sábado, fevereiro 25, 2012

Música de aniversariante de hoje


Recordar Alfredo Marceneiro


O amor é água que corre - Alfredo Marceneiro

Amor é água que corre
Tudo passa, tudo morre
Que me importa a mim morrer
Adeus cabecita louca
Hei-de esquecer tua boca
Na boca d´outra mulher

Amor é sonho, é encanto
Queixa, mágoa, riso ou pranto
Que duns lindos olhos jorre
Mas tem curta duração
Nas fontes da ilusão
Amor é água que corre

Amor é triste lamento
Que levado p´lo vento
Ao longe se vai perder
E assim se foi tua jura
Se já não tenho ventura
Que me importa a mim morrer

Foi efémero o desejo
Do teu coração que vejo
No bulício se treslouca
Onde nascer a indiferença
Há-de morrer minha crença
Adeus cabecita louca

Tudo é vário neste mundo
Mesmo o amor mais profundo
De dia a dia se apouca
Segue a estrada degradante
Que na boca d´outra amante
Hei-de esquecer tua boca

Hei-de esquecer teu amor
O teu corpo encantador
Que minha alma já não quer
Hei-de apagar a paixão
Que me queima o coração
Na boca d´outra mulher

Música adequada a um pobre deputado injustamente acusado


Fado Do Ladrão Enamorado - Rui Veloso
Letra de Carlos Tê e música de Rui Veloso

Vê se pões a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote
E se alguém perguntar
Dizes que eu a comprei
Ninguém precisa saber
Que foi por ti que a roubei
E se alguém desconfiar
Porque não tenho um tostão
Dizes que é uma vulgar
Jóia de imitação
Nunca fui grande ladrão
Nunca dei golpe perfeito
Acho que foi a paixão
Que me aguçou o jeito
Por isso põe a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote

A ética republicana e socialista - o estranho caso do deputado ladrão que, afinal, só atenta contra a liberdade de imprensa




(imagens daqui)

Crime de atentado à liberdade de imprensa
Caso dos gravadores: Ricardo Rodrigues julgado em Maio

A 30 de abril de 2010 Ricardo Rodrigues abandonou a entrevista levando os gravadores dos jornalistas

Ricardo Rodrigues, deputado do PS que a 30 de abril de 2010 abandonou uma entrevista da revista ‘Sábado’, levando os gravadores dos jornalistas nos bolsos, vai ser julgado a 15 de Maio, estando acusado do crime de atentado à liberdade de imprensa, revelam documentos a que o CM teve acesso. 

Público decidiu avançar com a acusação após concluir que o deputado levou consigo os gravadores para "obstar a que as declarações por si prestadas fossem utilizadas e publicadas". O arguido contesta, considerando que os factos que praticou não preenchem a "tipicidade objectiva e subjectiva" do crime de que é acusado.
Em caso de condenação, Ricardo Rodrigues pode enfrentar uma pena de prisão de três meses a dois anos, ou multa de 25 a 100 dias. O deputado não vai responder pelo crime de furto.
O caso remonta a abril de 2010, durante uma entrevista dos jornalistas Maria Henrique Espada e Fernando Esteves. Após uma pergunta sobre o envolvimento do deputado num escândalo de pedofilia nos Açores, Ricardo Rodrigues levantou-se, pegou em dois gravadores e meteu-os no bolso, abandonando a sala onde estava no Parlamento. Só depois de o deputado ter saído, é que os jornalistas se aperceberam que este tinha levado os gravadores. Um facto que ficou registado pela câmara da ‘Sábado' que filmava a entrevista.
Até ao fecho desta edição não foi possível contactar Ricardo Rodrigues. 

in CM - ler notícia

A ética republicana e socialista - o triste caso das mentiras combinadas entre dois aldrabões

Os répteis que precisam de uma lição, pá...




O Correio da Manhã de hoje foi desencantar umas escutas entre José Sócrates e Luís Arouca, a propósito do caso da licenciatura daquele, pela Independente.
O jornal não diz onde apanhou as escutas, onde foram realizadas e agora uma coisa é certa: perante decisões recentes dos tribunais, estas escutas revestem insofismável interesse público e daí a legitimidade absoluta da sua publicação. A questão da sua validade jurídico-processual agora " não interessa nada", embora mereça discussão a fazer noutra altura.

O que releva destas conversas de José Sócrates com Luís Arouca? Uma evidência: José Sócrates no auge da polémica do caso Independente, combinou com Luís Arouca, reitor da Universidade acertar versões sobre aldrabices.
O mesmo José Sócrates vai ao fundo da questão quando lhe disse: " anda para aí uma campanha(...) que visa no fundo, dizer o seguinte: ele não concluiu a licenciatura."
A tal campanha passava " ao nivel deses répteis...ao nível da blogosfera e do anonimato...e da ordinarice".
A blogosfera em causa, era evidentemente o blog Do Portugal Profundo, cujo autor, António Caldeira foi processado criminalmente por José Sócrates e buscado, interrogado, vilipendiado como poucos o foram, por tais motivos, em Portugal. Acabou sem condenação alguma e sendo-lhe reconhecida implicitamente a atitude valorosa, corajosa e determinada nessa acção de denúncia de uma vigarice comprovada, praticada por um governantes em funções. Na altura contavam-se pelos dedos os que tinham a coragem de dizer publicamente, escrever e indignarem-se com as aldrabices notórias que vinham a lume.

