sexta-feira, novembro 01, 2024

A Mensagem, de Fernando Pessoa, foi publicada há noventa anos...



Mensagem é o mais célebre dos livros do poeta português Fernando Pessoa, e o único que ele publicou em vida, se descontarmos os livros de poemas em inglês. Composto por 44 poemas, foi chamado pelo poeta de "livro pequeno de poemas". Publicado em 1934 pela Parceria António Maria Pereira, o livro foi contemplado, no mesmo ano, com o Prémio Antero de Quental, na categoria de «poema ou poesia solta», do Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro, o jovem editor de Orpheu, revista trimestral de literatura, de que saíram 2 números em 1915.

Publicada apenas um ano antes da morte do autor, a obra trata do glorioso passado de Portugal de forma apológica e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente na época em que o livro foi escrito. Glorifica acima de tudo o estilo camoniano e o valor simbólico dos heróis do passado, como os Descobrimentos portugueses. É apontando as virtudes portuguesas que Fernando Pessoa acredita que o país deva se "regenerar", ou seja, tornar-se grande como foi no passado através da valorização cultural da nação. O poema mais famoso do livro é Mar Português.

O título original do livro era Portugal. Influenciado por um amigo, Pessoa considera "Mensagem" um título mais apropriado, pelo nome "Portugal" se encontrar "prostituído" no mais comum dos produtos. Pessoa constrói a palavra "mensagem" a partir da expressão latina: Mens agitat molem, isto é, "A mente move a matéria", frase da história de Eneida, de Virgílio, dita pela personagem Anquises quando explica a Enéias o sistema do Universo. Pessoa não utiliza o sentido original da frase, que denotava a existência de um princípio universal de onde emanavam todos os seres.

Segundo uma carta datada de 13 de janeiro de 1935 a Adolfo Casais Monteiro, Mensagem foi o primeiro livro que o poeta conseguiu completar. Pessoa mesmo explica que esse facto demonstra o porquê de não ter publicado outro livro como a prosa de um de seus heterónimos ou a poesia em seu próprio nome.

Numa carta de 1932 de Pessoa a João Gaspar Simões, o seu primeiro biógrafo, vemos que a intenção do poeta era publicar primeiramente a Mensagem para somente mais tarde divulgar outras obras como o Livro do Desassossego, do semi-heterónimo Bernardo Soares, e a poesia dos heterónimos.

Foi publicado primeiramente a 1 de dezembro de 1934, com edição da Parceria António Maria Pereira, em Lisboa. A segunda edição, de 1941, possui correções feitas por Pessoa à primeira edição e foi editada pela Agência Geral das Colónias.

Um mês após a sua primeira publicação, ganhou o prémio na segunda categoria do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) que o premiou com o mesmo valor em dinheiro da primeira categoria.



NOTA: para uma melhor leitura on-line desta Opus Magna da literatura portuguesa, aqui fica um link:

 

 

 

A ÚLTIMA NAU

 

Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,

E erguendo, como um nome, alto o pendão

Do Império,

Foi-se a última nau, ao sol aziago

Erma, e entre choros de ânsia e de pressago

Mistério.

    

Não voltou mais. A que ilha indescoberta

Aportou? Voltará da sorte incerta

Que teve?

Deus guarda o corpo e a forma do futuro,

Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro

E breve.

     

Ah, quanto mais ao povo a alma falta,

Mais a minha alma atlântica se exalta

E entorna,

E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço.

Vejo entre a cerração teu vulto baço

Que torna.

       

Não sei a hora, mas sei que há a hora,

Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora

Mistério.

Surges ao sol em mim, e a névoa finda:

A mesma, e trazes o pendão ainda

Do Império.

Anthony Kiedis, vocalista dos Red Hot Chili Peppers, celebra hoje sessenta e dois anos

  
Anthony Kiedis (Grand Rapids, 1 de novembro de 1962) é um cantor e ocasionalmente ator norte-americano, mais conhecido como vocalista, principal letrista e co-fundador da banda californiana Red Hot Chili Peppers. Kiedis passou a sua juventude em Grand Rapids, Michigan com a sua mãe, antes de se mudar, pouco antes de seu aniversário de 12 anos, para Hollywood, Califórnia, para viver com o seu pai. Após o ensino secundário, Kiedis começou a ter aulas na UCLA, mas desistiu após perder o interesse, devido ao consumo de drogas. Após o abandono, Kiedis recebeu uma oferta para abrir um show de uma banda local, que era dos seus amigos Flea, Hillel Slovak e Jack Irons, e que se tornaria nos Red Hot Chili Peppers.
Em 2004, Kiedis lançou a sua autobiografia intitulada Scar Tissue, e em 2009, foi homenageado pelo 5th Annual MusiCares MAP Fund Benefit Concert em Los Angeles, Califórnia.

 

Rick Allen, o inacreditável baterista dos Def Leppard, faz hoje sessenta anos...!

  
Richard John Cyril Allen (Dronfield, 1 de novembro de 1963), mais conhecido como Rick Allen, é baterista inglês, membro da banda de rock britânica Def Leppard.

