sexta-feira, outubro 24, 2025

Isabel de Portugal, imperatriz do Sacro Império e infanta real portuguesa, nasceu há 522 anos...

Isabel de Portugal - Ticiano (Museu do Prado)

 

D. Isabel de Portugal (Lisboa, 24 de outubro de 1503 - Toledo, 1 de maio de 1539) foi filha do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria de Aragão e Castela. Diziam-na belíssima, como prova o retrato pintado por Ticiano. Morreu, de complicações no parto, no Palácio de Fuensalida, em Toledo, estando sepultada no Panteão do Escorial.
Era irmã de El-Rei D. João III e do Cardeal-Rei D. Henrique, monarcas de Portugal. Inteligente e culta, criada no esplendor da mais rica corte europeia do seu tempo, em Lisboa, na educação da imperatriz participaram também, por influência de sua mãe, os castelhanos Beatriz Galindo, la Latina e o humanista Luís Vives. Foi longamente regente, em nome de Carlos V, entre 1528 e 1533, primeiro, e de 1535 a 1538, novamente, enquanto o marido se ausentou, em guerra.
Além disso, teve muita importância em relação à educação do seu primogénito, que viria a ser Filipe II de Espanha, e I de Portugal, de língua materna portuguesa, criado e educado pelas damas lusitanas de sua mãe durante a infância.

Casamento
O casamento fora negociado por seu pai, D. Manuel I, que morrendo antes de o concluir o deixou recomendado em testamento ao seu sucessor no codicilo de 11.12.1521. Assim, a 06.10.1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou por dote a exorbitante quantia de 900 mil cruzados portugueses, ou dobras castelhanas. Carlos V, seu noivo e seu primo direito, era então ainda apenas Carlos I, rei de Aragão e Castela, duque da Borgonha e vários outros feudos: só quatro anos depois será eleito imperador do Sacro Império, tornando-se hierarquicamente o mais alto soberano da Cristandade, com jurisdição sobre a Alemanha e vários reinos e senhorios da Espanha, Itália, França e Flandres, estendendo ao mundo a sua influência política e o poder das suas armas; porém, como todos os soberanos da Renascença, foi várias vezes obrigado a recorrer a grandes famílias de banqueiros, como os Fugger, não só para financiar a sua acessão à coroa imperial, como também os seus projetos político-militares. Por isso mesmo Carlos havia prometido, anteriormente, a Henrique VIII casar-se com sua filha, Maria, de quem igualmente era primo direito, em 1522 (quando esta tinha apenas seis anos) - mas preferiu aceitar a consorte lusitana, cuja aliança e cujo dote imediato eram bem mais significativos na Europa do tempo, e lhe traziam a liquidez necessária para a compra do trono imperial.
Assim, a princesa casou-se em Almeirim, por procuração, a 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto; e partiu em janeiro de 1526 rumo, a Elvas, com grande e rica comitiva, dai prosseguindo a viagem em liteira até a fronteira do Caia. Aí, montada em linda égua branca esplendorosamente ajaezada, e com luzido e fidalgo acompanhamento, foi ao encontro da embaixada castelhana que a vinha buscar, encabeçada pelos duques de Calábria e de Béjar e pelo arcebispo de Toledo. Passada a fronteira, seguiu para Sevilha aonde se encontrava o marido, ali se repetindo solenemente as bodas imperiais, nos paços chamados de Reales Alcázares, em março de 1526. Foi um casamento feliz, pois os noivos apaixonaram-se apenas se conheceram, e isolaram-se do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar, e apenas terminaria quatorze anos depois, de facto, pela morte da imperatriz.
Deslumbrado com a sua beleza, Carlos V deu-lhe, ao casar, por nova divisa as três graças, tendo a primeira delas a rosa, símbolo da formosura; a segunda o ramo de murta, símbolo do amor; e a terceira, a coroa de carvalho, símbolo da fecundidade, além do mote: Has habet et superat.
Na corte castelhana em Toledo, a imperatriz D. Isabel preferiu viver sem se ocupar com política, quase sempre no seu oratório ou convivendo com as numerosas damas portuguesas que a haviam acompanhado até Castela, vigiando as amas dos seus numerosos filhos. Ao morrer de parto, catorze anos depois de casada, Carlos V tanto se comoveu com a sua perda que, no convento de S. Justo, onde se recolheu durante o luto pesado da viuvez, passava horas a contemplar o seu retrato mais emblemático, pintado por Ticiano.
 
