quarta-feira, junho 17, 2020

A última execução pública com Guihotina foi há 81 anos

(imagem daqui)

Eugen Weidmann, em francês Eugène Weidmann (5 de fevereiro de 1908, Frankfurt, Alemanha - 17 de junho de 1939, Versalhes, França), foi um criminoso alemão, célebre por ter sido a última pessoa a ser guilhotinada em público na França.
Ele foi julgado culpado do assassinato de seis pessoas, todas mortas com um tiro na nuca:
Ele foi guilhotinado em Versalhes, na via pública, no exterior da prisão de Saint-Pierre, como era comum até então. Tendo sido julgado «histérico» o comportamento dos espectadores durante a execução, o presidente da República Albert Lebrun convenceu o governo da época a proceder às execuções no interior da prisão onde se encontra o condenado à morte, longe das possíveis «emoções populares».
A utilização da guilhotina para execuções «privadas» continuou, mas cada vez mais raras, até o 10 de setembro de 1977, quando foi executado Hamida Djandoubi. Finalmente, a pena de morte foi abolida na França, a 30 de setembro de 1981. através de decreto do presidente François Mitterrand.
  
(imagem daqui)

  

Barry Manilow nasceu há 77 anos

   
Barry Alan Pincus, mais conhecido como Barry Manilow, (Brooklyn, 17 de junho de 1943) é um cantor e compositor americano, muito conhecido pelos seus hits dos anos 70 I Write the Songs, Mandy e Copacabana.
A carreira sem igual de Barry Manilow está fundada numa sólida reputação como cantor, compositor, arranjador e produtor. Ele enche casas de espetáculos, bate recordes de audiência na televisão, compõe bandas sonoras de cinema e para a Broadway e já vendeu 60 milhões de discos no mundo todo. O seu sucesso está devidamente ilustrado por uma coleção de prémios Grammy, Emmy e Tony Awards, além de uma nomeação para o Óscar. Portanto, não é à toa que a bíblia da indústria fonográfica Radio & Records o considera imbatível na categoria Adulto Contemporânea de Todos os Tempos.
   
    

O início da tragédia de Pedrógão Grande foi há três anos

 
O incêndio florestal de Pedrógão Grande, deflagrou a 17 de junho de 2017 no concelho de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, em Portugal, tendo alastrado aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Ansião (distrito de Leiria); ao concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco); ao concelho de Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra). No mesmo dia deflagrou outro incêndio de grandes proporções no concelho de Góis, distrito de Coimbra, que acabou posteriormente por alastrar aos concelhos de Pampilhosa da Serra e de Arganil. No dia 20 de junho de 2017 uma das frentes de fogo do incêndio de Pedrógão Grande juntou-se ao incêndio de Góis, formando uma área ardida contígua. O desastre é o maior incêndio florestal de sempre em Portugal, o mais mortífero da história do país e o 11.º mais mortífero a nível mundial desde 1900.
O balanço oficial contabilizou 66 mortos (65 civis e 1 bombeiro voluntário de Castanheira de Pera) e 254 feridos (241 civis, 12 bombeiros e 1 militar da Guarda Nacional Republicana), dos quais 7 em estado grave (4 bombeiros, 2 civis e 1 criança). Entre as vítimas mortais, 47 foram encontradas nas estradas do concelho de Pedrógão Grande, tendo 30 morrido nos automóveis e 17 nas suas imediações durante a fuga ao incêndio. Uma outra vítima, morreu na sequência de um atropelamento ao fugir do incêndio. O incêndio também arrasou dezenas de lugares. O nº oficial é de 64 mortos. Em termos de prejuízos materiais, foram contabilizadas mais de 500 casas de habitação parcial ou totalmente destruídas pelo fogo. Foram também afectadas 48 empresas com 372 postos de trabalho. A estimativa provisória do montante total de prejuízos ascende a 500 milhões de euros.
No rescaldo do incêndio, a causa apontada pelas autoridades foi trovoada seca que, conjugada com temperaturas muito elevadas (superiores a 40 graus Celsius) e vento muito intenso e variável, fez deflagrar e propagar rapidamente o fogo. No entanto, o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, acredita que este incêndio não teve origem em causas naturais já que, segundo a perceção de alguns habitantes de Pedrógão Grande, o fogo já estaria ativo duas horas antes da altura em que ocorreu a trovoada seca nesta zona. A Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público estava a investigar as causas do incêndio. Um relatório técnico independente publicado em outubro aponta como causa da ignição o contacto entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão da empresa Energias de Portugal, resultado da falta de limpeza da zona de proteção.
Como resposta à catástrofe, o governo de Portugal decretou três dias de luto nacional, de 18 a 20 de junho de 2017, enquanto várias autoridades internacionais enviaram mensagens de solidariedade.
  

