quarta-feira, abril 04, 2012

Mouzinho da Silveira morreu há 163 anos


José Xavier Mouzinho da Silveira (Castelo de Vide, 12 de julho de 1780Lisboa, 4 de abril de 1849) foi um estadista, jurisconsulto e político português e uma das personalidades maiores da revolução liberal, operando, com a sua obra de legislador, algumas das mais profundas modificações institucionais nas áreas da fiscalidade e da justiça. Preso durante a Abrilada, tornou-se intransigente defensor da Carta Constitucional pelo que teve de se exilar em 1828. Regressou ao Parlamento em 1834 para defender a sua obra legislativa, mas exilou-se de novo em 1836. Retirou-se da vida política durante os seus últimos dez anos de vida.

Mouzinho da Silveira nasceu a 12 de julho de 1780 em Castelo de Vide, filho de uma família de abastados proprietários rurais. Depois de aprender as primeiras letras e o latim, parte para a Coimbra em outubro de 1796, onde, até junho do ano seguinte, frequenta os preparatórios para entrar no Curso de Leis, no qual se matricula em outubro de 1797. Sai formado a 10 de julho de 1802. O pai falecera em maio de 1799, assumindo desde então Mouzinho, o filho mais velho, a sua independência económica. Mouzinho manterá um registo completo das suas receitas e despesas pessoais que incluirá no seu esboço autobiográfico.
Regressado a Castelo de Vide, ocupa os anos de 1803 e 1804 em tarefas relacionadas com a gestão do património familiar, particularmente em demandas resultantes do falecimento de sua avó materna. Em finais de 1804 parte para Lisboa onde na Corte sustenta até 1807, com êxito, a continuação naquele foro das demandas referentes ao património familiar. Foi testemunha ocular da entrada em Lisboa do exército invasor francês comandado por Junot, em novembro de 1807.
Terminadas as demandas que o trouxeram a Lisboa, Mouzinho da Silveira opta por não regressar a Castelo de Vide e ingressa na magistratura. Tomou posse a 1 de março de 1809 do lugar de juiz de fora de Marvão, localidade onde reside nos três anos subsequentes, participando activamente nos preparativos para defesa daquela praça contra a ameaça napoleónica. Terminado o mandato, parte para Lisboa a 15 de outubro de 1812.
Despachado juiz de fora de Setúbal toma posse do cargo a 29 de maio de 1813, permanecendo naquele cargo até 22 de novembro de 1816. Terá exercido desde 2 de maio de 1814 as funções de juiz do Tombo dos Bens da Casa Real no termo de Lisboa.
Regressando a Lisboa, Mouzinho é nomeado Provedor da Comarca de Portalegre. Chegado a Portalegre a 21 de janeiro de 1817, toma posse do cargo de Provedor a 5 de março, mantendo-se nele até 2 de janeiro de 1821. Concorreu às eleições de 1820, não tendo sido eleito.
Em fevereiro de 1821 foi encarregado da diligência de arrecadação da Fazenda em Estremoz e de visitar as comarcas de Évora e Ourique a respeito de determinar o estado da arrecadação pública em todos os ramos, diligências que não cumpriu por ter sido despachado, a 11 de abril, administrador-geral da Alfândega Grande do Açúcar, em Lisboa, cargo de que tomou posse a 15 de maio.
Sendo administrador da Alfândega foi nomeado, a 28 de maio de 1823, Ministro da Fazenda. Sobrevindo de imediato a Vilafrancada, Mouzinho foi confirmado no lugar de Ministro por decreto de 31 de maio, sendo logo demitido por Decreto de 19 de junho. Sobre aquele nomeação escreve Mouzinho: Sendo administrador da Alfândega fui obrigado muito contra a minha vontade a ser Ministro da Fazenda no dia 29 de Maio de 1823, e sobrevindo o restabelecimento da monarquia absoluta, tive a minha demissão no dia 15 e voltei para o emprego da Alfândega, conservado nas honras de Ministro (Mouzinho da Silveira, Obras, volume I, p. 302). Nesta curta passagem pelo Governo, Mouzinho conseguiu apenas ver promulgado o Decreto de 12 de junho de 1823, revogando os impostos e décimas especiais que haviam sido estabelecidos por lei de março daquele ano.
Na sequência da Abrilada, Mouzinho é preso a 30 de abril de 1824. Encerrado no Castelo de São Jorge, ali permanece até 14 de maio, data em que é libertado em conjunto com outros presos políticos.
Por Decreto de 8 de agosto de 1825, Mouzinho foi elevado às honras de fidalgo cavaleiro da Casa Real.
Manteve actividade na área da fiscalidade, sendo nomeado em 12 de novembro de 1825 membro da junta encarregada de elaborar um regimento da alfândega geral que se pretendia criar em Lisboa. Participa ainda nos trabalhos das juntas encarregues de propor a revisão dos tratados de 1810 com o Reino Unido e de 1825 com o Brasil.
Nas eleições de outubro de 1826 é eleito deputado pelo Alentejo, integra a Comissão da Fazenda da Câmara dos Deputados, centrando a sua actividade parlamentar em matérias de fiscalidade e de gestão do património nacional.
Sentindo necessidade de se exilar, em março de 1828 pediu licença para viajar por um ano, saindo de Lisboa a 3 de abril e chegando a Paris a 15 do mesmo mês. Permanecerá em Paris até 1832, desenvolvendo estudos sobre fiscalidade e mantendo intensa troca epistolar com amigos e familiares em Portugal. Durante este período a sua situação patrimonial começa a degradar-se seriamente, reflexo da sua ausência e da profunda crise económica que afecta Portugal. A esposa e o filho ficarão definitivamente em Paris, já que Mouzinho insiste que este receba uma educação que deveria incluir conhecimentos de línguas (incluindo o alemão) e de química e outras ciências que então não estavam disponíveis em Portugal. Encaminha o filho para a indústria da tanoaria e da química, não conseguindo contudo, apesar da tanoaria de que foram sócios, recuperar nunca o desafogo financeiro que buscava.
