terça-feira, outubro 15, 2024

A Batalha de Valverde, que confirmou a derrota castelhana na crise de 1383/85, foi há 639 anos

(imagem daqui)
 
Batalha de Valverde
Crise de 1383-1385
Data 15 de outubro de 1385
Local Valverde de Mérida
Desfecho Vitória dos portugueses
Combatentes

Reino de Portugal
Reino de Castela
Comandantes
Nuno Álvares Pereira, Martim Afonso de Melo, Gonçalo Anes de Castelo de Vide Ordem de Santiago, Ordem de Calatrava, conde de Niebla
Forças
11.000 portugueses vs
39.000 castelhanos

 

Pouco tempo depois da vitória portuguesa de Aljubarrota, Nuno Álvares Pereira entrou, por Badajoz, no território castelhano. De Estremoz passara a Vila Viçosa e, daqui, a Olivença. Depois seguira em direção a Mérida, para poder enfrentar as forças adversárias. Estas vieram pôr-lhe cerco em Valverde de Mérida, junto ao rio Guadiana.
A iniciativa de entrar em território castelhano partiu do condestável, sem conhecimento do Rei. Havia conhecimento de que um exército inimigo estava junto da fronteiro e D. Nuno decidiu ir ao encontro dele.
Estava-se em 15 de outubro de 1385. Atravessado o Guadiana, as tropas portuguesas viram-se atacadas. O Condestável - segundo a crónica de Fernão Lopes - ajoelhou-se a orar durante a batalha, quando as suas tropas estavam sofrendo pesadas baixas. A ardente fé de Nuno Álvares Pereira contagiava os seus homens de armas. E a vitória surgiu. Do lado português, a vanguarda era comandada pelo Condestável, a retaguarda estava sob o comando de Álvaro Gonçalves Camelo, as alas estavam sob a chefia de Martim Afonso de Melo e de Gonçalo Anes de Castelo de Vide. Do lado castelhano, estavam os Mestres de Santiago e de Calatrava e o conde de Niebla. Um português, Martim Anes de Barbuda, estava do lado dos castelhanos e era o Mestre de Alcântara.
Durante a batalha o condestável retira-se para orar. O seu escudeiro vai ao encontro dele, chamando-o para a batalha. Depois de terminar a oração D. Nuno, percebendo que os castelhanos tinham usado todos os projéteis, decide atacar o Mestre de Santiago, que acaba por morrer, e o seu estandarte é derrubado. Com isto os castelhanos põem-se em fuga.
A estratégia militar do Condestável, a sua fé e ânimo que soube incutir à sua hoste, permitiram-lhe alcançar esta vitória que, ainda segundo o cronista Fernão Lopes, foi conseguida sobre um exército mais numeroso do que aquele que fora derrotado em Aljubarrota.
Na mesnada portuguesa também se salientou o português Gil Fernandes, de Elvas. Esta foi a última vitória em campo aberto do condestável. Não mais voltou a ter batalhas como esta, pois os castelhanos não mais quiseram combater desta forma.
   

 

Hoje é dia de recordar a música de Cole Porter...

Torricelli nasceu ha 416 anos


Evangelista Torricelli (Faenza, 15 de outubro de 1608 - Florença, 25 de outubro de 1647) foi um físico e matemático italiano.
Torricelli perdeu o pai muito cedo e foi educado pelo tio, um monge que o enviou para Roma, em 1627, a fim de estudar ciências com o beneditino Benedetto Castelli (1577-1644), professor de matemática no Collegio di Sapienza.
O estudo de Duas Novas Ciências, de Galileu (1638) inspirou-lhe muitos desenvolvimentos dos princípios mecânicos aí apresentados, que ele publicou no tratado De motu (incluído na sua Opera geometrica, 1644). O envio desta obra, por Castelli, a Galileu, em 1641, com uma proposta para que Torricelli fosse residir com o sábio florentino, levou a que Torricelli partisse para Florença, onde conheceu Galileu, servindo-o como secretário durante os últimos três meses da sua vida.
Depois da morte de Galileu, Torricelli foi nomeado matemático do grão-duque e professor de matemática na academia Florentina. A descoberta do princípio do barómetro que perpetuou a sua fama ("tubo de Torricelli", "vácuo de Torricelli") aconteceu em 1643. O torricelli (símbolo torr), uma unidade de pressão, recebeu o seu nome.
 
