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sexta-feira, janeiro 12, 2024

Descoberto em Portugal um novo saurópode

Nova espécie de dinossauro descoberta no cabo Espichel

 

O paleontólogo Silvério Figueiredo

      

Foram descobertos novos fósseis de dinossauros perto do cabo Espichel. Um deles pensa-se que é uma nova espécie de dinossauro saurópode.

Novos fósseis de dinossauros herbívoros foram descobertos a cerca de dois quilómetros a norte do cabo Espichel.

Entre os fósseis encontrados, inclui-se um que poderá ser de uma nova espécie de dinossauro saurópode, informou o Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP), esta sexta-feira.

Num comunicado, a instituição explica que foi encontrado um conjunto de fósseis de dinossauros saurópodes, datados do Cretácico Inferior – cerca de 129 milhões de anos atrás – em diferentes camadas na base de uma formação geológica.

Os restos pertencem a diferentes indivíduos de dinossauros saurópodes e a maioria deles ao grupo do titanossauros, que era muito diversificado durante o Cretácico.

Os saurópodes foram gigantescos dinossauros de pescoço e cauda compridos. Um estudo de maio, publicado na Current Biology, relata como foi a evolução dos saurópodes – os maiores animais terrestres a alguma vez existir na Terra.

Em 2019, Paleontólogos portugueses e espanhóis também tinham descoberto uma nova espécie de dinossauro saurópode, na Lourinhã.

O CPGP destaca no comunicado de hoje o achado de “duas vértebras em conexão anatómica de um pequeno indivíduo”, que poderão “pertencer a uma nova espécie destes dinossauros, um novo dinossauro de dimensões pequenas, comparadas com os seus parentes gigantescos”.

Os dinossauros terão vivido nas proximidades de um ambiente de litoral (lagunar), frequentado por diferentes espécies de vertebrados (crocodilos, pterossauros, tartarugas e outros dinossauros), que usavam a região como habitat ou zona de passagem entre área de alimentação, considera o CPGP no comunicado.

Os resultados agora divulgados resultam do trabalho de uma equipa de paleontólogos e geólogos portugueses e brasileiros, liderada pelo paleontólogo Silvério Figueiredo.

 

in ZAP

 

domingo, dezembro 30, 2012

Sesimbra inaugurou o primeiro dos três monumentos naturais com pegadas de dinossáurios do concelho

Republicamos o seguinte post, roubado ao blog De Rerum Natura:

Agradecemos ao Professor Galopim de Carvalho mais um texto que teve a amabilidade de nos enviar.

Painel informativo, à entrada da Jazida - foto de António Chagas

Entre Sesimbra e o Cabo Espichel, no sítio do Zambujal e com óptimas condições de musealização, a Pedreira do Avelino, há muito desactivada, conserva o que resta de um afloramento de calcário no qual ficaram impressos vários trilhos de dinossáurios saurópodes (herbívoros, quadrúpedes), que aqui viveram no Jurássico superior, numa paisagem lagunar, sob um clima tropical, quente e húmido.

De diferentes corpulências, os animais que nos deixaram as marcas da sua existência, provavelmente um grupo de indivíduos jovens e adultos da mesma espécie, pisaram um chão lamacento (lama feita de poeira calcária como a que existe actualmente nos litorais recifais intertropicais) que, com o passar dos muitos milhões de anos se transformou no calcário compacto e coeso que aqui se nos oferece.

À deposição dos sedimentos (há cerca de 150 milhões de anos), representados pelas camadas à vista na pedreira, sucedeu-se a sedimentação de muitas outras, numa espessura que podemos estimar na ordem de dois a três mil metros, o que conduziu a um afundamento e consequente aumento da pressão e da temperatura responsáveis pela compactação e coesão da referida lama.

Muito mais tarde, no Miocénico superior, há uns 11 milhões de anos, a deriva da litosfera africana contra a ibérica, que deu origem à pequena cadeia da Arrábida (quase completamente arrasada pela erosão neste local), deformou as camadas, inicialmente horizontais, que, assim, se mostram inclinadas como a que exibe as pegadas deste admirável geomonumento.

Embora de pequena dimensão (cerca de 20 a 30 metros), esta jazida, descoberta em 1989 pelo professor Miguel Magalhães Ramalho, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), exibe pegadas muito bem definidas e conservadas. A sua importância e a de outras duas com este tipo de icnofósseis, no concelho de Sesimbra (Pedra da Mua e Lagosteiros, no Cabo Espichel), indicou-as como geomonumentos a proteger.