Agora repare-se nesta ordinarice e no comportamento reptilíneo do que apoda de répteis os anónimos da blogosfera:

"O que eu acho importante...nós podíamos combinar, e que é verdade; primeiro, nós só nos conhecemos pessoalmente depois de eu terminar a licenciatura." E responde o interlocutor Arouca "é a pura das verdades".
Sendo verdade este facto, não é o facto também dito na altura por José Sócrates acerca de só ter conhecido o seu professor António Morais, na altura em que entrou na Independente. José Sócrates sabe perfeitamente que tal não é verdade e quem o poderia ter desmentido na altura seria a mulher de Morais. Não o fez porque estava em processo de separação e divórcio do tal Morais. E teve medo. Medo era algo que nessa altura as pessoas sentiam a propósito do governo de José Sócrates. Medo de ser prejudicado no emprego, socialmente e na sua vida particular.

Portanto, talvez por isso mesmo, na conversa a seguir dá-se a chave para o entendimento desta questão: quando José Sócrates evoca o jornalista (um só, do Público, José António Cerejo e que repescou o que vinha no blog Do Portugal Profundo) que lhe queria traçar o perfil como estudante na Independente, tomou a precaução de assinalar ao reitor que não queria que se soubesse o nome dos seus professores.
Nisso é claríssimo:" Não, não...não...não...não há nomes de professores, nem o professor se lembra...nem tem...enfim..."
José Sócrates nesta fase da conversa já dá ordens ao reitor da Independente. Claríssimo. E este obedece e assenta. E por fim um pedido explícito de favor concreto:
" Se o professor chamasse a si estes papéis e lhes desse uma vista de olhos, ainda poderíamos voltar a falar..."

"Com certeza..." responde solícito o reitor. Que acrescenta: "... realmente esses gajos ( os tais répteis) precisam de uma lição pá..."

Esta conversa, contextualizada no tempo e no modo dá o retrato quase completo de um indivíduo que nos governou durante seis anos.
Quando estas coisas aconteceram, os "répteis" da blogosfera alertaram para o perigo destes predadores maiores e armados em caça répteis. Poucos quiseram ouvir.
Aquando de outro escândalo ainda maior que este, no caso Face Oculta, continuaram a fazer ouvidos de mercador e a ocultar dolosamente factos gravíssimos.

Só resta perguntar porquê. Porquê?! Mas porquê?!!!

A resposta, como diria Bob Dylan, anda no vento. A não ser que também tenham recebido garantias como as que foram então dadas ao reitor: " ..e quando eu puder ajudar, que agora não posso, bem sei, mas quando eu puder ajudar cá estarei...cá estarei..."

Actualmente está em Paris, numa outra aldrabice do género. Disse que ia estudar Filosofia. Não foi. Vive em condições pessoais e em circunstâncias que são um mistério para a generalidade das pessoas. Faz uma vida pessoa que não deveria interessar a ninguém porque é privada mas usa-a para continuar a intervir no espaço público e político. Saiu completamente impune do que fez durante seis anos e a sensação de injustiça é evidentemente gritante e brada aos céus.
Por vezes anda por cá, ameaçando entrar novamente no jogo político, influenciando votações democráticas e tentando fazer o mesmo que sempre fez.
E já fez notar para não se esquecerem dele, emigrado de Paris, porque ele também não se esqueceria...

Resta saber desta vez a quem prometeu. Publicamente, porque deveria saber-se.

Enquanto este indivíduo não for irradiado definitivamente da política corremos sérios riscos de o apanhar outra vez nas curvas das votações partidocráticas. Depois não digam que não foram avisados...

in portadaloja - post de josé

Cesário Verde nasceu há 157 anos

José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de fevereiro de 1855 - Lumiar, 19 de julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as actividades de comerciante herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.



Impossível

Nós podemos viver alegremente,
Sem que venham com fórmulas legais,
Unir as nossas mãos, eternamente,
As mãos sacerdotais.

Eu posso ver os ombros teus desnudos,
Palpá-los, contemplar-lhes a brancura,
E até beijar teus olhos tão ramudos,
Cor de azeitona escura.

Eu posso, se quiser, cheio de manha,
Sondar, quando vestida, pra dar fé,
A tua camisinha de bretanha,
Ornada de crochet.

Posso sentir-te em fogo, escandescida,
De faces cor-de-rosa e vermelhão,
Junto a mim, com langor, entredormida,
Nas noites de verão.

Eu posso, com valor que nada teme,
Contigo preparar lautos festins,
E ajudar-te a fazer o leite-creme,
E os mélicos pudins.

Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo,
Dar-te a vida, o calor, dar-te cognac,
Hinos de amor, vestidos de veludo,
E botas de duraque

E até posso com ar de rei, que o sou!
Dar-te cautelas brancas, minha rola,
Da grande loteria que passou,
Da boa, da espanhola,

Já vês, pois, que podemos viver juntos,
Nos mesmos aposentos confortáveis,
Comer dos mesmos bolos e presuntos,
E rir dos miseráveis.

Nós podemos, nós dois, por nossa sina,
Quando o Sol é mais rúbido e escarlate,
Beber na mesma chávena da China,
O nosso chocolate.