 
Torricelli também é famoso pela descoberta de um sólido infinitamente longo que hoje é chamado Trombeta de Gabriel, cuja área superficial é infinita, mas cujo volume é finito. Esta propriedade foi vista como um paradoxo "incrível" por muitos contemporâneos (incluindo o próprio Torricelli, que tentou várias demonstrações alternativas), e desencadeou uma controvérsia sobre a natureza do infinito com o filósofo Hobbes. Alguns supõem ter sido esta a origem da ideia de um "infinito completo". Torricelli faleceu em Florença poucos dias depois de contrair febre tifoide.
     

Manuel da Fonseca nasceu há 113 anos...

(imagem daqui)
    
Manuel Lopes Fonseca, mais conhecido como Manuel da Fonseca (Santiago do Cacém, 15 de outubro de 1911 - Lisboa, 11 de março de 1993) foi um escritor (poeta, contista, romancista e cronista) português.

Biografia
Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca prosseguiu os seus estudos em Lisboa. Estudou no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Apesar de não ter sobressaído na área das Belas-Artes, deixou alguns registos do seu traço, sobretudo nos retratos que fazia de alguns dos seus companheiros de tertúlias lisboetas como é o caso do de José Cardoso Pires. Durante os períodos de interregno escolar, aproveitava para regressar ao seu Alentejo de origem. Daí que o espaço de eleição dos seus primeiros textos seja o Alentejo. Só mais tarde e a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a cidade de Lisboa.
Membro do Partido Comunista Português (PCP), Manuel da Fonseca fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e é considerado por muitos como um dos melhores escritores do neo-realismo português. Nas suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.
A sua vida profissional foi muito díspar tendo exercido nos mais diferentes sectores: comércio, indústria, revistas, agências publicitárias, entre outras.
Era membro da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luuanda, o que levou ao encerramento desta instituição e à detenção de alguns dos seus membros na prisão de Caxias, entre os quais Manuel da Fonseca.
Em sua homenagem, a Escola Secundária de Santiago do Cacém denomina-se Escola Secundária Manuel da Fonseca e cada uma das bibliotecas municipais de Castro Verde e Santiago do Cacém se chama Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca.
  

 

Vida 
  
 
Vida:
sensualíssima mulher de carnes maravilhosas
cujos passos são horas
cadenciadas
rítmicas
fatais.
A cada movimento do teu corpo
dispersam asas de desejos
que me roçam a pele
e encrespam os nervos na alucinação do «nunca mais».
Vou seguindo teus passos
lutando e sofrendo
cantando e chorando
e ficam abertos meus braços:
nunca te alcanço!
Meu suplício de Tântalo.
Envelheço...
E tu, Vida, cada vez mais viçosa
na oscilação nervosa
das tuas ancas fecundas e sempre virgens!
À punhalada dilacero a folhagem
e abro clareiras
na floresta milenária do meu caminho.
Humildemente se rasga e avilta
no roçar dos espinhos
minha carne dorida.
E quando julgo chegada a hora
meu abraço de posse fica escancarado no ar!
Olímpica
firme
gloriosa
tu passas e não te alcanço, Vida.
Caio suado de borco
no lodo...
O vento da noite badala nos ramos
sarcasmos canalhas.
Não avisto a vida!
Tenho medo, grito.
Creio em Deus e nos fantásticos ecos
do meu grito
que vêm de longe e de perto
do sul e do norte
que me envolvem
e esmagam:
— maldita selva, maldita selva,
antes o deserto, a sede e a morte!


 

in Rosa dos Ventos (1940) - Manuel da Fonseca

Mata Hari foi executada há cento e sete anos...

 

Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se numa espécie de símbolo da ousadia feminina.
     
(...)
    

