quinta-feira, maio 13, 2010

Como fazer blogues, sites e partilhar documentos com ferramentas Google

Do Blog Ciências Correia Mateus publicamos o seguinte post:



Decorreu no dia 21 de Abril, conforme aqui referido, a miniformação sobre ferramentas Google, com a presença de 10 inscritos e a promessa de uma continuação para que a BE/CRE (Biblioteca) do Agrupamento Dr. Correia Mateus faça o seu Blog.

Aqui ficam duas fotos do evento:


Aos presentes, que aguentaram estoicamente as minhas explicações, os nossos agradecimentos...

O Eyjafallajoekull em directo

Recebido via mailing list da GEOPOR:


Aquele vulcão com nome impronunciável tem webcams instaladas com streaming ao vivo… com imagem “normal” e imagem térmica… Fantástico!

Para ver aqui:

Saudações vulcânicas,
Ricardo Pereira

Monumento Natural das Portas de Ródão na Televisão

 Via mailing list da Geopor:
No próximo sábado, dia 15 de Maio, entre as 09.00 e as 10.00 horas, será emitido no espaço da Universidade Aberta, na RTP 2, um programa de 40 minutos sobre Geoconservação, dedicado em particular ao Monumento Natural das Portas de Ródão. Aproveito para agradecer a todos os que nele participaram, em especial ao colega Pedro Cunha que esteve na origem deste projecto. Desejamos que este seja o primeiro de uma série de outros programas dedicados à Geoconservação.

O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos

CONVITE

15 de Maio | sábado | 21.30 horas

Igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel

A Câmara Municipal de Sesimbra e a Confraria de Nossa Senhora do Cabo convidam V. Ex.ª a assistir à conferência intitulada O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos, que terá como oradores Miguel Magalhães Ramalho, professor jubilado da FCUL e coordenador do Museu Geológico, e Jacques Rey, professor emérito da Universidade de Toulouse, França.

O ciclo de conferências promovido no âmbito das comemorações dos 600 Anos do Santuário do Cabo Espichel apresenta este mês uma sessão dedicada à geologia e às origens do promontório. Como era a região há 140 milhões de anos, durante o Período Jurássico, ou como evoluiu o ambiente e a geografia nos milhões de anos seguintes são algumas das questões que vão ser debatidas nesta conferência.

Bem aventurados os pobres de espírito...


Embutido do espírito de perdão que a visita do último Rei Absoluto do mundo nos faz (e que também é o líder espiritual da maioria dos portugueses, incluindo o autor destas letras...), fiquemos em silêncio perante a falta de pudor e pouca vergonha deste senhor:


PS - depois disto, roubar é sempre justificável - e ai do Juiz que, caso um dia alguém roube de facto Ricardo Rodrigues, se atreva a julgar tal Robim dos Bosques - seria um caso de uma “violência psicológica insuportável”...


O sangue Neanderthal que nos corre nas veias


(Exposição Darwin 150, 200 - Museu da Ciência Universidade de Coimbra)

Na semana passada a revista Science publicou um artigo importantíssimo que abre uma janela verdadeiramente fascinante sobre a evolução recente da nossa espécie. Dada a sua importância, o artigo publicado pela equipa de Svante Paabo, do Max-Plank Institute de Leipzig, está disponível sem restrições e pode ser obtido aqui. Há também um conjunto de informações se recursos disponíveis numa página criada para o efeito. O artigo já foi aqui comentado pelo António Piedade.

Segundo as notícias que se seguiram na imprensa de todo o mundo, o artigo conclui que afinal corre sangue Neanderthal nas nossas veias. Quanto? Como sabemos isso? O que nos diz?

O laboratório de Svante Paabo é talvez o único actualmente com capacidade para realizar uma tarefa tão difícil como a de extrair e analisar DNA fóssil de Neanderthais. Foram eles os responsáveis pela descoberta recente de outra espécie de hominídeo, o Homem de Denisova que aqui comentei. Esta é uma tarefa dificílima. O DNA fóssil que é possível extrair de ossos parcialmente fossilizados apresenta-se sempre muito fragmentado, com sequências demasiado pequenas e, o que é mais complicado, extremamente contaminado com o DNA de outros organismos, particularmente de micro-organismos. Para se poder interpretar a informação é preciso ‘limpar’ o DNA identificando e removendo as partes que não pertencem ao DNA do organismo que se pretende analisar. O que só é possível por comparação de sequências.

Esta investigação só se tornou possível graças aos mapas genéticos de muitos organismos que entretanto foram sendo sequenciados e colocados disponíveis em bibliotecas de sequências de DNA. Programas de identificação de sequências podem então ser corridos para determinar se o material que está sequenciado pertence a uma bactéria ou a um hominídeo. Além disso, são necessárias condições de assepsia únicas para evitar contaminação pelo nosso DNA que é quase indistinguível do de um Neanderthal.

O que nos diz o estudo?


Comparando sequências extraídas de três ossos provenientes da localidade de Vindija, na Croácia (que se determinou pertencerem a três mulheres diferentes) com o de chimpanzé, e de cinco humanos (um francês, um chinês Han, um papuano da Nova Guiné, um africano San (bosquímano) e Yoruba (África ocidental), os investigadores chegaram à conclusão que há maior semelhança, relativamente a variantes novas de genes, dos Neanderthais com os europeus e asiáticos que com os africanos. A explicação mais plausível é que, quando os antepassados humanos saíram de África, há 80 mil anos, ter-se-ão cruzado com os Neanderthais no médio oriente. Estes cruzamentos tiveram que acontecer nessas populações ainda pequenas e antes de ocorrer a grande dispersão pela Ásia e a Europa dos homens modernos. De outro modo não é possível ter esta distribuição.

