quarta-feira, setembro 03, 2025
São Gregório Magno foi eleito Papa há 1435 anos
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Fernando Machado Soares nasceu há noventa e cinco anos...
Balada da Despedida do 6º Ano Médico (1958)
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Que as lágrimas do meu pranto
São a luz que me dá vida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Quem me dera estar contente
Enganar minha dor
Mas a saudade não mente
Se é verdadeiro o amor.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Não me tentes enganar
Com a tua formosura
Que para além do luar
Há sempre uma noite escura.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Que as lágrimas do meu pranto
São a luz que lhe dá vida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida.
Freddie King nasceu há noventa e um anos...
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Irene Papas nasceu há 96 anos...
Irene Papas or Irene Pappas; born Eirini Lelekou (Greek: Ειρήνη Λελέκου, romanized: Eiríni Lelékou); Chiliomodi, Corinthia, 3 September 1929 – Chiliomodi, Corinthia, 14 September 2022) was a Greek actress and singer who starred in over 70 films in a career spanning more than 50 years. She gained international recognition through such popular award-winning films as The Guns of Navarone (1961), Zorba the Greek (1964) and Z (1969). She was a powerful protagonist in films including The Trojan Women (1971) and Iphigenia (1977). She played the title roles in Antigone (1961) and Electra (1962). She had a fine singing voice, on display in the 1968 recording Songs of Theodorakis.
Papas won Best Actress awards at the Berlin International Film Festival for Antigone and from the National Board of Review for The Trojan Women. Her career awards include the Golden Arrow Award in 1993 at Hamptons International Film Festival, and the Golden Lion Award in 2009 at the Venice Biennale.
In 1947 she married the film director Alkis Papas; they divorced in 1951. In 1954 she met the actor Marlon Brando and they had a long love affair, which they kept secret at the time. Fifty years later, when Brando died, she recalled that "I have never since loved a man as I loved Marlon. He was the great passion of my life, absolutely the man I cared about the most and also the one I esteemed most, two things that generally are difficult to reconcile". Her second marriage was to the film producer José Kohn in 1957; that marriage was later annulled. She was the aunt of the film director Manousos Manousakis and the actor Aias Manthopoulos.
In 2003 she served on the board of directors of the Anna-Marie Foundation, a fund which provided assistance to people in rural areas of Greece. In 2013 she began to suffer from Alzheimer's disease. Papas spent her final years in Chiliomodi. She died there on 14 September 2022, at the age of 93.Eduardo Galeano nasceu há 85 anos...
Eduardo Germán María Hughes Galeano (Montevideo, 3 de septiembre de 1940 - Montevideo, 13 de abril de 2015) fue un periodista y escritor uruguayo, considerado uno de los escritores más influyentes de la izquierda latinoamericana.
Sus libros más conocidos, Las venas abiertas de América Latina (1971) y Memoria del fuego (1986), han sido traducidos a veinte idiomas. Sus trabajos trascienden géneros ortodoxos y combinan documental, ficción, periodismo, análisis político e historia.
Biografia
Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu, primeiro dos três filhos de Eduardo Hughes Roosen e de Licia Esther Galeano Muñoz, uma família católica de classe média alta. Seu pai era funcionário do Ministério da Pecuária e bisneto de um inglês dono de uma fazenda de 15.000 hectares em Paysandú. Licia era descendente do primeiro presidente do Uruguai, Fructuoso Rivera.
Na infância, Galeano tinha como certo que se tornaria padre, devido a importância da fé católica em sua vida. Todavia, perdeu a religiosidade aos treze anos de idade, quando afirmou ter perdido Deus. Também tinha o sonho de se tornar um jogador de futebol. Na adolescência, trabalhou em empregos nada usuais, como pintor de letreiros, mensageiro, datilógrafo e caixa de banco. Abandonou a Escola Erwy Britânica no segundo ano e aos 14 anos, vendeu sua primeira charge política para o jornal El Sol, do Partido Socialista.
Embora nunca tenha retornado à educação formal, continuou a se educar por meio de conversas com a política e historiadora uruguaia Vivian Trías e em conversas e discussões em cafés, especialmente no Café Brasilero, que se tornaria seu favorito e onde se tornaria frequentador assíduo, exceto pelos anos que passou no exílio. Também estudou com o advogado socialista argentino Enrique Broken, que lhe deu aulas particulares. Aos 17 anos, Galeano já havia lido a Bíblia e O Capital.