No 13 de fevereiro de 1917 foi presa pelas autoridades francesas no seu quarto, no hotel Elysèe Palace, em Paris; ela pediu que lhe dessem tempo para tomar banho e mudar de roupa, mas depois de alguns minutos, voltou completamente nua e repartindo chocolates com os seus captores num capacete prussiano que um de seus amantes alemães lhe dera anos atrás, numa ação inútil por dissuadi-los. Foi acusada de espionagem, de ser uma agente dupla para a Alemanha e de ter sido a causa da morte de milhares de soldados. O seu amante Vadim Maslov falou dela em termos de "mulher aventureira", uma vez que soube de sua detenção.

Foi levada a julgamento na França, em 24 de julho de 1917, durante o qual vieram à tona muitas das mentiras e enganos que ela havia contado sobre a sua vida, o que foi usado para desacreditá-la.

Uma rameira? Sim, mas uma traidora - jamais!
Frase atribuída a Mata Hari durante o julgamento

Foi condenada por espionagem e traição sem provas conclusivas e baseadas em hipóteses não comprovadas que hoje (início do século XXI) seria insustentável num julgamento moderno. De facto, uma associação de sua cidade pediu ao Ministério da Justiça da França uma revisão póstuma do caso, mas este pedido não foi atendido.

Foi executada por um pelotão de fuzilamento na fortaleza de Vincennes em 15 de outubro de 1917. A lenda sustenta de que o esquadrão teve que usar vendas para evitar que eles sucumbissem ao seu charme. No entanto, os fatos comprovados são que ela se recusou a ter os olhos enfaixados e, que ao atarem-na ao poste, lançou um beijo de despedida a seus executores e que, dos 12 soldados que constituíram o pelotão de fuzilamento, apenas quatro tiros a atingiram: dois em suas pernas e dois em seu peito, um deles atingindo seu coração, causando sua morte instantânea. O comandante, como foi organizado nestes casos, aproximou-se dela e deu-lhe um tiro de misericórdia na têmpora para ter certeza de que ela morresse. A notícia correu pelo mundo. Na verdade, há uma narrativa jornalística escrita pelo jornalista britânico Henry Wales que detalha esse dramático momento, descrevendo a expressão de seu rosto, a maneira como caiu e a disposição final de seu corpo no chão. 

   

A execução de Mata Hari, 1917

O seu corpo, que não foi sepultado, foi dissecado e usado nas aulas de anatomia dos alunos da Faculdade de Medicina Francesa, como foi feito com aqueles executados na época, mas a sua cabeça, embalsamada, permaneceu no Museu de Criminosos da França até 1958, ano em que desapareceu, supostamente roubada por um admirador.

      

Agustina Bessa-Luís nasceu há cento e dois anos...

  
Agustina Bessa-Luís, nome literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa (Amarante, Vila Meã, 15 de outubro de 1922 - Porto, 3 de junho de 2019) foi uma escritora portuguesa.

     

(...)

     

Estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que atinge a total maturidade do seu processo criativo.

É conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcionalmente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente neo-romântica, como defende Eduardo Lourenço.

Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, com quem manteve uma relação de amizade e de colaboração próxima. Exemplos desta parceria são Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (filme homónimo, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995) ou A Mãe de um Rio (Inquietude, 1998). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).

A sua criação era extremamente fértil e variada. Escreveu mais de cinquenta obras, entre romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis. Foi traduzida para alemão, castelhano, dinamarquês, francês, grego, italiano e romeno. A Sibila, já atingiu a vigésima quinta edição, sendo de leitura opcional no Ensino Secundário.

Em 2005, participou no programa da RTP Ela por Ela, série de 13 episódios sobre provérbios e aforismos, em conversa com Maria João Seixas, realizado por Fernando Lopes.

Em julho de 2006, pouco depois de terminar a sua última obra, A Ronda da Noite, deixou de escrever e retirou-se da vida pública, devido a razões de saúde, tendo sofrido um acidente vascular cerebral.

Morreu a 3 de junho de 2019, em sua casa, no Porto, vítima de doença prolongada.

   

Italo Calvino nasceu há cento e um anos...