Origens
Baterista que iniciou a sua carreira profissional muito jovem, com apenas 15 anos de idade, em 1978, entra para os Def Leppard, substituindo Frank Noon. Nesse mesmo ano Allen e a banda lançam o mini-LP Def Leppard. Aos 16 anos abandona definitivamente a escola tornando-se baterista em tempo integral. Allen tinha como característica apresentar-se nos shows sem camisa, calçando ténis sem meias, vestindo luvas pretas e usando um calção que reproduzia a bandeira da Grã-Bretanha. Essa imagem o tornou famoso no mundo inteiro.

Primeiros discos e consagração
Em 1980, faz sua estreia oficial em disco com sua banda no disco On Through the Night. Seguiram-se os álbuns High and Dry, muito elogiado, e Pyromania, um enorme sucesso. Allen foi particularmente muito elogiado pela crítica especializada por sua técnica, considerada esplêndida, chegando a ser comparado aos grandes bateristas do rock tais como Keith Moon e John Bonham.

Tragédia
Em 31 de dezembro de 1984, ao ir para uma festa de ano novo na casa de sua família em Sheffield, Inglaterra, Allen, então com 21 anos, dirigia o seu Corvette quando foi ultrapassado por um Alfa Romeo. O motorista desafiou Allen e não o deixou passar. Em sua corrida para tentar ultrapassá-lo, Allen não viu uma curva à frente e perdeu o controle do seu carro, que caiu por um muro de pedra num um campo. Ele foi arremessado para fora do carro, tendo o seu braço esquerdo ficado lesionado por causa do cinto de segurança, que estava mal-colocado. O carro ficou virado, com a sua namorada Miriam Barendsen presa no seu assento. Ela não se feriu gravemente, e encontrou Allen caído no campo. Eles foram ajudados por uma enfermeira que passava pelo local, e foram levados a um hospital. Inicialmente, os médicos reimplantaram o braço de Allen, mas, por causa de infeção, ele teve de ser removido novamente. Ele deixou o hospital três semanas e meia depois, com uma recuperação estimada de pelo menos seis meses.
O acidente cancelou todos os seus compromissos profissionais - e também os do grupo - por quatro anos. Entre esses compromissos estavam as apresentações no Rock in Rio, no começo de 1985.

O regresso aos palcos
Allen e os Def Leppard só retornariam às paradas com o álbum Hysteria, em 1988. Allen muda as suas características: usa camisa, jeans, sem luvas e toca descalço. Para suas apresentações usa uma bateria feita especialmente para ele e cujos controles de ritmo estão todos nos pés, tocando apenas com o seu único braço. Seguem-se os álbuns Adrenalize (1992), Retro-Active (1993), Vault: Def Leppard's Greatest Hits (1995), Slang (1996), Euphoria (1999), X (2002), Best Of Def Leppard (2004), Rock of Ages: The Definitive Collection (2005), Yeah! (2006), Songs from the Sparkle Lounge (2008) e Mirrorball (2011). Allen vem se apresentando regularmente com os Def Leppard, sempre com muito sucesso.
 
 

Hoje é dia de Todos-os-Santos (e do bolinho...!)

 (imagem daqui)

 

A todos os nossos  leitores um bom dia do bolinho, do pão-por-Deus, de Todos os Santos, do Terramoto e, praticamente, dos Fiéis Defuntos...

quinta-feira, outubro 31, 2024

Porque um Poeta, quando recordado, continua a fazer anos...

 

 

Ausência 

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


in Corpo (1984) - Carlos Drummond de Andrade

 

Houdini morreu há 98 anos...


Harry Houdini, ("O Grande Houdini") nome artístico de Ehrich Weisz (Budapeste, 24 de março de 1874 - Detroit, 31 de outubro de 1926), foi um dos mais famosos escapistas e ilusionistas da história.
      
    

Ali Farka Touré nasceu há 85 anos...

      

Ali Ibrahim "Farka" Touré (Kanau, Mali, 31 de outubro de 1939Bamako, 7 de março de 2006) foi um cantor e guitarrista malinês e um dos músicos mais internacionalmente reconhecidos do continente africano.

A sua música é amplamente considerada como representando um ponto de intersecção da tradicional música de Mali e os blues. A crença de que este último é, de facto, historicamente derivado da primeira reflete-se nas frequentes citações de Martin Scorsese caracterizando a tradição de Touré como constituindo "o DNA do blues". Ele foi classificado como o número 76 na lista 100 Greatest Guitarists of All Time (100 Melhores Guitarristas de Sempre) da revista Rolling Stone.

 

in Wikipédia

 

Bob Siebenberg, o baterista dos Supertramp, comemora hoje 75 anos...!