Aos 19 anos, tentou o suicídio. Depois desse episódio, decidiu se dedicar à escrita. Pediu demissão do emprego de banqueiro e se estabeleceu em Buenos Aires, onde trabalhou para a revista Che, financiada pelo Partido Comunista Argentino e por uma agremiação de diversos grupos progressistas. Retornando a Montevidéu, Galeano iniciou a sua carreira jornalística no início da década de 60 como editor do Marcha, influente jornal semanal que tinha como colaboradores Mario Vargas Llosa e Mario Benedetti. Durante esse período, passou um tempo na casa do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti. Em 1963, publicou seu primeiro livro, o romance curto "Os Dias Seguintes". Em outubro daquele ano, viajou para a China; ao retornar, escreveu seu primeiro livro de não ficção: "China 1964, Crónica de um Desafio". Entre 1965 e 1973 foi diretor do Departamento de Publicações da Universidade da República. Em 1971 escreveu sua obra-prima As Veias Abertas da América Latina.
Entre o final dos anos 60 e começo da nova década, Galeano passou uma longa temporada no Rio de Janeiro, e a partir daí ele se tornou um visitante frequente. O seu primeiro texto foi traduzido no Brasil em 1974.
Em 1973, com o golpe militar no Uruguai, Galeano foi preso e depois exilado. O seu livro As veias abertas da América Latina foi censurado pelas ditaduras do Uruguai, Argentina e Chile, por isso foi viver na Argentina, onde fundou a revista cultural Crisis, na qual colaborou com o poeta e jornalista Juan Gelman.
Em 1975, Galeano recebeu o Prémio Casa de las Américas pelo seu romance La canción de nosotros. Em 1976, a Argentina também passou pelo golpe militar do general Videla e o seu nome foi parar nas listas dos esquadrões da morte. Assim, ele voou para a Espanha, onde escreveu sua famosa trilogia Memória do Fogo (uma revisão da história da América Latina) em 1984, considerada sua maior obra. Durante esses anos, ele passou um período em Estocolmo como parte do tribunal internacional ocupado pela invasão soviética do Afeganistão em 1979. A esse respeito, ele comentou que lhe parecia que um dos momentos culminantes das sessões era quando um alto líder religioso, já idoso, exclamou: "Os comunistas desonraram nossas filhas! Eles as ensinaram a ler e escrever!"
Em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde viveu até à sua morte. Ali, juntamente com Mario Benedetti, Hugo Alfaro e outros jornalistas e escritores que haviam trabalhado para o semanário Marcha, fundou a Brecha, da qual permaneceu membro do conselho consultivo até à sua morte. Também escreveu colunas para jornais de outros países. Entre 1987 e 1989, foi membro da Comissão Nacional do Referendo, criada para revogar a Lei de Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado, promulgada em dezembro de 1986 para impedir o julgamento de crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar em seu país (1973-1985).
O escritor foi casado três vezes: primeiro com Silvia Brando, com quem teve Verónica Hughes Brando; depois com Graciela Berro Rovira, mãe de Florencia e Claudio Hughes Berro; e por fim com Helena Villagra, com quem teve Mariana.
Em 10 de fevereiro de 2007, Galeano passou por uma operação bem-sucedida para tratar um cancro do pulmão.
Galeano foi internado dia 10 de abril e morreu próximo das 09.00 horas em 13 de abril de 2015, em Montevidéu, de cancro no mediastino, após o tumor provocar metástases. Ele foi cremado e as suas cinzas espalhadas no Rio da Prata.
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ESTRANGEIRO
Num jornal do bairro do Raval, em Barcelona, uma mão anónima escreveu:
O teu deus é judeu, a tua música é negra, o teu carro é japonês, a tua pizza é italiana, o teu gás é argelino, a tua democracia é grega, os teus números são árabes, as tuas letras são latinas. Eu sou teu vizinho. E ainda me chamas estrangeiro?
Eduardo Galeano
Na parede de uma taberna de Madrid, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.
Eduardo Galeano
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Al Jardine nasceu há 83 anos
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Walter Becker morreu há oito anos...
Walter Carl Becker (Queens, New York, February 20, 1950 – Manhattan, New York, September 3, 2017) was an American musician, songwriter, and record producer. He was the co-founder, guitarist, bassist, and co-songwriter of the jazz rock band Steely Dan.