Charles Gounod nasceu há 202 anos

  
Charles Gounod (Paris, 17 de junho de 1818Saint-Cloud, 18 de outubro de 1893) foi um compositor francês famoso sobretudo por suas óperas e música religiosa.
  
Gounod era filho de um pintor e uma pianista. Muito jovem, entrou para o Conservatório de Paris, onde foi aluno de Jacques Fromental Halévy e Lesueur. Em 1839, compôs uma cantata (Ferdinand) e ganhou o Prix de Rome, um prémio famoso para jovens compositores, que dava direito a uma bolsa de estudos na Itália. Naquele país, ele entrou em contacto com a música polifónica do século XVI, que o fascinou. Tomado por ideias místicas (que nunca o abandonaram completamente), ele pensou em entrar para o sacerdócio, e começou a compor música religiosa. Terminados os seus estudos em Itália, ele regressou a França, mas não sem antes passar por Viena, e assumiu o cargo de organista na Igreja das Missões Estrangeiras, em Paris, que ocupou durante três anos. Nessa época, ficou a conhecer duas mulheres que tiveram grande influência na sua vida: uma foi a cantora Pauline Viardot, que o introduziu no mundo da ópera, e a outra foi Fanny Hensel, que apresentou a Gounod o seu irmão, o célebre compositor Felix Mendelssohn. Através de Mendelssohn, Gounod entrou em contacto com a música de Bach, então pouco conhecida.
A primeira ópera de Gounod, Sapho, estreou em 1851. Várias óperas se seguiram, mas as mais importantes são Fausto (1859), Mireille (1864), Roméo et Juliette (1867) - todas as três estão entre as mais populares do repertório operístico francês.
Ao rebentar a Guerra Franco-Prussiana (1870), Gounod refugiou-se na Inglaterra, onde permaneceu até 1875. Lá, ele teve uma amante inglesa, Georgina Weldon, e a sua música teve grande sucesso na Inglaterra vitoriana.
Nos últimos anos de vida, Gounod só compôs música religiosa.
   

Stravinski nasceu há 138 anos

   
Ígor Fiódorovitch Stravinsky (Oranienbaum, atual Lomonosov, 17 de junho de 1882Nova Iorque, 6 de abril de 1971) foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes na estreias das suas obras.
A carreira de compositor de Stravinski foi notável pela sua diversidade estilística. Inicialmente adquiriu fama internacional com três ballets encomendados pelo empresário Sergei Diaghilev e executados pelos Ballets Russes de Diaghilev: L'Oiseau de feu ("O Pássaro de Fogo") (1910), Petrushka (1911/1947), e Le Sacre du printemps ("A Sagração da Primavera") (1913). A Sagração, cuja estreia provocou um motim, transformou o modo de pensamento dos compositores posteriores acerca da estrutura rítmica, e foi largamente responsável pela reputação duradoura de Stravinski enquanto revolucionário musical, forçando as fronteiras do design musical.
Após esta fase inicial russa, Stravinski virou-se para o neoclassicismo na década de 1920. As obras deste período tendem a utilizar as formas musicais tradicionais (concerto grosso, fuga, sinfonia), frequentemente disfarçadas com um veio de emoção intensa sob uma aparência superficial de distanciamento ou austeridade, muitas vezes prestando tributo à música de mestres anteriores, como J. S. Bach e Tchaikovsky.
Nos anos 1950 adoptou os procedimentos do serialismo, utilizando as novas técnicas ao longo dos seus últimos vinte anos. As composições de Stravinski deste período têm pontos em comum com toda a sua produção anterior: energia rítmica, a construção de ideias melódicas desenvolvidas a partir de algumas células de duas ou três notas, e clareza de forma, instrumentação e expressão vocal.
Também publicou vários livros ao longo de sua carreira, quase sempre com a ajuda de um colaborador, por vezes não nomeado. Na sua autobiografia de 1936, Chronicles of My Life, escrita com a ajuda de Walter Nouvel, Stravinski incluiu a sua famosa declaração de que a "música é, pela sua própria natureza, essencialmente impotente para expressar seja o que for." Com Alexis Roland-Manuel e Pierre Souvtchinsky escreveu as suas Charles Eliot Norton Lectures (Harvard University,1939–40 ), que foram feitas em francês e mais tarde coligidas sob o título Poétique musicale em 1942 (traduzidas para o inglês em 1947 como Poetics of Music). Muitas entrevistas nas quais o compositor conversou com Robert Craft foram publicadas como Conversations with Igor Stravinsky. Colaboraram ainda em mais cinco volumes adicionais durante a década seguinte.
   

