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terça-feira, outubro 15, 2024

O último Rei do Afeganistão nasceu há cento e dez anos...

   
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 15 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutral durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre fações e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu no seu palácio da capital afegã, informou Karzai, numa entrevista coletiva, na qual declarou que haveria três dias de luto nacional, durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram colocadas a meia haste.
       
       

terça-feira, julho 23, 2024

O último Rei do Afeganistão morreu há dezassete anos...


Mohammed Zahir Xá (Cabul, 16 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutro durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre fações e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia talibã e a invasão americana, depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar numa reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu em seu palácio da capital afegã, informou Karzai em entrevista coletiva, na qual declarou três dias de luto nacional durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram hasteadas a meio mastro.
 

      

quinta-feira, maio 30, 2024

Um terramoto afetou o norte do Afeganistão há 26 anos...

 

An earthquake occurred in northern Afghanistan on 30 May 1998, at 06:22 UTC in the Takhar Province with a moment magnitude of 6.5 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). At the time, the Afghan Civil War was underway; the affected area was controlled by the United Islamic Front for the Salvation of Afghanistan (the "Northern Alliance").

   

Overview

This earthquake was the second large earthquake in the area in 1998 after another earthquake on February 4. Between 4,000–4,500 people died in Takhar and Badakhshan provinces. Nearly 7,000 families were affected and estimated 16,000 houses were destroyed or damaged. Approximately 45,000 people became homeless. More than 30 villages were destroyed and another 70 were severely damaged. Several thousand animals were killed and crops and infrastructure were destroyed.

Like many other poorer developing nations, Afghanistan was ill-equipped to face this kind of natural disaster. The country had no forms of protection or hazard micronization. Houses were mainly built of mud brick with shallow foundation. The villages were built on unstable slopes. Many villages were entirely buried due to the landslides.Aftershocks continued for a month. It was also felt at Mazar-e Sharif, Kabul, Andijan, Samarkand, Islamabad, Peshawar, Rawalpindi and Dushanbe.
  

Relief efforts
Several problems appeared during the relief operation. The affected region was remote and lacked any modern telecommunication. The local culture[dubious – discuss] prohibited male physicians from examining or speaking to women. There was no available accurate map of the affected region. However this problem was solved as the pilots of the first Tajikistan helicopters served with the Soviet Armed Forces in the area during the Soviet–Afghan War and knew many of the villages. Relief efforts were also delayed because of blocked roads, bad weather and political turmoil in the region.

Relief effort by several agencies in Afghanistan was administered from neighboring Pakistan, as many organizations had learned from previous experience not to base too many assets in Kabul or in any other city in Afghanistan. A sub-base for the relief efforts was established in Rostaq in the Takhar Province near the Afghanistan-Tajikistan border, which in spite of lacking airfields, had open spaces for helicopter operations and a road link to Tajikistan. A worldwide appeal for helicopters was made to assist in the relief operations.

The United Nations (UN) and several non-governmental organizations (NGOs) were involved in the relief efforts of the affected area. A joint relief operation was mounted by the UN, the International Committee of the Red Cross (ICRC), the International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC) and a number of national and international NGOs. 

 

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

A retirada do Afeganistão das tropas da União Soviética terminou há 35 anos

Uma coluna de BTR-80 soviéticos durante a retirada
      
A Retirada das forças de combate soviéticas do Afeganistão começou a 15 de maio de 1988, sob a liderança do Coronel-General Boris Gromov, que também foi o último oficial soviético a retirar-se do Afeganistão para o território soviético, através da Ponte de Amizade Afeganistão-Uzbequistão. Nos Acordos de Genebra, assinados a 15 de abril de 1988, o Afeganistão e Paquistão subscreveram três acordos com princípios de relações mútuas, em particular a não-interferência, sobre o regresso voluntário de refugiados afegãos e inter-relações para o estabelecimento da retirada gradual das tropas estrangeiras, a partir de 15 de maio do mesmo ano.
Os Estados Unidos e a União Soviética também assinaram uma declaração sobre as garantias internacionais, afirmando a sua intenção de se abster de qualquer forma de intervenção.
No período de três meses, em primeiro lugar, foi relatado que 50.183 soldados soviéticos retiraram do Afeganistão. Outros 50.100 retiraram entre 15 de agosto de 1988 e 15 de fevereiro de 1989.
Durante a retirada, ao longo da fronteira, os comboios de tropas foram sendo alvo de constantes ataques de combatentes afegãos, tendo sido mortos 523 soldados soviéticos, só durante a sua fuga do país.
A retirada total das tropas soviéticas do Afeganistão ficou concluída em 15 de fevereiro de 1989, em conformidade com os termos dos Acordos de Genebra, assinados 10 meses antes.
Num gesto simbólico, o Coronel-General Boris Gromov foi o último soldado soviético a retirar-se do Afeganistão e a regressar à URSS.
   