Foi nomeado em 7 de fevereiro de 1831 membro da comissão consultiva que substituiu o Conselho de Estado junto da Regência em nome de D. Maria. A 6 de junho do mesmo ano foi convocado para fazer parte, como membro da Comissão da Fazenda da Câmara dos Deputados, da comissão encarregue de angariar os fundos e obter os empréstimos necessários a subsidiar a causa liberal.
Estando em Paris foi convocado para acompanhar D. Pedro IV na sua campanha pela implantação do liberalismo em Portugal, saindo daquela cidade a 25 de janeiro de 1832 com destino à ilha Terceira, para onde embarcou em Belle-Isle.
Tomou posse do cargo de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda e interino dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça em Angra a 2 de março de 1832. A 23 de abril de 1832 acompanha D. Pedro IV de Angra para Ponta Delgada, cidade de onde a 27 de junho parte com a força expedicionária a caminho do Mindelo. Enquanto nos Açores vê promulgados 24 Decretos e uma Portaria por si propostos e reformula toda a administração das ilhas.
Desembarca no Mindelo a 8 de julho, seguindo para o Porto, onde é cercado pelas forças de D. Miguel. Durante a sua permanência no Porto prossegue a promulgação das suas reformas, sendo publicados mais 20 Decretos e uma Portaria.
A 9 de agosto, em completo desacordo com o andamento das finanças públicas, particularmente com os empréstimos obtidos por Palmela, e acossado pelos seus correligionários que o acusavam de radicalismo e insensatez, pede a demissão dos cargos que ocupava, demissão que lhe foi concedida a 3 de dezembro de 1832 por Decreto de D. Pedro IV.
Abandonou o Ministério exactamente 9 meses depois de ter sido nomeado, deixando como legado 44 Decretos e duas Portarias que lançam as bases da moderna fiscalidade portuguesa e introduziram uma profunda reforma no sistema judiciário. Neste curto espaço de tempo, e em plena guerra civil, Mouzinho afirmou-se como uma das personalidades dominantes do liberalismo em Portugal. Impostos há, como o da sisa, que até há pouco se mantiveram no essencial semelhantes ao que por ele foi estabelecido. A ele se deve a fundação do Supremo Tribunal de Justiça e a estruturação do Ministério Público.
Durante o mês de dezembro de 1832 e o mês de janeiro de 1833 é encarregue de obter fundos para as forças liberais, participando num cruzeiro à Barra de Lisboa (a cidade estava ainda na posse das forças afectas a D. Miguel) e desenvolvendo actividades em Vigo. Com o aprofundar da sua discordância em relação à condução das finanças públicas, Mouzinho é demitido das suas funções de angariação de fundos e nomeado Director da Alfândega. Contudo, parte de novo para o exílio em Paris a 19 de março de 1833.
Regressado a Portugal, a 11 de setembro de 1834 entra para a Câmara dos Deputados, aí permanecendo, com algumas intermitências, até 1836, sempre na defesa intransigente da legislação da sua autoria e mantendo uma constante intervenção em matérias de fazenda pública. Nas eleições de 1835 foi reeleito deputado pelo Alentejo.
A 16 de agosto de 1836 recusa-se a jurar a Constituição de 1822 e demite-se de Director da Alfândega. Foi preso e quando libertado exila-se novamente para França.
Regressa a Portugal em 1839, entrando para a Câmara dos Deputados a 15 de fevereiro desse ano. Permanece naquela Câmara até 1840, novamente intervindo em matérias de fazenda pública.
Em 1842 candidata-se a deputado pelo Alentejo, perdendo a eleição por 2 votos. A 1 de dezembro de 1844 Mouzinho é encarregue de elaborar um regulamento geral das alfândegas.
A sua situação financeira pessoal parece melhorar em 1846, mas as expectativas colocadas no filho são goradas e a sua saúde vai-se deteriorando. A esposa permanece em Paris.
José Xavier Mouzinho da Silveira morreu em Lisboa, a 4 de abril de 1849, sendo o seu corpo transladado, em execução da sua última vontade, para a freguesia da Margem, concelho de Gavião, onde lhe foi levantado em 1875, por subscrição do Jornal do Comércio, um monumento. Do monumento consta uma escultura da autoria de Célestin Anatole Calmels.
Na Sala dos Passos Perdidos, Palácio de São Bento, Mouzinho da Silveira é homenageado numa pintura a óleo de Columbano Bordalo Pinheiro. Também, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, Mouzinho figura numa pintura a óleo de José Rodrigues executada em 1866. O Museu Grão-Vasco, em Viseu, possui um retrato de Mouzinho da autoria de Columbano.
No segundo centenário do seu nascimento (1980) foi colocado em Castelo de Vide, sua terra natal, um monumento comemorativo. Em muitas cidades do país existem arruamentos denominados em sua memória, o mesmo acontecendo com estabelecimentos escolares no Corvo, com a Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira, e em Portalegre, com a Escola Secundária Mouzinho da Silveira.

O avô castelhano de D. Dinis e o poeta das Cantigas de Santa Maria morreu há 728 anos

O Rei Alfonso X, o Sábio, trajado com as armas de Leão e Castela, rodeado pelos seus cortesãos 

Alfonso X, o Sábio ou o Astrólogo (Toledo, 23 de novembro de 1221 - Sevilha, 4 de abril de 1284), foi rei de Castela e Leão de 1252 a 1284, e ainda imperador eleito do trono do Sacro Império Romano-Germânico (1257-1273), ainda que nunca tenha exercido o cargo de facto.