Ígor Stravinsky - 1929
 
     

terça-feira, junho 16, 2020

A URSS ocupou os países bálticos há oitenta anos, como acordado no Pacto Molotov-Ribbentrop

Planned and final divisions of Europe, according to the Molotov–Ribbentrop Pact, with later adjustments
   
The Soviet occupation of the Baltic states covers the period from the SovietBaltic mutual assistance pacts in 1939, to their invasion and annexation in 1940, to the mass deportations of 1941.
In September and October 1939 the Soviet government compelled the much smaller Baltic states to conclude mutual assistance pacts which gave the Soviets the right to establish military bases there. Following invasion by the Red Army in the summer of 1940, Soviet authorities compelled the Baltic governments to resign. The presidents of Estonia and Latvia were imprisoned and later died in Siberia. Under Soviet supervision, new governments of Communists and fellow travelers arranged rigged elections with falsified results. Shortly thereafter, the Soviet-installed puppet governments requested admission into the Soviet Union. In June 1941 the new Soviet governments carried out mass deportations of "enemies of the people". Consequently, at first many Balts greeted the Germans as liberators when they occupied the area a week later.
   
Background
After the Soviet invasion of Poland on 17 September 1939, the Soviets pressured Finland and the Baltic states to conclude mutual assistance treaties. The Soviets questioned the neutrality of Estonia following the escape of a Polish submarine from Tallinn on 18 September. A week after on 24 September, the Estonian foreign minister was given an ultimatum in Moscow. The Soviets demanded the conclusion of a treaty of mutual assistance to establish military bases in Estonia. The Estonians had no choice but to allow the establishment of Soviet naval, air and army bases on two Estonian islands and at the port of Paldiski. The corresponding agreement was signed on 28 September 1939. Latvia followed on 5 October 1939 and Lithuania shortly thereafter, on 10 October 1939. The agreements permitted the Soviet Union to establish military bases on the Baltic states' territory for the duration of the European war and station 25,000 Soviet soldiers in Estonia, 30,000 in Latvia and 20,000 in Lithuania from October 1939.
   
Soviet ultimatums
In 1939 Finland had rejected similar Soviet demands for military bases on Finnish territory. Consequently, the Soviet Union attacked Finland, starting the Winter War in November. The war ended in March 1940 with Finnish territorial losses, but Finland kept its sovereignty. The Baltic states were neutral in the Winter War and the Soviets praised their relations with the USSR as exemplary.
   