Prova-se inequivocamente que houve cruzamentos e que nós temos entre 1 e 4% de genes provenientes de Neanderthais. É uma pequena fracção, mas importante, tanto mais que está presente numa parte muito substancial da população humana.

Prova-se ainda que esses cruzamentos não ocorreram mais tarde na Europa ao longo dos 60 mil anos em que as duas sub-espécies conviveram. Se ocorreram foram muito limitados e pontuais, não havendo evidências neste estudo. Este resultado não vem corroborar as teses de João Zilhão e Eric Trinkaus sobre o menino de Lapedo, que tem sido mantido longe da investigação por outros cientistas. Não prova que ele seja um híbrido nem o seu contrário. Prova apenas que a hibridação era possível e aconteceu. Sabemos que aconteceu no Médio Oriente há 80 mil anos. Mas não há dados de que tenha acontecido na Europa mais tarde. Se tivesse sido muito extensa, então as semelhanças com os Europeus seriam maiores que com os Asiáticos, o que não se verifica. Serão necessários mais dados e de fósseis de outras regiões da Europa para poder ir mais longe.

Mas há um outro aspecto fascinante deste estudo: pela primeira vez temos um primeiro mapa genético, ainda que muito fragmentado, do nosso parente mais próximo, provavelmente pertencente à nossa espécie – é agora claro que a hibridização foi importante e teve consequências – extinto apenas há 28 mil anos. O artigo estima uma separação entre humanos actuais e Neanderthais tendo ocorrido há 270 000 – 440 000 anos. Este mapeamento de genes, que irá crescer nos próximos anos, formando uma biblioteca extensa do DNA Neanderthal, vai permitir-nos não só saber mais sobre a biologia dos Neanderthais como saber o que mudou, que genes se modificaram e conduziram à nossa evolução que foi tão bem sucedida nas últimas centenas de milhar de anos.

O artigo apresenta uma lista de 78 genes que estão modificados nos humanos actuais e têm uma configuração ancestral nos Neanderthais. E isto é fascinante. Há diferenças em genes ligados aos tecidos da pele e a sua pigmentação, receptores de estrogénio, afectando o movimento flagelar dos espermatozóides, evolvidos em processos de cicatrização, diabetes tipo II, ou metabolismo. Sabe-se que alguns dos genes com diferenças apresentam-se relacionados com capacidades cognitivas: certas mutações podem causar síndrome de Down, esquizofrenia, ou autismo. Esta biblioteca de dados irá seguramente crescer e permitir perceber melhor a evolução recente da nossa espécie.

A quantidade e qualidade de informação contida neste artigo é absolutamente impressionante e abre uma porta gigantesca sobre a investigação do nosso passado evolutivo de uma forma inimaginável há alguns anos.

in De Rerum Natura - post de Paulo Gama Mota

Podiam ao menos esperar que o Papa se fosse embora..

... pois o Senhor é velhinho e não tem culpa (penso eu...) destas trapalhadas. E, novamente, os pobres que paguem a crise:

Música apropriada ao dia


Convite - Fórum da Educação do BE


(clicar para aumentar)

quarta-feira, maio 12, 2010

Comemoração do Ano Internacional da Biodiversidade - projecto BioDiversity4All - Biodiversidade para todos


Sobre o projecto BioDiversity4All

O projecto BioDiversity4All - Biodiversidade para todos está a criar uma base de dados online sobre a Biodiversidade em Portugal, fundamentada na participação activa da sociedade civil e da comunidade científica.

O BioDiversity4All cria a possibilidade de todos contribuírem com registos de observações de plantas, animais e fungos e de usufruírem dessa informação, segundo o conceito Web 2.0, através de um site fácil e divertido de utilizar e explorar.

O projecto BioDiversity4All tem por missão unir o maior número de pessoas na promoção do conhecimento sobre a Biodiversidade. Queremos tornar-nos na mais completa, acessível e conhecida base de informação sobre a distribuição de espécies a nível nacional.

O projecto BioDiversity4All - Biodiversidade para todos para todos constituiu-se como Associação Sem Fins Lucrativos em Janeiro de 2010.


Uma ligação entre o público e a comunidade científica

O BioDiversity4All permite criar diversos benefícios para a sociedade, assumindo-se como uma plataforma aberta de ligação entre o público e a comunidade científica.

Se hoje em dia ainda se desconhece uma grande parte das espécies existentes na Terra, é igualmente grave o desconhecimento existente relativamente à distribuição e abundância das espécies que se conhecem.

Este desconhecimento não permite um efectivo diálogo entre a conservação da Natureza e as opções da sociedade para um desenvolvimento sustentado, quer ao nível do planeamento, quer nas acções individuais de cada um de nós. O facto de não conhecermos o que nos rodeia distancia-nos da necessidade e importância de conservar e de interagir com a Natureza de uma forma sustentável.