Alfonso era o filho primogénito de Fernando III de Castela e de Isabel de Hohenstaufen, de que vinham as suas aspirações ao trono imperial germânico. Isabel (ou Beatriz da Suábia, como ficou conhecida em Castela) era filha de Irene Angelina de Constantinopla e de Filipe, duque da Suábia, rei da Germânia e rei dos Romanos, neta do imperador germânico Frederico Barbaruiva.
Ainda infante, participou na tomada de várias praças andaluzes, entre as quais Múrcia, Alicante e Cádis, na reconquista durante o reinado do seu pai, Fernando, o Santo. Porém, enquanto rei, teve que renunciar à posse do Reino do Algarve (pelo Tratado de Badajoz de 1267), bem como às suas aspirações sobre o reino de Navarra. Em 1260 conquistou e incendiou Rabat.
Tendo investido grande esforço e dinheiro na obtenção da coroa do Sacro Império Romano-Germânico, foi eleito imperador de jure, mas nunca exerceu o cargo de facto.
Na política interna, teve que fazer frente a rebeliões, das quais se destacam a dos mudéjares (mouros em territórios controlados pelos cristãos) em 1264 e o problema sucessório nos últimos anos do seu reinado. Casado desde 1246 com Violante de Aragão, filha de Jaime I, o Conquistador, o monarca teve no entanto dez filhos ilegítimos.
O seu primogénito legítimo, e herdeiro do trono, Fernando de La Cerda, morreu em 1275. Alfonso X passou a defender os direitos sucessórios do seu neto primogénito de Fernando, Alfonso de Lacerda, mas D. Sancho, seu segundo filho e irmão de Fernando, reclamou a sucessão para si, recebendo poderosos apoios à sua causa. Alfonso X só conservou a fidelidade de Múrcia e Sevilha, cidade em que viveu durante os seus últimos meses, bastante isolado e secundado apenas por um pequeno número dos seus antigos colaboradores. Apesar de ter deserdado o seu filho Sancho por decreto a 8 de Novembro de 1282, este viria a ser coroado após a sua morte.
Durante o seu reinado, Alfonso impulsionou a economia, destacando-se em 1273 a criação da Mesta, instituição de representação dos pastores e criadores de gado. Em Leão e Castela desta época, esta actividade tinha mais importância económica do que a agricultura. Fomentou a repovoação de terras conquistadas aos muçulmanos, nomeadamente no Reino de Múrcia e na Baixa Andaluzia. Fundou a Villa Real, que posteriormente passaria a ser Ciudad Real, em uma zona controlada pelas ordens militares. Mas essencialmente foi um legislador. Compôs (em castelhano) as obras legislativas Fuero Real de Castela e o código das Siete Partidas, para além de obras sobre a história da Espanha (Primeira Crónica Geral de Espanha) e história universal (Grande e General Estoria ou General Estoria).
O Sábio faleceu em Sevilha, a 4 de abril de 1284, com 63 anos. O seu coração foi enterrado no Monte Calvário de Jerusalém.

Cultura
Como D. Dinis de Portugal, seu neto, Alfonso X fomentou a actividade cultural a diversos níveis. Realizou a primeira reforma ortográfica do castelhano, idioma que adoptou como oficial em detrimento do latim. O objectivo seria desenvolver o vernáculo do seu reino, segundo o historiador Juan de Mariana.
A famosa escola de tradutores de Toledo juntou um grupo de estudiosos cristãos, judeus e muçulmanos. Foi principalmente nesta que se realizou o importantíssimo trabalho de traduzir para as línguas ocidentais os textos da antiguidade clássica, entretanto desenvolvidos pelos cientistas islâmicos. Estas obras foram as principais responsáveis pelo renascimento científico de toda a Europa medieval, que forneceria inclusivamente os conhecimentos necessários para o subsequente período dos descobrimentos. A verdadeira revolução cultural que impulsionou foi qualificada de renascimento do século XIII. Mas a obra que mais foi divulgada e traduzida no reinado deste intelectual foi a Bíblia.
No entanto, através de académicos judeus, também patrocinou uma tradução do Talmud. Mas depois da revolta liderada por D. Sancho, perseguiu a comunidade judaica de Toledo, aprisionando-os nas suas sinagogas e demolindo as suas casas.
Alfonso foi também mecenas generoso do movimento trovadoresco, e ele próprio um dos maiores trovadores e poetas de língua galaico-portuguesa (a língua mais usada na lírica ibérica do século XIII), tendo chegado até nós 44 cantigas suas, de amor e principalmente de escárnio e maldizer. A sua obra mais reconhecida é as Cantigas de Santa Maria, cancioneiro sacro sobre os prodígios da Virgem Santíssima, num total de 430 composições, musicadas.
Também colaborou no El Libro del Saber de Astronomia, obra baseada no sistema ptolomaico. Esta obra teve a participação de vários cientistas que o rei congregara, e aos quais proporcionava meios de estudo e investigação, tendo mesmo mandado instalar um observatório astronómico em Toledo. Compôs as Tablas Alfonsíes sobre as posições astronómicas dos planetas, baseadas nos cálculos de cientistas árabes. Como tributo à sua influência para o conhecimento da astronomia, o seu nome foi atribuído a uma cratera lunar  - Alfonsus.
Outras obras com o seu contributo são o Lapidario, um tratado sobre as propriedades das pedras em relação com a astronomia e o Libro de los juegos, sobre temas lúdicos (xadrez, dados e tabelas - uma família de jogos a que pertence o gamão), praticados pela nobreza da época.