Sovietic military plans 
The Soviet troops allocated for possible military actions against the Baltic states numbered 435,000 troops, around 8,000 guns and mortars, over 3,000 tanks, and over 500 armoured cars. On June 3, 1940 all Soviet military forces based in Baltic states were concentrated under the command of Aleksandr Loktionov. On June 9 the directive 02622ss/ov was given to the Red Army's Leningrad Military District by Semyon Timoshenko to be ready by 12 June to a) capture the vessels of the Estonian, Latvian and Lithuanian navies in their bases or at sea; b) capture the Estonian and Latvian commercial fleets and all other vessels; c) prepare for an invasion and landing in Tallinn and Paldiski; d) close the Gulf of Riga and blockade the coasts of Estonia and Latvia in the Gulf of Finland and Baltic Sea; e) prevent an evacuation of the Estonian and Latvian governments, military forces and assets; f) provide naval support for an invasion towards Rakvere; and g) prevent Estonian and Latvian airplanes from flying either to Finland or Sweden.
On June 12, 1940, according to the director of the Russian State Archive of the Naval Department Pavel Petrov (C.Phil.) referring to the records in the archive, the Soviet Baltic Fleet was ordered to implement a total military blockade of Estonia. On June 13 at 10:40 AM Soviet forces started to move to their positions and were ready by June 14 at 10 PM: Four submarines and a number of light navy units were positioned in the Baltic Sea, in the Gulfs of Riga and Finland to isolate the Baltic states by the sea; a navy squadron including three destroyer divisions was positioned to the west of Naissaar in order to support the invasion; the 1st marine brigade's four battalions were positioned on the transport ships Sibir, 2nd Pjatiletka and Elton for landings on the islands Naissaare and Aegna; the transport ship Dnester and destroyers Storozevoi and Silnoi were positioned with troops for the invasion of the capital Tallinn; the 50th battalion was positioned on ships for an invasion near Kunda. 120 Soviet vessels participated in the naval blockade, including one cruiser, seven destroyers, and seventeen submarines, along with 219 airplanes including the 8th air-brigade with 84 DB-3 and Tupolev SB bombers and the 10th brigade with 62 airplanes.
On June 14, 1940, the Soviets issued an ultimatum to Lithuania. The Soviet military blockade of Estonia went into effect while the world's attention was focused on the fall of Paris to Nazi Germany. Two Soviet bombers downed the Finnish passenger airplane "Kaleva" flying from Tallinn to Helsinki carrying three diplomatic pouches from the U.S. legations in Tallinn, Riga and Helsinki. The US Foreign Service employee Henry W. Antheil, Jr. was killed in the crash.
   
Red Army invades
On June 15, the USSR invaded Lithuania and Soviet troops attacked the Latvia border guards at Masļenki. On June 16, 1940, the USSR invaded Estonia and Latvia. According to a Time magazine article published at the time of the invasions, in a matter of days around 500,000 Soviet Red Army troops occupied the three Baltic states - just one week before the Fall of France to Nazi Germany.
Molotov accused the Baltic states of conspiracy against the Soviet Union and delivered an ultimatum to all Baltic countries for the establishment of Soviet-approved governments. Threatening invasion and accusing the three states of violating the original pacts as well as forming a conspiracy against the Soviet Union, Moscow presented ultimatums, demanding new concessions, which included the replacement of their governments and allowing an unlimited number of troops to enter the three countries. Hundreds of thousands Soviet troops entered Estonia, Latvia, Lithuania. These additional Soviet military forces far outnumbered the armies of each country.
The Baltic governments had decided that, given their international isolation and the overwhelming Soviet forces on their borders and already on their territories, it was futile to actively resist and better to avoid bloodshed in an unwinnable war. The occupation of the Baltic states coincided with a communist coup d'état in each country, supported by the Soviet troops.
Most of the Estonian Defence Forces and the Estonian Defence League surrendered according to the orders of the Estonian Government and were disarmed by the Red Army. Only the Estonian Independent Signal Battalion stationed in Tallinn at Raua Street showed resistance to the Red Army and "People's Self-Defence" Communist militia, fighting the invading troops on 21 June 1940. As the Red Army brought in additional reinforcements supported by six armoured fighting vehicles, the battle lasted several hours until sundown. Finally the military resistance was ended with negotiations and the Independent Signal Battalion surrendered and was disarmed. There were two dead Estonian servicemen, Aleksei Männikus and Johannes Mandre, and several wounded on the Estonian side and about ten killed and more wounded on the Soviet side. The Soviet militia that participated in the battle was led by Nikolai Stepulov.
Winston Churchill, First Lord of the Admiralty at the time, said in his 1939 radio broadcast: That the Russian armies should stand on this line was clearly necessary for the safety of Russia against the Nazi menace. At any rate, the line is there, and an Eastern front has been created which Nazi Germany does not dare assail. When Herr von Ribbentrop was summoned to Moscow last week it was to learn the fact, and to accept the fact, that the Nazi designs upon the Baltic States and upon the Ukraine must come to a dead stop.
   