(imagem daqui)
  
Robert Layne "Bob" Siebenberg (born 31 October 1949, in Glendale, California, USA) also known as Bob C. Benberg, is an American musician, best known as a member of British progressive rock band Supertramp, playing drums and percussion. He was the sole American in Supertramp's lineup.
Siebenberg's son Jesse also joined Supertramp at the time of the release of the live album It Was the Best of Times (live; 1999).
Siebenberg released a solo album in 1985 called Giants in Our Own Room (and credited to "Siebenberg"), where he sings lead on half of the songs and also plays keyboards and drums. Joining Siebenberg on this record were Scott Gorham of Thin Lizzy fame. Gorham was Siebenberg's brother-in-law from 1969 to 2000), Steve Farris of Mr. Mister, Procol Harum drummer B. J. Wilson, Kerry Hatch of Oingo Boingo, and Supertramp bandmate John Helliwell. An old friend, Derek Beauchemin, joined in to co-write and play keyboards.
Prior to joining Supertramp, Siebenberg was a member of pub rock band Bees Make Honey as well as RHS, an American band.
Siebenberg was also in a band called "Heads Up" who released the 1989 album The Long Shot. Joining Siebenberg were his writing partner Dennis O'Donnell, Mark Hart, Brad Cole, John Helliwell, Marty Walsh and again, Scott Gorham on guitar.
In 1989, Siebenberg became the first major artist to compose original music for a video game in Sierra On-line's Space Quest III: The Pirates of Pestulon.
  
 

O poeta Luis Antonio de Villena nasceu há 73 anos

  

Luis Antonio de Villena (Madrid, 31 de octubre de 1951)​ es un poeta,​ narrador, ensayista, crítico literario y traductor español. Como poeta se le asocia, erróneamente​, con el grupo de los novísimos o venecianos. Su lírica y prosa, sensible al pasado cultural y a la contemporaneidad, su postura estética, cercana al movimiento dandi, se resume en un epicureísmo homoerótico que asume tradiciones culturalistas y decadentes.  En su obra se percibe una tendencia cada vez más centrada en el fracaso y la marginación, aunque abundan los cambios de perspectiva - desde los sonetos de Desequilibrios a los renovados poemas en prosa de La prosa del mundo. Es uno de los autores más reconocidos de la literatura homosexual en España abordada en el conjunto de su polifacética obra.

 

in Wikipédia

 

Tractatus de amore

 
                                   I

No digas nunca: Ya está aquí el amor.
El amor es siempre un paso más,
el amor es el peldaño ulterior de la escalera,
el amor es continua apetencia,
y si no estás insatisfecho, no hay amor.
El amor es la fruta en la mano,
aún no mordida.
El amor es un perpetuo aguijón,
y un deseo que debe crecer sin valladar.
No digas nunca: Ya está aquí el amor.
El verdadero amor es un no ha llegado todavía...

                    II

Y es que el verdadero amor -nos dicen- nunca jamás
se parece a su imagen.
Disociadas la forma y la materia,
se nos obliga a elegir,
considerando en más a la anterior morada.
(¡Pequeña traición, dulce retaguardia, muy humana!)
Porque el verdadero amor coincide
con sí mismo,
y dice bien Novalis que todo será cuerpo
un día que anhelamos.
Columna de oro y niño de azul,
el tetractys entregado en la mirada,
tú fuiste al tiempo unísono
el amor y su imagen
y sólo la realidad trastocó nuestros cuerpos
o confundió con falsa voz nuestra amistad equivocada.
Porque no siempre es posible el encuentro
y hostil es, a menudo, el bosque y su carcoma,
y se cubren los senderos de hojas malas...
Mas el verdadero amor, el alto amor,
-lo sé y te vi-
coincide, inevitablemente, con su alta representación afortunada.

                    III

¿Será el amor vencer tan sólo al cuerpo
con el cuerpo? Porque el ansia de beldad
empuja hacia dentro, para alcanzar un alma
confundida con las formas mismas de la materia...
Y al succionar los labios bebes alma,
y al estrechar el pecho tocas otro jardín
cuyas ramas te alcanzan. Queremos romper
el cuerpo para encontrar el cuerpo, bañarnos
en el pozo acuático de adentro con la imagen
misma que la luz nos muestra. Posesionar
el cuerpo para tocar un alma que es el mismo cuerpo.
Pues al ver y palpar el dorado desierto
de tu cuerpo, saltaba el alma en mis labios
deseando entrar en ti, restregarse a ti, ser en ti,
chupando tus axilas y tus nalgas y tu cuello,
ebria de ti, la absurda, la infame, la degenerada...

                    IV

Ya que el más alto amor es imposible.
Ya que no existe el alma pura convertida en cuerpo.
Ya que el instante detenido
(¡oh, párate un momento, eres tan bello!)
no es más que un grato sueño de la literatura.
Ya que se muda el dios de un día
y el tiempo torna falaz toda imagen armónica.
Ya que el eterno muchacho es sólo mito
y fugaz representación que solemniza el arte;
cuando alguien nos provoca amor,
cuando sentimos el ansia irreprimible
de estar con fuertemente, y de abrasarnos,
cuando creemos que aquel ser es toda
la dorada plenitud, sin dudar nos engañamos.
(Una magia y un deseo nos embaucan.)
No existe el sumo amor. Es tan sólo
un impulso del alma, y unas horas o unos meses,
ciegos, felices, burlados...