Italo Calvino (Santiago de las Vegas, 15 de outubro de 1923 – Siena, 19 de setembro de 1985) foi um dos mais importantes escritores italianos do século XX. Nascido em Cuba, os seus pais eram cientistas italianos que passavam uma curta temporada no país, para depois retornar a Itália, pouco tempo após o seu nascimento. A sua literatura é considerada sincera, delicada e extremamente ágil.

 

Biografia

Formado em Letras, iniciou o curso de Agronomia, mas abandonou o curso e foi participar na resistência ao fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra conheceu diversos militantes comunistas, passou a trabalhar no jornal comunista L’Unità e na editora Einaudi. Foi membro do Partido Comunista Italiano até 1956, tendo se desfiliado em 1957. A sua carta de renúncia,  em 1957, ficou famosa.

A sua primeira obra foi Il sentiero dei nidi di ragno (O atalho dos ninhos de aranha), publicada em 1947. Uma de suas obras mais conhecidas é Le città invisibili (As cidades invisíveis), de 1972, tendo como personagens Marco Polo e Kublai Khan.

Calvino morreu de hemorragia cerebral em Siena, Itália, a 19 de setembro de 1985.

 

A sonda Cassini-Huygens foi lançada há vinte e sete anos

Conceção artística da sonda
      
A sonda Cassini-Huygens é um projeto colaborativo entre a ESA, responsável pela sonda Huygens, e a NASA, responsável pela sonda Cassini, para estudar Saturno e as suas luas através de uma missão espacial não tripulada. A nave espacial consistiu de dois elementos principais: a Cassini Orbiter e a sonda Huygens. Foi lançada a 15 de outubro de 1997 e entrou na órbita de Saturno no 1 de julho de 2004.

Os principais objetivos da Cassini eram:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Japeto;
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera;
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
A sonda Cassini-Huygens foi lançada do Centro Espacial Kennedy usando um foguetão Titan IVB/Centaur da Força Aérea dos Estados Unidos. O lançamento do veículo foi feito por um foguetão de dois estágios, o Titan IVB, dois motores-foguetão cintados, o estágio Centaur acima, e área para transporte de carga. O sistema de vôo completo do sistema Cassini foi composto por um veículo de lançamento e pela sonda.
A sonda era composta pelo orbitador Cassini e a sonda Huygens. A Cassini iria orbitar Saturno e as suas luas durante, elo menos, quatro anos, e a Huygens iria mergulhar na atmosfera de Titã e pousar na sua superfície. A Cassini-Huygens foi uma colaboração internacional entre três agências espaciais. Dezassete países contribuíram para a construção da sonda. A Cassini Orbiter foi construída e gerida pelo laboratório JPL da NASA. A sonda Huygens foi construída pela ESA. A Agência Espacial Italiana foi responsável pela construção da antena de comunicação de alto-ganho da Cassini.
O custo total da missão Cassini-Huygens foi de cerca de 3 mil milhões de euros. Os Estados Unidos contribuíram com grande parte do custo, sendo o restante repartido entre a ESA, que contribuiu com 500 milhões de euros, e a agência italiana, que contribuiu com cerca de 150 milhões.
   

O último Rei do Afeganistão nasceu há cento e dez anos...

   
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 15 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutral durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre fações e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu no seu palácio da capital afegã, informou Karzai, numa entrevista coletiva, na qual declarou que haveria três dias de luto nacional, durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram colocadas a meia haste.
       
       

Chris de Burgh comemora hoje 76 anos

   
Chris de Burgh, nome artístico de Christopher John Davison (Venado Tuerto, Santa Fé, 15 de outubro de 1948), é um cantor de música pop irlandês nascido na Argentina.
   

 


Um apocalipse do fogo e muita incúria governamental martirizaram Portugal há sete anos...