Sovietization of the Baltic states 
Political repressions followed with mass deportations carried out by the Soviets. The Serov Instructions, "On the Procedure for carrying out the Deportation of Anti-Soviet Elements from Lithuania, Latvia, and Estonia", contained detailed procedures and protocols to observe in the deportation of Baltic nationals.
The Soviets began a constitutional metamorphosis of the Baltic states by first forming transitional "People's Governments." Led by Stalin’s close associates, and local communist supporters as well as official brought in from the Soviet Union, they forced the presidents and governments of all three countries to resign, replacing them with the provisional People's Governments.
On July 14–15, following illegal amendments to the electoral laws of the respective states, rigged parliamentary elections for the "People's Parliaments" were conducted by local Communists loyal to the Soviet Union. Because of new election restrictions in the amended electoral laws, only the Communists and their allies were effectively allowed to run. The election results were completely fabricated: the Soviet press service released them early, with the result that they had already appeared in print in a London newspaper a full 24 hours before the polls closed.
The new Soviet-installed governments in the Baltic states began to align their policies with current Soviet practices. According to the prevailing doctrine in the process, the old "bourgeois" societies were destroyed so that new socialist societies, run by loyal Soviet citizens, could be constructed in their place.
     
   

Ivan Lins faz hoje 75 anos...!

   
Ivan Guimarães Lins (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1945) é um músico e compositor brasileiro, e um dos artistas brasileiros de maior sucesso no mundo.
Filho do militar Geraldo Lins, foi muito influenciado por diversos géneros musicais como jazz, bossa nova e soul e tem como principal instrumento o piano, que toca desde os 18 anos. Formou-se em Química Industrial no final dos anos 60, quando iniciou a carreira musical em festivais. A canção O Amor É O Meu País foi classificada em segundo lugar no V Festival Internacional da Canção. O primeiro sucesso como compositor foi com Madalena, gravada por Elis Regina.
Contratado pela gravadora Forma/Philips (que posteriormente transformou-se em Polygram até chegar ao nome atual Universal Music) pelo então produtor, o compositor Paulinho Tapajós, grava três discos pelo selo: Agora, Deixa o trem seguir e Quem sou eu? Nesse período, compôs músicas com Ronaldo Monteiro de Souza, mas depois teve em Vítor Martins o mais frequente parceiro. A primeira composição entre ambos se deu quando do lançamento do quarto LP, Modo livre, pela RCA (depois BMG, em seguida Sony BMG e hoje Sony Music), gravadora esta que lançaria também o álbum subsequente, Chama acesa. Nessa mesma década lançou alguns discos que o projetaram nacionalmente.
Teve inúmeros sucessos como cantor como Abre Alas, Somos todos iguais nesta noite e Começar de novo - todas em parceria com Vítor Martins. Começar de novo foi gravada por Simone no mesmo ano em que foi composta. Na voz de Simone, Começar de novo foi tocada como tema oficial de abertura do seriado Malu Mulher, tonando-se um grande sucesso da época e um marco na história da MPB.
Lançou inúmeros discos, muitos deles de inúmero sucesso, tendo trocado de gravadoras por diversas vezes. No decorrer dos anos 70, a obra ganha grande temática política. A partir da segunda metade dos anos 80, começa a enfatizar a carreira internacional, principalmente nos EUA, onde foi regravado por inúmeros astros da música internacional, como Quincy Jones, George Benson, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen MacRae e Barbra Streisand.
Foi destacado compositor, tendo músicas gravadas por nomes consagrados como Elis Regina (Cartomante, Madalena, Aos Nossos Filhos), Simone (Começar de Novo), Quarteto Em Cy (Abre Alas), Gal Costa (Roda Baiana), Jane Duboc (De Alma e Corpo, Aos Nosso Filhos) Zizi Possi (Demônio de Guarda) e Emílio Santiago (Velas Içadas). Comandou um programa televisivo na Rede Globo ao lado de Gonzaguinha e Aldir Blanc, o Som Livre Exportação. Foi casado com a cantora e atriz Lucinha Lins, com quem teve um filho, o cantor e ator Cláudio Lins. Torce pelo Fluminense Football Club.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes o enquadramento de cada uma delas no coro.
Em 1991, com o amigo e parceiro Vítor Martins, fundou a gravadora Velas. Essa gravadora, totalmente nacional e independente, foi mais uma tentativa de que se desse espaço para cantores brasileiros já conhecidos esquecidos em gravadoras multinacionais e para o surgimento de novos valores no cancioneiro popular. Nomes como Chico César, Lenine, Guinga tiveram grande atenção dessa gravadora para poderem iniciar as carreiras artísticas. Essa gravadora também lançou discos de nomes já consagrados na música, como Zizi Possi (o elogiadíssimo Valsa Brasileira), Fátima Guedes (Coração de Louca, um dos pioneiros do selo, além de Grande Tempo, Pra bom entendedor… e Muito intensa), trabalhos póstumos de Elis Regina (Elis Regina no Fino da Bossa, Elis Vive, Elis Regina ao vivo) e outros. Em 1995, grava a música Lembra de Mim, tema da novela História de Amor, de Manoel Carlos, que faz um enorme sucesso.
Ivan Lins é autor da banda sonora dos filmes Dois Córregos e Bens Confiscados de Carlos Reichenbach e ganhou Prémio de Melhor Banda Sonora no terceiro Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira. Ele também é um dos compositores brasileiros mais gravados no exterior e já foi indicado ao prémio Grammy. Lançou também um tributo ao Poeta da Vila, Noel Rosa (Viva Noel, 1997), que contou com muitas participações especiais e também lançou Um novo tempo (1999), somente com canções natalícias.
Cinco anos depois, veio o CD Cantando Histórias, que traz regravações dos antigos sucessos e contou com as participações especiais de Jorge Vercilo, Simone e Zizi Possi. Dois anos depois, veio Acariocando (2006), somente com canções inéditas. No fim no ano de 2007, Ivan Lins lançou o CD e DVD Saudades de Casa, com diversas colaborações, gravado em estúdio no Rio de Janeiro.
   