                    V

Aunque quizá todo esto es mentira.
Y el único amor posible (entiéndase, pues el Amor con mayúscula)
sea un ansia poderosa y humilde de estar juntos,
de compartir problemas, de darse calor bajo los cubrecamas...
Reír con la misma frase del mismo libro
o ir a servirse el vino a la par, cruzando las miradas.
Deseo de relación, de compartir, de comprender tocando,
de entrar en otro ser, que tampoco es luz, ni extraordinario,
pero que es ardor, y delicadeza y dulzura...
No la búsqueda del sol, sino la calma día a día encontrada.
El montón de libros sobre la mesa, tachaduras y tintas
en horarios de clase, el programa de un concierto,
un papel con datos sobre Ophuls y la escuela de Viena...
Quizá es feliz tal Amor, lleno de excepcionales minutos
y de mucha, mucha vulgaridad cotidiana...
Amor de igual a igual, con arrebato y zanjas, pero siempre amor,
un ansia poderosa, pobre, de estar unidos, juntos,
acariciar su pelo mientras suena la música
y hablamos de las clases, de los libros,
de los pantalones vaqueros,
o simplemente de los corazones...
Aunque quizá todo esto es mentira.
Y es la elección, elegir, lo que finalmente nos desgarra.

                    VI

Pero no utilices la palabra desprecio
si no aceptan el amor que regalas.
Si es un amor de palabras dulces,
de comprensión, de afecto, de ternura,
sabrás bien que el obsequio que
ofreces no lo has de dar tú solo...
Y si es pasión tu amor,
si es un arrebatamiento que desborda
y desdeña la vida cotidiana,
entonces el regalo recae sobre ti propio.
Desprecio no habrá en ningún caso.
Sólo carencia. Echar algo en falta.
Pero es que todo gran amor,
el poderoso amor, el importante amor,
el que llenaría plenamente un vivir,
ése es siempre ausencia, hay un foso
siempre; lo ves y no lo alcanzas...

                    VII

Eres, al fin, el nombre de todos los deseos.
No importa sin en ti buscamos la solicitud o la amistad.
No importa si es el río dorado de la carne,
o el alma, el inasible alma,
siempre la última frontera.
Son tuyos todos esos nombres, y en ellos te vemos
pero nunca, jamás te acercas.
No eres el codiciado calor de la leña
que temen perder quienes tienen morada y compañero.
No eres el brillo acuático, ni la piel del ídolo solar
que buscan paseantes solitarios.
Tampoco la marcha alada, el cendal bello, la plática antigua
del que desea la corpórea forma (aunque espiritual)
del ángel...
Sombrío dios sin devotos, les prestas tu mirar a todos ellos,
pero ninguno eres.
Estás siempre más allá, más lejos.
Y no te adornan aljabas ni rosas.
Ni proteges en tu seno a quienes nombran la palabra amor,
o dicen cumplirla, célibes y familiares.
Sobre tus largas uñas pones frío oro molido,
y en tus ojos oscuros dejas entrar la luna...
¿Qué nombre darte? ¿Amor Hipólito, Cupido?
Eres un dios de muertos. El dios, por excelencia.
Y pues que nada te cumple, ni rosas te sirven
ni anacreónticas imágenes.
Frío cuerpo de oro, las rojas amapolas te coronan
y las plantas del largo sueño eterno.

 

 

Luis Antonio de Villena

O Rei D. Duarte I nasceu há 633 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu
     
D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal. Cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, era filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre e desde cedo foi preparado para reinar, como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos, deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida, a Tânger, o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
    
   

Larry Mullen, o baterista dos U2, nasceu há 63 anos

  
Lawrence "Larry" Joseph Mullen Jr. (Dublin, 31 de outubro de 1961) é um baterista irlandês, fundador e integrante da banda U2. Foi Larry quem colocou, em 1976, o aviso na Mount Temple High School procurando pessoas para formar uma banda, os Feedback, que acabariam por se tornar nos U2.
   
 

O tratado de Ayllón, em que a Dinastia de Avis foi reconhecida por Castela, foi assinado há 613 anos

       
A 31 de outubro de 1411 foi assinado em Ayllón um tratado de paz entre os reinos de Castela e de Portugal, que também incluía a França e Aragão. Este tratado foi ratificado pelos dois reis. Contudo, quando D. João II de Castela atingiu a maioridade, foi feita uma nova ratificação do tratado, a 30 de abril de 1423, onde estiveram presentes os embaixadores portugueses D. Fernando de Castro e o doutor Fernando Afonso. Era ainda o reflexo dos problemas vividos entre as duas mais importantes coroas ibéricas durante a crise de 1383-1385.
Estas tréguas eram extremamente importantes para Portugal, pois permitiam a manutenção da praça de Ceuta. Mas a paz definitiva só foi alcançada pelo Tratado de Medina del Campo, assinado a 30 de outubro de 1431. D. João I, o monarca português, enviou a Castela, como seus embaixadores, Pedro e Luís Gonçalves Malafaia, assistidos pelo doutor Rui Fernandes e pelo secretário Rui Galvão.
Antes desta data, o período de paz conseguido pelas citadas tréguas entre os dois reinos permitiu retomar o povoamento das zonas raianas e fixar as populações. Permitiu igualmente, como nos diz Gomes Eanes de Zurara, implementar o comércio nas áreas fronteiriças, com a retoma das seculares relações de vizinhança entre as povoações dos dois lados.
A situação de conflito latente com Castela, mantida até 1411, fez endividar o país com as despesas inerentes à guerra. Contudo, a fase vivida entre esta data e a assinatura definitiva do tratado de paz afastou por completo a ameaça de uma invasão castelhana, embora não tivesse desvanecido um permanente clima de tensão entre estes dois reinos.
Durante todo o reinado de D. João I, o país viveu sob esta ameaça latente e num clima de suspeição relativamente a Castela, embora Portugal tenha encontrado uma boa alternativa ao voltar-se para Marrocos e para o Atlântico, enquanto o rei de Espanha se ocupava da conquista de Granada, o último reduto muçulmano na Península.