domingo, fevereiro 04, 2024

O norte do Afeganistão foi atingido por um terramoto há vinte e seis anos

 



Date February 4, 1998
Origin time 14:33:23 UTC
Magnitude 5.9 Mw
Depth 30 km (19 mi)
Epicenter 37.17°N 70.14°E 
Type Strike-slip 
Areas affected Takhar Province, Afghanistan
Total damage Extreme
Max. intensity VII (Very strong)
Casualties2,323–4,000 dead, 818 injured

 

The February 1998 Afghanistan earthquake occurred at 19:03 local time near the Afghanistan-Tajikistan border. The strike-slip shock had a moment magnitude of 5.9 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). With several thousand dead and hundreds injured, the event's effects were considered extreme. It was felt at Tashkent and Dushanbe, and aftershocks continued for the next seven days.

   

quarta-feira, dezembro 27, 2023

Quem convidou os soviéticos a invadir o Afeganistão foi executado, há 44 anos - pelos convidados...

 

Em finais de outubro de 1979 os informadores dentro do Forças Armadas do Afeganistão que estavam ao serviço da União Soviética mandavam constantemente informações sobre os acontecimentos dentro do país, especialmente do ponto de vista militar. Enquanto isso, ligações de telecomunicação em áreas fora de Cabul foram interrompidas em parte, isolando a capital. Com a situação de segurança a deteriorar-se, vários contingentes das forças para-quedistas soviéticas começaram a desembarcar no coração do Afeganistão em dezembro. Ao mesmo tempo, Amin mudou o seu quartel-general para o palácio de Tajbeg, acreditando que lá seria mais seguro. De acordo com os generais Tukharinov e Merimsky, Amin estava ciente das movimentações militares russas, pois foi ele mesmo que pediu estas tropas. O general Dmitry Chiangov encontrou-se com o comandante do 40º Corpo do Exército Soviético, antes destas forças entrarem no país, para planear a estratégia de invasão. Naquela altura, o Kremlin já havia decidido que derrubaria o regime de Hafizullah Amin.
Em 27 de dezembro de 1979, cerca de 700 soldados soviéticos, vestidos com uniformes afegãos, incluindo agentes da KGB e membros das forças especiais GRU, dos Grupos Alpha e Zenith, moveram-se para ocupar prédios e instalações militares em Cabul. Já um grupo de Spetsnaz seguiu para o alvo principal, o palácio presidencial de Tajbeg. A operação começou às 19.00 horas, quando o grupo Zenith da KGB destruiu o prédio de comunicações em Cabul, cortando a ligação do comando militar afegão com o resto do país. Às 19.15 horas, o ataque ao palácio de Tajbeg começou. Como planeado, o presidente Hafizullah Amin foi morto. Ao mesmo tempo, outras instalações (v.g. o Ministério da Informação) também foram tomadas. Ao amanhecer de 28 de dezembro de 1979 as operações já estavam terminadas.
O comando soviético em Termez, no Uzbequistão, anunciou na Radio Kabul que o Afeganistão havia sido "libertado do regime de Amin". De acordo com o Politburo soviético, eles estavam em conformidade com o "Tratado de Amizade, Cooperação e Boa Vizinhança" de 1978 e que Amin havia sido "executado pelos seus crimes", por condenação do Comité Central Revolucionário Afegão. Tal comité elegeu então como novo líder da nação o ex vice primeiro-ministro Babrak Karmal, que havia caído em desgraça quando a fação Khalq do partido comunista subiu ao poder.
Em 27 de dezembro, tropas soviéticas, comandadas pelo marechal Sergei Sokolov, entraram no Afeganistão. Naquela manhã, a 103ª Divisão Aerotransportada 'Vitebsk' lançou-se sobre o aeroporto de Bagram e forças adicionais do exército vermelho começaram a mover-se por todo o país. A espinha dorsal da força invasora era o 40º Corpo do Exército Soviético, acompanhado por batalhões da 108ª e 5ª Divisão Mecanizada de Rifles, do 860º Regimento Mecanizado, da 56ª Brigada Aerotransportada e elementos do 36º Corpo Misto Aéreo. Grupos da 201ª e 58ª Divisão de Infantaria também entraram no Afeganistão, juntamente com outras unidades menores. A força de invasão inicial continha 1.800 tanques, 80.000 soldados de infantaria e outros 2.000 veículos blindados. Na semana seguinte, a força aérea soviética já tinha feito mais de 4.000 voos sobre Cabul. Mais tarde, duas divisões extras entraram no país, totalizando assim mais de 100.000 militares soviéticos, só na primeira vaga da invasão.
    