Becker met future songwriting partner Donald Fagen while they were students at Bard College. After a brief period of activity in New York City, the two moved to Los Angeles in 1971 and formed the nucleus of Steely Dan, which enjoyed a critically and commercially successful ten-year career. Following the group's dissolution, Becker moved to Hawaii and reduced his musical activity, working primarily as a record producer. In 1985, he briefly became a member of the English band China Crisis, producing and playing synthesizer on their album Flaunt the Imperfection.
Becker and Fagen reformed Steely Dan in 1993 and remained active, recording Two Against Nature (2000), which won four Grammy Awards. Becker released two solo albums, 11 Tracks of Whack (1994) and Circus Money (2008). Following a brief battle with esophageal cancer, he died on September 3, 2017.
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Steve Jones, guitarrista dos Sex Pistols, nasceu há setenta anos
Stephen Philip Jones (Shepherd's Bush, London, 3 September 1955) is an English guitarist, best known as a member of the punk band Sex Pistols. Following the split of the Sex Pistols, he formed the Professionals with former bandmate Paul Cook. He has released two solo albums, and worked with Johnny Thunders, Iggy Pop, Cheap Trick, Bob Dylan and Thin Lizzy. In 1995, he formed the short-lived supergroup Neurotic Outsiders with members of Guns N' Roses and Duran Duran. Jones was ranked #97 in Rolling Stone's 2015 list of the "100 Greatest Guitarists of All Time".
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Perry Bamonte faz hoje 65 anos
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Perry Archangelo Bamonte (London, 3 September 1960) is an English musician and illustrator, best known as a member of the rock band The Cure from 1990 to 2005, and again since 2022.
Biography
Bamonte was born in London, England. His older brother Daryl worked as a tour manager for The Cure and Depeche Mode, and via this connection Perry joined the Cure's road crew in 1984. He eventually became the guitar tech and personal assistant for group leader Robert Smith. Already a guitarist, during this period Bamonte was taught to play piano and keyboards by Smith's sister Janet. When keyboardist Roger O'Donnell left the Cure in 1990, Bamonte was promoted to a full member of the band, playing both keyboards and guitar regularly, as well as six-string bass and percussion occasionally.
Bamonte kept a low profile for several years, devoting his time to fly fishing and a career as an illustrator. He continues to contribute content and illustrations for the magazine Fly Culture. In 2012 he joined the supergroup Love Amongst Ruin as bassist and appeared on their 2015 album Lose Your Way. In 2019, Bamonte joined fellow members of the Cure, past and present, for their induction into the Rock and Roll Hall of Fame. In a move that had not been previously announced, Bamonte rejoined the Cure in 2022 for the first performance of their extensive Lost World Tour, and has remained with the band since.
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e. e. cummings morreu há 63 anos...
i like my body when it is with your
body. It is so quite new a thing.
Muscles better and nerves more.
i like your body. i like what it does,
i like its hows. i like to feel the spine
of your body and its bones,and the trembling
-firm-smooth ness and which i will
again and again and again
kiss, i like kissing this and that of you,
i like, slowly stroking the,shocking fuzz
of your electric furr,and what-is-it comes
over parting flesh….And eyes big love-crumbs,
and possibly i like the thrill
of under me you so quite new
e. e. cummings
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Saudades de Alan Christie Wilson...
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Hoje é dia de recordar um Poeta...
Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Carrega para a cama dos desempregados
todas as coisas verdes, todas as coisas vis
fechadas no cofre das águas:
os corais, as anémonas, os monstros sublunares,
as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.
Vem, serenidade,
com o país veloz e virginal das ondas,
com o martírio leve dos amantes sem Deus,
com o cheiro sensual das pernas no cinema,
com o vinho e as uvas e o frémito das virgens,
com o macio ventre das mulheres violadas,
com os filhos que os pais amaldiçoam,
com as lanternas postas à beira dos abismos,
e os segredos e os ninhos e o feno
e as procissões sem padre, sem anjos e, contudo
com Deus molhando os olhos
e as esperanças dos pobres.
Vem, serenidade,
com a paz e a guerra
derrubar as selvagens
florestas do instinto.
Vem, e levanta
palácios na sombra.
Tem a paciência de quem deixa entre os lábios
um espaço absoluto.