A informação obtida por intermédio do BioDiversity4All, com a contribuição e participação dos utilizadores pode proporcionar informação valiosa sobre a distribuição de espécies em Portugal; como exemplo: um utilizador interessado em fotografia descobre a presença de uma espécie pouco comum de planta em Trás-os-Montes, que acaba por ser validada por investigadores que estão a trabalhar com essa espécie. Um utilizador interessado em conhecer as espécies de mamíferos existentes junto da sua casa fica a conhecer informação sobre projectos de conservação que estão a decorrer.


A sua colaboração é muito importante

Constituir uma base de dados pública e permanentemente actualizada com informação sobre a Biodiversidade nacional só será possível pela canalização da informação já existente em diversos projectos e associações específicas, bem como pela angariação da colaboração do público.


Notícia sobre radioastronomia no Público

O Alentejo profundo vai receber cidade das estrelas 


Participação portuguesa no projecto trará mais-valias de 12 milhões de euros


Depois de receber a instalação da maior central fotovoltaica do mundo, o concelho de Moura foi escolhido para testar tecnologia de ponta que vai integrar o maior radiotelescópio do mundo, o SKA (Square Kilometre Array), 50 vezes mais preciso do que os actuais instrumentos de observação astronómica.


O SKA tem capacidade para revelar o nascimento das primeiras galáxias, detectar colisões entre buracos negros e, graças à sua elevada resolução, pode recolher provas do processo de formação de planetas noutros sistemas solares. A sua potência é tal que lhe permitirá captar o equivalente a um sinal de um transmissor de televisão proveniente de um planeta em órbita de uma estrela próxima do Sol. Esta sensibilidade e resolução tornarão também possível fazer a cartografia das proto-estruturas que deram origem às primeiras estrelas no Universo.

O gigantesco radiotelescópio irá ocupar uma área de três mil quilómetros quadrados numa região do hemisfério Sul, ainda em fase de apreciação: África do Sul, Austrália ou Nova Zelândia. Visto do ar, vai parecer-se com uma gigantesca estrela do mar.

São vários os factores que levaram a jovem equipa de cientistas portugueses, ingleses e holandeses a optar pela Herdade da Contenda: disponibilidade de área, espectro radioeléctrico limpo, custos do desenvolvimento das infra-estruturas bastante atractivos e excelentes condições iono e troposféricas. A região alentejana beneficia ainda de grande período de exposição solar e maior número de meses com elevada temperatura ambiente.

O local escolhido para testar módulos do radiotelescópio fica mesmo junto à fronteira, e do outro lado há um parque natural, "um sítio sossegado e calmo, adequado às experiências", comenta Domingos Barbosa, da Universidade de Aveiro, elo do projecto SKA em Portugal. A partir de Setembro decorrerão na Contenda os primeiros ensaios de funcionamento de uma unidade do sistema Embrace (Electronic Multibean Radio Astronomy Concept), que integra o núcleo do gigantesco radiotelescópio. A empresa municipal Lógica - Sociedade Gestora do Parque Tecnológico de Moura participa nos ensaios do equipamento e testes climatológicos.

O investimento total para a construção do maior radiotelescópio do mundo é de 1,5 mil milhões de euros. "É muito dinheiro, mas é um preço normal de um satélite de comunicação", realça Domingos Barbosa, frisando que Portugal receberá mais-valias no montante de 12 milhões de euros pela participação no projecto.

O docente da Universidade de Aveiro augura um bom futuro para Moura como "plataforma para o desenvolvimento da radioastronomia", assinalando as vantagens de que Portugal já dispõe "na formação em radioastronomia e astronomia" e que trará ao Alentejo um vasto leque de cientistas que não deixarão de projectar no exterior a participação portuguesa no SKA.

Na Europa do Centro e do Norte não se consegue testar antenas em condições dada a enorme densidade de aparelhos de GPS, televisores e outros instrumentos de telecomunicações. Em Moura, o espectro rádio é suficientemente limpo, "para ter acesso a bandas livres que nos permitem identificar pedaços da história do Universo", vaticina Domingos Barbosa.

Notícia sobre Paleontologia no Público

Paleontologia
Raio-X permite ver elementos químicos em fóssil de Archaeopteryx

A antiga ave é contemporânea dos dinossáurios

Um século e meio depois de ser descoberto, o fóssil do Archaeopteryx continua a dar informações inéditas. Investigadores utilizaram um aparelho de raio-x e identificaram elementos químicos no fóssil.


O estudo feito por uma equipa internacional de cientistas foi publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). Os investigadores verificaram que o que pareciam ser marcas das penas da ave com 150 milhões de anos, são afinal as penas fossilizadas.

“A descoberta que certos fósseis retêm a química detalhada do organismo original dá aos cientistas uma nova via para aprender mais sobre criaturas extintas há muito tempo”, disse em comunicado o investigador Rob Morton, do “Children of the Middle Waters Institute”, em Oklahoma.

O antigo fóssil foi irradiado com um raio-X do Stanford Synchrotron Accelerator Laboratory, que é muito potente e permitiu discernir diferentes tipos de elementos. O mapa químico revelou que as penas fossilizadas tinham fósforo e enxofre, constituintes presentes nas penas das aves de hoje. Nos ossos da ave, foram encontrados também elementos de cobre e zinco, que os investigadores acreditam terem sido importantes para a saúde do animal.

“Falamos de ligações físicas entre as aves e os dinossauros e agora também encontrámos ligações químicas”, disse Roy Wogelius, geoquímico da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Os cientistas realçam que esta técnica só se aplica a fósseis que ainda estejam ligados ao material rochoso original. Só assim é que se pode comparar a proporção dos elementos químicos com o ambiente em redor para haver certeza que os elementos pertenciam ao animal morto.