domingo, outubro 15, 2023

O último Rei do Afeganistão nasceu há 109 anos...

   
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 15 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutral durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre fações e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu em seu palácio da capital afegã, informou Karzai, numa entrevista coletiva, na qual declarou que haveria três dias de luto nacional, durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram colocadas a meia haste.
       
       

terça-feira, maio 30, 2023

Um terramoto afetou o norte do Afeganistão há 25 anos...

 

An earthquake occurred in northern Afghanistan on 30 May 1998, at 06:22 UTC in the Takhar Province with a moment magnitude of 6.5 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). At the time, the Afghan Civil War was underway; the affected area was controlled by the United Islamic Front for the Salvation of Afghanistan (the "Northern Alliance").

   

Overview

This earthquake was the second large earthquake in the area in 1998 after another earthquake on February 4. Between 4,000–4,500 people died in Takhar and Badakhshan provinces. Nearly 7,000 families were affected and estimated 16,000 houses were destroyed or damaged. Approximately 45,000 people became homeless. More than 30 villages were destroyed and another 70 were severely damaged. Several thousand animals were killed and crops and infrastructure were destroyed.

Like many other poorer developing nations, Afghanistan was ill-equipped to face this kind of natural disaster. The country had no forms of protection or hazard micronization. Houses were mainly built of mud brick with shallow foundation. The villages were built on unstable slopes. Many villages were entirely buried due to the landslides.Aftershocks continued for a month. It was also felt at Mazar-e Sharif, Kabul, Andijan, Samarkand, Islamabad, Peshawar, Rawalpindi and Dushanbe.
  

Relief efforts
Several problems appeared during the relief operation. The affected region was remote and lacked any modern telecommunication. The local culture[dubious – discuss] prohibited male physicians from examining or speaking to women. There was no available accurate map of the affected region. However this problem was solved as the pilots of the first Tajikistan helicopters served with the Soviet Armed Forces in the area during the Soviet–Afghan War and knew many of the villages. Relief efforts were also delayed because of blocked roads, bad weather and political turmoil in the region.

Relief effort by several agencies in Afghanistan was administered from neighboring Pakistan, as many organizations had learned from previous experience not to base too many assets in Kabul or in any other city in Afghanistan. A sub-base for the relief efforts was established in Rostaq in the Takhar Province near the Afghanistan-Tajikistan border, which in spite of lacking airfields, had open spaces for helicopter operations and a road link to Tajikistan. A worldwide appeal for helicopters was made to assist in the relief operations.

The United Nations (UN) and several non-governmental organizations (NGOs) were involved in the relief efforts of the affected area. A joint relief operation was mounted by the UN, the International Committee of the Red Cross (ICRC), the International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC) and a number of national and international NGOs. 

 