Muddy Waters nasceu há 97 anos

McKinley Morganfield ou Muddy Waters (4 de abril de 1915 - Issaquena, Mississippi30 de abril de 1983 - Westmont, Illinois) foi um músico de blues norte-americano, considerado o pai do Chicago blues. Atribui-se a Muddy Waters a ideia de invenção da guitarra elétrica. Foi considerado o 49º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.

O nome artístico (em português, Águas Lamacentas) ganhou-o devido ao costume de, quando criança, brincar no rio. Seu primeiro instrumento foi a harmónica, que aprendeu a tocar aos 13 anos, tocava nas esquinas por trocados e comida junto com um amigo. Enquanto ainda jovem, viu Charley Patton e Son House tocarem, Son House inclusive foi uma grande influência, ele mostrou a Muddy como tocar guitarra, o que o levou a trocar de instrumento aos 17 anos.
Ele mudar-se-ia mais tarde do Mississipi para Chicago, Illinois, onde trocou a viola pela guitarra elétrica. Sua popularidade começou a crescer entre os músicos negros, e isso o permitiu passar a se apresentar em clubes de grande movimento. A técnica de Waters é fortemente característica devido a seu uso da braçadeira na guitarra. Suas primeiras gravações pela Chess Records apresentavam Waters na guitarra e vocais apoiado por um violoncelo. Posteriormente, ele adicionaria uma seção rítmica e a harmónica de Little Walter, inventando a formação clássica de Chicago Blues.
Com sua voz profunda, rica, uma personalidade carismática e o apoio de excelentes músicos, Waters rapidamente tornou-se a figura mais famosa do Chicago Blues. Até mesmo B. B. King referiria-se a ele mais tarde como o "Chefe de Chicago". Suas bandas eram um "quem é quem" dos músicos de Chicago Blues: Little Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells, Willie Dixon, Otis Spann, Pinetop Perkins, Buddy Guy, e muitos outros.
As gravações de Waters do final dos anos 1950 e começo dos 60 foram particularmente suas melhores. Muitas das canções tocadas por ele tornaram-se sucesso: I’ve Got My Mojo Working, Hoochie Coochie Man, She’s Nineteen Years Old e Rolling and Tumbling, grandes clássicos que ganhariam versões de várias bandas dos estilos mais diversos.
Sua influência foi enorme em muitos géneros musicais: blues, rhythm and blues, rock, folk, country. Foi Waters quem ajudou Chuck Berry a conseguir seu primeiro contrato.
Suas turnês pela Inglaterra no começo dos anos 1960 marcaram provavelmente a primeira vez que uma banda pesada, amplificada, se apresentou por ali (certo crítico sentiu-se obrigado a sair de um show para escrever sua análise por achar que a banda tocava muito alto). As canções de Waters inclusive exerceram grande influência nas bandas britânicas. O grupo Rolling Stones tirou seu nome de Rollin’ Stone, de 1950, mais conhecida como "Catfish Blues". Um dos maiores sucessos do grupo Led Zeppelin, Whole Lotta Love, foi baseado em You Need Love, composta por Willie Dixon . Foi Dixon quem compôs algumas das canções mais conhecidas de Muddy Waters, como I Just Want to Make Love to You, Hoochie Coochie Man e I’m Ready.
No final da década de 70 sua carreira renasceu ao fazer uma parceria com Johnny Winter que rendeu seus últimos quatro discos pela gravadora "Blue Sky". Nas gravações do último deles, "King Bee" (1981), a banda que na época era composta pelos guitarristas Sammy Lawhorn, Bob Margolin e Luther Johnson, pianista Pinetop Perkins, gaitista Jerry Portnoy, baixista Calvin "Fuzz" Jones e o baterista Willie "Big Eyes" Smith, estava se dissolvendo, e Muddy mostrava sinais de cansaço, todos continuaram grandes amigos, mas não conseguiram gravar material suficiente para terminar o álbum. Johnny Winter então completou com gravações não lançadas de antigas sessões da banda. A última apresentação de Muddy foi na Flórida, no outono de 1982, com a banda de Eric Clapton.
Em 30 de abril de 1983 Muddy Waters morreu vítima de insuficiência cardíaca enquanto dormia na sua casa em Westmont, Illinois. Foi enterrado no "Restvale Cemetery" em Alsip, Illinois. A cidade de Chicago e o subúrbio de Westmont homenageram Muddy colocando seu nome em vias públicas.
Entre outras canções com as quais Waters tornou-se conhecido estão Long Distance Call, Mannish Boy e o hino do rock/blues I’ve Got My Mojo Working.
Um pouco da história de Muddy Waters e da Chess Records foi retratada no filme Caddilac Records de 2008.
Muddy Waters foi induzido ao "Blues Hall of Fame" em 1980 e ao "Rock and Roll Hall of Fame" em 1987.


Martin Luther King foi assassinado há 44 anos

Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 - Memphis, 4 de abril de 1968) foi um pastor protestante e ativista político norteamericano. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos cívicos dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo. Ele foi a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. O seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".

(...)

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas, anos depois, repudiou sua confissão. Encontra-se sepultado no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Fulton County, Geórgia (Estados Unidos) nos Estados Unidos. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 000 dólares pelo assassinato de King.
Em 1986, foi estabelecido um feriado nacional nos Estados Unidos para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.

Salgueiro Maia partiu há 20 anos

SALGUEIRO MAIA
Fernando José Salgueiro Maia (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 - Santarém, 4 de abril de 1992), militar português.

Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a escola primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria, hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo. Concluiu, mais tarde e já depois da revolução, a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais, no ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Em outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, dois anos depois, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Em 1968 é integrado na 9ª Companhia de Comandos, e parte para o Norte de Moçambique, em plena Guerra Colonial, cuja participação lhe valeu a promoção a Capitão, já em 1970. A julho do ano seguinte, embarca para a Guiné, só regressando a Portugal em 1973, onde seria colocado na EPC.
Por esta altura iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcello Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcello Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
A 25 de novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santa Margarida. Em 1984 regressa à EPC.
Em 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de abril de 1992.

Frases e momentos para a História

Madrugada de 24 para 25 de abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:

"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.

A Rainha Maria II nasceu há 193 anos

Dona Maria II de Portugal (nome completo: Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança; Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 - Lisboa, 15 de novembro de 1853), era filha do Rei D. Pedro IV de Portugal (Imperador do Brasil como D. Pedro I) e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Foi cognominada de A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou ao seus muitos filhos. Dona Maria da Glória era loira, de pele muito fina, olhos azuis como a mãe austríaca. Foi a 31ª Rainha de Portugal e dos Algarves aquando da abdicação do pai de 1826 a 1828 e de 1834 a 1853.



D. Maria II era Rainha de Portugal depois da abdicação de seu pai, Pedro IV (D.Pedro I, no Brasil) em seu favor, em 1826. Deixou o Rio de Janeiro a 5 de julho de 1828, sob o título de duquesa do Porto, sendo reconhecidos os seus direitos à coroa de Portugal por algumas potências europeias. O marquês de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant, foi o escolhido por D. Pedro IV para acompanhá-la.
D. Miguel de Bragança, seu tio, chegara a Lisboa a 9 de fevereiro de 1828 e desembarcara no dia 22, recebendo das mãos de D. Isabel Maria de Bragança a regência, e ratificando a 26 o juramento que prestara à Carta Constitucional perante as cortes que a infanta havia convocado. Não tardou a mudar de resolução. A 13 de março dissolveu as cortes, convocando em 3 de maio o conselho dos três Estados para decidir a quem pertencia a coroa, segundo a antiga forma das cortes do país, quando se tratava de graves pontos de direito.
O conselho reuniu-se a 21 de junho e a 25, proclamando D. Miguel rei absoluto, em precipitada resolução, em vista do ato de reconhecimento do herdeiro da coroa prestado pela regência e real câmara dos pares, instituída pela Carta Constitucional, acerca da sucessão da Casa de Bragança nas duas coroas de Portugal e Brasil, e particularmente na do Portugal, já indicada nas conferências realizadas em Londres em agosto de 1823.
E também nos preliminares do tratado de 25 de agosto de 1823, que reconheceu a Independência do Brasil, onde a tal respeito foi apresentado na conferência de 9 de agosto o seguinte Artigo Secreto: «Como por causa da aceitação da renúncia pessoal do imperador do Brasil, D. Pedro, à Coroa de Portugal, as Cortes de Portugal devem determinar qual dos filhos do imperador será chamado à sucessão daquela coroa por morte do presente rei: entende-se que as ditas Cortes podem chamar à sucessão o filho mais velho do dito imperador do Brasil, ou a filha mais velha, na falta de descendência masculina.»
O infante D. Miguel residia em Viena, para onde fora mandado, por carta regia de 12 de maio de 1824, depois da revolta de 30 de abril ou Abrilada. Os brasileiros não aceitaram que o imperador cingisse a coroa portuguesa, o que resultaria na unidade da antiga monarquia, da qual haviam se libertado.
D. Pedro, depois de proclamado Rei de Portugal, resolveu abdicar a coroa portuguesa nesta filha D. Maria da Glória em 3 de maio, tendo em 29 de abril outorgado aos portugueses uma constituição livre, a Carta Constitucional. A abdicação era condicional: a princesa casaria com seu tio Dom Miguel, e enquanto se não realizasse o consórcio, e o novo regime não dominasse em Portugal, continuaria a regência de Dona Isabel Maria em nome de D. Pedro IV.

O reinado foi interrompido pelo levantamento absolutista liderado por seu tio, noivo e regente D. Miguel I, que se proclamou rei de Portugal a 23 de junho de 1828. Começaram então as Guerras Liberais que se prolongam até 1834, ano em que Maria foi reposta no trono e D.Miguel exilado para a Alemanha.
O marquês de Barbacena, chegando a Gibraltar com a princesa em 3 de setembro de 1828, teve conhecimento por um emissário do que se passava em Portugal. Teve a perspicácia de compreender que D. Miguel viera de Viena resolvido a pôr-se à frente do movimento absolutista, aconselhado pelo príncipe Metternich, que dirigia a política européia, sendo assim perigoso a jovem rainha ir para Viena. Tomando a responsabilidade, mudou a direção da viagem, e partiu para Londres, onde chegou a 7 de outubro. A política inglesa nada favorecia seus intuitos. O gabinete de lorde Wellington patrocinava abertamente D. Miguel, de sorte que o asilo que o Marquês procurara não era seguro. D. Maria II foi recebida na corte com as honras devidas à sua elevada hierarquia, mas os ingleses impediam seus súditos ali emigrados de irem reforçar a guarnição da ilha Terceira.
O golpe de Estado de D. Miguel não passara sem protestos. A 16 de maio de 1828 revoltava-se a guarnição do Porto, a 25 em Lagos um batalhão de infantaria. As revoltas foram sufocadas. Saldanha, Palmela, e outros, que tinham vindo para tomar a direção do movimento do Porto, reembarcaram no Belfast, que os trouxera; a guarnição do Porto, reforçada pelos voluntários académicos de Coimbra e por outras tropas liberais, emigrava para a Galiza e dali para Inglaterra. À frente duma pequena expedição liberal tentou Saldanha desembarcar na Terceira, mas não lho consentiu o cruzeiro inglês, cuja vigilância não pôde, contudo, evitar algum tempo depois que o Conde de Vila Flor, mais tarde da Terceira, conseguisse desembarcar. A tempo, porque em agosto de 1829 aparecia na frente da ilha a grande esquadra miguelista que lançou em terra um corpo de desembarque. Deu-se então a batalha de 11 de agosto na vila da Praia, em que os miguelistas foram derrotados. Quando os emigrados na Inglaterra receberam a notícia da vitória, sentiram grande entusiasmo. Logo perderam as esperanças ao saber que a jovem rainha voltava para o Brasil. Na verdade, a situação de D. Maria II na corte inglesa, ao lado do ministério no poder, tornava-se embaraçosa e humilhante. A rainha saiu de Londres para ir encontrar com sua futura madrasta, D. Amélia de Leuchtenberg. Partiram juntas em 30 de agosto de 1829 para o Rio, chegando a 16 de outubro.
Julgava-se perdida a causa constitucional. Os emigrados dispersos (França, Inglaterra e Brasil) dividiam-se em facções rivais. Só a ilha Terceira reconhecia os princípios constitucionais, e mesmo ali apareciam guerrilhas miguelistas. A França estava já disposta a reconhecer o governo de D. Miguel quando em 1830 rebentou em Paris a revolução de Julho, o que fez animar os liberais portugueses.