(imagem daqui)
         
Os incêndios florestais em Portugal de outubro de 2017 deflagraram no dia 15 de outubro de 2017 no centro e norte do país, bem como na região da Galiza em Espanha. 440 incêndios estavam ativos em Portugal (523 ocorrências, segundo o primeiro-ministro), dos quais 33 de tamanho importante. A porta-voz da proteção civil descreveu este dia como "o pior dia do ano em matéria de incêndios florestais".
O fogo propagou-se rapidamente devido aos ventos fortes provocados pelo furacão Ophelia que assolaram o litoral da península Ibérica, às temperaturas invulgares, acima dos 30º, e à seca na Península Ibérica de 2017. O mês de setembro de 2017 foi o mais seco em 87 anos e 81% do território encontrava-se em seca severa (e 7,4% em seca extrema). No mesmo ano, o número de incêndios na Europa duplicou, fenómeno que os especialistas atribuem ao aquecimento global.
Os incêndios destruíram várias casas e edifícios industriais, e chegaram a cortar múltiplas estradas, incluindo autoestradas. Os incêndios resultaram em 50 vítimas mortais confirmadas.
Foi decretado um luto nacional de três dias.
      
Imagem de satélite do dia 15 de outubro, com nuvens de fumo no centro e norte de Portugal e na Galiza
      
Principais incêndios
Os dados aqui descritos são do dia 16 de outubro de 2017, às 19 horas e 30 minutos do fuso horário UTC+0.
  • Lousã, onde perto de 700 bombeiros combateram as chamas.
  • Pampilhosa da Serra, o fogo começou no concelho da Sertã acabando por passar para o concelho da Pampilhosa, onde se perderam cerca de 500 infraestruturas e arderam 30.000 hectares, deixando apenas 20% do município por arder.
  • Marinha Grande e Vieira de Leiria , mais precisamente no Pinhal de Leiria onde cerca de 500 bombeiros estiveram no terreno e onde o bombeiro Hélio Madeiras tirou a famosa fotografia do pinhal em chamas.
  • Seia, com mais de 400 bombeiros a tentar travar o incêndio. Neste concelho houve dois incêndios em pontos distantes das populações mais próximas a horas distintas, na área do Sabugueiro e depois em Sandomil. Apenas uma das duas ignições fez chegar o fogo aos concelhos de Mangualde, Gouveia; ambas fizeram depois uma única frente de fogo que atingiu o concelho de Nelas.
  • Nelas, onde o fogo consumiu grande parte da zona sul do concelho, provocando uma vítima mortal, na aldeia de Caldas da Felgueira.
  • Mangualde.
  • Gouveia.
  • Oliveira do Hospital, este concelho foi fustigado por dois incêndios, um vindo de Seia e outro resultado de um reacendimento na Serra do Açor .
  • Tábua.
  • Penacova, São Pedro de Alva, onde o fogo provocou 5 vítimas mortais e consumiu 28 habitações permanentes, cerca de uma dezena de empresas e seis mil hectares de floresta.
  • Mortágua.
  • Santa Comba Dão.
  • Tondela.
  • Arganil, Coja, onde cerca de 200 homens combateram o incêndio.
  • Vale de Cambra, onde também perto de 200 homens estiveram no terreno.
  • Sertã, com mais de 200 bombeiros no combate às chamas.
  • Monção, que destruiu casas nas localidades de Bela e Longos Vales.
  • Quiaios, Tocha, Mira, Vagos e Ílhavo, com 115 operacionais, onde arderam cerca de 25.000 hectares de floresta.
  • Carregal do Sal, o incêndio consumiu cerca de 70 a 80% da mancha florestal de Carregal do Sal, uma dezena de casas e vitimou uma pessoa.
Vítimas e danos 
Houve 50 vítimas mortais e mais de 70 feridos, ligeiros e graves, um pouco em todo o lado. O distrito onde mais vitimas houve foi o distrito de Coimbra, com 25 vitimas mortais, seguido do distrito de Viseu, com 15 mortes, por causa dos difíceis acessos para os bombeiros.
No concelho de Oliveira do Hospital, 10 pessoas morreram, e mais de uma centena de famílias foram desalojadas.
  