Vem, e desponta,
oriunda dos mares,
orquídea fresca das noites vagabundas,
serena espécie de contentamento,
surpresa, plenitude.
Vem dos prédios sem almas e sem luzes,
dos números irreais de todas as semanas,
dos caixeiros sem cor e sem família,
das flores que rebentam nas mãos dos namorados
dos bancos que os jardins afogam no silêncio,
das jarras que os marujos trazem sempre da China,
dos aventais vermelhos com que as mulheres esperam
a chegada da força e da vertigem.
Vem, serenidade,
e põe no peito sujo dos ladrões
a cruz dos crimes sem cadeia,
põe na boca dos pobres o pão que eles precisam,
põe nos olhos dos cegos a luz que lhes pertence.
Vem nos bicos dos pés para junto dos berços,
para junto das campas dos jovens que morreram,
para junto das artérias que servem
de campo para o trigo, de mar para os navios.
Vem, serenidade!
E do salgado bojo das tuas naus felizes
despeja a confiança,
a grande confiança.
Grande como os teus braços,
grande serenidade!
E põe teus pés na terra,
e deixa que outras vozes
se comovam contigo
no Outono, no Inverno,
no Verão, na Primavera.
Vem, serenidade,
para que se não fale
nem da paz nem da guerra nem de Deus,
porque foi tudo junto
e guardado e levado
para a casa dos homens.
Vem, serenidade,
vem com a madrugada,
vem com os anjos de ouro que fugiram da Lua,
com as nuvens que proíbem o céu,
vem com o nevoeiro.
Vem com as meretrizes que chamam da janela,
o volume dos corpos saciados na cama,
as mil aparições do amor nas esquinas,
as dívidas que os pais nos pagam em segredo,
as costas que os marinheiros levantam
quando arrastam o mar pelas ruas.
Vem, serenidade,
e lembra-te de nós,
que te esperamos há séculos sempre no mesmo sítio,
um sítio aonde a morte tem todos os direitos.
Lembra-te da miséria dourada dos meus versos,
desta roupa de imagens que me cobre
o corpo silencioso,
das noites que passei perseguindo uma estrela,
do hálito, da fome, da doença, do crime,
com que dou vida e morte
a mim próprio e aos outros.
Vem, serenidade,
e acaba com o vício
de plantar roseiras no duro chão dos dias,
vicio de beber água
com o copo do vinho milagroso do sangue.
Vem, serenidade,
não apagues ainda
a lâmpada que forra
os cantos do meu quarto,
o papel com que embrulho meus rios de aventura
em que vai navegando o futuro.
Vem, serenidade!
E pousa, mais serena que as mãos de minha Mãe,
mais húmida que a pele marítima do cais,
mais branca que o soluço, o silêncio, a origem,
mais livre que uma ave em seu vôo,
mais branda que a grávida brandura do papel em que escrevo,
mais humana e alegre que o sorriso das noivas,
do que a voz dos amigos, do que o sol nas searas.
Vem, serenidade,
para perto de mim e para nunca.
....................................... ................
De manhã, quando as carroças de hortaliça
chiam por dentro da lisa e sonolenta
tarefa terminada,
quando um ramo de flores matinais
é uma ofensa ao nosso limitado horizonte,
quando os astros entregam ao carteiro surpreendido
mais um postal da esperança enigmática,
quando os tacões furados pelos relógios podres,
pelas tardes por trás das grades e dos muros,
pelas convencionais visitas aos enfermos,
formam, em densos ângulos de humano desespero,
uma nuvem que aumenta a vã periferia
que rodeia a cidade,
é então que eu te peço como quem pede amor:
Vem, serenidade!
Com a medalha, os gestos e os teus olhos azuis,
vem, serenidade!
Com as horas maiúsculas do cio,
com os músculos inchados da preguiça,
vem, serenidade!
Vem, com o perturbante mistério dos cabelos,
o riso que não é da boca nem dos dentes
mas que se espalha, inteiro,
num corpo alucinado de bandeira.
Vem, serenidade,
antes que os passos da noite vigilante
arranquem as primeiras unhas da madrugada,
antes que as ruas cheias de corações de gás
se percam no fantástico cenário da cidade,
antes que, nos pés dormentes dos pedintes,
a cólera lhes acenda brasas nos cinco dedos,
a revolta semeie florestas de gritos
e a raiva vá partir as amarras diárias.