Em 1831, D. Pedro I abdicou em 7 de abril da coroa do Brasil, dando-a ao seu filho, D. Pedro II, irmão de D. Maria II, e veio para a Europa, com a filha e a segunda mulher, sustentar os direitos da filha à coroa de Portugal. Tomou o título de Duque de Bragança, e de Regente em seu nome.
Quase ao mesmo tempo a regência da ilha Terceira, nomeada por D. Pedro e composta do Marquês de Palmela, do Conde de Vila Flor e de José António Guerreiro, pode preparar uma expedição que em pouco tempo se apossou dos Açores. Enquanto se ampliava assim o território constitucional, D. Pedro desembarcava em França, sendo acolhido com simpatia pelo novo governo e por Luís Filipe I. O governo de D. Miguel desacatara as imunidades dos súbditos franceses, não satisfizera de pronto as reclamações do governo francês, que mandara uma esquadra comandada pelo almirante Roussin forçar a barra de Lisboa e impor humilhantes condições de paz.
D. Pedro deixou a filha em Paris para acabar a sua educação, entregue à madrasta, com bons mestres, e partiu para os Açores à frente duma expedição organizada na ilha de Belle-Isle, reunindo seus partidários. Chegando aos Açores a 3 de março de 1832, formou novo ministério, juntou pequeno exército, cujo comando entregou ao Conde de Vila Flor, meteu-o a bordo duma esquadra que entregou ao oficial inglês Sartorius, e partiu para Portugal continental, desembarcando a 8 de julho na Praia da Memória, em Matosinhos. Seguiu-se o cerco do Porto e uma série de combates, até que a 24 de Julho de 1833 o Duque da Terceira entrou vitorioso em Lisboa, depois de ter ganho, na véspera, a batalha da Cova da Piedade. Porto e Lisboa, as principais cidades, estavam no poder dos liberais. D. Pedro veio para Lisboa, e mandou vir sua filha de Paris.
O Teatro Nacional D. Maria II, no Rossio (zona central de Lisboa), tem o seu nome por ter sido inaugurado no dia de aniversário da rainha.

Casamentos
  • Com dispensa papal, por procuração, em 29 de outubro de 1826 casou-se com seu tio, o Infante D. Miguel (1802-66). O casamento foi dissolvido ou anulado em 1 de dezembro de 1834
  • Casou em Munique por procuração em 1 de dezembro de 1834 e em pessoa em Lisboa em 26 de Janeiro de 1835 com o príncipe D.Augusto de Beauharnais. Batizado Augusto Carlos Eugénio Napoleão de Beauharnais, nascera em Milão em 9 de dezembro de 1810 e morreria em 28 de março de 1835 de difteria, no Paço Real das Necessidades, em Lisboa. Segundo duque de Leuchtenberg, Príncipe de Eichstadt, feito Príncipe de Portugal pelo casamento, 1° Duque de Santa Cruz no Brasil, feito em 5 de novembro de 1829 por seu sogro e cunhado D. Pedro I. Era filho de Eugénio de Beauharnais e da princesa Augusta da Baviera, e irmão mais velho da imperatriz D. Amélia, madrasta de Maria II.