A morte a lenda
Tendo a imperatriz falecido em Toledo, e estando nessa época o soberano em Granada, encarregou este o futuro S. Francisco de Borja, um dos muitos apaixonados platónicos da bela imperatriz, de a conduzir até si a fim de a sepultar. Chegados lá, ao abrirem cerimonialmente o caixão de D. Isabel, a fim de verificarem a identidade do régio cadáver, a sua decomposição ia já avançada, destruindo a formosura da mais bela mulher daquele tempo, segundo rezavam os literatos de então. Segundo a lenda, perante a hedionda visão do seu cadáver descomposto o ainda Duque de Gândia, casado com a portuguesa D. Leonor de Castro, uma das suas damas, e que tanto e tão longamente amara a linda imperatriz à distância, jurou nunca mais servir a senhor humano algum, virando-se unicamente para o serviço divino; e, ao enviuvar de D. Leonor, alguns anos depois, optará pela vida religiosa, ingressando na Companhia de Jesus. O novo padre Francisco de Borja foi o terceiro Geral da Companhia, sendo depois canonizado como São Francisco de Borja. No entanto, sabemos agora que a famosa frase depois atribuída ao duque, e que deu o mote ao célebre poema de Sophia de Mello Breyner intitulado "Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal", sobre a sua alegada decisão de nunca mais servir a senhor mortal algum, foi sim pronunciada por São João de Ávila na oração fúnebre da imperatriz que proferiu durante as suas exéquias. É ainda no entanto possível que S. João de Ávila tenha utilizado nas exéquias imperiais a frase do humilde S. Francisco de Borja, ao ser obrigado a contemplar decomposta a mulher que amara, e que a tradição oral o soubesse, ao atribuir a autoria desta a ele e não a S. João de Ávila.
 
 
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Brasão da Imperatriz Isabel de Avis
 




A conversão do duque de Gândía, por José Moreno Carbonero (1884), Museu do Prado
   
  
Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal
  
  
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
 
  
  
in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

Tycho Brahe morreu há 424 anos

            
Tycho Brahe (Skåne, Dinamarca, 14 de dezembro de 1546 - Praga, 24 de outubro de 1601) nascido Tyge Ottesen Brahe, foi um astrónomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e, mais tarde, do imperador Rodolfo II da Germânia, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista, que abrira uma brecha no sólido edifício construído na Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam, mais tarde, para Johannes Kepler descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação direta. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eclética entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu a invenção do telescópio e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a sua época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e este orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou, até morrer, em 1601.
        

Alessandro Scarlatti morreu há 300 anos

     
Alessandro Scarlatti (Palermo, 2 de maio de 1660 - Nápoles, 24 de outubro de 1725), cujo nome verdadeiro era Pietro Alessandro Gaspari, foi um compositor italiano de grande importância para a música lírica do período barroco. O seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da ópera séria e da ópera buffa (ópera cómica) do seu tempo. Ele é considerado o pai da escola napolitana de ópera, a qual contou, mais tarde, com membros como Leonardo Leo, Leonardo Vinci, Giovanni Pergolesi e Johann Adolfo Hasse, entre outros.
      
 

Ferdinand Hiller nasceu há 214 anos

      

O seu primeiro professor foi Aloys Schmitt e, aos 14 anos, as suas composições e talento levaram o seu pai, um homem de sucesso, a mandá-lo para junto de Johann Nepomuk Hummel, em Weimar. Lá ele se dedicou a compor.

Com Hummel, Hiller viajou extensivamente como pianista, tanto que em 1827 fez uma turnê por Viena, onde conheceu Beethoven e compôs seu primeiro Quarteto. Após uma breve visita à sua casa, Hiller foi para Paris em 1829, onde viveu até 1836. Ele voltou a Frankfurt por um período devido à morte de seu pai, mas em 8 de janeiro de 1839 estreou sua ópera La Roinilda em Milão e começou a escrever seu oratório Die Zerstörung Jerusalems.

Em seguida, foi para Leipzig, onde morava o seu amigo Mendelssohn, onde, em 1843-1844, dirigiu vários concertos na Gewandhaus e terminou o seu primeiro oratório. Após uma breve visita à Itália para estudar música sacra, Hiller executou duas óperas, Ein Traum e Conradin, em Dresden em 1845 e 1847, respetivamente. Ele foi, como maestro, para Düsseldorf em 1847 e Colónia em 1850, e dirigiu a Ópera Italiana em Paris, entre 1851 e 1852. Em Colónia ganhou destaque como maestro dos concertos de Gürzenich e maestro do conservatório. Em 1884 retirou-se e morreu no ano seguinte.

Hiller costumava visitar a Inglaterra. Ele compôs uma peça, Nala, para a abertura do Royal Albert Hall, e Damayanti foi apresentada em Birmingham. Ele deu uma série de recitais de piano de suas próprias composições no Hanover Square Rooms em 1871. Ele tinha um domínio perfeito da técnica de composição e da forma, mas suas obras são geralmente secas. Ele era um pianista e professor, e ocasionalmente um escritor brilhante sobre assuntos musicais. Entre as suas obras, cerca de duzentas, estão seis óperas, dois oratórios, seis ou sete cantatas, muita música de câmara e um concerto para piano até então popular.
   