Johnny Marr faz hoje sessenta e um anos

   
John Martin Maher (Manchester, 31 de outubro de 1963) mais conhecido pelo nome artístico de Johnny Marr, é um músico inglês. Ele fundou em 1982, juntamente com Morrissey, a banda de rock britânica The Smiths, na qual era o guitarrista e co-compositor de todas as músicas. Foi considerado o 51º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone. Possui uma carreira a solo com três discos lançados, o terceiro e mais recente Call the Comet foi lançado em 15 de junho de 2018.
  
  
Marr, filho dos imigrantes irlandeses John Joseph Maher e Frances Patricia Doyle, notabilizou-se como um dos mais importantes guitarristas dos anos 80, sendo o responsável por todas as harmonias da banda, enquanto Morrissey se encarregava das letras.
Johnny Marr tornou-se uma referência na guitarra, influenciando toda uma geração. Bandas como Oasis, Coldplay e Radiohead já expressaram a sua admiração por esse fabuloso guitarrista.
Recentemente Marr tornou-se membro das bandas Modest Mouse e The Cribs. Numa pesquisa feita pela fabricante de guitarras Gibson, que elegeu os 50 maiores guitarristas de todos os tempos, Marr ocupou a 21ª posição, superando guitarristas como Slash e David Gilmour.
  
 

D. Fernando I, último Rei da primeira dinastia, nasceu há 679 anos

Túmulo gótico de D. Fernando I
      
El-Rei D. Fernando I de Portugal, nono rei de Portugal, (Coimbra, 31 de outubro de 1345 - Lisboa, 22 de outubro de 1383). Era filho do rei D. Pedro I de Portugal e sua esposa, a princesa D. Constança de Castela. D. Fernando sucedeu a seu pai em 1367. Foi cognominado O Formoso ou O Belo (pela beleza física, que inúmeras fontes atestam) e, alternativamente, como O Inconsciente ou O Inconstante (devido à sua desastrosa política externa, que ditou três guerras com o vizinho Reino de Castela, e até o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras).
    
(...)
    
Quando D. Fernando morre, em 1383, a linha da dinastia de Borgonha chega ao fim. D. Leonor Teles é nomeada regente, em nome da filha e do marido, D. João de Castela, mas a transição não será pacífica. Respondendo aos apelos de grande parte dos Portugueses para manter o país independente, D. João, mestre de Avis e irmão bastardo de D. Fernando, declara-se rei de Portugal. O resultado foi a crise de 1383-1385, um período de interregno, onde o caos político e social dominou. D. João tornou-se no primeiro rei da Dinastia de Avis em 1385.
      
      

Lutero divulgou as suas 95 Teses há 507 anos

         

As 95 Teses ou Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências (em latim: Disputatio pro declaratione virtutis indulgentiarum)[a] são uma lista de proposições para uma disputa acadêmica escrita em 1517 por Martinho Lutero, professor de teologia moral da Universidade de Vitemberga, Alemanha, as quais iniciaram a Reforma Protestante, um cisma da Igreja Católica que mudou profundamente a Europa. Tais teses discorrem sobre as posições de Lutero contra o que ele viu como práticas abusivas por pregadores que realizavam a venda de indulgências, que tinham por finalidade reduzir a punição temporal de pecados cometidos pelos próprios compradores ou por algum de seus entes queridos no purgatório. Nas Teses, Lutero afirmou que o arrependimento requerido por Cristo para que os pecados sejam perdoados envolve o arrependimento espiritual interior e não meramente uma confissão sacramental externa. Ele argumentou que as indulgências levam os cristãos a evitar o verdadeiro arrependimento e a tristeza pelo pecado, acreditando que podem renunciá-lo comprando uma indulgência. Estas também, de acordo com Lutero, desencorajam os cristãos de dar aos pobres e realizarem outros atos de misericórdia, acreditando que os certificados de indulgência eram mais valiosos espiritualmente. Apesar de Lutero ter afirmado que suas posições sobre as indulgências estavam de acordo com as do papa, as teses desafiaram uma bula pontifícia do século XIV, as quais afirmavam que o papa poderia usar o tesouro do mérito e as boas obras dos santos do passado para perdoar a punição temporal pelos pecados. As Teses são formuladas como proposições a serem discutidas em debate não representariam necessariamente as opiniões de Lutero, porém ele as esclareceu posteriormente na obra Explicações da Disputa sobre o Valor das Indulgências.