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

A retirada do Afeganistão das tropas da União Soviética terminou há 34 anos

Uma coluna de BTR-80 soviéticos durante a retirada
      
A Retirada das forças de combate soviéticas do Afeganistão começou a 15 de maio de 1988, sob a liderança do Coronel-General Boris Gromov, que também foi o último oficial soviético a retirar-se do Afeganistão para o território soviético, através da Ponte de Amizade Afeganistão-Uzbequistão. Nos Acordos de Genebra, assinados a 15 de abril de 1988, o Afeganistão e Paquistão subscreveram três acordos com princípios de relações mútuas, em particular a não-interferência, sobre o regresso voluntário de refugiados afegãos e inter-relações para o estabelecimento da retirada gradual das tropas estrangeiras, a partir de 15 de maio do mesmo ano.
Os Estados Unidos e a União Soviética também assinaram uma declaração sobre as garantias internacionais, afirmando a sua intenção de se abster de qualquer forma de intervenção.
No período de três meses, em primeiro lugar, foi relatado que 50.183 soldados soviéticos retiraram do Afeganistão. Outros 50.100 retiraram entre 15 de agosto de 1988 e 15 de fevereiro de 1989.
Durante a retirada, ao longo da fronteira, os comboios de tropas foram sendo alvo de constantes ataques de combatentes afegãos, tendo sido mortos 523 soldados soviéticos, só durante a sua fuga do país.
A retirada total das tropas soviéticas do Afeganistão ficou concluída em 15 de fevereiro de 1989, em conformidade com os termos dos Acordos de Genebra, assinados 10 meses antes.
Num gesto simbólico, o Coronel-General Boris Gromov foi o último soldado soviético a retirar-se do Afeganistão e a regressar à URSS.
   

sábado, fevereiro 04, 2023

O Afeganistão foi atingido por um terramoto há vinte e cinco anos


 



Date February 4, 1998
Origin time 14:33:23 UTC
Magnitude 5.9 Mw
Depth 30 km (19 mi)
Epicenter 37.17°N 70.14°E 
Type Strike-slip 
Areas affected Takhar Province, Afghanistan
Total damage Extreme
Max. intensity VII (Very strong)
Casualties2,323–4,000 dead, 818 injured

 

The February 1998 Afghanistan earthquake occurred at 19:03 local time near the Afghanistan-Tajikistan border. The strike-slip shock had a moment magnitude of 5.9 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). With several thousand dead and hundreds injured, the event's effects were considered extreme. It was felt at Tashkent and Dushanbe, and aftershocks continued for the next seven days.

   

terça-feira, dezembro 27, 2022

Quem convidou os soviéticos a invadir o Afeganistão foi executado, há 43 anos - pelos convidados...

     
Em finais de outubro de 1979 os informadores dentro do Forças Armadas do Afeganistão que estavam ao serviço da União Soviética mandavam constantemente informações sobre os acontecimentos dentro do país, especialmente do ponto de vista militar. Enquanto isso, ligações de telecomunicação em áreas fora de Cabul foram interrompidas em parte, isolando a capital. Com a situação de segurança a deteriorar-se, vários contingentes das forças para-quedistas soviéticas começaram a desembarcar no coração do Afeganistão em dezembro. Ao mesmo tempo, Amin mudou o seu quartel-general para o palácio de Tajbeg, acreditando que lá seria mais seguro. De acordo com os generais Tukharinov e Merimsky, Amin estava ciente das movimentações militares russas, pois foi ele mesmo que pediu estas tropas. O general Dmitry Chiangov encontrou-se com o comandante do 40º Corpo do Exército Soviético, antes destas forças entrarem no país, para planear a estratégia de invasão. Naquela altura, o Kremlin já havia decidido que derrubaria o regime de Hafizullah Amin.
Em 27 de dezembro de 1979, cerca de 700 soldados soviéticos, vestidos com uniformes afegãos, incluindo agentes da KGB e membros das forças especiais GRU, dos Grupos Alpha e Zenith, moveram-se para ocupar prédios e instalações militares em Cabul. Já um grupo de Spetsnaz seguiu para o alvo principal, o palácio presidencial de Tajbeg. A operação começou às 19.00 horas, quando o grupo Zenith da KGB destruiu o prédio de comunicações em Cabul, cortando a ligação do comando militar afegão com o resto do país. Às 19.15 horas, o ataque ao palácio de Tajbeg começou. Como planeado, o presidente Hafizullah Amin foi morto. Ao mesmo tempo, outras instalações (v.g. o Ministério da Informação) também foram tomadas. Ao amanhecer de 28 de dezembro de 1979 as operações já estavam terminadas.
O comando soviético em Termez, no Uzbequistão, anunciou na Radio Kabul que o Afeganistão havia sido "libertado do regime de Amin". De acordo com o Politburo soviético, eles estavam em conformidade com o "Tratado de Amizade, Cooperação e Boa Vizinhança" de 1978 e que Amin havia sido "executado pelos seus crimes", por condenação do Comité Central Revolucionário Afegão. Tal comité elegeu então como novo líder da nação o ex vice primeiro-ministro Babrak Karmal, que havia caído em desgraça quando a fação Khalq do partido comunista subiu ao poder.
Em 27 de dezembro, tropas soviéticas, comandadas pelo marechal Sergei Sokolov, entraram no Afeganistão. Naquela manhã, a 103ª Divisão Aerotransportada 'Vitebsk' lançou-se sobre o aeroporto de Bagram e forças adicionais do exército vermelho começaram a mover-se por todo o país. A espinha dorsal da força invasora era o 40º Corpo do Exército Soviético, acompanhado por batalhões da 108ª e 5ª Divisão Mecanizada de Rifles, do 860º Regimento Mecanizado, da 56ª Brigada Aerotransportada e elementos do 36º Corpo Misto Aéreo. Grupos da 201ª e 58ª Divisão de Infantaria também entraram no Afeganistão, juntamente com outras unidades menores. A força de invasão inicial continha 1.800 tanques, 80.000 soldados de infantaria e outros 2.000 veículos blindados. Na semana seguinte, a força aérea soviética já tinha feito mais de 4.000 voos sobre Cabul. Mais tarde, duas divisões extras entraram no país, totalizando assim mais de 100.000 militares soviéticos, só na primeira vaga da invasão.
    