Havia necessidade de um segundo marido. Apareceram candidatos de França, Nápoles, Alemanha e Sardenha e saiu vitorioso o sobrinho do rei Leopoldo I dos belgas:
Morte
Desde sua primeira gravidez, aos dezoito anos de idade, Dona Maria II enfrentou problemas para dar à luz, com trabalhos de parto prolongados e extremamente dificultosos. Exemplo disso foi sua terceira gestação, cujo trabalho de parto durou 32 horas, findas as quais, foi retirada a fórceps uma menina, batizada in articulo mortis com o nome de Maria (1840).
Aos 25 anos de idade e em sua quinta gestação, a soberana tornou-se obesa e seus partos tornaram-se ainda mais complicados. Em 1847, o sofrimento fetal que precedeu o nascimento de seu oitavo filho – o infante Dom Augusto – trouxe ao mundo uma criança "bastante arroxeada e com pouca respiração".
A perigosa rotina de gestações sucessivas, somada à obesidade (que terminou por causar-lhe problemas cardíacos) e à frequência de partos distócicos (preocupante, especialmente por tratar-se de uma multípara) levaram os médicos a alertarem a rainha sobre os sérios riscos que corria. Indiferente aos avisos, Dona Maria II limitava-se a retorquir: "Se morrer, morro no meu posto".
Em 15 de novembro de 1853, treze horas após o início do trabalho de parto do natimorto Infante D. Eugénio, seu 11º filho, Dona Maria II morreu, aos 34 anos de idade. O anúncio da morte foi publicada no Diário do Governo de 16 de novembro de 1853:
"Paço das Necessidades, 15 de Novembro de 1853, à meia hora depois do meio dia.
Sua Magestade a Rainha começou a sentir annuncios do parto às nove horas e meia da noite de hontem. Appareceram difficuldades no progresso do mesmo parto, as quaes obrigaram os facultativos a recorrer a operações, pelas quaes se conseguiu a extracção de um Infante, de tempo, que recebeu o baptismo antes de extrahido.
O resultado destas operações teve lugar às dez horas da manhã. Desgraçadamente, passada hora e meia, Sua Magestade, exhausta de todas as forças, rendeo a alma a Deos, depois de haver recebido todos os sacramentos.
- Francisco Elias Rodrigues da Silveira. Dr. Kessler. Ignacio António da Fonseca Benevides. António Joaquim Farto. Manuel Carlos Teixeira."
Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.

O poeta maldito d'Os Cantos de Maldoror nasceu há 166 anos

Isidore Lucien Ducasse, mais conhecido pelo pseudónimo literário de Conde de Lautréamont (Montevidéu, 4 de abril de 1846 - Paris, 24 de novembro de 1870) foi um poeta uruguaio que viveu na França. É considerado um precursor do Surrealismo.

A quantidade de informação sobre a vida deste poeta é diminuta. Sabe-se que nasceu no Uruguai, "nas costas da América, na foz do La Plata", como é dito no Canto I de sua obra-prima "Os Cantos de Maldoror", onde também se identifica como "montevidense". Era filho de um chanceler do Consulado Francês no Uruguai. Sua mãe, francesa, morreu quando o escritor tinha apenas vinte meses de idade.
Em outubro de 1859 foi para a França estudar no colégio interno de Tarbes e, depois, no colégio de Pau, onde foi colega de Paul Lespès, uma das pessoas a que foram dedicados "Os Cantos de Maldoror" e a cujo testemunho se deve o conhecimento de uma situação ocorrida durante uma aula de retórica do professor Gustave Hinstin. Este professor, que também consta na dedicatória do seu poema, tê-lo-ia repreendido publicamente de forma severa devido ao conteúdo de uma das suas "Poesias" – Ducasse ter-se-ia sentido extremamente injustiçado com a situação.
Crê-se que o pseudónimo Lautréamont tenha sido inspirado no nome de um romance de Eugène Sue, "Latréaumont" (note-se que há uma leve diferença na grafia da palavra); a atribuição do título de Conde poderá ser uma referência ao Marquês de Sade ou uma forma de destacar-se da burguesia, ainda que não existam quaisquer provas destas duas teses.
Lautréamont morreu aos 24 anos de idade, em 24 de novembro de 1870, às 08.00 horas, em seu hotel. Em seu atestado de óbito foi dado "não há nenhuma informação". Uma vez que muitos tinham medo de epidemias, enquanto Paris foi sitiada, Ducasse foi sepultado no dia seguinte após um culto em Notre Dame de Lorette, em um túmulo provisório no Cemetière du Nord. Em janeiro de 1871, seu corpo foi colocado em outra sepultura num outro lugar.

O seu poema Les Chants de Maldoror ("Os Cantos de Maldoror", em português), constituído de sessenta estrofes, é considerado uma obra seminal no campo da literatura fantástica, ainda que hoje escape a qualquer classificação.
Os críticos e o público, em geral, dividem-se quanto à classificação desta obra. Para alguns, foi um génio da literatura universal – André Breton considerava-o uma "revelação total que parece exceder as possibilidades humanas" e o considerou um precursor do Surrealismo; Léon Bloy, por seu lado, dava-o por louco, "uma ruína humana completa". Contudo, o autor foi-se transformando numa referência principalmente para intelectuais apreciadores do género mais subversivo da literatura, tornando-se um autor de culto.


terça-feira, abril 03, 2012

Murillo morreu há 330 anos

Bartolomé Esteban Perez Murillo (Sevilha, 31 de dezembro de 1617 - Cádiz, 3 de abril de 1682) foi um pintor barroco espanhol.