Vem, serenidade,
leva-me num vagão de mercadorias,
num convés de algodão e borracha e madeira,
na hélice emigrante, na tábua azul dos peixes,
na carnívora concha do sono.
Leva-me para longe
deste bíblico espaço,
desta confusão abúlica dos mitos,
deste enorme pulmão de silêncio e vergonha.
Longe das sentinelas de mármore
que exigem passaporte a quem passa.
A bordo, no porão,
conversando com velhos tripulantes descalços,
crianças criminosas fugidas à policia,
moços contrabandistas, negociantes mouros,
emigrados políticos que vão
em busca da perdida liberdade,
Vem, serenidade,
e leva-me contigo.
Com ciganos comendo amoras e limões,
e música de harmônio, e ciúme, e vinganças,
e subindo nos ares o livre e musical
facho rubro que une os seios da terra ao Sol.
Vem, serenidade!
Os comboios nos esperam.
Há famílias inteiras com o jantar na mesa,
aguardando que batam, que empurrem, que irrompam
pela porta levíssima,
e que a porta se abra e por ela se entornem
os frutos e a justiça.
Serenidade, eu rezo:
Acorda minha Mãe quando ela dorme,
quando ela tem no rosto a solidão completa
de quem passou a noite perguntando por mim,
de quem perdeu de vista o meu destino.
Ajuda-me a cumprir a missão de poeta,
a confundir, numa só e lúcida claridade,
a palavra esquecida no coração do homem.
Vem, serenidade,
e absolve os vencidos,
regulariza o trânsito cardíaco dos sonhos
e dá-lhes nomes novos,
novos ventos, novos portos, novos pulsos.
E recorda comigo o barulho das ondas,
as mentiras da fé, os amigos medrosos,
os assombros daÍndia imaginada,
o espanto aprendiz da nossa fala,
ainda nossa, ainda bela, ainda livre
destes montes altíssimos que tapam
as veias ao Oceano.
Vem, serenidade,
e faz que não fiquemos doentes, só de ver
que a beleza não nasce dia a dia na terra.
E reúne os pedaços dos espelhos partidos,
e não cedas demais ao vislumbre de vermos
a nossa idade exacta
outra vez paralela ao percurso dos pássaros.
E dá asas ao peso
da melancolia,
e põe ordem no caos e carne nos espectros,
e ensina aos suicidas a volúpia do baile,
e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem,
e não apagues nunca o fogo que os consome.
o impulso que os coloca, nus e iluminados,
no topo das montanhas, no extremo dos mastros
na chaminé do sangue.
Serenidade, assiste
à multiplicação original do Mundo:
Um manto terníssimo de espuma,
um ninho de corais, de limos, de cabelos,
um universo de algas despidas e retrácteis,
um polvo de ternura deliciosa e fresca.
Vem, e compartilha
das mais simples paixões,
do jogo que jogamos sem parceiro,
dos humilhantes nós que a garganta irradia,
da suspeita violenta, do inesperado abrigo.
Vem, com teu frio de esquecimento,
com tua alucinante e alucinada mão,
e põe, no religioso ofício do poema,
a alegria, a fé, os milagres, a luz!
Vem, e defende-me
da traição dos encontros,
do engano na presença de Aquele
cuja palavra é silêncio,
cujo corpo é de ar,
cujo amor é demais
absoluto e eterno
para ser meu, que o amo.
Para sempre irreal,
para sempre obscena,
para sempre inocente,
Serenidade, és minha.
Raul de Carvalho
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Pedro Luna
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Frank Capra morreu há 34 anos...
Francesco Rosario Capra, mais conhecido como Frank Capra (Bisacquino, 18 de maio de 1897 – La Quinta, 3 de setembro de 1991) foi um diretor de cinema italiano naturalizado norte-americano. Foi o mais popular e reverenciado cineasta da sua época, sendo o vencedor 3 Óscares de Melhor Diretor em 1934, 1936 e 1938, 2 Óscares de Melhor Filme em 1934 (co-produtor) e 1938 (produtor único), e 1 Óscar de Melhor Documentário, em 1943. Também ganhou um Globo de Ouro de Melhor Diretor em 1946. Foi presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de 1935 a 1939.