Lutero enviou as Teses anexadas a uma carta a Alberto de Mainz, o Arcebispo de Mainz, em 31 de outubro de 1517, data que é considerada o início da Reforma Protestante e que é comemorada anualmente como o Dia da Reforma Protestante. Lutero também pode ter afixado as Teses na porta da Igreja do Castelo de Vitemberga e de outras igrejas em Vitemberga, de acordo com o costume da Universidade, em 31 de outubro, ou em meados de novembro. As Teses foram rapidamente reimpressas, traduzidas e distribuídas por toda a Alemanha e a Europa. Iniciou-se então uma guerra panfletária com o pregador de indulgências Johann Tetzel, contribuindo para a difusão da fama de Lutero. Os superiores eclesiásticos de Lutero o julgaram de heresia, o que culminou na sua excomunhão em 1521. Embora a publicação das Teses seja o início da Reforma Protestante, Lutero não considerava as indulgências tão importantes como outras questões teológicas que dividiriam a igreja, como a justificação pela fé e o livre arbítrio. Sua descoberta acerca destas questões viria mais tarde, sendo que ele não via a escrita das Teses como o ponto em que suas crenças divergiram daquelas da Igreja Católica.

   

Música de aniversariante de hoje...

Os Estados Unidos da América compraram o território da Luisiana há 221 anos

The modern United States, with Louisiana Purchase overlay (in green)

The Louisiana Purchase (French: Vente de la Louisiane "Sale of Louisiana") was the acquisition by the United States of America in 1803 of 828,000 square miles (2,140,000 km2) of France's claim to the territory of Louisiana. The U.S. paid 50 million francs ($11,250,000) plus cancellation of debts worth 18 million francs ($3,750,000), for a total sum of 15 million dollars (less than 3 cents per acre) for the Louisiana territory ($234 million in 2012 dollars, less than 42 cents per acre).
The Louisiana territory encompassed all or part of 15 present U.S. states and two Canadian provinces. The land purchased contained all of present-day Arkansas, Missouri, Iowa, Oklahoma, Kansas, and Nebraska; parts of Minnesota that were west of the Mississippi River; most of North Dakota; most of South Dakota; northeastern New Mexico; northern Texas; the portions of Montana, Wyoming, and Colorado east of the Continental Divide; Louisiana west of the Mississippi River, including the city of New Orleans; and small portions of land that would eventually become part of the Canadian provinces of Alberta and Saskatchewan.
France controlled this vast area from 1699 until 1762, the year it gave the territory to its ally Spain. Under Napoleon Bonaparte, France took back the territory in 1800 in the hope of building an empire in North America. A slave revolt in Haiti and an impending war with Britain, however, led France to abandon these plans and sell the entire territory to the United States, which had originally intended only to seek the purchase of New Orleans and its adjacent lands.
The purchase of the territory of Louisiana took place during the presidency of Thomas Jefferson. At the time, the purchase faced domestic opposition because it was thought to be unconstitutional. Although he agreed that the U.S. Constitution did not contain provisions for acquiring territory, Jefferson decided to go ahead with the purchase anyway in order to remove France's presence in the region and to protect both U.S. trade access to the port of New Orleans and free passage on the Mississippi River.
  
Treaty signing
On Saturday, April 30, 1803, the Louisiana Purchase Treaty was signed by Robert Livingston, James Monroe, and Barbé Marbois in Paris. Jefferson announced the treaty to the American people on July 4. After the signing of the Louisiana Purchase agreement in 1803, Livingston made this famous statement, "We have lived long, but this is the noblest work of our whole lives...From this day the United States take their place among the powers of the first rank."
The United States Senate ratified the treaty with a vote of twenty-four to seven on October 20. The Senators who voted against the treaty were: Simeon Olcott and William Plumer of New Hampshire, William Wells and Samuel White of Delaware, James Hillhouse and Uriah Tracy of Connecticut, and Timothy Pickering of Massachusetts. On the following day, the Senate authorized President Jefferson to take possession of the territory and establish a temporary military government. In legislation enacted on October 31, Congress made temporary provisions for local civil government to continue as it had under French and Spanish rule and authorized the President to use military forces to maintain order. Plans were also set forth for several missions to explore and chart the territory, the most famous being the Lewis and Clark Expedition.
France turned New Orleans over on December 20, 1803 at The Cabildo. On March 10, 1804, a formal ceremony was conducted in St. Louis to transfer ownership of the territory from France to the United States.
Effective on October 1, 1804, the purchased territory was organized into the Territory of Orleans (most of which became the state of Louisiana) and the District of Louisiana, which was temporarily under the control of the governor and judges of the Indiana Territory.
     
Ceremony at Place d'Armes, New Orleans marking transfer of Louisiana to the United States, 10 March 1804, as depicted by Thure de Thulstrup
       

Santa-Rita Pintor nasceu há 135 anos...

  

Guilherme Augusto Cau da Costa de Santa Rita ou Guilherme de Santa-Rita (mais tarde passaria a chamar-se apenas Santa-Rita Pintor; Lisboa, 31 de outubro de 1889 – Lisboa, 29 de abril de 1918) foi um pintor português.