E podemos até, noites amadas!
Dormir juntos dum modo galhofeiro,
Com as nossas cabeças repousadas,
No mesmo travesseiro.

Posso ser teu amigo até à morte,
Sumamente amigo! Mas por lei,
Ligar a minha sorte à tua sorte,
Eu nunca poderei!

Eu posso amar-te como o Dante amou,
Seguir-te sempre como a luz ao raio,
Mas ir, contigo, à igreja, isso não vou,
Lá essa é que eu não caio!

in
O Livro de Cesário Verde - Cesário Verde

O imortal Caruso nasceu há 139 anos

Enrico Caruso (Nápoles, 25 de fevereiro de 1873 — Nápoles, 2 de agosto de 1921) foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos.

Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade, na cidade natal. Recebeu as primeiras aulas de canto de Guglielmo Vergine. Atuou, entre outras óperas, na estreia de Fedora e La Fanciulla del West, do compositor italiano Giacomo Puccini. As mais famosas interpretações foram como Canio na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo e como Radamés, em Aida, de Giuseppe Verdi. Na metade da década de 1910 já era conhecido internacionalmente. Era constantemente contratado pelo Metropolitan de Nova Iorque, relação que persistiu até 1920. Caruso foi eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, e por muitos considerado o melhor cantor de ópera de todos os tempos.
O compositor lírico Giacomo Puccini e o compositor de canções populares Paolo Tosti foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.
Caruso apostou na nova tecnologia de gravação de som em discos de cera e fez as primeiras 20 gravações em Milão, em 1895. Em 1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala. A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente a ambos, nas duas primeiras décadas do século XX. Suas gravações foram recuperadas e, remasterizadas, encontraram o meio moderno e duradouro de divulgação de sua arte no disco compacto, CD.
O repertório de Caruso incluía cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora ele tenha cantado também em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as canções populares do momento.
Sua vida foi tema de um filme norte-americano, permeado de ficção, intitulado O Grande Caruso (The Great Caruso), de 1951, com o cantor lírico Mario Lanza interpretando Caruso. Devido ao seu conteúdo altamente ficcional, o filme foi proibido na Itália.
No filme Fitzcarraldo de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel de Fitzcarraldo, aparece, no início da projeção, uma entrada de Caruso na Ópera de Manaus, no Brasil, onde Caruso de facto nunca se apresentou.
Os últimos dias da sua vida são narrados de forma romantizada na canção Caruso, de Lucio Dalla (1986).






Caruso - Lucio Dalla

Qui dove il mare luccica
e tira forte il vento
su una vecchia terrazza davanti al golfo di Sorrento
un uomo abbraccia una ragazza
dopo che aveva pianto
poi si schiarisce la voce e ricomincia il canto

Te voglio bene assai
ma tanto tanto bene sai
e' una catena ormai
che scioglie il sangue dint' e' vene sai

Vide le luci in mezzo al mare
pensò alle notti la in America
ma erano solo le lampare
e la bianca scia di un'elica
sentì il dolore nella musica
si alzò dal Pianoforte
ma quando vide la luna uscire da una nuvola
gli sembrò più dolce anche la morte
Guardò negli occhi la ragazza
quegli occhi verdi come il mare
poi all'improvviso uscì una lacrima
e lui credette di affogare

Te voglio bene assai
ma tanto tanto bene sai
e' una catena ormai
e scioglie il sangue dint'e vene sai

Potenza della lirica
dove ogni dramma e' un falso
che con un po' di trucco e con la mimica
puoi diventare un altro
Ma due occhi che ti guardano
così vicini e veri
ti fanno scordare le parole
confondono i pensieri.

Così diventò tutto piccolo
anche le notti la in America
ti volti e vedi la tua vita
come la scia di un'elica

Ah si, e' la vita che finisce
ma lui non ci pensò poi tanto
anzi si sentiva felice
e ricominciò il suo canto

Te voglio bene assai
ma tanto tanto bene sai
e' una catena ormai
che scioglie il sangue dint'e vene sai

Alfredo Marceneiro nasceu há 121 anos

(imagem daqui

Alfredo Rodrigo Duarte (n. Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - m. Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro devido a sua profissão, foi um fadista Português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal.

Alfredo Marceneiro nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de baptismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família muito humilde, oriunda do Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar a escola primária. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro. Apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos.
Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.
Nos anos 1930, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Em 3 de janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a Casa da Mariquinha, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982 com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.


LoveFoxxx, dos Cansei de Ser Sexy, faz hoje 28 anos

LoveFoxxx ou Luísa LoveFoxxx, nomes artísticos de Luísa Hanaê Matsushita, (Campinas, 25 de fevereiro de 1984) é uma cantora brasileira. Seu Pai é descendente de japoneses e sua mãe é descendente de alemães.
Aos dezasseis anos, foi morar em São Paulo e na mesma época, quando começou a trabalhar com ilustrações, já passou a assinar seus trabalhos como Luísa LoveFoxxx. Já trabalhou na revista Capricho, para o estilista Caio Giobbi e foi ilustradora do site Chic, da jornalista Glória Kalil. Em 2003, enquanto trabalhava como designer gráfico de estilo para as grifes Triton e Fórum, entrou para a banda Cansei de Ser Sexy e posteriormente, largou o emprego para dedicar-se unicamente ao grupo. O sexteto foi contratado em 2005 pela Trama e no ano seguinte, pelo selo americano Sub Pop, berço de bandas como Nirvana e Mudhoney.
Foi apresentadora do programa Music Box no SBT e em 2006, assinou as ilustrações de uma coleção de sandálias Melissa, assim como o novo design da fachada das lojas. Também ganhou uma coluna na revista Capricho.
Foi escolhida em 2007 pela revista especializada NME (New Music Express) como uma das três personalidades mais "cool" do mundo. Em 2008 é capa de abril da importante revista inglesa de cultura jovem Dazed & Confused.