Lutar contra os efeitos secundários de longos anos de desrespeito pelos professores

Dia aberto do PNSAC 2010 - visita às Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios

Na semana passada, em 4 de Maio de 2010, fomos (eu, Fernando Martins, mais a Adelaide Martins e a Céu Machado) ao Dia Aberto do PNSAC. Começou tudo mal, pois a actividade que íamos fazer de manhã foi anulada (o Percurso Pedestre De Chãos à Gruta) por só haver três inscritos (isto de fazer um Dia Aberto de um Parque Natural a uma terça-feira se calhar não foi grande ideia - mas o facto de o Director do Parque ser o mesmo de bastantes mais, numa enorme dispersão geográfica, dá escolhas por vezes bizarras...).

Mas a tarde compensou - a visita ao futuro Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Vale de Meios foi excelente (os dois funcionários do Parque, como habitualmente, foram excelentes a explicar, simpáticos e merecem nota 20...). O local está bem preparado para visitas (só não se vê bem a placa de entrada) e as pedreiras em laboração (visitámos uma, onde tirámos fotos a alguns fósseis) ajudam a conservar e preservar o local. As pegadas, de terópodes, são excelentes (vimos contramoldes, noutro local, melhores do que as pegadas similares do Cabo Mondego, que já aqui publicámos) e há ainda um trilho de saurópodes.

É um local que, em contexto de visitas escolares em pequenos grupos, tem bastante potencial - esperemos que candidatura dos “Icnitos de Dinossáurios da Península Ibérica”, apresentada conjuntamente por Portugal e Espanha com vista à sua inclusão na Lista de Património Mundial, a permita divulgar e preservar...

E agora algumas fotos, de autoria de Céu Machado:


terça-feira, maio 11, 2010

Workshop sobre Fotografia

(clicar para aumentar)

A Fotografia em Arqueologia

Formador: Danilo Pavone

Módulo I - Técnicas de Captura (22 de Maio de 2010)
Mádulo II - Processamento de Imagem (23 de Maio de 2010)

Entre as 10.00 e as 17.00 horas, na Biblioteca da ALT-Sociedade de História Natural

45€ (sócios e estudantes) / 65 € (não sócios) - valor por módulo
8 a 14 participantes

O curso de fotografia arqueológica, trata-se de um curso intensivo, sobre algumas técnicas para fotografar espólio arqueológico e também paleontológico; o workshop destina-se a arqueólogos, antropólogos, conservadores e técnicos de restauro e arqueologia; a palavra chave é: "aprender a desfrutar de recursos mínimos para obter imagens satisfatórias e que respondam às exigência de leitura que na maioria dos casos são exigidos pela comunidade científica".


PROGRAMAS

Workshop de dia 22
  • Os objectivos da fotografia arqueológica;
  • Análise do equipamento;
  • Set fotográfico;
  • Fotografia de peças em cerâmicas;
  • Fotografia de peças em vidro;
  • Fotografia de moedas e metais.


Workshop de dia 23
  • Sessão prática (os formandos fotografam objectos com o próprio equipamento);
  • Transferência das imagens para o computador;
  • Área de Trabalho e ferramentas do Photoshop;
  • Analise da imagem;
  • Manipulação e tratamento das imagens;
  • Arquivar as imagens.

Nota: os participantes deverão ter conhecimentos básicos de fotografia. Durante a formação prática cada participante poderá utilizar a sua câmara.



ALT-Sociedade de História Natural

Departamento de Educação e Formação

Sede e Biblioteca: Rua Cavaleiros da Espora Dourada, 27A
2560 Torres Vedras
Apartado 25, 2564-909 Torres Vedras
Portugal

Laboratório de Paleontologia e Paleocologia
Polígono Industrial do Alto do Amial
Pav.H02-H06
Ramalhal

Filme sobre a vida de Darwin

Num post anterior, com uma entrevista a um bisneto de Charles Darwin, é referido um filme - Creation. Aqui vos fica o trailer deste filme, parte biográfico, parte ficção, que recomendamos aos nossos leitores:


segunda-feira, maio 10, 2010

Queima das Fitas 2010 - carro da Geologia do Cortejo (III)

Aproximam-se tempos difíceis


Bisneto de Darwin dá entrevista ao Público

Entrevista
A vida privada do homem que reescreveu o Génesis
   


A caixa com a colecção de recordações de Annie


Charles Darwin era o seu tetravô, mas nunca se interessou muito por ele até há uma dúzia de anos, quando foi à procura da vida pessoal do seu antepassado e descobriu histórias extraordinárias ainda por contar. Com a ajuda de uma caixa que guardava os tesouros de uma menina chamada Annie e as cartas e os diários que sobre ela escreveram os seus pais.


Numa vida anterior, Randal Keynes trabalhava para o governo britânico. O seu tio-avô era o economista John Maynard Keynes, que revolucionou o pensamento económico moderno, e o seu avô, Edgar Adrian, tinha ganho o Prémio Nobel da Medicina em 1932. A ciência não o interessava: já havia muitos cientistas na família (o pai e o outro avô também) e não queria passar a vida a ser comparado com eles. Mas o mais famoso de todos era Charles Darwin, o seu tetravô - e, quando Randal Keynes tinha uns 50 anos, o seu encontro com Darwin mudou-lhe a vida. Fez-se escritor e começou a dedicar-se activamente às campanhas de conservação das Galápagos e de classificação da casa de Darwin como património mundial.