 

A bisavó inglesa do Rei de Espanha nasceu há 138 anos

  

Vitória Eugénia de Battenberg (Aberdeenshire, 24 de outubro de 1887Lausana, 15 de abril de 1969) foi uma princesa britânica, esposa do rei Afonso XIII e Rainha Consorte da Espanha de 1906 até a trágica proclamação da Segunda República Espanhola, em 1931. Filha do príncipe Henrique de Battenberg e de sua esposa, a princesa Beatriz do Reino Unido, era neta da rainha Vitória do Reino Unido.

Casou-se em 1906 com o rei Afonso XIII da Espanha, com quem teve 7 filhos, 2 dos quais eram portadores da hemofilia, doença a qual Vitória Eugénia herdou de sua avó materna a rainha Vitória do Reino Unido. Ela foi uma rainha distante de seu povo e pouco popular. Em 1931 teve de exilar-se da Espanha com o resto da família real espanhola, após eleições municipais terem colocado republicanos no poder nas maiores cidades, levando à proclamação da Segunda República Espanhola. Alfonso XIII esperava que o seu exílio impedisse a guerra civil entre republicanos e nacionalistas, o que não ocorreu, pois só em 1936 eclodiria a Guerra Civil Espanhola, na qual os nacionalistas sairiam vitoriosos.

Após a vitoria dos nacionalistas na Guerra Civil e a consolidação de Francisco Franco no poder, a Espanha retornou a seu status quo de reino, entretanto Franco fez com que o trono permanecesse vago até à sua morte, em 1975, quando o infante Juan Carlos, neto de Afonso XIII e Vitória Eugénia sobe ao trono, como rei Juan Carlos I da Espanha. Vitória Eugénia voltou brevemente à Espanha em fevereiro de 1968, para ser madrinha de batismo do seu bisneto, o infante Filipe, o atual rei da Espanha. Ela morreu em Lausana a 15 de abril de 1969, com 81 anos, exatamente 38 anos depois de ter deixado a Espanha para o exílio. Foi sepultada na Igreja do Sacré Coeur na mesma cidade. Em 25 de abril de 1985, o seu caixão voltou para Espanha, ficando na Cripta Real do Mosteiro do Escorial.


Nascida no Castelo de Balmoral, na Escócia, Vitória Eugénia era a única filha do príncipe Henrique de Battenberg e de sua esposa, a Princesa Beatriz, a última filha da rainha Vitória e do príncipe Alberto. Vitória recebeu o nome de suas avós e de sua madrinha, a imperatriz Eugénia, viúva de Napoleão III. Entre seus familiares, era conhecida como Ena.
Tinha dois irmãos mais velhos, Alexander e Leopold, e um irmão mais pequeno, Maurice.
A princesa Ena cresceu na corte da rainha Vitória, passando sua infância no Castelo de Windsor, Castelo de Balmoral e Osborne House, na Ilha de Wight. O seu pai, depois de contrair malária em Prahsu, no Gana, morreu em 1896, quando Vitória Eugénia tinha apenas oito anos de idade. Após a morte da rainha, em 1901, a família Battenberg estabeleceu residência no Palácio de Kensington, em Londres.
Em 1905, a princesa assistiu a uma festa organizada por seu tio, o rei Eduardo VII, dada em honra de Afonso XIII da Espanha. O monarca espanhol cortejou a jovem princesa, apesar da oposição materna a um possível matrimónio.
A rainha Maria Cristina, mãe de Afonso XIII, não era partidária da união entre o seu filho e Vitória Eugénia, por causa das origens do ramo Battenberg. Além disso, a princesa ostentava unicamente o tratamento de Alteza Sereníssima, o qual era considerado inferior por Maria Cristina.
  
Descendência
A tendência hemofílica desta família provém da Rainha Vitória, que já tinha o gene e que o espalhou, através dos seus filhos, pela maioria das casas reais europeias. Como Beatriz, a mãe de Vitória Eugénia, era filha da Rainha Vitória, alguns dos seus filhos e netos nasceram hemofílicos.
   
  
in Wikipédia

William James Herschel, o fundador da datiloscopia, morreu há 108 anos

   
Sir William James Herschel, 2° Baronete de Herschel (Slough, 9 de janeiro de 1833 - 24 de outubro de 1917) foi um funcionário público do governo da Índia Britânica. É reconhecido como o primeiro europeu a perceber a aplicação prática das impressões digitais, contribuindo assim para a implantação definitiva da datiloscopia.