Biografia
Nascido na Sicília, Frank era o sexto filho de um camponês que cultivava limões e laranjas, Salvatore Capra, que teve sete filhos. Em 1898, o irmão mais velho, Ben, fugiu de casa, aos 16 anos, sem avisar e, após cinco anos, a família, que era toda analfabeta, recebeu uma carta de Los Angeles, assinada por Morris Orsatti. A carta precisou ser lida pelo padre do local, e informava que Ben estava em Los Angeles e não iria voltar. Ben embarcara num cargueiro grego, num porto a 48 quilómetros de Bisaquino, e após ter passado por várias aventuras, trabalhando inclusive como escravo, acabou chegando em Los Angeles, onde conheceu Morris Orsatti, que escreveu aos pais de Ben, pois ele era analfabeto.
Em abril de 1903, os pais e quatro dos irmãos de Ben chegavam a Los Angeles, entre eles Frank, de seis anos, que passou a estudar e vender jornais na rua e, mesmo contrariando a vontade dos pais, ingressou na Escola Superior de Trabalhos Manuais. Durante os estudos, Frank trabalhou como bedel em sua escola, como tocador de guitarra num restaurante, e como encartador no Los Angeles Times. Capra naturalizou-se cidadão dos Estados Unidos em 1920.
Posteriormente, Frank formou-se em engenharia química, em 1918, no Troop Polytechnic Institute, mas, devido à guerra, não conseguiu emprego. Sobreviveu então vendendo livros, fotografias e quinquilharias, até que soube que o Ginásio Israelita do Golden Gate Park, em San Francisco, seria transformado num estúdio cinematográfico. Após alguns dias, Frank já estava dirigindo o seu primeiro filme, A pensão de Fultah Fisher (Fultah Fisher’s Boarding House), lançado pela Pathé em 1922.
Carreira
Após o seu primeiro filme, em 1922, Capra trabalhou num laboratório de San Francisco, e um ano depois partiu para Hollywood, onde trabalhou como prop man, montando situações para comédias, e depois como escritor das comédias, para a série Os batutinhas, também conhecidos como Os peraltas (Our Gang).
Mack Sennett contratou-o como criador de situações cómicas, em função de um comediante que então despontava: Harry Langdon. Posteriormente, Capra acompanhou Langdon – que fundara a sua própria companhia – trabalhando com o diretor Harry Edwards na comédia O andarilho (Tramp, tramp, tramp), de 1926, na First National, com Joan Crawford em início de carreira.
Dirigiu depois O homem forte (The strong man, 1926), O pinto calçudo (Long Pants, 1927) e Filhos da fortuna (For the Love of Mike, 1927), todos da First National. Divorciou-se então de Helen Howell, com quem se casara alguns anos antes, e atravessando uma fase de insucesso, ficou desempregado.
Harry Cohn, um dos donos da então desconhecida Columbia Pictures, escolheu o nome de Capra numa lista de diretores desempregados apenas por intuição, sendo esse o ponto inicial de sua carreira.
Em 1932 casou-se com Lucille Reyburn, num casamento que durou até 1 de julho de 1984, quando ela faleceu. Tiveram quatro filhos: Frank Jr., John (que faleceu aos três anos de idade), Lulu e Tom.
Em 15 de junho de 1945 recebeu das mãos do general George C. Marshall a Medalha por Serviços Notáveis, devido aos resultados positivos dos documentários que produziu por ocasião da Segunda Guerra Mundial, consciencializando os soldados da importância da sua luta. Por recomendação de Winston Churchill, foi agraciado, igualmente, com a Ordem do Império Britânico.
Após a guerra, Capra fundou a Liberty Films, juntamente com os diretores William Wyler e George Stevens, e o produtor Samuel Briskin, dirigindo o filme A felicidade não se compra, cuja distribuição foi confiada à RKO Pictures. Posteriormente a MGM decidiu financiar a Liberty Films. Em 1950, a Liberty foi vendida para a Paramount.
Em 1959 esteve no Brasil, para promover Os viúvos também sonham, produzido pela Sincap, empresa sua, em sociedade com Frank Sinatra, para a United Artists.
Frank Capra escreveu a sua autobiografia sob o título The name above the title. Morreu em consequência de ataque cardíaco, enquanto dormia. Foi sepultado no Coachella Valley Public Cemetery, Coachella, Califórnia no Estados Unidos. Possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 6614 Hollywood Boulevard.
Victor Scherle e William Turner Levy escreveram o livro The films of Frank Capra, comentando sobre os seus filmes e incluindo comentários e opiniões de vários artistas e demais colegas do diretor.