Hoje, aos 61 anos, Keynes talvez seja quem conhece Darwin mais de perto, como pessoa e como homem de família, porque teve acesso à sua intimidade através de objectos e documentos únicos, conservados pela sua família ao longo de gerações. A sua procura já deu origem a um livro em 2001 sobre a relação de Darwin com Annie, a sua filha mais velha, morta aos dez anos - que por sua vez inspirou, em 2009, o filme Creation, realizado por Jon Amiel.

Na semana passada, Randal Keynes esteve em Lisboa para a inauguração, no Museu Nacional de História Natural, da exposição Darwin Now,organizada pelo British Council. Pouco antes, falou com o P2 do seu ilustre antepassado. Ficámos com a sensação de que, para além de um cientista excepcional, Darwin era um ser humano excepcional, que teríamos gostado muito de conhecer.

A figura de Charles Darwin foi uma referência constante na sua família, uma figura mítica sempre a pairar por cima das vossas cabeças?

Ele esteve sempre presente na nossa família. Mas eu não me interessei muito por ele - aliás, ninguém me obrigou a fazê-lo. Todos nós imaginávamos, suponho, que tinha sido uma pessoa maravilhosa, mas durante a minha infância nunca se comentou muito em casa os aspectos controversos do seu pensamento.

Percebi pela primeira vez que tinha um antepassado famoso quando uns rapazes fizeram troça de mim na escola - disseram-me que eu descendia de um macaco. Perguntei ao meu irmão por que é que se riam de mim e ele explicou-me.

Qual foi a primeira coisa que soube acerca dele?

As primeiras coisas que soube dele soube-as através da minha avó, neta de Darwin. Fui passar umas férias com ela e ela falou-me das férias que passara em pequena numa certa casa no campo, um sítio maravilhoso onde faziam jogos no jardim. Também me falou da avó, a senhora Darwin.

A minha avó não chegou a conhecer Darwin porque ele já tinha morrido nessa altura, mas foi graças a ela que aprendi a amar a casa onde ele viveu. Só mais tarde é que percebi que essa casa era muito especial, porque o avô dela tinha sido uma pessoa muito famosa e que era o trabalho que tinha lá desenvolvido que fazia dessa casa um sítio tão importante.

Por que é que começou a estudar a vida de Darwin? Pensa que os biógrafos ignoraram algum aspecto importante?

Não, de maneira nenhuma. Até aos meus 50 anos sempre pensei que a história já tinha sido toda contada. Nessa altura, eu estava muito interessado nos edifícios históricos e foi então que a Historical Building Organization, no Reino Unido, tomou conta de Down House [a casa de Darwin, nos arredores de Londres], que tinha permanecido aberta ao público durante muitos anos, mas que estava bastante degradada, com o telhado a precisar de obras, etc.

Uma das coisas que eles queriam era encontrar alguém que pudesse contar aos visitantes como Darwin tinha lá vivido com a sua família. Alguém da família de Darwin que gostasse de casas antigas e também de contar essa história.

A ideia pareceu-me interessante e comecei a reunir informação sobre a casa e a vida de Darwin na casa e sobre o que ele tinha feito. E, à medida que ia vendo como Darwin tinha vivido naquela casa, no seio da sua família, junto da mulher e rodeado dos filhos, descobri que havia lá uma história extraordinária que ainda estava quase toda por contar.

No fundo, toda a gente pensava que Darwin acordava de manhã, saía de casa, trabalhava noutro sítio e ao fim do dia regressava a casa, mantendo assim a sua ciência separada da sua vida quotidiana - como acontece com a maioria das pessoas. Mas o que eu descobri foi que ele tinha feito tudo em casa. E que, ao olhar para a sua vida em família, em sua casa, estava a olhar ao mesmo tempo para a maneira como ele fazia ciência. E descobri que havia certos aspectos da sua ciência que não tinham sido reconhecidos como tais, porque ninguém tinha percebido esta situação muito especial. Achei isto interessante e procurei saber mais.

Darwin era um génio - provavelmente um dos maiores pensadores de todos os tempos. Mas como era ele como ser humano? Era afectuoso ou distante, sociável ou solitário, preocupado com os outros ou egoísta?

Na nossa família a ideia que foi transmitida ao longo das gerações - e que bate certo com tudo o que li nas suas cartas à mulher, aos filhos, a outras pessoas, nas cartas que ele recebeu e também com as reminiscências de todos sobre a vida familiar - era que Darwin estava profundamente ligado à mulher e aos filhos. Amava a sua família e a sua vida em família e não ligava muito às pessoas de fora e ao que elas podiam pensar dele.

A sua primeira lealdade era para com a mulher e os filhos. A segunda, quase em pé de igualdade com a primeira mas não completamente, era para com a ciência. Queria que as suas ideias fossem avaliadas, queria falar delas, mas não estava necessariamente empenhado em que fossem verdade. Queria apenas que valesse a pena discuti-las e que esse diálogo as fizesse progredir.