William Herschel nasceu na Inglaterra, numa família bem conhecida de cientistas e artistas musicais. O seu avô, Sir William Herschel, foi um dos mais influentes astrónomos de todos os tempos. A sua tia-avó, Caroline Lucretia Herschel, também se destacou pelo seu trabalho relacionado com a astronomia, além de ser conhecida como cantora. O seu pai, John Frederick William Herschel, foi também um conhecido matemático e astrónomo. Um dos seus onze irmãos, Alexander Stewart Herschel, também se destacou como astrónomo.
   
   
William Herschel tornou-se conhecido por ser o primeiro europeu de que se tem registo que recolheu impressões digitais para a identificação de pessoas, especialmente com o objetivo de autenticar contratos e documentos legais. Visto que havia tido problemas no cumprimento de contratos efetuados anteriormente, em 28 de julho de 1858, William Herschel exigiu que Rajyadhar Konai, um homem de negócios nativo, de Hooghly, Jungipoor, Bengala Ocidental, colocasse a inteira impressão da sua mão no verso do contrato. A ideia inicial era somente causar impacto no negociante. Isto acabou por resultar, uma vez que o contrato foi cumprido. Diante do resultado positivo, Herschel fez disso um hábito, requerendo a impressão da palma da mão e posteriormente apenas a impressão do dedo médio em todos os contratos daquela data em diante. Com o uso continuado desta prática, a coleção de impressões digitais foi crescendo e Herschel começou a notar que, comparando as impressões, podia realmente provar ou contestar a identidade das pessoas. Apesar das suas experiências serem limitadas, Herschel estava convencido, corretamente, que não existiam duas impressões iguais e que estas se manteriam inalteradas com o passar dos anos, o que o inspirou a ampliar o uso.
Em 1877, ao serviço dos Serviços Administrativos Ingleses, na Índia, recorreu extensamente ao uso de impressões digitais para se assegurar de que os pensionistas do Exército Britânico em Hooghly, não recebiam as suas pensões mais do que uma vez. Na altura dos pagamentos obrigou os homens a "assinarem" os recibos do dinheiro deixando as suas impressões digitais nos documentos. Também, o método passou a ser aplicado na prisão local para impedir que os condenados pagassem a substitutos para cumprirem as suas penas.
A técnica de Herschel foi mais tarde aperfeiçoada pelo cientista Sir Francis Galton e pelo polícia Edward Henry para a deteção e identificação de criminosos.
      
Coelis Exploratis

O compositor Charles Lecocq morreu há cento e sete anos...

       
Nascido numa família pobre, sofreu de uma enfermidade que o obrigou a usar muletas em toda a vida. Estudou no Conservatório de Paris, ao mesmo tempo que Georges Bizet. Começa a compor operetas graças a um concurso organizado, em 1856, por Offenbach, onde divide o primeiro prémio com Bizet. Isso determinará a sua carreira, sendo este o seu principal nicho de composições.
Obteve o seu grande sucesso em 1872 com La Fille de Madame Angot (A Filha da Senhora Angot) que é considerada, hoje em dia, como umas das melhoras obras que representam o seu reportório lírico.
  
 

Antonie van Leeuwenhoek nasceu há 393 anos

  

Antonie van Leeuwenhoek (Delft, 24 de outubro de 1632 - Delft, 26 de agosto de 1723) foi um comerciante de tecidos, cientista e construtor de microscópios neerlandês.
Antonie van Leeuwenhoek é conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do microscópio, além de ter contribuído com as suas observações para a biologia celular (descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de "glóbulos"). Utilizando um microscópio feito por si mesmo (possuía a maior coleção de lentes do mundo, cerca de 250 microscópios), foi o primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias, protozoários e o fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes.
O microscópio utilizado por Leeuwenhoek para as suas descobertas era constituído por uma lente biconvexa, que tinha a capacidade de aumentar a imagem cerca de 200 vezes.
A ele é atribuída a descoberta dos microorganismos.
     

O último voo comercial de um Concorde foi há vinte e dois anos...

     
O Concorde era um avião comercial supersónico de passageiros, construído pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation (BAC) e a francesa Aérospatiale. Foi operado apenas pelas companhias British Airways e Air France. A sua velocidade de cruzeiro era de Mach 2,04 (entre 2.346 e 2.652 km/h), e um teto operacional de 17.700 metros de altura (aproximadamente 58.070 pés). Os voos comerciais começaram a 21 de janeiro de 1976 e terminaram a 24 de outubro de 2003.
   
(...)
  
Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde iniciou voos comerciais, ligando Paris ao Rio de Janeiro, com uma escala em Dakar. Voar no Concorde era uma experiência única. Tendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 2,5 vezes a de qualquer aeronave de passageiros - 1.150 nós contra 450 nós, sendo 1.292 nós o recorde, em 19 de Dezembro de 1985 - ele foi capaz de um feito memorável: um Concorde e um Boeing 747 da Air France descolaram ao mesmo tempo, o Concorde de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou a Paris, ficou uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.
Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à sua grande altitude de voo. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura do globo terrestre. O avião era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra, e isso se fazia notar quando ele descolava após o pôr do sol de Londres e chegava a Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersónico, o Concorde emitia muito ruído e poluição, e assim, durante muito tempo, restrições ambientais impediram a sua operação nos Estados Unidos
O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes durante cerca de vinte e quatro anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Bridgetown (Barbados), Caracas, Ilha de Santa Maria, Dakar, Bahrain, Singapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos os continentes, exceto a Antártica. Porém, a 25 de julho de 2000, uma das unidades da Air France (Voo Air France 4590) teve um acidente fatal, causado por uma peça de um DC-10 da Continental Airlines, que se soltara na pista minutos antes, o que causou a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para os voos comerciais do Concorde.
   

Rosa Parks morreu há vinte anos...

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Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks (Tuskegee, 4 de fevereiro de 1913 - Detroit, 24 de outubro de 2005), foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, em 1 de dezembro de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no autocarro a um branco, tornando-se a desencadeadora do movimento que foi denominado Boicote aos Autocarros de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista.
   
O autocarro de Montgomery em que Rosa Parks se negou a ceder o seu lugar a uma pessoa branca
    
Nascida em Tuskegee, no estado do Alabama, no Sul dos EUA, Rosa era filha de James e Leona McCauley, e cresceu numa quinta. Devido a problemas de saúde na família, foi obrigada a interromper os seus estudos e começou a trabalhar como costureira.
Em 1932 casou-se com Raymond Parks, membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), uma organização que luta pelos direitos civis dos negros, na qual Rosa se tornou militante.
Foi através dessa atitude que o então jovem pastor negro Martin Luther King, Jr., concordando com a atitude de Rosa Parks, incentivava em seus sermões os negros fiéis a fazerem o mesmo.
Este movimento teve grande repercussão na década de 50 nos Estados Unidos, pois o honroso pastor pregava pelos direitos civis do negros americanos através da teoria "say at less… I'm black, I'm proud", que mudou completamente a história dos Direitos Civis para os negros americanos e influenciou gerações de negros no mundo inteiro. A atitude solitária de Rosa Parks, ao ser acolhida por Martin Luther King, Jr., nunca mais foi uma atitude solitária. Depois de se aposentar, escreveu a sua auto-biografia. Os anos finais de sua vida foram marcados pela doença de Alzheimer, e no ano de 2005 morre, de causas naturais.
    

Medalha de ouro do Congresso, com a inscrição "Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais"
          
Medalhas e condecorações
        

 

Hoje é dia de ouvir Yes...

A ONU celebra hoje oitenta anos...!

          
A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial.
A ONU foi fundada em 24 de outubro de 1945, após a Segunda Guerra Mundial, para substituir a Liga das Nações (dissolvida em abril de 1946), com o objetivo de impedir as guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo e contém várias organizações subsidiárias para realizar as suas missões.
     
(...)   
           
São seis os órgãos principais que compõem as Nações Unidas: a Assembleia Geral (assembleia deliberativa principal); o Conselho de Segurança (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o Conselho Económico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação económica e social internacional e desenvolvimento); o Conselho de Direitos Humanos (para promover e fiscalizar a proteção dos direitos humanos e propor tratados internacionais sobre esse tema); o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal). Além desses, há órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das Nações Unidas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O cargo mais importante na ONU é o de secretário-geral, ocupado pelo português António Guterres desde 2017.
 

Hoje é dia de ouvir Bill Wyman e The Rolling Stones...

 

In Another Land - The Rolling Stones

   

In another land
 
Where the breeze and the trees and flowers were blue
I stood and held your hand
And the grass grew high and the feathers floated by
I stood and held your hand
And nobody else's hand will ever do
Nobody else will do
Then I awoke
Was this some kind of joke
Much to my surprise
I opened my eyes
 
We walked across the sand
And the sea and the sky and the castles were blue
I stood and held your hand
And the spray flew high and the feathers floated by
I stood and held your hand
And nobody else's hand will ever do
Nobody else will do
Then I awoke
Was this some kind of joke
 
Much to my surprise
 
When I opened my eyes
We heard the trumpets blow
And the sky turned red when I accidently said
That I didn't know how I came to be here
Not fast asleep in bed
I stood and held your hand
And nobody else's hand will ever do
Nobody else's hand
Then I awoke
Was this some kind of joke
I opened my eyes
Much to my surprise

Hoje é o Dia Internacional contra as Alterações Climáticas...