Concelho Locais Vítimas mortais
Sertã 1 1
Arganil 4 4
Oliveira do Hospital 10 12
Pampilhosa da Serra 1 1
Penacova 4 5
Tábua 2 3
Gouveia 1 1
Seia 2 3
Carregal do Sal 1 1
Nelas 1 1
Oliveira de Frades 1 1
Santa Comba Dão 2 3
Tondela 3 4
Vouzela 5 8
  
Mais de 50.000 hectares terão sido consumidos pelas chamas, incluindo perto de 80% da superfície do Pinhal do Rei, no distrito de Leiria, plantado no século XIII. Por causa do mesmo incêndio, um parque de campismo foi atingido na Praia da Vieira.
No mesmo distrito, vários estabelecimentos de ensino foram fechados devido às dificuldades de respiração causadas pelas nuvens de fumo nas cidades de Leiria e Marinha Grande e em Vieira de Leiria, entre outras localidades.
Outro incêndio ocorrido no mesmo dia, iniciado em Quiaios destruiu a Mata Nacional da região, e progrediu para norte, destruindo quase por completo as zonas florestais da Tocha e de Mira. O Parque de Campismo da Praia da Tocha foi evacuado ao final da tarde de dia 15 de outubro e a estrada de acesso à praia foi cortada, isolando os habitantes da localidade. A mesma foi reaberta por volta da 01:20 de segunda-feira, 16 de outubro. A Zona Industrial de Mira foi afetada por este incêndio, tal como a Zona Industrial da Tocha, onde ardeu a fábrica da Sanindusa, provocando um prejuízo de mais de 25 milhões de euros. Esta área florestal já tinha ardido em julho de 1993, com a diferença de que esse incêndio tinha começado a norte, perto de Mira, evoluindo para o sul.
    

Cole Porter morreu há sessenta anos...

    
O seu trabalho inclui as comédias musicais Kiss Me, Kate (de 1948 e baseada na peça de Shakespeare The Taming of the Shrew), Fifty Million Frenchmen e Anything Goes, bem como as músicas "Night and Day", "I Get a Kick Out of You" e "I've Got You Under My Skin". Ele é reconhecido pelas letras sofisticadas (às vezes vulgares), ritmos inteligentes e formas complexas, bem como por causa de ser um dos compositores com mais canções no Great American Songbook.
  

 


segunda-feira, outubro 14, 2024

Soares dos Reis nasceu há 177 anos

Retrato de Soares dos Reis (1881), por Marques de Oliveira
   
António Manuel Soares dos Reis (Mafamude, Vila Nova de Gaia, 14 de outubro de 1847 - Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, 16 de fevereiro de 1889) foi um ilustre escultor portuense, considerado um dos maiores escultores portugueses do século XIX
 