Renoir nasceu há 171 anos

Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 - Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919) foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista.

Desde o princípio sua obra foi influenciada pelo sensualismo e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza de seu ofício anterior como decorador de porcelana. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de fato, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, por sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor, durante seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu em uma mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados, e seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou Ao Piano, em 1892.

Primeiros anos
Renoir nasceu em Limoges em 25 de fevereiro de 1841. Seu pai, Léonard, era alfaiate e sua mãe, Marguerite, costureira. Eram uma família de classe média e em 1844, mudaram-se para Paris para tentar uma vida melhor. Renoir estudou até os 13 anos, depois começou a trabalhar em uma fábrica de porcelana dos Irmãos Lévy onde pintava buquês e flores em artigos de porcelana. Ficou na fábrica até os 17 anos e depois foi trabalhar para M. Gilbert pintando temas religiosos vendidos a missionários e pintou em leques e tecidos que eram mais bem remunerados na época e que lhe permitiu juntar algumas economias.
Em 1862 após juntar dinheiro com seu trabalho, Renoir realiza seu sonho: aos 21 anos muda-se pra Parìs e entra para a École des Beaux-Arts de Paris ("Escola de belas artes"). Entrou também para o ateliê de Charles Gleyre. Assistindo às aulas no ateliê, além de aperfeiçoar a sua técnica, conquistou a amizade de Alfred Sisley, Monet e Bazille, com quem compartilhou dias de muita conversa e teorização em Paris e de árduo trabalho em Argenteuil, pintando ao ar livre.
Em 1863, Renoir abandonou a École des Beaux-Arts e passou a pintar ao ar livre em Fontainebleau. A sua primeira obra A Esmeralda entrou para o Salão em 1864, com ela Renoir conseguiu um certo sucesso. Porém após a exposição, Renoir destruiu-a. Em 1865, Renoir e seus amigos tornaram-se próximos de Manet depois, ele conseguiu uma certa noteriedade após expor as suas obras "Almoço na Relva" e "Olympia". legal
Com a guerra franco-prussiana, seus amigos pintores dispersaram-se e Renoir passou a se hospedar constantemente na casa do amigo Jules Le Couer. Foi na casa de Le Couer que Renoir conheceu Lise Trèhot que passou a ser sua modelo preferida durante um certo tempo. Entre as obras de destaque que Lise posou estão: "Mulher com a sombrinha" (de 1867), "A jovem Cigana" (de 1868) e seu último quadro como modelo que foi "Mulher com periquito" (de 1871).
Lise com a sombrinha é considerada sua primeira obra de destaque. Lise pousou para a tela em Fontainebleau entre as folhagens de uma floresta. Com um vestido todo branco onde poderia apreciar-se os jogos de luz e sombra. A obra era inspirada em Coubert. Apesar do relativo sucesso da obra na ocasião, Renoir atravessava dificuldades financeiras. Em 1869 morava com Lise, de dezanove anos, na casa de seus pais.
Em 1870, Renoir se alistou na cavalaria para lutar na guerra franco-prussiana, mas deu baixa um ano depois por causa de uma doença. Neste mesmo ano, morreria na guerra seu amigo Bazille.

Período impressionista
Entre 1870 à 1883, Renoir entra em seu período impressionista. Pinta várias paisagens mas suas obras são mais caracterizada ao retratar a vida social urbana.
No salão de 1872, ele expôs a tela "Mulheres parisienses vestidas como Argelinas" no Salão Oficial o que lhe conferiu grande sucesso. No ano seguinte, Renoir alugaria um apartamento em Montmartre onde pintou duas obras famosas: "O camarote" e "A bailarina". Em 1873, junto aos seus amigos impressionistas, Renoir expôs suas obras em um salão alternativo ao Salão Oficial de Paris que foi um fracasso. Neste salão alternativo, Renoir vendeu seu quadro "O camarote" por 425 francos.
No ano de 1875, Renoir vendeu "O passeio" por 1.200 francos. Com o dinheiro ele pode alugar um prédio maior em Montmartre onde ele pintou várias obras. Em 1876, Renoir pintou várias obras famosas: "Nu ao sol", "O balanço" e "Le moulin de la galette". A obra "Le moulin de la galette" foi exposto no terceiro salão alternativo dos impressionistas e trouxe-lhe grande reputação.