DIA INTERNACIONAL CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS - 24 de outubro 

 

A pedido da ONU, é comemorado o Dia Internacional Contra as Alterações Climáticas cujo objetivo é informar, consciencializar e educar a população mundial sobre os atrozes efeitos das mesmas. O clima é um conjunto de condições meteorológicas, que inclui parâmetros como pressão, temperatura, humidade ou o nível de precipitação e, geralmente, refere-se a uma determinada região do planeta. Falamos de alterações climáticas quando os padrões climáticos sofrem variações muito significativas, cujos efeitos afetam grandes áreas e se prolongam no tempo.


in CM Loures

quinta-feira, outubro 23, 2025

O poeta Antonio Cicero morreu há um ano...

 

Antônio Cícero Correia Lima (Rio de Janeiro, 6 de outubro de 1945Zurique, 23 de outubro de 2024) foi um compositor, poeta, crítico literário, filósofo e escritor brasileiro. Em 10 de agosto de 2017 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 16 de março de 2018.

 

Biografia

É filho dos piauienses Amélia Correia Lima e Ewaldo Correia Lima. Seu pai foi um dos intelectuais fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), tendo sido também diretor do BNDE durante o governo JK. Em 1960, Ewaldo assume um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que então acabava de ser criado, e toda a família se transfere para Washington, D.C.. Lá, Antonio Cicero fará os seus estudos secundários.

De volta ao Brasil, Cicero começa a estuda Filosofia na PUC do Rio de Janeiro e, depois, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Em 1969, devido a problemas políticos, vai para Londres, onde conclui o curso de Filosofia na Universidade de Londres. Em 1976, Cicero vai fazer pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, onde estuda grego e latim, o que lhe permitirá ler no original clássicos como Homero, Píndaro, Horácio e Ovídio. Posteriormente lecionará Filosofia e Lógica, em universidades do Rio de Janeiro.

Antonio Cicero escreve poesia desde jovem, mas seus poemas só apareceram para o grande público quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, passou a musicá-los. Antes, porém, já eram suas canções como Fullgás, Para Começar e À Francesa - as duas primeiras em parceria com sua irmã, e a última com Cláudio Zoli. A partir de então, Cicero tornar-se-ia um dos mais próximos parceiros de Marina. Entre outras parcerias, destacam-se aquelas com Waly Salomão, João Bosco, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos (co-autor, junto com Antonio Cicero e Sérgio Souza, do hit O Último Romântico, de 1984).

De 1991 a 1992, Antonio Cicero coordenou, em colaboração com o poeta e professor de Filosofia da Universidade Federal Fluminense Alex Varella os cursos de Estética e Teoria da Arte do Galpão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ).

Em 1993, concebeu, em colaboração com o poeta Waly Salomão e com o patrocínio do Banco Nacional, o projeto "Banco Nacional de Ideias", através do qual, nesse ano e nos dois anos subsequentes, promoveu ciclos de conferências e discussões de artistas e intelectuais de importância mundial, como João Cabral de Melo Neto, Haroldo de Campos, John Ashbery, Derek Walcott, Caetano Veloso, Richard Rorty, Tzvetan Todorov, Hans Magnus Enzensberger, Peter Sloterdijk, Ernest Gellner, Bento Prado Júnior e Darcy Ribeiro, entre outros.

Em 1994, organizou, em parceria com Waly Salomão, o livro O relativismo enquanto visão do mundo, que reúne as conferências realizadas pelo projeto Banco Nacional de Ideias nesse ano.

Em 1995, publicou O Mundo Desde o Fim, uma reflexão filosófica sobre a modernidade.

Em 1996, lançou o livro de poemas Guardar, vencedor do Prémio Nestlé de Literatura Brasileira na categoria estreante. Lançou também um CD em 1996, Antonio Cicero por Antonio Cicero, onde recita seus poemas.

Em 2001, seu poema "Guardar" foi incluído na antologia Os cem melhores poemas brasileiros do século, organizada por Ítalo Moriconi.

Em 2002, lançou o livro de poemas A cidade e os livros. No mesmo ano participou, junto com outros artistas como Gabriel o Pensador, Chico Buarque, Ronaldo Bastos e Fernando Brant, entre outros, de uma coletânea de quatro CDs em homenagem ao poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Ainda em 2002, participou, junto a personalidades como José Saramago, Hermeto Pascoal e Wim Wenders, do documentário Janela da alma, de João Jardim e Walter Carvalho.

Em 2005, lançou o livro de ensaios filosóficos Finalidades sem fim, que foi finalista do Prémio Jabuti na categoria "Teoria / Crítica literária".

Em 2010, lançou, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, o Livro de sombras: pintura, cinema e poesia.

Em 2012, lançou o livro de poemas Porventura, o livro Poesia e filosofia (ensaio filosófico) e, como organizador, o livro de ensaios estéticos Forma e sentido contemporâneo: poesia. No mesmo ano, lançou o livro de entrevistas, organizado por Arthur Nogueira, Antonio Cicero por Antonio Cicero.

Antonio Cicero foi, de abril de 2007 a novembro de 2010, colunista do jornal Folha de S. Paulo.