O Desterrado
 

A Batalha de Hastings deu a Inglaterra aos normandos há 958 anos

Extrato da tapeçaria de Bayeux, retratando a batalha

A batalha de Hastings foi travada a 14 de outubro de 1066, entre o exército franco-normando do duque Guilherme II da Normandia (1035–1087) e um exército inglês sob o comando do rei anglo-saxão Haroldo II, durante a conquista normanda da Inglaterra. Ocorreu a cerca de 11 quilómetros a noroeste de Hastings, perto da atual cidade de Battle, em East Sussex, e teve como resultado uma decisiva vitória normanda.
O momento causador da batalha foi a morte do rei sem filhos Eduardo, o Confessor (r. 1042–1066), em janeiro de 1066, o que ocasionou uma luta pela sucessão entre os vários pretendentes ao trono. Haroldo foi coroado rei logo após a morte de Eduardo, mas enfrentou invasões de Guilherme, de seu próprio irmão Tostig e do rei norueguês Haroldo Hardrada (1046–1066). Hardrada e Tostig derrotaram um exército apressadamente reunido pelos ingleses na batalha de Fulford em 20 de setembro de 1066, e foram, por sua vez, derrotados por Haroldo na batalha de Stamford Bridge, cinco dias depois. As mortes de Tostig e Hardrada em Stamford Bridge deixaram Guilherme como único adversário sério de Haroldo da Inglaterra. Enquanto o rei inglês e as suas forças estavam a recuperar da batalha, Guilherme desembarcou os seus exércitos invasores no sul da Inglaterra, em Pevensey, a 28 de setembro de 1066 e estabeleceu uma praça de armas para a conquista do reino. Haroldo foi forçado a marchar rapidamente para o sul, reunindo forças no caminho.
Os números exatos de pessoas presentes na batalha são desconhecidos; as estimativas estão em torno de 10.000 soldados para Guilherme e cerca de 7.000 para Haroldo. A composição das forças é mais clara: o exército inglês era composto quase inteiramente de infantaria e tinha poucos arqueiros, enquanto que apenas cerca da metade da força invasora era de infantaria, o restante dividido igualmente entre a cavalaria e arqueiros. Haroldo parece ter tentado surpreender o duque da Normandia, mas batedores encontraram o seu exército e relataram a sua chegada a Guilherme, que marchou de Hastings até ao campo de batalha, para enfrentar o rei da Inglaterra. A batalha durou cerca de nove horas, até ao anoitecer. Os primeiros esforços dos invasores para quebrar as linhas de batalha inglesa tiveram pouco efeito; portanto, os normandos adotaram a tática de fingir que fugiam em pânico e então atacar os seus perseguidores. A morte de Haroldo, provavelmente perto do fim da batalha, levou à retirada e à derrota da maior parte de seu exército. Após novas marchas e algumas escaramuças, Guilherme foi coroado rei, no dia do Natal de 1066.
Embora continuasse a haver rebeliões e resistência ao regime do duque da Normandia, Hastings efetivamente marcou o culminar da conquista de Guilherme na Inglaterra. O número de vítimas é difícil de precisar, mas alguns historiadores estimam que 2.000 invasores morreram junto com um número cerca de duas vezes maior de ingleses. Guilherme fundou a Abadia de Battle no local da batalha, o altar-mor da igreja da abadia sendo supostamente colocado no local onde Haroldo morreu.

O ditador Mobutu nasceu há 94 anos...

    
Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga (Lisala, Congo Belga, 14 de outubro de 1930 - Rabat, Marrocos, 7 de setembro de 1997). O seu nome significava em português: O Todo Poderoso Guerreiro que, Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista, Deixando Fogo no Seu Rasto. O seu nome de batismo era Joseph-Desiré Mobutu. Foi o presidente do Zaire (atual República Democrática do Congo) entre 1965 e 1997. Com uma imagem marcada pelo uso de um barrete de pele de leopardo e uma bengala, fica para a história contemporânea de África como um dos mais poderosos governantes do continente.
Mobutu alistou-se em 1949 no exército, como sargento da Força Pública congolesa. Envolveu-se na luta pela independência, que foi conseguida em 1960, exercendo então o cargo de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Afastou-se depois da política, mas não da atividade militar, esfera em que foi consolidando a sua influência até que ela se tornou um incontornável poder, de facto, no país. Decidiu-se por uma iniciativa militar, em 1965, que afastou o presidente e o primeiro-ministro, declarando-se Mobutu o seu herdeiro espiritual. Dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu a titularidade de todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judicial), em regime de partido único, de tal forma que o seu nome veio a confundir-se com o próprio Estado.
Perante a comunidade internacional, alegou ser o único garante da unidade de um país multiétnico e, apesar da sua política ditatorial, foi apoiado pelos países ocidentais, que não queriam ver instalado um regime comunista em tão importante região africana. Em 1971, Mobutu mudou o nome do país e do importante rio internacional, ambos Congo, para Zaire.
Mobutu governava um dos países mais ricos do continente (entre outras potencialidades económicas, merece destaque a exploração de metais e pedras preciosas), mas o seu povo vivia cada vez mais abaixo do limiar da pobreza. A dívida externa chegava a atingir os 12 mil milhões de dólares. Em simultâneo, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, subia para índices estimados hoje em cerca de 7 mil milhões de dólares. O presidente concentrava nas suas mãos uma grande parte do Produto Interno Bruto do país.
Em 12 de dezembro de 1984 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 1997 o regime de Mobutu chegou ao fim. Após 32 anos no poder, O Grande Leopardo (como era por vezes apelidado) viu-se obrigado a abandonar o país, deixando o poder a Laurent-Désiré Kabila, que durante muitos anos lhe vinha movendo uma luta de guerrilha. Morreu, de cancro da próstata, no exílio, em Rabat, Marrocos, em setembro de 1997.
   