Figura mítica da primeira geração de pintores modernistas portugueses, a sua obra permanece em grande parte envolta em mistério. Nunca expôs em Portugal, mas esteve vários anos em Paris garantindo, com Amadeo de Souza-Cardoso, a primeira ligação efetiva às vanguardas históricas do início do século XX; e foi o mais ativo impulsionador do breve movimento futurista português. Morreu prematuramente, antes mesmo de completar 29 anos de idade, vitimado por tuberculose pulmonar, deixando ordem expressa para que todos os seus trabalhos fossem queimados; da sua obra da maturidade resta uma única pintura e um conjunto de reproduções rudimentares, a preto e branco, nas revistas Orpheu (1915) e Portugal Futurista (1917). 

Filho de Guilherme Augusto de Santa Rita (1858–1905) e de Palmira Cau da Costa. Teve dois irmãos: Augusto de Santa Rita (1888–1956), escritor modernista, e Mário de Santa Rita (1890–1909), poeta.

Formado pela Academia Real de Belas-Artes, parte para Paris como bolseiro do Estado em abril de 1910. Monárquico convicto, perde a bolsa dois anos mais tarde devido a um conflito com o embaixador republicano João Chagas. Em Paris priva com Mário de Sá-Carneiro (que se inspirará nele para um personagem de A confissão de Lúcio, 1914); contacta com círculos artísticos de vanguarda, nomeadamente com Marinetti, assistindo às suas conferências na Galerie Bernheim-Jeune. O impacto de Marinetti e do seu manifesto futurista é reforçado, em 1912, pela visita à exposição dos pintores futuristas italianos nessa mesma galeria, levando-o a aderir ao movimento. Nesse mesmo ano terá exposto, no Salon de Indépendents parisiense, o quadro O Ruído num Quarto sem Móveis, cujo título, por si só, "dava o mote futurista dos seus interesses".

De personalidade paradoxal, Santa-Rita era, segundo Sá-Carneiro, "um tipo fantástico", "ultramonárquico", "intolerável", "insuportavelmente vaidoso". Regressa a Portugal em 1914, ano de eclosão da 1ª Guerra Mundial. Sensível à glorificação da máquina de Marinetti, à sua apologia de uma arte totalmente nova e diferente, em rutura com o passado retrógrado, à sua agressividade e desejo de chocar as mentes conservadoras, Santa-Rita será, a par de Mário de Sá-Carneiro, um dos principais introdutores das ideias futuristas em Portugal, tornando-se no dinamizador do embrionário movimento futurista português. Em 1916 afirmaria: "Futurista declarado em Portugal há um, que sou eu".

Um dos seus objetivos após o regresso era editar os manifestos de Marinetti, de quem se dizia mandatado para o efeito (um desejo nunca realizado); mas pretendia acima de tudo fazer a sua obra e impor-se socialmente. Em 14 de junho de 1915 participa talvez num evento de que ele, Almada Negreiros, José Pacheko e Ruy Coelho eram os promotores. Nesse «grande congresso de artistas e escritores» – de que não existem notícias na imprensa e que poderá nunca ter ocorrido –, a nova geração levantava-se em protesto «contra a modorra a que os velhos a obrigam». Ainda nesse ano participa no segundo número da Revista Orpheu, onde são reproduzidos quatro trabalhos seus. Tenta pouco depois ser ele próprio a liderar os futuros números da publicação, sendo travado por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Começa a preparar uma revista alternativa que pudesse controlar; em 1917 realiza esse objetivo com a publicação do primeiro e único número de Portugal Futurista. Apreendida pela polícia à porta da tipografia (devido à alegada obscenidade de alguns artigos), a revista foi o efeito tardio da "tumultuosa" apresentação do futurismo, em abril desse mesmo ano no Teatro da República, sessão que ele próprio encenou e onde contou com a colaboração ativa de Almada Negreiros, o grande protagonista do evento. Perante uma assistência não muito numerosa, composta por curiosos dos cafés «intelectuais» da Baixa e alguns estudantes, Santa-Rita participaria a partir de uma frisa (camarote quase ao nível da plateia), animando e ordenando o espetáculo, onde foram lidos textos de Almada (Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX), de Valentine de Saint-Point e de Marinetti.

Dirigida oficialmente por Carlos Filipe Porfírio e tendo como editor nominal S. Ferreira, Portugal Futurista era, na realidade, obra de Santa-Rita; era ele quem orquestrava todo o processo nos bastidores. Uma fotografia sua de grande formato abria a publicação e um texto de Bettencourt Rebelo sagrava-o como "o artista que o génio da época produziu" e o "grande iniciador do movimento futurista português"; a ilustrar o texto, quatro reproduções de obras suas, entre as quais um trabalho mais antigo, Orpheu nos Infernos. "De qualquer modo, os três outros quadros reproduzidos avantajam-se às duas obras expressionistas […] de Amadeo, decerto propositadamente mal escolhidas, para evitar concorrência…".