Esta condição e a sua grande vulnerabilidade, levou-me, em 1993 e em nome do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, a solicitar à autarquia que requeresse, ao então Instituto de Conservação da Natureza, a classificação destas ocorrências como Monumentos Naturais, ao abrigo do então recém-criado Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de janeiro. Num processo demasiadamente burocrático e lento, que durou quatro anos, este pedido de classificação foi finalmente contemplado através do Decreto n.º 20/97, de 7 de março. Dezasseis anos depois, mercê de dificuldades decorrentes da posse do terreno, a Câmara Municipal de Sesimbra conseguiu, finalmente, colocar a jazida da Pedreira do Avelino à fruição do publico, em geral, e a pensar nos nossos alunos das escolas, em visitas de estudo.

Visitável em perfeitas condições de acesso (inclusive em autocarro) e segurança, este monumento da pré-história está explicado com o necessário rigor científico/pedagógico, dispensando a presença de um monitor. A sua musealização esteve a cargo de elementos qualificados do referido Museu da Universidade de Lisboa, do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e da Câmara Municipal de Sesimbra.

 Vista da Laje com as pegadas - foto de António Chagas

A inauguração deste Monumento Natural teve lugar no passado dia 15 de dezembro. Neste acto, muito concorrido, estiveram presentes, o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Arqº. Augusto Pólvora, e a Vice-Presidente, Dr.ª Felicia Costa; a Presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, Dr.ª Odete Graça; o Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Dr. Francisco Jesus; o Presidente da Direcção do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, Prof. José Pedro Sousa Dias; a Directora do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, do ICNF, Dr.ª Maria de Jesus Fernandes; o Presidente da Direcção da Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal (ADREPES), Engº. António Pombinho e a respectiva Coordenadora, Drª Manuela Sampaio.

Parabéns à Autarquia. O empenho que esta vereação demonstrou faz-nos crer que levará igualmente a bom termo os dois restantes Monumentos Naturais com pegadas de dinossáurios (Pedra de Mua e Lagosteiros) bem como a “Gesseira de Santana” e o “Conglomerado de Porto do Concelho”, há muito referenciados como geomonumentos a preservar.

Galopim de Carvalho

segunda-feira, novembro 28, 2011

Encontro sobre Paleontologia e Arqueologia na Bacia Lusitânica

 

Do Mondego ao Espichel: Encontro sobre Paleontologia e Arqueologia na Bacia Lusitânica

16 e 17 de dezembro de 2011

Este encontro dedicado à paleontologia e à arqueologia da área geográfica que vai desde o Cabo Mondego ao Cabo Espichel, englobando as regiões da Estremadura, Beira Litoral e parte do Ribatejo, corresponde, de grosso modo, à grande unidade geológica, denominada “Bacia Lusitânica”.

Organizado pelo Centro Português de Geo-História e Pré-História, no Museu Nacional de Arqueologia, este encontro enquadra-se nas actividades desenvolvidas no âmbito da exposição “Um Olhar Sobre a Pré-História do Espichel”, patente neste Museu até Janeiro de 2012.

Pretende também ampliar o conhecimento e a divulgação da paleontologia e da arqueologia desta região de Portugal. De facto, esta área geográfica integra um vasto leque de zonas que guardam um património de grande valor geológico, paleontológico e arqueológico: aqui temos a ocorrência, por exemplo, de vestígios de dinossauros, nas formações mesozóicas, de mastodontes, de crocodilos, de tubarões e de outros vertebrados do Miocénico e de elefantes, do Pleistocénico. A nível arqueológico há a destacar os vestígios da ocupação humana, que vem desde o Paleolítico à época histórica.

Programa provisório

Dia 16 - Sexta-Feira
14.00 – Entrega de Documentação
14.30 – Sessão de Abertura
15.00 – I Sessão
16.00 – Pausa para café
16.15 – II Sessão
17.30 - Discussão

Dia 17 - Sábado
10.00 – III Sessão
11.15 – Pausa para café
11.30 – IV Sessão
12.45 – Discussão
13.00 – Almoço (livre)
14.30 – V Sessão
15.45 – Pausa para café
16.00 – VI Sessão
17.15 – Discussão
17.45 – Sessão de Encerramento

Local:
Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império, Lisboa

Inscrições:
Telm: 933 597 497 / 962 997 654 / 213 620 000
geral@cpgp.org / cpgp@clix.pt

Preços:
  • Sócios do CPGP / Estudantes: €20 (c/comunicação: €15)
  • Público em geral: €35 (c/ comunicação: €25)
  • Inscrições depois do dia 10 de Dezembro, acrescem 50%.