Em junho de 2007, Antonio Cicero apresentou em Lisboa a palestra "Da atualidade do conceito de civilização", no encontro intitulado O Estado do Mundo, organizado pela Fundação Gulbenkian, publicada, em Portugal, no livro A urgência da teoria (Lisboa: Gulbenkian, 2007) e, na Inglaterra, traduzido por "On the concept of civilization", no livro The urgency of theory (Manchester: Carcanet, 2007). Em novembro de 2008, pronunciou a palestra de encerramento do Congresso Internacional Fernando Pessoa, em Lisboa, publicada, com o título de "Fernando Pessoa: poesia e razão", em Pessoa. Revista de ideias, em dezembro de 2010.

O escritor Antonio Cicero foi eleito no dia 10 de agosto 2017 para a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo Eduardo Portella, morto no dia 3 de maio deste ano. "Antonio Cicero é um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea", declarou o presidente da ABL, acadêmico Domício Proença Filho. Cicero foi eleito por 30 votos. Concorreram na eleição 22 acadêmicos - 12 por cartas. Antes de Cicero, os ocupantes anteriores da cadeira 27 foram: Joaquim Nabuco – fundador da cadeira e que escolheu como patrono Maciel Monteiro, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.

Após ser diagnosticado com mal de Alzheimer, o poeta tomou a decisão de praticar morte assistida, por esse motivo transferindo-se para a Suíça, onde tal prática é legalizada. Lá, o procedimento foi realizado, sendo o falecimento do escritor anunciado em 23 de outubro de 2024.
 

in Wikipédia


 

O FIM DA VIDA



Conhece da humana lida
a sorte:
o único fim da vida
é a morte
e não há, depois da morte
mais nada.
Eis o que torna esta vida
sagrada:
ela é tudo e o resto, nada.



Antonio Cicero

António Portugal nasceu há 94 anos...

 


António Portugal 

Guitarra portuguesa

António Moreira Portugal teve como professores dois guitarristas “futricas”, barbeiros de profissão e irmãos (o Flávio e o Fernando).

Nasceu em 23 de outubro de 1931, na República Centro-Africana, e morreu em Coimbra, a 26 de junho de 1994, com 63 anos.

Com um ano de idade foi viver para Coimbra (a sua família era de Penacova) e aí fez a escola primária, os estudos secundários e se licenciou em Direito.

Foi no Liceu D. João III que conheceu Luiz Goes e José Afonso e que os começou a acompanhar, em 1949, com um grupo constituído por Manuel Mora (2º guitarra) e Manuel Costa Brás (militar de Abril e ex-ministro) e António Serrão, à viola.

Em 1951 matriculou-se na Faculdade de Direito e ingressou na tuna e Orfeon Académico. Em 1952 conheceu António Brojo, que o convidou para integrar o histórico grupo de fados e guitarradas do qual faziam parte os cantores Luiz Goes, José Afonso, Florêncio de Carvalho, Fernando Rolim e, um pouco mais tarde, Fernando Machado Soares.

Para além de António Brojo e de António Portugal, nas guitarras, faziam ainda parte do grupo os violas Aurélio Reis e Mário de Castro. Em 1953 – e depois de muitos anos em que não se gravaram discos de Fado de Coimbra – o grupo liderado por António Brojo registou uma série de 8 discos de 78 rotações por minuto.

António Portugal, durante mais de 45 anos, esteve omnipresente em tudo o que se relaciona com a “Canção de Coimbra”.

De 1949 a 1994, criou uma obra ímpar, quer pela qualidade e inovação das suas composições e arranjos, quer pela forma como sabia ensaiar os cantores, e com eles criar uma dinâmica de acompanhamento que o distingue de todos os outros guitarristas do seu tempo.

António Portugal deixou, de longe, a mais ampla e completa discografia do Fado e da Guitarra de Coimbra.

Embora de forma esquemática e muito resumida, o percurso musical de António Portugal poderá ser dividido em quatro fases.

A primeira, iniciática, em que António Portugal se aplica na execução e pesquisa da guitarra, e na sua colaboração, já referida, com os maiores e mais importantes nomes da geração de 50.

A segunda, que inicia com a formação do grupo do “Coimbra Quintet” (Luiz Goes, Jorge Godinho – 2º guitarra, também já falecido e Manuel Pepe e Levy Batista), corresponde à transição para a renovação do fado e da guitarra de Coimbra, que culminou com a gravação da “Balada de Outono”, de José Afonso e onde, pela primeira vez ao lado de António Portugal, surge a viola de Rui Pato.

A terceira fase – início dos anos 60 – é fundamentalmente marcada pela canção de intervenção e pelos nomes de Adriano Correia de Oliveira e Manuel Alegre. A “Trova do vento que passa”, de que António Portugal é autor da música em conjunto com Adriano Correia de Oliveira, é o hino e o emblema da resistência ao regime e à guerra colonial.