Bartolomé Esteban Murillo é, talvez, o pintor que melhor define o barroco espanhol. Nasceu em Sevilha, onde passou a maior parte da sua vida. O dia exacto do seu nascimento é-nos desconhecido, mas terá, provavelmente, nascido no(s) último(s) dia(s) do ano, já que foi batizado a 1 de janeiro de 1618, na Igreja da Madalena. Era costume na Idade Moderna, baptizar as crianças no dia seguinte ou somente alguns dias após o seu nascimento, como tal é normal que os especialistas façam tal afirmação.
O seu pai chamava-se Gaspar Esteban e era barbeiro. A sua mãe chamava-se Maria Pérez Murillo. Estes e Esteban Murillo integravam uma família muito numerosa, sendo Murillo o décimo-quarto filho do casal. Mesmo assim, a situação económica da família era bastante boa e, como tal, formavam uma família feliz.
Porém o seu pai morreu em 1627 e a sua mãe poucos meses mais tarde. Assim, Murillo ficou ao cuidado da sua irmã Ana, que era casada com um barbeiro de nome Juan Agustín de Lagares. As relações entre Murillo e o cunhado eram muito boas.
Murillo iniciou a sua aprendizagem artística com o seu (suposto) tio, Juan del Castillo. Del Castillo não era um artísta de primeira fila, mas, os seus trabalhos eram respeitados no ambiente artístico sevilhano.
Os primeiros quadros de Murillo eram muito influenciados pelo estilo do seu mestre, Del Castillo, como se pode apreciar no quadro A "Virgem do Rosário, com São Domingo".
Em 1645 recebeu a sua primeira encomenda importante: treze quadros para um claustro do Convento de São Francisco, em Sevilha. Nestas obras demonstrou uma notável influência de Van Dyck, Ticiano e Peter Paul Rubens. Foi também neste ano que Murillo casou, a 26 de fevereiro, com uma jovem sevilhana de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na famosa Igreja da Madalena. Durante os dezoito anos de duração do matrimónio tiveram uma ampla descendência: um total de nove filhos.
O êxito alcançado com as pinturas no claustro do Convento de São Francisco motivou o aumento do número de encomendas.
Porém, em 1649 a peste assolou Sevilha, tendo morrido quatro dos filhos de Esteban Murillo. Mesmo assim, as encomendas continuaram a bom ritmo.
Em 1658 Murillo mudou-se para Madrid, onde tomou contacto com a pintura flamenga e veneziana e, para além disso, conheceu Velázquez, Francisco de Zurbarán, Alonso Cano, entre outros artistas madrilenos. Mas, no final do mesmo ano, voltou para a sua cidade natal.
As encomendas continuaram e o reconhecimento aumentou. Tal contribuiu para que Murillo pudesse desfrutar de uma boa situação económica, complementada com as propriedades deste e de sua mulher e ainda com a existência de uma escrava.
O ano de 1660 foi de grande importância para o pintor, tendo fundado a Academia de Desenho de Sevilha, em parceria com Francisco de Herrera el Mozo. Três anos mais tarde, a sua mulher Beatriz faleceu, devido ao seu último parto.
Em 1665, teve início o seu período mais produtivo, ou seja, o período em que recebeu mais encomendas. Neste ano, a fama alcançada por Murillo estendeu-se por todo o país, chegando à corte madrilena, onde, segundo Palomino, o próprio rei Carlos II convidou Murillo a estabelecer-se em Madrid.
Em 1681 mudou-se para a paróquia de Santa Cruz, onde recebe a sua última encomenda: vários retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de Cádiz. Quando trabalhava nesta encomenda, sofreu uma grave queda, que resultou na sua morte, alguns meses mais tarde, já no ano de 1682.
Em sua honra, os populares fizeram um enorme funeral. Para se ter ideia da sua fama, o seu caixão foi carregado por dois marqueses e quatro cavaleiros. Na actualidade, Murillo continua a ser um pintor muito conhecido.


Brahms morreu há 115 anos

Johannes Brahms (Hamburgo, 7 de maio de 1833 - Viena, 3 de abril de 1897) foi um compositor alemão, uma das mais importantes figuras do romantismo musical europeu do século XIX.
Hans von Bülow faz referência de Brahms como um dos "três Bs da música", apelidando sua primeira sinfonia como décima, fazendo referência a sua sucessão a Beethoven.


Aristides de Sousa Mendes morreu há 58 anos

Aristides de Sousa Mendes (Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, 19 de julho de 1885 - Lisboa, 3 de abril de 1954) foi um diplomata português. Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar, (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo) e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940.
Aristides Sousa Mendes salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Chamado de "Schindler português", Sousa Mendes também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de pessoas, das quais cerca de 10 mil judeus.

Leona Lewis - 27 anos

Leona Louise Lewis, mundialmente conhecida simplesmente como Leona Lewis, (Londres, 3 de Abril de 1985), é uma cantora e compositora britânica de pop e R&B, que alcançou o o sucesso após participar e ganhar na terceira temporada da série da televisão britânica The X Factor. Logo no início de seu carreira, Leona recebeu três indicações ao GRAMMY Awards e, possui uma estatueta do Ivor Novello Awards, duas do MOBO Awards, um MTV Asia Awards, um MTV Europe Music Awards, dois World Music Awards e dois Virgin Media Awards.
Em 2007, Leona lançou seu primeiro álbum, Spirit, e, em 2009, chegou às lojas o seu segundo álbum, Echo. Spirit, tornou-se o primeiro álbum de estreia a ter o maior números de vendas em 2007, tanto na Inglaterra quanto na Irlanda, e fez com que Leona alcançasse o título de primeira artista inglesa a conquistar topo da Billboard 200 com um álbum de estreia. Até hoje, a cantora já vendeu mais de 8,5 milhões de cópias em todo o mundo.
O single de estreia de Leona Lewis, foi "A Moment Like This", que tornou-se o single mais vendido no Reino Unido, sendo realizados mais de 50.000 downloads em trinta minutos, após o seu lançamento. Seu segundo single, "Bleeding Love", atingiu a primeira posição das paradas em mais de trinta países em todo o mundo. Em novembro de 2008, ela bateu um recorde no Reino Unido de "venda mais rápida", com o lançamento de "Run", canção original do Snow Patrol, que, em dois dias, vendeu cerca de 69.244 cópias. Em Novembro do ano seguinte, Leona Lewis anunciou sua primeira turnê mundial. Em 14 de julho de 2011, foi confirmado que "Collide" seria o primeiro single do novo álbum de estúdio, Glassheart. O single dance-pop, foi escrito por Autumn Rowe e produzido por Sandy Vee, que já trabalhou com as cantoras Katy Perry (Firework), Rihanna (S&M), foi lançado em 4 de setembro de 2011.