Ficheiro de apoio:

sábado, julho 24, 2010

Notícia no Público sobre icnofosséis ibéricos

Especialistas acreditam na aprovação da candidatura ibérica das pistas de pegadas de dinossauro



Pista de pegadas na Pedreira do Galinha, na Serra d'Aire Pista de pegadas na Pedreira do Galinha, na Serra d'Aire

Os professor Galopim de Carvalho, ex-director do Museu de História Natural, e o investigador do Museu da Lourinhã, Octávio Mateus, afirmaram-se hoje confiantes na aprovação da candidatura ibérica para reconhecimento, pela UNESCO, das jazidas portuguesas de dinossauros.


Os dois especialistas acreditam que a candidatura ibérica tem boas possibilidades de ter êxito, porque consideram ambos que as jazidas de Portugal e Espanha “são suficientemente importantes”.

“Portugal está entre os países mais ricos em espécies de dinossauros, depois de países com os Estados Unidos, a Argentina, Canadá, Mongólia e China, tudo países gigantescos. À nossa escala, Portugal é o país com mais vestígios de dinossauros em todo o mundo”, disse à Lusa Octávio Mateus, que é também investigador da Universidade Nova.

O Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, reúne-se em Brasília, no Brasil, de 25 de Julho a 3 de Agosto, para analisar diversas candidaturas, entre as quais a candidatura ibérica, a integrarem a lista do Património Mundial da UNESCO.

“Esta candidatura é uma forma de garantir que não se perde esse conhecimento científico para todo o sempre”, acrescentou Octávio Mateus, lembrando que Portugal não é apenas “um país rico em ossos de dinossauros, mas também em ovos e em pegadas, área em que também tem um dos melhores registos mundiais”.

Na mesma linha, o ex-director do Museu de História Natural, Galopim de Carvalho, acredita que se trata de “uma candidatura com boas possibilidades de êxito”.

“Penso que as três jazidas portuguesas - uma na Serra d´Aire, outra em Vale de Meios, no distrito de Santarém, e outra no Cabo Espichel, em Sesimbra, no distrito de Setúbal - são suficientemente importantes”, disse à Lusa Galopim de Carvalho.

“Associadas às jazidas espanholas, que também considero suficientemente importantes, estou convencido de que esta proposta ibérica vai ser aprovada”, acrescentou.

As jazidas portuguesas com pegadas de dinossauros, como reconheceu, em 2008, a Comissão Nacional da UNESCO de Portugal, são “locais de excepcional interesse geológico e paleontológico e têm valor universal do ponto de vista científico, didáctico e patrimonial, pois constituem relevantes vestígios de locomoção de dinossauros”.

Carenque fora da lista

O professor Galopim de Carvalho lamenta, no entanto, que as autoridades portuguesas se tivessem `esquecido´ de incluir na candidatura ibérica a jazida de Carenque, no concelho de Sintra.

“Esqueceram-se de indicar a jazida de Carenque, que deu toda aquela celeuma, que levou à construção dos túneis da CREL (Cintura Regional Exterior de Lisboa). Na altura conseguimos, com a ajuda da comunicação social, demover o governo liderado pelo professor Cavaco Silva, que não queria gastar dinheiro”, recordou.

“Acabaram por mandar abrir os túneis - gastou-se qualquer coisa como 1,6 milhões de contos, fez-se a CREL, protegeu-se a jazida, a câmara de Sintra aprovou um projecto de musealização do sítio - ainda eu era o director do Museu de História Natural -, mas nunca houve verbas para o executar”, lembrou Galopim de Carvalho.

quinta-feira, maio 13, 2010

O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos

CONVITE

15 de Maio | sábado | 21.30 horas

Igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel

A Câmara Municipal de Sesimbra e a Confraria de Nossa Senhora do Cabo convidam V. Ex.ª a assistir à conferência intitulada O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos, que terá como oradores Miguel Magalhães Ramalho, professor jubilado da FCUL e coordenador do Museu Geológico, e Jacques Rey, professor emérito da Universidade de Toulouse, França.

O ciclo de conferências promovido no âmbito das comemorações dos 600 Anos do Santuário do Cabo Espichel apresenta este mês uma sessão dedicada à geologia e às origens do promontório. Como era a região há 140 milhões de anos, durante o Período Jurássico, ou como evoluiu o ambiente e a geografia nos milhões de anos seguintes são algumas das questões que vão ser debatidas nesta conferência.