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Um poema para recordar um dia triste...
beslan. canção das crianças mortas
o que mais dilacera
é que mate crianças
o abutre cego e surdo.
devora tudo em sangue,
com sangue escreve a morte,
com morte escreve a noite,
com noite, só com noite
os nomes dilacera
e dá o seu nome à morte
e a morte é com crianças
que suja tudo em sangue
que faz seu jogo absurdo
vil jogo a rogos surdo
turvo rumor da noite
só empapado em sangue,
que esmaga, dilacera
os corpos das crianças
e dá vivas à morte
e se nutre da morte
da mesma que o faz surdo.
não sabem as crianças
que vão entrar na noite
que a noite as dilacera
em carne viva e sangue,
e a carne viva e o sangue
a ave negra da morte
ávida os dilacera,
assim rasgando o surdo,
denso estertor da noite,
com nomes de crianças.
ah, braços de crianças
nadando em mar de sangue
à torpe luz da noite
assim tornada morte,
assim tornada um surdo
uivar que as dilacera.
noite sem dó, crianças
que dilacera um sangue
de morte espesso e surdo
in Poesia 2001/2005 - Vasco Graça Moura
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Pedro Luna
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Ferdinand Porsche nasceu há cento e cinquenta anos...
Professor Doktor Ingenieur Honoris Causa Ferdinand Porsche (Maffersdorf, 3 de setembro de 1875 - Estugarda, 30 de janeiro de 1951) foi um engenheiro de automóveis austríaco, famoso durante a sua carreira pelos projetos inovadores, e famoso nos dias de hoje pelo desenvolvimento do Volkswagen Carocha. Juntamente com o seu filho e a sua equipa, foi responsável pela construção do primeiro Porsche 356 - e pela fundação da própria Porsche, por consequência.
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António Sérgio nasceu há 142 anos
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O Autódromo de Monza faz hoje 103 anos
O Autódromo Nacional de Monza (em italiano: Autodromo Nazionale di Monza) é uma pista de automobilismo localizada próxima à cidade de Monza, na Itália, ao norte de Milão. É um dos circuitos mais tradicionais para a prática do automobilismo no mundo. É famoso principalmente por receber o Grande Prémio da Itália de Fórmula 1 quase anualmente, desde 3 de setembro de 1922, data da sua inauguração. Apenas em 1980 Monza não fez parte do calendário, porque estava a ser melhorado no momento, regressando em 1981.
Alan "Blind Owl" Christie Wilson morreu há 55 anos...

Alan Christie Wilson (Arlington, Massachusetts, July 4, 1943 – Topanga, California, September 3, 1970), nicknamed "Blind Owl", was an American musician, best known as the co-founder, leader, co-lead singer, and primary composer of the blues band Canned Heat. He sang and played harmonica and guitar with the group live and on recordings. Wilson was the lead singer for the group's two biggest U.S. hit singles: "On the Road Again" and "Going Up the Country".
(...)
Death
On September 2, 1970, Canned Heat was scheduled to leave for Germany to begin a European tour. Partly due to the inconveniences preventing him from spending time outdoors, Wilson despised touring and travelling by plane. He often missed flights and the band would fly without him while he caught a later flight. When he missed his September 2 flight, this did not raise any alarms, and Bob Hite assumed he was doing laundry to prepare for the tour. On September 3, 1970, Wilson was found dead in his sleeping bag on the hillside behind Hite's Topanga Canyon home where he often slept. He was 27 years old. An autopsy identified his manner and cause of death as accidental acute barbiturate intoxication. Although his death is sometimes reported as a suicide, this is not clearly established as he left no note, and there were four pills left in his pants found next to his body.
Wilson's death came fourteen months after the death of Brian Jones, just two weeks before the death of Jimi Hendrix, four weeks before the death of Janis Joplin, and ten months before the death of Jim Morrison, four artists who also died at the same age. Wilson was cremated, and on September 13, 1970, a memorial service was held at Menotomy Rocks Park in his hometown of Arlington. The service was led by Reverend Wilbur Canaday who said, "We are using the sky as a roof, and the ground as a floor, because he himself used nature’s great wonders as his home.” Wilson's ashes were later scattered in Sequoia National Park amongst the redwoods he deeply loved.
Wilson (second from right) with Canned Heat in 1970
in Wikipédia
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Fernando Martins
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