sábado, outubro 15, 2022

O último Rei do Afeganistão nasceu há 108 anos

   
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 15 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutral durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre fações e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu em seu palácio da capital afegã, informou Karzai, numa entrevista coletiva, na qual declarou que haveria três dias de luto nacional, durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram colocadas a meia haste.
     


       

sábado, julho 23, 2022

O último Rei do Afeganistão morreu há quinze anos...

     
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 16 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutro durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a República.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre facções e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de Setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu em seu palácio da capital afegã, informou Karzai em entrevista coletiva, na qual declarou três dias de luto nacional durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram hasteadas a meio mastro.


      

segunda-feira, maio 30, 2022

Um terramoto afetou o norte do Afeganistão há 24 anos

 

An earthquake occurred in northern Afghanistan on 30 May 1998, at 06:22 UTC in the Takhar Province with a moment magnitude of 6.5 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). At the time, the Afghan Civil War was underway; the affected area was controlled by the United Islamic Front for the Salvation of Afghanistan (the "Northern Alliance").

   

Overview

This earthquake was the second large earthquake in the area in 1998 after another earthquake on February 4. Between 4,000–4,500 people died in Takhar and Badakhshan provinces. Nearly 7,000 families were affected and estimated 16,000 houses were destroyed or damaged. Approximately 45,000 people became homeless. More than 30 villages were destroyed and another 70 were severely damaged. Several thousand animals were killed and crops and infrastructure were destroyed.

Like many other poorer developing nations, Afghanistan was ill-equipped to face this kind of natural disaster. The country had no forms of protection or hazard micronization. Houses were mainly built of mud brick with shallow foundation. The villages were built on unstable slopes. Many villages were entirely buried due to the landslides.Aftershocks continued for a month. It was also felt at Mazar-e Sharif, Kabul, Andijan, Samarkand, Islamabad, Peshawar, Rawalpindi and Dushanbe.
  

Relief efforts
Several problems appeared during the relief operation. The affected region was remote and lacked any modern telecommunication. The local culture[dubious – discuss] prohibited male physicians from examining or speaking to women. There was no available accurate map of the affected region. However this problem was solved as the pilots of the first Tajikistan helicopters served with the Soviet Armed Forces in the area during the Soviet–Afghan War and knew many of the villages. Relief efforts were also delayed because of blocked roads, bad weather and political turmoil in the region.

Relief effort by several agencies in Afghanistan was administered from neighboring Pakistan, as many organizations had learned from previous experience not to base too many assets in Kabul or in any other city in Afghanistan. A sub-base for the relief efforts was established in Rostaq in the Takhar Province near the Afghanistan-Tajikistan border, which in spite of lacking airfields, had open spaces for helicopter operations and a road link to Tajikistan. A worldwide appeal for helicopters was made to assist in the relief operations.

The United Nations (UN) and several non-governmental organizations (NGOs) were involved in the relief efforts of the affected area. A joint relief operation was mounted by the UN, the International Committee of the Red Cross (ICRC), the International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC) and a number of national and international NGOs. 