Período seco
Em 1881, Renoir passaria a buscar novas inspirações. Primeiro foi à Argélia depois à Itália. Na Itália, Renoir conheceu os grandes centros: Milão, Roma, Veneza, Nápoles. O que mais lhe impressionou na viagem foi ver de perto as obras de Rafael.
A viagem foi uma inspiração para buscar mais consistência em sua obra tentou tornar-se um artista em grande estilo renascentista. As figuras de suas obras tornaram-se mais imponentes e formais, e muitas vezes abordou temas da mitologia clássica. O contorno de seus personagens tornaram-se mais precisos, formas desenhadas com mais rigor e cores mais frias.
Além de Rafael, Renoir foi influenciado pela obra de Ingres, pintor neoclássico, que admirava e defendia em debates com os amigos impressionistas.
Esse novo período em sua arte, de 1883 a 1887, ficou conhecido como período seco. Nesta nova fase não houve mais espaço para pintura ao ar livre.
Renoir começaria a realizar estudos do qual surgiria uma de suas grandes obras: "As grandes banhistas" que só ficou pronta em 1887.

Período iridescente
Chamada pelo pintor de período iridescente, a partir de 1889 Renoir mudaria novamente de estilo. Era uma fase de recuperação da liberdade da juventude. Em 1890, ele pintou "Duas meninas colhendo flores" e "No prado". Passou também a pintar muitos nus e retratos (ainda uma das maiores fontes económicas do pintor).
Em 1894, Renoir teve mais um filho, Jean Renoir, que se tornaria um grande cineasta francês cuja maiores obras seriam A grande Ilusão e A Regra do jogo. Em 1901, Renoir e Aline tiveram mais um filho, Claude, apelidado de Coco.
Em 1903, Renoir ao piorar da artrite mudou-se para Cagnes. Passou a retratar Gabrielle, jovem contratada para servir seus pequenos filhos.
Sentindo cada vez mais dificuldades para segurar os pincéis e acabou tendo que amarrá-los às mãos. Começou também a esculpir, na esperança de poder expressar seu espírito criativo através da modelagem, mas até para isso ele precisou de ajuda, que veio na forma de dois jovens artistas, Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam segundo suas instruções.
Apesar das graves limitações físicas, Renoir continuou trabalhando até o último dia de sua vida. Em 1908, ele pintou sua versão para "O julgamento de Paris".
Aline morreu em 1915 e Renoir em 1919 aos 78 anos.

Le bal du moulin de la galette - 1876




George Harrison nasceu há 69 anos

  
George Harrison (Liverpool, 25 de fevereiro de 1943 - Los Angeles, 29 de novembro de 2001) foi um artista inglês, cuja carreira abrangeu diversas áreas. Guitarrista, cantor, compositor, ator e produtor de cinema, Harrison atingiu fama internacional como guitarrista dos Beatles. Por vezes referido como "o Beatle calmo", Harrison, com o passar do tempo, tornou-se um admirador do misticismo indiano, introduzindo-o aos Beatles, assim como aos seus fãs do Ocidente. Após a dissolução da banda, ele teve uma bem-sucedida carreira solo; posteriormente, também obteve sucesso como membro do Traveling Wilburys e como produtor de cinema e musical. Harrison ocupa a 11ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista Rolling Stone.
Ainda que a maioria das músicas dos Beatles tenham sido compostas por Lennon e McCartney, os álbuns do grupo, a partir de With the Beatles (1963), geralmente incluíam uma ou duas músicas de autoria de Harrison. Suas últimas composições com o grupo incluíram "Here Comes the Sun", "Something" e "While My Guitar Gently Weeps". À época do fim da banda, Harrison havia acumulado uma grande quantidade de material, lançado em seu aclamado álbum triplo All Things Must Pass, de 1970, do qual saíria o single "My Sweet Lord". Em complemento à sua carreira solo, Harrison co-escreveu, junto de Ringo Starr, duas músicas de sucesso, assim como músicas para os Traveling Wilburys - o supergrupo formado por ele, Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison, em 1988.
Harrison se envolveu com a cultura indiana e o hinduísmo no meio dos anos 60, ajudando a expandir e disseminar, pelo Ocidente, instrumentos como o sitar e o movimento Hare Krishna. Juntamente de Ravi Shankar, ele organizou um grande evento de caridade em 1971, o Concerto para Bangladesh.
Além de músico, Harrison também foi um produtor musical e co-fundador da HandMade Films. Em seu trabalho como produtor de cinema, ele colaborou com artistas como Monty Phyton e Madonna.
Casou-se duas vezes, com a modelo Pattie Boyd, de 1966 a 1974, e por 23 anos com Olivia Trinidad Arias, com quem teve um filho, Dhani Harrison. Era amigo íntimo de Eric Clapton. É o único Beatle a ter publicado uma autobiografia, I Me Mine, em 1980. Harrison morreu de cancro de pulmão, em 2001.


sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Hoje é dia de recordar o álbum Cerco dos Xutos


Barcos Gregos - Xutos & Pontapés
Letra de Tim e música de Xutos & Pontapés

Já estou farto de procurar
Um sítio para me encaixar
Mas não pode ser
Está tudo cheio, tão cheio, cheio
Mas o que é que eu vou fazer

Já estou farto de procurar
Um sítio para trabalhar
Mas não pode ser
Está tudo cheio, tão cheio, cheio
Mas o que é que eu vou fazer

Eu vou para longe, para muito longe
Fazer-me ao mar, num dia negro
Vou embarcar, num barco grego
Falta-me o ar, falta-me emprego
Para cá ficar

Já estou farto de descobrir
Tantas portas por abrir
Mas não pode ser, é tudo feio, tão feio, feio
Mas o que é que eu vou fazer