  

Lena d'Água nasceu há 64 anos

(imagem daqui)

Helena Maria de Jesus Águas, (Lisboa, 16 de junho de 1956), é uma cantora portuguesa.



A Aliança Luso-Britânica começou, com o Tratado de Londres, há 637 anos

(imagem daqui)
     
A Aliança Luso-Britânica, em Portugal conhecida vulgarmente como Aliança Inglesa, entre Inglaterra (sucedida pelo Reino Unido) e o Reino de Portugal é a mais antiga aliança diplomática do mundo ainda em vigor. Foi assinada em 1373 - em plena Idade Média, portanto. Os portugueses, em geral, queixam-se de que tal aliança foi sempre mais proveitosa para os ingleses, enquanto potência internacional de maior força económica e política. Contudo, há que não esquecer o período, após os Descobrimentos, em que Portugal era assumidamente uma potência internacional de maior influência. Hoje em dia, a aliança já não é, praticamente, invocada, embora ainda que se mantenha. Ao longo da história de Portugal, contudo, teve importantes consequências, ao colocar o país frente às tropas napoleónicas, devido à rejeição lusa do Bloqueio Continental, incompatível com os termos desta aliança. No período pós-guerra, a Inglaterra manteve um largo contingente militar e determinados privilégios em território português.
     
Idade Média
A ajuda inglesa à Casa de Avis foi o primeiro patamar de um conjunto de acções de cooperação com Inglaterra que viriam a ser de extrema importância na política externa portuguesa por mais de 500 anos. Em 12 de maio de 1386, o Tratado de Windsor afirmava uma aliança que já tivera o seu gérmen em 1294, e que fora confirmada em Aljubarrota com um pacto de amizade perpétua entre os dois países. João de Gant duque de Lencastre, filho de Eduardo III de Inglaterra, e teve o apoio português nas suas tentativas de ascender ao trono de Castela, apesar de D. Fernando I também o reclamar para si. Pelo Tratado de Tagilde, de 10 de julho de 1372, os dois pretendentes decidem unir esforços contra o mesmo rival, deixando para depois qualquer decisão quanto às pretensões ao trono. Contudo, desta união resultou apenas uma derrota, que se viria a repetir em 1385, com compensação financeira para João de Gante por parte do seu rival, Henrique da Trastâmara. Portugal tinha reafirmado a aliança pelo Tratado de Londres, de 16 de junho de 1373, considerado por alguns autores como o seu fundamento jurídico, mas ratificado em Windsor.
João de Gante deu, entretanto, a mão de sua filha, Filipa de Lencastre, a D. João I - acto que selou a aliança política. A influência de Filipa de Lencastre foi notável, tanto no ponto de vista da sua descendência (a Ínclita Geração) bem como pela sua intervenção no que diz respeito às relações comerciais entre Portugal e Inglaterra, incentivando as importações de bacalhau e vestuário de Inglaterra e a exportação de cortiça, sal, vinho e azeite, a partir dos armazéns do Porto.
    