 

terça-feira, fevereiro 15, 2022

A União Soviética fugiu do Afeganistão há 33 anos

Uma coluna de BTR-80 soviéticos durante a retirada
      
A Retirada das forças de combate soviéticas do Afeganistão começou a 15 de maio de 1988, sob a liderança do Coronel-General Boris Gromov, que também foi o último oficial soviético a retirar-se do Afeganistão para o território soviético, através da Ponte de Amizade Afeganistão-Uzbequistão. Nos Acordos de Genebra, assinados a 15 de abril de 1988, o Afeganistão e Paquistão subscreveram três acordos com princípios de relações mútuas, em particular a não-interferência, sobre o regresso voluntário de refugiados afegãos e inter-relações para o estabelecimento da retirada gradual das tropas estrangeiras, a partir de 15 de maio do mesmo ano.
Os Estados Unidos e a União Soviética também assinaram uma declaração sobre as garantias internacionais, afirmando a sua intenção de se abster de qualquer forma de intervenção.
No período de três meses, em primeiro lugar, foi relatado que 50.183 soldados soviéticos retiraram do Afeganistão. Outros 50.100 retiraram entre 15 de agosto de 1988 e 15 de fevereiro de 1989.
Durante a retirada, ao longo da fronteira, os comboios de tropas foram sendo alvo de constantes ataques de combatentes afegãos, tendo sido mortos 523 soldados soviéticos, só durante a sua saída do país.
A retirada total das tropas soviéticas do Afeganistão foi concluída em 15 de fevereiro de 1989, em conformidade com os termos dos Acordos de Genebra, assinados 10 meses antes.
Num gesto simbólico, o Coronel-General Boris Gromov foi o último soldado soviético a retirar-se do Afeganistão e a regressar para a URSS.
   

sexta-feira, fevereiro 04, 2022

Um terramoto atingiu o Afeganistão há vinte e quatro anos


 



Date February 4, 1998
Origin time 14:33:23 UTC
Magnitude 5.9 Mw
Depth 30 km (19 mi)
Epicenter 37.17°N 70.14°E 
Type Strike-slip 
Areas affected Takhar Province, Afghanistan
Total damage Extreme
Max. intensity VII (Very strong)
Casualties2,323–4,000 dead, 818 injured

 

The February 1998 Afghanistan earthquake occurred at 19:03 local time near the Afghanistan-Tajikistan border. The strike-slip shock had a moment magnitude of 5.9 and a maximum Mercalli intensity of VII (Very strong). With several thousand dead and hundreds injured, the event's effects were considered extreme. It was felt at Tashkent and Dushanbe, and aftershocks continued for the next seven days.

   

segunda-feira, dezembro 27, 2021

Há 42 anos, o líder que convidou os soviéticos a invadir o Afeganistão foi executado (pelos convidados...)