Para além da sua lealdade à ciência e da sua ligação à família, era tímido e modesto em relação a si próprio e ficava incomodado quando alguém insinuava que era fantástico. Ele não achava. E era tímido com as pessoas: evitava a sociedade londrina, não gostava de ir a jantares nem de ter de fazer discursos. Estava disposto a pôr por escrito as ideias mais chocantes do século - ninguém o pode acusar de cobardia no que respeita às coisas importantes -, mas ser obrigado a pôr-se de pé e falar em público, isso não.

Em todas as fotografias, Darwin tem sempre um ar bastante desagradável e distante. Mas isso é exactamente o oposto de como ele era quando se sentia à vontade com as pessoas. Adorava conversar, adorava ouvir anedotas, ficava sempre satisfeito com uma conversa divertida e era muito amigável e simpático em privado.

Anne (a quem todos chamavam Annie), a filha mais velha de Darwin, morreu quando tinha dez anos. Morreu de quê?

Muito provavelmente de um certo tipo de tuberculose infantil. Não sabemos ao certo, mas todos os sinais que se conhecem da sua doença apontam para isso. Esteve doente durante seis meses. A tuberculose era a sida daquela altura na Grã-Bretanha e em muitos outros países. Atingia os jovens, as crianças, e era uma doença tão aterrorizadora e tão letal que as pessoas se recusavam a falar dela. Se ninguém quis dizer que Annie tinha sem dúvida tuberculose, foi porque isso teria equivalido a uma sentença de morte.

Na introdução do seu livro Annie"s Box: Darwin, His Daughter and Human Evolution (publicado em 2001 e já traduzido para oito línguas, não incluindo o português), escreve que foi por acaso que deu com a caixa onde Annie guardava as coisas que escrevia.

Sim, queria saber mais coisas sobre a vida de Darwin em família e sabia que em casa dos meus pais havia uma cómoda que o meu pai tinha herdado da mãe dele (a neta de Darwin), que por sua vez tinha recebido o conteúdo das gavetas da sua tia Henrietta, a segunda filha de Darwin. Eu sabia que ia encontrar lá fotografias, cartas, livros, recordações de todo o tipo. Portanto, a primeira coisa que fiz foi ir a casa dos meus pais ver o que lá estava. E no fundo de uma das gavetas, encontrei uma pequena caixa, uma escrivaninha. Abri-a e deparei-me com a carga afectiva extraordinária de uma colecção de recordações de Annie. A caixa tinha sido extremamente importante para ela. Tinha sido conservada, a seguir à sua morte, pela sua mãe, Emma, e encontrada pela irmã de Annie só após a morte de Emma. Quando Henrietta a viu, reconheceu a caixa que Annie tinha aos dez anos (ela própria tinha 8) e que nunca mais tinha tornado a ver. A caixa também continha notas de Darwin sobre a doença da filha, uma madeixa do seu cabelo, um mapa do cemitério onde Annie estava sepultada com uma única anotação: "A campa de Annie Darwin."

O facto de encontrar a caixa, de a abrir e de perceber o que era... [visivelmente emocionado]. Devo dizer que o meu coração deu um pulo. E então, comecei a ler coisas sobre ela e, tal como tinha acontecido com Down House, descobri que essa história era muito mais do que a história da perda de uma filha para um pai que a amava profundamente.

Demorei algum tempo em percebê-lo, andei a ler coisas sobre Annie durante vários meses antes de vislumbrar o interesse real da história.

O que leu nessa altura era material que já estava publicado?

Algumas coisas estavam publicadas, mas a maior parte era inédita. Tive a sorte de ter acesso a cartas, a diversos diários. Tinha os caderninhos onde Emma Darwin descrevia o seu dia-a-dia. Também estavam inicialmente na cómoda dos meus pais, mas tinham entretanto sido emprestados para um projecto de investigação, para ajudar a datar as cartas de Darwin.

Nos cadernos de Emma há uma entrada datada do dia em que Annie nasceu: procurei a data e lá estava. E do dia em que Annie morreu. Mas há também pequenas listas de compras - todo o tipo de pequenos pormenores da vida quotidiana. Tive esses cadernos ao pé de mim durante toda a escrita do meu livro. E consegui escrevê-lo com uma sensação de grande proximidade em relação aos pais dessa criança. Foi um incrível privilégio sentir isso.

Documentou a vida de Darwin sobretudo a partir de inéditos, de material que existia na sua família?

Uma grande parte do material já estava publicado. A vida privada de Darwin é provavelmente uma das mais bem documentadas de sempre de uma figura famosa. A maior parte da sua correspondência encontra-se hoje disponível on-line e completamente anotada. Baseei-me muito nesse material. Mas tinha ao mesmo tempo ao meu alcance uma série de coisas, como os diários de Emma Darwin, ou um livrinho feito por Annie, onde ela costumava colar coisas e que era muito especial para ela. E, claro, tinha os escritos de Darwin.

Como era a vida de Darwin em Down House?

Ele era um doente crónico. Sofria de indigestão, tosse, etc. A sua mulher, Emma, cuidava muito dele. E tinha de gerir muito bem as coisas quando tinham visitas com quem ele gostava muito de conversar, porque nessas alturas ficava muito entusiasmado. Emma tinha de lhe lembrar que ficaria doente o resto do dia se não parasse. Ele era como um inválido.

Começou a ter este tipo de problemas pouco depois de casar. Teve alturas boas e alturas más ao longo da vida. Esteve várias vezes para morrer.

Ninguém sabe de que sofria?

Não. Escreveram-se livros inteiros sobre o assunto, mas ninguém sabe ao certo.