Sem nunca ter exposto em Portugal, com uma obra praticamente desconhecida do público, Santa-Rita morre no ano seguinte vítima de tuberculose, deixando ordens expressas à família para que todos os trabalhos de sua autoria fossem destruídos. Desaparecido Sá-Carneiro, que se suicidou em Paris em 1916, a morte de Santa-Rita irá ditar o termo desse "parêntese histórico" que foi o futurismo português.

    

Cabeça, circa 1910

 

Estojo scientífico de uma cabeça + aparelho ocular + sobreposição dynamica visual + reflexos de ambiente x luz (SENSIBILIDADE MECHANICA), 1914, colagem. Publicado no nº2 da revista Orpheu, 1915

Estojo scientífico de uma cabeça + aparelho ocular + sobreposição dynamica visual + reflexos de ambiente x luz (SENSIBILIDADE MECHANICA), 1914, colagem. Publicado no nº2 da revista Orpheu, 1915

Alekhine nasceu há 132 anos

   
Alexander Alexandrovich Alekhine (Moscovo, Rússia, 31 de outubro de 1892 - Estoril, Portugal, 24 de março de 1946) foi um jogador de xadrez franco-russo de grande nível, conhecido pelo seu estilo marcadamente atacante e campeão mundial de xadrez durante 17 anos.
Alekhine nasceu no seio de uma família abastada, o pai era proprietário de terras e membro da Duma, enquanto que a mãe era filha de um rico industrial. Foi a mãe que o ensinou a jogar xadrez e ao seu irmão, em 1903.
O primeiro feito de Alekhine no mundo de xadrez foi em 1909, aos dezassete anos, quando venceu o torneio russo de xadrez para amadores, disputado em São Petersburgo, com um resultado de doze vitórias, dois empates e duas derrotas. Este torneio foi disputado em simultâneo com o de profissionais, ganho por Emanuel Lasker e Akiba Rubinstein. A vitória valeu a Alekhine o título de mestre nacional. Mais tarde neste ano, nos Estados Unidos, o cubano José Raúl Capablanca, na altura com 23 anos de idade, chocou os jogadores americanos ao esmagar Frank Marshall. As vidas de Capablanca e Alekhine iriam cruzar-se em breve.
Em 1914, após ser disputado um torneio em São Petersburgo, Alekhine e Capablanca pertenciam ao grupo dos cinco primeiros jogadores a ganhar o título de grandmaster. Alekhine era bastante cosmopolita, viveu em vários países e falava russo, alemão, francês e inglês.
Depois da Revolução Russa, em 1919, foi dado como suspeito de espionagem e preso em Odessa. Ao ser libertado mudou-se para a França em 1921, onde, quatro anos depois, obteve a cidadania e entrou na faculdade de Direito da Sorbonne. Apesar da sua tese sobre o sistema prisional chinês não ter sido terminada, ficou conhecido como Dr. Alekhine para o resto da sua vida.
Em 1927 arrebatou a Capablanca o título de campeão do mundo de xadrez. Apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival Capablanca.
No ano de 1935 perdeu o título para Max Euwe, uma derrota que foi atribuída ao consumo abusivo de álcool por parte de Alekhine. Em 1936, visto já não ser campeão do mundo, Capablanca ganhou o torneio de Nottingham, vencendo Alekhine no jogo que disputaram e o torneio (empatado com Mikhail Botvinnik). Após abandonar o vício, conseguiu reconquistar brilhantemente o título e mostrar mais uma vez que era o melhor do mundo, frente a Euwe em 1937, com uma vantagem confortável.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Alekhine jogou em diversos torneios na Alemanha e em territórios ocupados por esta nação. Em 1941 apareceram artigos anti-semitas intitulados Aryan and Jewish Chess, sob o seu nome no Pariser Zeitung. Apesar de investigações intensas, não se conseguiu comprovar se os artigos foram mesmo escritos por Alekhine. Após a guerra foi considerado persona non grata pelos organizadores de torneios.
Alekhine veio a falecer num hotel do Estoril em Portugal, enquanto se preparava para um match para defender o seu título de campeão do mundo contra Botvinnik. Pensa-se que a sua morte, um assunto muito controverso e ainda debatido, se deva ou a um ataque cardíaco, ou a ter sufocado enquanto se alimentava. A este propósito alguns investigadores mais recentes apontam a hipótese de Alekhine ter sido espião (possivelmente alemão) durante a 2ª Guerra e ter sido vítima de homicídio (notar que Lisboa era então uma importante praça giratória da espionagem mundial). A FIDE financiou o funeral, e os seus restos mortais foram transferidos para o Cimetière du Montparnasse, em Paris, em 1956.
Alekhine foi o único campeão mundial a reter o título até à sua morte, numa época em que esse título era tratado como propriedade privada do campeão, que podia escolher quem lho disputaria.

Ethel Waters nasceu há 128 anos...

   
Ethel Waters (Chester, Pensilvânia, 31 de outubro de 1896 - Chatsworth, Califórnia, 1 de setembro de 1977) foi uma cantora norte-americana de blues, vocalista de jazz e atriz. Foi a segunda afro-descendente dos Estados Unidos a ser nomeada para um Óscar. É reconhecida pela sua interpretação da música gospel His Eye Is on the Sparrow. Foi incluída no GMA Gospel Music Hall of Fame em 1984.