     
Em finais de outubro de 1979 os informadores dentro do Forças Armadas do Afeganistão que estavam ao serviço da União Soviética mandavam constantemente informações sobre os acontecimentos dentro do país, especialmente do ponto de vista militar. Enquanto isso, ligações de telecomunicação em áreas fora de Cabul foram interrompidas em parte, isolando a capital. Com a situação de segurança a deteriorar-se, vários contingentes das forças para-quedistas soviéticas começaram a desembarcar no coração do Afeganistão em dezembro. Ao mesmo tempo, Amin mudou o seu quartel-general para o palácio de Tajbeg, acreditando que lá seria mais seguro. De acordo com os generais Tukharinov e Merimsky, Amin estava ciente das movimentações militares russas acentuadas, pois foi ele mesmo que pediu estas tropas. O general Dmitry Chiangov encontrou-se com o comandante do 40º Corpo do Exército Soviético, antes das forças russas entrarem no país, para planear a estratégia de invasão. Naquela altura, o Kremlin já havia decidido que derrubaria o regime de Hafizullah Amin.
Em 27 de dezembro de 1979, cerca de 700 soldados soviéticos, vestidos com uniformes afegãos, incluindo agentes da KGB e membros das forças especiais GRU dos Grupos Alpha e Zenith, moveram-se para ocupar prédios e instalações militares em Cabul. Já um grupo de Spetsnaz seguiu para o alvo principal, o palácio presidencial de Tajbeg. A operação começou às 19.00 horas, quando o grupo Zenith da KGB destruiu o prédio de comunicações em Cabul, cortando a ligação do Comando militar afegão com o resto do país. Às 19.15 horas, o ataque ao palácio de Tajbeg começou. Como planeado, o presidente Hafizullah Amin foi morto. Ao mesmo tempo, outras instalações (como o Ministério da Informação) também foram tomadas. Ao amanhecer de 28 de dezembro de 1979 as operações já estavam terminadas.
O comando soviético em Termez, no Uzbequistão, anunciou na Radio Kabul que o Afeganistão havia sido "libertado do regime de Amin". De acordo com o Politburo soviético, eles estavam em conformidade com o "Tratado de Amizade, Cooperação e Boa Vizinhança" de 1978 e que Amin havia sido "executado pelos seus crimes", por condenação do Comité Central Revolucionário Afegão. Tal comité elegeu então como novo líder da nação o ex vice primeiro-ministro Babrak Karmal, que havia caído em desgraça quando a facção Khalq do partido comunista subiu ao poder.
Em 27 de dezembro, tropas soviéticas, comandadas pelo marechal Sergei Sokolov, entraram no Afeganistão. Naquela manhã, a 103ª Divisão Aerotransportada 'Vitebsk' lançou-se sobre o aeroporto de Bagram e forças adicionais do exército vermelho começaram a se mover por todo o país. A espinha dorsal da força invasora era o 40º Corpo do Exército Soviético, acompanhado por batalhões da 108ª e 5ª Divisão Mecanizada de Rifles, do 860º Regimento Mecanizado, da 56ª Brigada Aerotransportada e elementos do 36º Corpo Misto Aéreo. Grupos da 201ª e 58ª Divisão de Infantaria também entraram no Afeganistão, juntamente com outras unidades menores. A força de invasão inicial continha 1.800 tanques, 80.000 soldados de infantaria e outros 2.000 veículos blindados. Na semana seguinte, a força aérea soviética já tinha feito mais de 4.000 voos sobre Cabul. Mais tarde, duas divisões extras entraram no país, totalizando assim mais de 100.000 militares soviéticos na primeira vaga da invasão.
    

sexta-feira, outubro 15, 2021

O último Rei do Afeganistão nasceu há 107 anos

   
Mohammed Zahir Xá (Cabul, 15 de outubro de 1914 - Cabul, 23 de julho de 2007) foi o segundo rei () do Afeganistão, sucedendo a seu pai, Nadir Xá.
Nascido em Cabul em 1914, Zahir foi educado na França e assumiu o trono após o assassinato do seu pai por um estudante. Era da etnia pachtum, e membro do clã Durani, um dos principais ramos pachtuns do país.
Depois de manter o país neutral durante a Segunda Guerra Mundial, começou a modernizar o país, fundando uma nova universidade, estreitando os laços comerciais e culturais com a Europa e trazendo assessores estrangeiros para o acompanharem de perto neste processo de europeização.
Em 1973, foi deposto num golpe, orquestrado pelo próprio primo, Mohammad Daoud, ministro da Defesa, que não aprovava a abertura e as relações com o Ocidente, instaurando a república.
Zahir foi o principal líder afegão num raro período de estabilidade política e relativa paz no país, entre 1933 e 1973.
Depois do golpe, o antigo monarca do Afeganistão mudou-se para Roma, de onde acompanhou à distância os períodos mais violentos da história recente de seu país - o confronto entre facções e tribos rivais, a guerra com os soviéticos, a tomada do poder pela milícia Talibã e a invasão americana depois do 11 de setembro. Em 1991, um português, convertido ao islamismo, a pretexto de obter uma entrevista, tentou assassiná-lo, num dos prováveis primeiros atos públicos da Al-Qaeda.
Em 2002, com os Talibãs fora do poder, Zahir voltou ao país para participar de uma reunião tribal sobre o futuro do Afeganistão, onde lhe foi atribuído o título de pai da nação afegã. O ex-rei apoiava o presidente interino do país Hamid Karzai. Desde então, habitou no antigo palácio real, até à sua morte, sem qualquer poder político ou isenção fiscal.
O ex-monarca faleceu em seu palácio da capital afegã, informou Karzai, numa entrevista coletiva, na qual declarou que haveria três dias de luto nacional, durante os quais as bandeiras em todo o país e nas missões diplomáticas afegãs no exterior foram colocadas a meia haste.