Mas parece paradoxal, posto que Darwin tinha feito coisas que muitos seriam incapazes de fazer, como a viagem no Beagle, que durou vários anos.

Pois, na sua juventude tinha sido extremamente enérgico; mas depois qualquer coisa lhe aconteceu - poderá ter sido mental ou talvez tenha apanhado alguma doença. E, a partir daí, ficou incapacitado para o resto da vida.

Seja como for, Darwin fazia muitas coisas ao longo do dia. Não dedicava mais do que três ou quatro horas à ciência. O resto do tempo descansava, passeava no jardim ou nos arredores, fazia experiências no jardim. Tinha de facto uma vida muito agradável.

Quando era novo, Darwin acreditava na interpretação literal da Bíblia - era um criacionista. Quando é que isso mudou?

Foi um processo gradual. Os geólogos já tinham percebido, dez a 20 anos antes de ele se tornar um cientista, que a história da Terra era muitíssimo mais longa do que o que o Livro do Génesis sugeria - e que, portanto, esse livro não podia ser aceite como facto. Muitas pessoas muito respeitáveis já tinham desistido por isso dessa parte do Antigo Testamento. E Darwin concordava com eles.

Mas também começou a questionar a Revelação de Cristo no Novo Testamento - os milagres, etc. Emma, por seu lado, era uma cristã devota - não no sentido de ter certezas sobre a fé, mas simplesmente porque para ela a fé era fundamental. Ela também tinha dúvidas em relação à fé, tal como Darwin, mas acreditava que a fé era a coisa mais importante. Para Darwin, o mais importante era a ciência, os valores da ciência, as verdades científicas, que eram as melhores e as mais claras formas da verdade.

Isso distanciava-os. Isso era doloroso para eles, o facto de saberem que não podiam estar juntos nesse plano. Emma tentou ajudar Darwin a ter fé e ele sabia quão importante isso teria sido para ela, mas não foi capaz.

Estreou-se recentemente um filme fantástico, baseado no meu livro [Creation, de 2009], com Paul Bettany e Jennifer Connelly - e acho que o que é excelente nele é que uma grande parte da história gira em torno da dor gerada por esse problema entre essas duas pessoas, que se amavam profundamente.

A morte de Annie também alterou o pensamento de Darwin em relação à religião?

É uma questão muito difícil. Há quem afirme que a morte de Annie foi o factor que o levou a deixar finalmente de acreditar. Mas não é possível afirmarmos tal coisa. Não sabemos ao certo e os documentos não apontam claramente para isso. O que é claro, pelo contrário, é que Darwin tinha começado a ter sérias dúvidas e preocupações em relação à fé alguns tempos antes da morte de Annie - e que, pouco depois da morte da filha, deixou de ir à igreja com a família. Acompanhava a mulher e os filhos até lá todos os domingos, eles entravam e ele ficava à porta.

Penso que Darwin terá perdido a fé por razões de ordem mais geral e não como reacção de raiva perante a morte da filha, que é uma visão simplista. Há muitas pessoas que perderam os filhos e que consideraram isso um castigo divino. São necessárias mais razões para decidir que Deus não pode existir.

Dito isto, percebi, ao escrever o livro, que o amor de Darwin por Annie, a morte de Annie, a perda de Annie, o luto de Darwin por ela, a aceitação dessa perda, tudo isso lhe permitiu perceber coisas sobre as emoções e os afectos humanos, sobre o desenvolvimento natural do sentido moral humano, que o ajudaram a escrever o seu segundo grande livro, A Origem do Homem e a Selecção Sexual [editado em Portugal pela Relógio d"Água]. A morte de Annie fê-lo perceber a força dos afectos e até que ponto eles vão para além da razão. E também como são essenciais para a natureza humana as ligações afectivas entre cônjuges, entre pais e filhos.

Foi por isso que dei ao meu livro o título Annie"s Box: Darwin, his Daughter and Human Evolution. Se Darwin conseguiu perceber essa parte da evolução natural da natureza humana, foi em parte com base na sua experiência directa com a sua filha.

Seja como for, deixou de acreditar em Deus.

Sim, mas ele diria mais tarde que não era ateu, que só podia dizer que era agnóstico. Não tinha a certeza e não conseguia decidir. Teria gostado de acreditar em Deus, mas não conseguia convencer-se da sua existência.

Darwin acreditava no eugenismo, como o seu primo Francis Galton, pioneiro dessas ideias?

As ideias de Darwin forneceram a Galton as bases para a sua teoria do eugenismo. Mas se lhe tivessem pedido a sua opinião, Darwin teria dito imediatamente, tal como escreveu aliás, que os seres humanos nunca serão capazes de decidir o que fazer para realmente melhorar a espécie humana. Claro que é possível melhorar uma espécie. Mas para Darwin os humanos não têm a visão de conjunto que a natureza tem para o fazer. O critério de sucesso adoptado pela natureza é o de sobreviver para se reproduzir e, se adoptarmos esse critério, obtemos a selecção das espécies que existem hoje. Os humanos, por seu lado, apenas conseguem fazer coisas absurdas, tal como alterar um elemento do aspecto de uma espécie ou uma característica de um animal, como o peso, por exemplo. Darwin, que abordou brevemente esta questão, pensava que a selecção artificial feita pelos humanos é bastante ridícula.

Porquê? Porque produz aberrações?