A quarta e última fase, é também a mais longa: é o período da maturidade e da consagração.

Depois do 25 de Abril, António Portugal, que ao longo dos anos tinha sido um ativista político persistente e eficaz na luta contra o fascismo, “trocou” temporariamente a guitarra pela política activa, quer na Assembleia Municipal de Coimbra (onde foi, até à sua morte, líder da bancada do PS), quer na Assembleia da República, como deputado.

Ultrapassado o período revolucionário de 1975 – em que a onda de contestação não poupou também as tradições coimbrãs – e com o “regresso” de António Brojo ao gosto e ao gozo da guitarra, reconstituiu-se o grupo dos anos 50 e foi reiniciada uma atividade de intensa participação, quer em espetáculos em Portugal e por todo o mundo, quer numa série de programas para a RTP, quer ainda a gravação de uma coletânea de 6 LP, “Tempos de Coimbra – oito décadas no canto e na guitarra”, onde se registam, para a história – desde Augusto Hilário à atualidade – dezenas de fados e guitarradas, fruto de laboriosa e cuidada recolha.

A sua morte interrompeu o seu último projeto, que vinha realizando com António Brojo, sobre a guitarra de Coimbra: ambos os solistas preparavam um duplo álbum de guitarradas, em que alternadamente se acompanhavam um ao outro, e que já ia a caminho da finalização.

No dia 10 de junho de 1994, quando se encontrava no Oriente para atuar com o seu grupo nas Comemorações do Dia de Portugal, o Presidente da República, Dr. Mário Soares, atribui-lhe, em Coimbra, a Ordem da Liberdade.

António Portugal não teve a alegria de ver, e ostentar, essa justíssima condecoração porque, à chegada ao aeroporto de Pedras Rubras, foi vitimado por acidente vascular cerebral, morrendo dias depois, em Coimbra.

Como escreveu o conceituado Rui Vieira Nery, na Revista do jornal “Expresso”,

“A morte de António Portugal, encarnação modelar da guitarra coimbrã e de toda a tradição que nela se foi condensando ao longo destes dois últimos séculos, deixa-nos aquela espécie de vazio doloroso que é a de uma perda simultaneamente individual e geral. Perdemos um músico excelente que marcou decisivamente a nossa música popular urbana dos anos 60 e 70, mas perdemos também uma trave-mestra desse universo cada vez mais frágil e mais difuso que é o da guitarra portuguesa e, especificamente, o da guitarra de Coimbra”.

 

in Meloteca

 

V

Pelé nasceu há 85 anos...

    
Edson Arantes do Nascimento (Três Corações, 23 de outubro de 1940São Paulo, 29 de dezembro de 2022), mais conhecido como Pelé, foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante. Descrito como o "Rei do Futebol", é amplamente considerado como o maior atleta de todos os tempos. Em 2000, foi eleito Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) e foi um dos dois vencedores conjuntos do prémio Melhor Jogador do Século da FIFA. Nesse mesmo ano, Pelé foi eleito Atleta do Século pelo Comité Olímpico Internacional. De acordo com a IFFHS, é o quinto maior goleador da história do futebol em jogos oficiais, tendo marcado 767 golos em 812 partidas. No total foram 1283 golos em 1363 jogos (incluindo amistosos não-oficiais), um recorde mundial do Guinness. Durante a sua carreira, chegou a ser durante um certo período o atleta mais bem pago do mundo.

  


   

Ellie Greenwich nasceu há oitenta e cinco anos...

  
Eleanor Louise Greenwich (Brooklyn, New York, October 23, 1940 – New York City, August 26, 2009) was an American pop music singer, songwriter, and record producer. She wrote or co-wrote "Be My Baby", "Christmas (Baby Please Come Home)", "Da Doo Ron Ron", "Leader of the Pack", "Do Wah Diddy Diddy", and "River Deep – Mountain High", among others. 

 

in Wikipédia

 

Michael Crichton nasceu há 83 anos...

       

John Michael Crichton (Chicago, 23 de outubro de 1942 - Los Angeles, 4 de novembro de 2008) foi um escritor, produtor de filmes e de televisão norte-americano. Os seus trabalhos mais conhecidos são romances de ficção científica, dentre os quais, a sua obra mais conhecida, Parque Jurássico, adaptado para o cinema por Steven Spielberg, com o título Jurassic Park, e a série de televisão ER.

Michael Crichton também dirigiu e/ou produziu vários filmes e programas de televisão. Entre outros, Crichton dirigiu o filme Coma, adaptado de uma novela de Robin Cook.
O seu género literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo os seus conhecimentos médicos e científicos - Crichton era licenciado em Medicina, pela Harvard Medical School.
Crichton morreu a 4 de novembro de 2008, aos 66 anos, por causa de um cancro.