Eu vou para longe, para muito longe
Fazer-me ao mar, num dia negro
Vou embarcar, num barco grego
Falta-me o ar, falta-me emprego
Para cá ficar


Tim: Baixo e Voz
Kalú: Bateria e Voz
Zé Pedro: Guitarra
João Cabeleira: Guitarra
Gui: Saxofone e Voz

A última neta de um Rei de Portugal morreu hoje

Maria de Adelaide de Bragança van Uden integrou resistência aos nazis
Neta do Rei D. Miguel morre aos 100 anos

Maria Adelaide de Bragança tinha celebrado o 100.º aniversário em Janeiro

Maria Adelaide de Bragança van Uden, neta do rei D. Miguel, morreu esta sexta-feira na Caparica, aos 100 anos, disse à Lusa um dos seus filhos, que adiantou que as cerimónias fúnebres decorrerão "em ambiente familiar".

"Haverá, no entanto, missa de sétimo dia no Mosteiro dos Jerónimos, na próxima quinta-feira às 20h00", disse à Lusa Francisco de Bragança van Uden.

A infanta Maria Adelaide foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito Civil pelo Presidente da República, num jantar realizado em Lisboa em sua homenagem a 31 de janeiro, quando completou 100 anos.

Maria Adelaide integrou a resistência austríaca aos nazis, esteve presa e veio viver para Portugal, onde criou a Fundação Nun'Álvares Pereira para apoio aos carenciados.

"É um exemplo de vida pela estatura moral", disse à Lusa Raquel Ochoa, autora de uma biografia da infanta editada em Maio de 2011.

Maria Adelaide de Bragança é tia do actual duque de Bragança, Duarte Pio de Bragança, filha do exilado D. Miguel, da linha dinástica banida de Portugal pela Convenção de Évora Monte, de 1834, após a derrota do rei D. Miguel pelas tropas liberais que apoiavam o irmão, D. Pedro IV, que proclamou a independência do Brasil, e sua filha, D. Maria II.

Detida pelas tropas nazis, tendo sido salva de fuzilamento 'in extremis' após várias diligências de António Oliveira Salazar, então presidente do Conselho de Ministros, que se indignou por terem prendido uma infanta portuguesa.

in CM - ler notícia

NOTA: tia-avó do atual Duque de Bragança, viveu uma longa e proveitosa vida, pensando primeiro nos outros do que em si própria, pondo em risco a própria vida para defender o seu país, os seus concidadãos e as ideias que lhe eram caras. Deixa um exemplo e um património de bem-fazer que nos levará a recordá-la por muitos e bons anos. Obrigado, Infanta Maria Adelaide de Bragança.

História do tempo em os cavalos eram pequeninos e o calor os fazia diminuir

Paleontologia
Calor fez diminuir tamanho de cavalos há 56 milhões de anos

A reconstrução de um cavalo da altura a tocar no nariz de um cavalo moderno  
(Danielle Byerley/Museu de História Natural da Florida)

Há mais de 50 milhões de anos, a Terra era um local mais quente do que hoje e cavalos do tamanho de gatos corriam nas florestas da América do Norte, descobriram cientistas dos Estados Unidos, que publicaram nesta quinta-feira um artigo na Science.

Estes cavalos primitivos, conhecidos como Sifrihippys, encolheram de tamanho ao longo de dezenas de milhares de anos para se adaptarem às temperaturas mais altas durante um período em que as emissões de metano atingiram um pico, provavelmente devido a uma série de erupções vulcânicas.

A investigação pode dar indicações de como é que os animais que vivem hoje no planeta vão adaptar-se ao aquecimento provocado pelas alterações climáticas de causa humana, defendem os cientistas.

Os investigadores fizeram esta descoberta depois de analisarem fósseis de dentes de cavalos descobertos no estado de Wyoming, EUA. Os fósseis mostraram que os espécimes mais antigos tinham dentes maiores, o que significa que a espécie diminuiu ao longo do tempo.

Muito animais acabaram por se extinguir durante um período de 175.000 anos conhecido pelo Máximo Térmico do Paleoceo–Eoceno, há cerca de 56 milhões de anos. Outros animais ficaram mais pequenos para sobreviverem num mundo com menos alimento.

“Por ser um período de tempo suficientemente longo, há um argumento forte de que estamos a olhar para a selecção natural e para a evolução – isso corresponde à mudança de temperatura como força motriz da evolução destes cavalos”, disse o co-autor Jonathan Bloch, do Museu de História Natural da Florida.

As temperaturas médias do globo subiram cerca de 5,7 ºC durante o período de tempo em que quantidades enormes de carbono entraram na atmosfera e nos oceanos. A superfície do mar do Árctico seria de cerca de 23 ºC, uma temperatura semelhante às águas subtropicais de hoje.

A investigação mostrou que o Sifrhippus diminui quase para um terço do tamanho original, alcançando o tamanho de um pequeno gato de quatro quilos nos primeiros 130.000 anos deste período. Depois, ao fim de um período de 45.000 anos, os cavalos foram aumentando de tamanho até aos sete quilos.

Durante este período, cerca de um terço dos mamíferos conhecidos também ficaram mais pequenos, alguns reduziram para metade do tamanho.

“Isto tem implicações para o que poderemos esperar que aconteça nos próximos dois séculos, pelo menos a partir de alguns modelos climáticos que prevêem um aumento de até 4 ºC na temperatura ao longo dos próximos 100 a 200 anos”, disse Ross Secord, outro autor do estudo, da Universidade de Nebrasca.