Porque as criaturas assim geradas não conseguem viver. No âmbito das suas pesquisas, ele tinha feito criação de pombos ornamentais. E constatou que o pombo que os criadores de pombos mais admiravam não conseguia alimentar as suas crias, porque tinha o bico demasiado curto. Durante as primeiras semanas de vida, as crias tinham de ser alimentadas... por um ser humano, o que teria sido impraticável em condições naturais.

Por outro lado, Darwin achava inaceitável excluir as pessoas que não eram vigorosas nem bem sucedidas - uma questão que aborda no seu segundo livro.

Nós olhamos pelas pessoas de constituição frágil, pelos fracos, pelos doentes, os deficientes, etc. Mas se a sobrevivência dos mais aptos fosse necessária, não deveríamos pelo contrário deixar essas pessoas morrer, impedi-las de se reproduzirem? Darwin responde que isso violaria um princípio da moral humana que deve prevalecer acima de tudo, porque é extremamente importante para nós. Essa era a sua resposta ao eugenismo.

O que acha que Darwin diria, se voltasse hoje e visse os avanços que têm sido feitos nas áreas da genética e da biologia molecular?

Tenho a certeza que ficaria extremamente entusiasmado! Se ele tivesse sabido o que Gregor Mendel [seu contemporâneo, considerado o pai das leis da genética] tinha demonstrado sobre a hereditariedade genética, teria dito imediatamente que aí estava a resposta ao principal problema que as pessoas colocavam à sua teoria da evolução. E com o que a biologia molecular nos revelou a seguir sobre o ADN e a ancestralidade profunda... [ri-se] Tudo isso teria sido realmente fantástico para ele.

Se Darwin não tivesse existido, teríamos descoberto a sua teoria através da leitura do genoma. O que Darwin tem de extraordinário é que ele descobriu e percebeu o que se passava antes da descoberta do livro da vida do ADN. Descobriu-o sem sequer perceber como funcionavam as leis da hereditariedade. Acho que, no seu íntimo, sabia distinguir uma boa explicação científica de uma má e usou essa intuição para decidir que certas coisas faziam parte da explicação.

Está a escrever outro livro?

Estou a trabalhar num livro sobre o jardim de Darwin. É sobre a ciência que ele fazia no seu jardim e no campo à volta da sua casa.Retrato de Charles Darwin em Down House, nos arredores de Londres (em baixo, a sala de estar). Foi nesta casa que o naturalista viveu e trabalhou durante 40 anos.

in Público - ler notícia

Filme Sea Rex 3D

Mais um "trailer" de um filme a não perder: Sea Rex 3D. Com plesiossauros, mosassauros e outros aspectos dos mares mesozóicos.


Via Blog Lusodinos

Os Rios do Desespero na nossa Escola Pública

Entre os rios, Tejo e Tua

A propósito de carta publicada no blogue de Paulo Guinote sobre as causas do suicídio do professor Luís.

Dois rios, ambos de inicial “T”. Dois nomes, ambos de inicial “L”. Luís e Leandro. Duas pessoas em momentos diferentes do rio da vida, ambos decididos a interromper o curso desta. A lembrar-nos dos outros rios , os de Entre os Rios, entre os quais outro “T”, o Tâmega.

Desaguam todos no mesmo estuário: o da irresponsabilidade, da ausência de valores, da prostituição das consciências dos culpados, que o serão sempre, apesar do sistema proteger não as vítimas mas os intermediários e aqueles que em última instância têm maior culpa. Culpa na consciência que não têm, pode desaparecer das cabeças dessas pessoas responsáveis, que já nem sei se lhes posso chamar “pessoas”. Não desaparecerá nunca nos pensamentos angustiantes de familiares que se sentem impotentes ao verificarem que o sistema existe para proteger detentores de cargos políticos , sejam eles a direcção de uma escola, ou a pasta ministerial. Jorge Coelho demitiu-se e agora está bem melhor na Mota Engil e no mais que se verá e saberá no futuro. Indemnizações calam famílias em Entre-os Rios. Calam os extorquidos da sua visão num hospital público: calam-nas não porque lhes sirva o dinheiro para fazer desaparecer a revolta, mas porque sabem que nada mais podem fazer, o sistema existe para inocentar e indemnizar pedófilos, como os irá proteger a eles? As famílias desistem por impotência económica e desgaste psicológico. É este país que temos, com muitos rios, mesmo muitos, dos quais grande parte nasce em Espanha e é infelizmente que aqui têm a foz, num país prostituído, sem justiça, sem dignidade.

Escola Correia Mateus - Feira dos Minerais 2010

Do Blog Ciências Correia Mateus publicamos o seguinte post:

Aqui fica o nosso Cartaz Oficial:

E agora algumas fotos:







Queima das Fitas 2010 - carro da Geologia do Cortejo (II)

E agora as fotos:




Queima das Fitas 2010 - carro da Geologia do Cortejo

Uns sortudos, estes Rolling Stones - eram o 3º Carro do Cortejo Académico...!

Como os moços e moças eram muito simpáticos, aqui ficam duas imagens da sua plaquete:



NOTA: excelente plaquete, com textos da Doutores Ana Neiva e Manuela Vinha e do Doutor Gama Pereira, uma brincadeira (com fotos dos participantes ainda bebés), belas caricaturas e imagens (capa, contracapa e central) a cores, um autêntico luxo...!