O ator Roger Moore nasceu há 97 anos...

     
Sir Roger George Moore (Londres, 14 de outubro de 1927 - Crans-Montana, 23 de maio de 2017) foi um ator britânico, célebre por interpretar o agente secreto britânico James Bond por sete vezes no cinema. Foi, desde 1991 até à sua morte, embaixador do UNICEF, e, pelas suas ações humanitárias, foi condecorado, em 1999, como Cavaleiro do Império Britânico.

Bond, James Bond (007)
Devido às atuações em séries televisivas nos anos 60, como The Saint (1962-1969) e The Persuaders (1971-1972), o ator já tinha a preferência do produtor Harry Saltzman que finalmente o convidou para suceder a Sean Connery no papel de James Bond em 1973, no filme Live And Let Die. Com a sua destacada atuação, banda sonora e a homónima canção tema de Paul McCartney e dos Wings, o filme fez grande sucesso. Roger Moore então foi contratado em definitivo pelos produtores da série para encarnar o papel do agente secreto após Sean Connery.
Roger Moore foi marcante, pois, num papel de ação, trouxe à série um tom mais leve, irónico e humorístico, com observações de humor negro sobre os vilões que enfrentava. Embora, por isso mesmo, algumas das suas interpretações ficassem mais marcadas pelos exageros dos anos 70, como em Moonraker ou The Man with the Golden Gun. No final da sua participação na série Bond, regressou a horizontes mais sóbrios e ponderados como em Octopussy.
Em termos gerais, o humor sarcástico, a ironia e a pose elegante marcaram a sua versão de Bond, que foi um grande sucesso de bilheteira. Após sete filmes da franquia, Moore abandonou o papel, aos 58 anos, em 1985, com A View to a Kill, tornando-se um dos atores mais velhos a interpretar James Bond e o ator a encenar mais tempo o agente do serviço secreto de Sua Majestade, durante doze anos.
Antes e além de 007, Moore ficou famoso também com o papel de Simon Templar na série de televisão britânica O Santo, entre 1962 e 1969, e como Brett Sinclair, em The Persuaders! (1971-72), fazendo dupla com Tony Curtis, série da TV norte-americana exibida mundialmente no início dos anos 70.
  
UNICEF
Nos últimos anos de vida, Moore dedicava-se mais à sua carreira de embaixador do UNICEF, usando a fama adquirida durante todos os seus anos de carreira para ajudar de alguma forma aqueles que necessitam. Esta faceta surgiu na sua vida depois do contacto que teve, em 1983, durante as filmagens de 007 contra Octopussy, com a extrema pobreza da população indiana.
   
Morte
Em 23 de maio de 2017 a família de Moore anunciou a sua morte, aos 89 anos, após "uma breve, mas corajosa batalha contra o cancro".
  

Cliff Richard comemora hoje oitenta e quatro anos

   
Sir Harry Rodger Webb, mais conhecido como Cliff Richard (Lucknow, Índia, 14 de outubro de 1940) é um dos cantores britânico, considerado um dos mais populares daquele país.
Com a sua banda de apoio, The Shadows, ele dominou o cenário musical popular britânico no final dos anos 50 e começo dos 60, antes do surgimento dos Beatles. Uma conversão ao cristianismo e uma subsequente sofisticação na sua música levou Richard para longe da sua imagem inicial de homem do rock em direção ao pop. Embora nunca tenha sido capaz de alcançar impacto significativo nos Estados Unidos, ele permaneceu como uma personalidade popular na Grã-Bretanha, tanto na música como em filmes e na televisão.
Durante as últimas seis décadas Richard publicou mais de 100 discos de sucesso e detém o recorde (juntamente com Elvis Presley) de ser o único artista a estar na lista dos mais vendidos em toda a sua carreira (dos anos 50 até hoje). De acordo com o seu website, Cliff Richard vendeu mais de 250 milhões de discos.