Já foi observada uma diminuição do tamanho de alguns pássaros quando são comparados com as versões que existiam no passado, quando o clima era mais frio, argumenta o cientista.

No entanto, estima-se que as previsões das mudanças do clima ocorram já nos próximos dois séculos. Este máximo térmico que aconteceu há 56 milhões de anos ocorreu muito mais gradualmente, demorando entre 10.000 e 20.000 anos para a temperatura subir os seis graus.

“Por isso há uma grande diferença na escala e a questão é: ‘Vamos ver o mesmo tipo de resposta?’ Será que os animais são capazes de responder às mudanças e reajustarem o tamanho dos seus corpos durante o próximo par de séculos?”, questionou o cientista. 

Floresta paleozóica encontrada perfeitamente preservada na China!

Descoberta floresta fossilizada com 298 milhões de anos

Uma representação da floresta encontrada na China
 
Na China desenterrou-se uma Pompeia do mundo natural com 298 milhões de anos. As cinzas de uma erupção cobriram uma floresta de fetos arbóreos, que ficou preservada até agora. O retrato deste pântano tropical está descrito na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences desta semana e permite compreender melhor a evolução das florestas da Terra numa altura em que ainda não havia flores.

“É como [a cidade romana] Pompeia”, disse em comunicado Herrmann Pfefferkorn, um dos autores do estudo, que pertence à Universidade de Pensilvânia, referindo-se à cidade situada na Itália que ficou cristalizada pelas cinzas do Vesúvio durante a erupção de 79 d.C. “Pompeia dá-nos um conhecimento profundo sobre a cultura romana, mas não nos diz nada sobre a história da [civilização] romana em si mesmo.”

Por outro lado, permite a comparação. Pompeia “elucida-nos o tempo que veio antes e que veio depois. Esta descoberta é semelhante. É uma cápsula do tempo, e desse ponto de vista permite-nos interpretar muito melhor o que aconteceu antes e depois”, disse o cientista.

E que tempo é este? Na cronologia da história geológica, há 298 milhões de anos, a Terra encontrava-se no início do período Pérmico, antes da era dos dinossauros. Nesta altura os mamíferos e as plantas com flor ainda não existiam e os répteis e as coníferas – o grupo de plantas a que os pinheiros pertencem – eram uma aquisição recente da evolução.

O mundo terrestre era dominado por anfíbios e por fetos com porte de árvore. E as placas tectónicas estavam a acabar de se juntar para formar a Pangeia. O local arqueológico que os cientistas da Academia de Ciência chinesa estudaram, na região da antiga Mongólia, no Norte da China, era na altura uma super ilha separada do continente, que se situava a latitudes tropicais, no Hemisfério Norte.

Os cientistas fizeram um verdadeiro trabalho de ecologia paleontológica com estratos soterrados que desenterraram, analisando 1000 metros quadrados de área florestal em três sítios diferentes. Se não tivesse havido erupção, ao longo de milhões de anos aquela paisagem ter-se-ia transformado em carvão no interior da Terra, como aconteceu em muitos locais semelhantes a norte a sul da formação.

Mas a cinza fez fossilizar a floresta, que ficou comprimida em 66 centímetros de solo e fez com que a equipa pudesse recriar um retrato detalhado da floresta. “Está maravilhosamente preservada”, disse Pfefferkorn. “Podemos estar ali a olhar e encontrar um ramo com folhas, e depois encontramos o outro ramo e o outro ramo. Depois encontramos um cepo da mesma árvore. É realmente emocionante.”

Os cientistas encontraram seis grupos de plantas diferentes com várias espécies em cada grupo. Há um estrato mais basal com fetos arbóreos, de onde de quando em vez saem árvores mais finas e altas que parecidas a um espanador de penas, com 25 metros de altura. Encontraram também um grupo de plantas extinto que libertava esporos e árvores que parecem ser antepassados das cicadófitas, plantas sem flores que fazem lembrar palmeiras.

"Isto agora é a base. Qualquer outra descoberta, normalmente muito menos completa do que esta, tem que ser avaliada com base no que determinámos aqui", disse Pfefferkon, referindo-se à evolução da flora daquela altura.


NOTA: há pequenas imprecisões na notícia - há 298 M.a. estávamos mesmo no limite entre Carbónico e o Pérmico e a cidade de Pompeia não ficou cristalizada (ficou, parcialmente, bem preservada...). Mas tirando isto e alguns termos de botânica que podiam ser melhor explanados, a notícia não está má...

Hoje o blog Geopedrados está, em espírito, no Estádio do Dragão



No ano em que celebram 33 anos de carreira, os Xutos reeditam "Cerco", o álbum que definiu a determinação e garra que levariam a banda a tornar-se matéria lendária da música portuguesa.

Em 1985, quando todas as editoras recusavam contratá-los, Tim e companhia foram para estúdio, canalizaram a revolta para os instrumentos e, em poucos dias, saíram de lá com uma rodela em que cabiam temas como "Homem do leme" ou "Conta-me histórias".

Essa rodela chamava-se "Cerco". Pode não ter sido o primeiro da discografia dos Xutos & Pontapés, mas foi o álbum decisivo. Foi o primeiro, isso sim, com a guitarra de Zé Cabeleira e com a participação do saxofonista Gui.

