012 da revista Revolver. No artigo é feita uma referência a uma pintura nova feita por Manson na qual aparece a fotógrafa. No dia 8 de fevereiro 2015, foi confirmado pela fotografa o fim da relação entre os dois, ainda por motivos desconhecidos.

Porque o Pacheco, após onze anos, ainda faz muita falta...

(imagem daqui)

CÔRO DE ESCARNHO E LAMENTAÇÃO DOS CORNUDOS EM VOLTA DE S. PEDRO

MONÓLOGO DO 1.º CORNUDO

I
Acordei um triste dia
Com uns cornos bem bonitos.
E perguntei à Maria
Por que me pôs os palitos.

II
Jurou por alma da mãe
Com mil tretas de mulher
Que era mentira. Também
Inda me custava a crer...

III
Fiquei de olho espevitado
Que o calado é o melhor
E para não re-ser enganado,
Redobrei gozos de amor.

IV
Tais canseiras dei ao físico,
Tal ardor pus nos abraços
Que caí morto de tísico
Com o sexo em pedaços!

V
Esperava por isso a magana?
Já previa o que se deu?...
Do além vi-a na cama
Com um tipo pior do que eu!

VI
Vi-o dar ao rabo a valer
Fornicando a preceito...
Sabia daquele mister
Que puxa muito do peito.

VII
Foi a hora de me eu rir
Que a vingança tem seus quês:
«O mais certo é práqui vir,
Inda antes que passe um mês».

VIII
Arranjei-lhe um bom lugar
Na pensão de Mestre Pedro
(Onde todos vão parar
Embora com muito medo...)

IX
Passava duma semana
O meu dito estava escrito
Vítima daquela magana
Pobre tísico, tadito!

DUETO DOS 2 CORNUDOS

X
Agora já somos dois
A espreitar de cá de cima
Calados como dois bois
Vendo o que faz a ladina

XI
Meteu na cama mais gente
Um, dois, três... logo a seguir!
Não há piça que a contente
É tudo que tiver de vir!

S. PEDRO, INDIGNADO, PRAGUEJA.

XII
- É de mais!... Arre, diabo!
- Berra S. Pedro, sandeu.
–E mortos por dar ao rabo
Lá vêm eles pró Céu!

CORO, PIANÍSSIMO, LIRISMO
NAS VOZES

XIII
Que morre como um anjinho
Quem morre por muito amar!

CORO, AGORA NARRATIVO
OU EXPLICATIVO.

Já formemos um ranchinho
De cá de cima, a espreitar.

XIV
Passam meses, passa tempo
E a bela não se consola...
Já semos um regimento
Como esses que vão prá Ingola!

(ÁPARTE DO AUTOR DAS COPLAS:
«COITADINHOS!»)

XV
Fazemos apostas lindas
Sempre que vem cara nova.
Cálculos, medidas infindas
Como ela terá a cova.

XVI
Há quem diga que por si
Já não lhe topou o fundo...
Outros juram que era assi
Do tamanho... deste Mundo!

XVII
- Parecia uma piscina!
–Diz um do lado, espantado.
- Nunca vi uma menina
Num estado tão desgraçado!

APARTE DO AUTOR, ANTIGO MILITANTE DAS ESQUERDAS (BAIXAS).

XVIII
(Um estado tão desgraçado?!...
Pareceu-me ouvir o Povo
Chorando seu triste fado
nas garras do Estado Novo!)

XIX
O último que chegou cá
Morreu que nem um patego:
Afogado, ieramá,
Nos abismos daquele pego.

O CORO DOS CORNUDOS,
ACOMPANHADO POR S. PEDRO EM SURDINA,
ENTOA A MORALIDADE, APÓS TER
LIMPADO AS ÚLTIMAS LAGRIMETAS
E SUSPIRANDO COMO SÓ OS CORNUDOS SABEM.

XX
Mulher não queiras sabida
Nem com vício desusado,
Que podes perder a vida
Na estafa de dar ao rabo.

XXI
Escolhe donzela discreta
Com os três no seu lugar.
Examina-lhe a greta,
Não te vá ela enganar...

XXII
E depois de veres o bicho
E as maneiras que tem
A funcionar a capricho,
Já sabes se te convém.

XXIII
Mulher calma, é estimá-la
Como a santa no altar.
Cabra douda, é rifá-la...
- Que não venhas cá parar.

XXIV
Este conselho te dão,
E não te levam dinheiro...
Os cornudos que aqui estão
Com S. Pedro hospitaleiro.

XXV
Invejosos quase todos
Dos conos que o mundo guarda

FAZEM MAIS UM BOCADO DE LAMENTAÇÃO.
NOTA DO AUTOR: QUASE,
PORQUE ENTRETANTO
ALGUNS BRINCAVAM UNS COM OS OUTROS.
RABOLICES!

Mas se fornicas a rodos
Tua vinda aqui não tarda!

RECOMEÇA A MORALIDADE, ESTILO
ESTÃO VERDES, NÃO PRESTAM.
ALGUNS BÊBADOS, CORNUDOS
DESPEITADOS OU AMARGURADOS.
VOZES PASTOSAS.
DEVE LER-SE: VIIINHO...VÉLHIIINHO...

XXVI
Melhor que a mulher é o vinho
Que faz esquecer a mulher...
Que faz dum amor já velhinho
Ressurgir novo prazer.

FINALE, MUITO CATÓLICO.

XXVII
Assim termina o lamento
Pois recordar é sofrer.
Ama e fode. É bom sustento!
E por nós reza um pater.

Luiz Pacheco
Num dia em que se achou
Mais pachorrento.


in Textos Malditos (1977) - Luiz Pacheco

Eusébio morreu há cinco anos

Eusébio da Silva Ferreira, mais conhecido por Eusébio (Lourenço Marques, atual Maputo, 25 de janeiro de 1942  - Lisboa, 5 de janeiro de 2014), foi um futebolista português, nascido em Moçambique. É considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFHHS), especialistas e fãs. Recebeu o epíteto de "Pantera Negra".