O resto é a história que se conhece: salas esgotadas, uma legião de fãs em crescimento constante e um extenso rol de canções tornadas hinos do rock nacional. 




XUTOS & PONTAPÉS editam «O CERCO CONTINUA» Lançamento no DRAGÃO CAIXA 24 de Fevereiro | 21h30

No ano em que os Xutos celebram o seu 33º aniversário, O CERCO CONTINUA…
Continua em palco no Dragão Caixa, no Porto.
Bilhetes à venda em exclusivo na FNAC e em www.bilheteiraonline.pt, ao preço único de 20,00 €
O bilhete inclui a oferta do CD a todos os espectadores no Dragão Caixa.
O CERCO CONTINUA… a provar que resistir é vencer!

Cover fantastico de Rolling in the Depp da artista britânica Adele.

O Rei D. José I morreu há 235 anos


D. José I de Portugal (nome completo: José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança; 6 de junho de 1714 - 24 de fevereiro de 1777), cognominado O Reformador devido às reformas que empreendeu durante o seu reinado, foi Rei de Portugal da Dinastia de Bragança desde 1750 até à sua morte. Casou, em 1729, com D. Mariana Vitória de Bourbon, infanta de Espanha.

O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesas, transformando Portugal num país moderno. A 1 de novembro de 1755, D. José I e a sua família sobrevivem à destruição do Paço Real no Terremoto de Lisboa por se encontrarem na altura a passear em Santa Maria de Belém. Depois desta data, José I ganhou uma fobia de recintos fechados e viveu o resto da sua vida num complexo luxuoso de tendas no Alto da Ajuda em Lisboa. Outro ponto alto do seu reinado foi a tentativa de regicídio que sofreu a 3 de setembro de 1758 e o subsequente processo dos Távoras. Os Marqueses de Távora, o Duque de Aveiro e familiares próximos, acusados da sua organização, foram executados ou colocados na prisão, enquanto que a Companhia de Jesus foi declarada ilegal e os jesuítas expulsos de Portugal e das colónias.
Quando subiu ao trono, D. José I tinha à sua disposição os mesmos meios de acção governativa que os seus antecessores do século XVII, apesar do progresso económico realizado no país, na primeira metade do século XVIII.
Esta inadaptação das estruturas administrativas, jurídicas e políticas do país, juntamente com as condições económicas deficientes herdadas dos últimos anos do reinado de D. João V, vai obrigar o monarca a escolher os seus colaboradores entre aqueles que eram conhecidos pela sua oposição à política seguida no reinado anterior.
Diogo de Mendonça, Corte Real Pedro da Mota e Silva e Sebastião José de Carvalho e Melo passaram a ser as personalidades em evidência, assistindo-se de 1750 a 1755 à consolidação política do poder central e ao reforço da posição do marquês de Pombal, com a consequente perda de importância dos outros ministros.
Uma segunda fase, de 1756 a 1764, caracteriza-se pela guerra com a Espanha e a França, pelo esmagamento da oposição interna - expulsão dos Jesuítas, reforma da Inquisição e execução de alguns nobres acusados de atentarem contra a vida do rei, entre os quais o duque de Aveiro e o marquês de Távora -, e pela criação de grandes companhias monopolistas, como a do Grão-Pará.
Uma terceira fase, até 1772 é marcada por uma grande crise económica e, até final do reinado, assiste-se à política de fomento industrial e ultramarino e à queda económica das companhias monopolistas brasileiras.
Todo o reinado é caracterizado pela criação de instituições, especialmente no campo económico e educativo, no sentido de adaptar o País às grandes transformações que se tinham operado. Funda-se a Real Junta do Comércio, o Erário Régio, a Real Mesa Censória; reforma-se o ensino superior, cria-se o ensino secundário (Colégio dos Nobres, Aula do Comércio) e o primário (mestres régios); reorganiza-se o exército. Em matéria de política externa, D. José conservou a política de neutralidade adoptada por seu pai. De notar ainda, o corte de relações com a Santa Sé, que durou 10 anos.

David Mourão-Ferreira nasceu há 85 anos

(imagem daqui)

David de Jesus Mourão-Ferreira (24 de fevereiro de 1927 - 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz de Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro, entre outros.
Mourão-Ferreira trabalhou para vários jornais, dos quais se destacam a Seara Nova e o Diário Popular, para além de ter sido um dos fundadores da revista Távola Redonda. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. No pós-25 de abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a janeiro de 1978 e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
Em 1981 é condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Em 1996 recebe o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e, no mesmo ano, recebe a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 11 netos.



Silêncio

Já o silêncio não é de oiro: é de cristal;
redoma de cristal este silêncio imposto.
Que lívido museu! Velado, sepulcral.
Ai de quem se atrever a mostrar bem o rosto!

Um hálito de medo embaciando o vidrado
dá-nos um estranho ar de fantasmas ou fetos.
Na silente armadura, e sobre si fechado,
ninguém sonha sequer sonhar sonhos completos.

Tão mal consegue o luar insinuar-se em nós
que a própria voz do mar segue o risco de um disco...
Não cessa de tocar; não cessa a sua voz.
Mas já ninguém pretende exp'rimentar-lhe o risco!

in
Tempestade de Verão (1954) - David Mourão-Ferreira