Entre os séculos XVII e XIX 
Após a Restauração, o tratado de 1642 reafirmou a amizade recíproca entre os dois reinos, e concedeu liberdade de comércio aos ingleses nos domínios de Portugal. Em 1661, foi assinado o tratado de Paz e Aliança entre Portugal e a Grã-Bretanha, marcando o início da predominância económica inglesa sobre Portugal e suas colónias. Ficou acordado o casamento de Carlos II de Inglaterra com D. Catarina de Bragança, entregando-se aos ingleses as cidades de Tânger em Marrocos e Bombaim na Índia e Colombo em Ceilão.
O Tratado de Methuen, em 1703, deu livre entrada aos lanifícios ingleses em Portugal e redução das tarifas impostas à importação de vinhos portugueses em Inglaterra.
Outros episódios que marcaram a aliança foram, por exemplo, a Guerra da Sucessão Espanhola, em que Portugal começou por estar ao lado de França, em conjunto com o Duque de Saboia, mas voltando a reunir-se ao seu aliado depois da Batalha de Blenheim. Para Portugal, contudo, teve maior importância as implicações da aliança para o desencadear das Invasões francesas e para a resposta militar que permitiria recuperar a independência com a ajuda militar inglesa, cuja frota acompanhou a família real para o Brasil.
Em consequência da divisão de África pelas potências europeias, as relações entre Portugal e o Reino Unido entraram em crise, agravada pelo Ultimato, que gerou uma forte reacção patriótica contra os Britânicos.
    
Século XX
Durante o século XX, o tratado voltou a ser invocado por diversas vezes:
  • As tropas portuguesas participaram na Campanha de França, na Primeira Guerra Mundial, depois da solicitação, por parte da Grã-Bretanha, da requisição de todos os navios alemães em portos portugueses - o que motivou a declaração de Guerra da Alemanha a Portugal em 9 de março de 1916.
  • Durante a Segunda Guerra Mundial, apesar da neutralidade portuguesa, a aliança foi invocada para o estabelecimento de bases militares nos Açores.
  • Em 1961, durante a ocupação da Índia Portuguesa (Goa, Damão e Diu) pela União Indiana, o Reino Unido limitou-se a mediar o conflito, o que levou Salazar a considerar a aliança numa crise insanável.
     
Atualidade
Hoje em dia, como os dois países são membros da NATO (NATO/OTAN), sendo as suas relações mais coordenadas por essa instituição do que pelos pontos previstos nos diversos tratados que formam a totalidade da Aliança..
     

Imre Nagy foi executado há 62 anos

Estátua de Imre Nagy em Budapeste
      
Imre Nagy (Kaposvár, 7 de junho de 1896 - 16 de junho de 1958) foi um líder comunista húngaro.
Combateu pelo exército da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial. Trabalhou depois na secção húngara do Comintern.
Depois da ocupação da Hungria pelos soviéticos em 1945, na sequência da Segunda Guerra Mundial, Nagy tornou-se ministro da Agricultura e ministro da Justiça durante o período de purgas (1948-1953), mas pertenceu à liderança da ala reformista do Partido Comunista Húngaro após a morte de Estaline.
Em outubro de 1956, tornou-se primeiro-ministro durante a revolução e concordou com medidas radicais anti-soviéticas. Depois de as tropas soviéticas ocuparem a Hungria e esmagado pela força a Revolução Húngara de 1956, Nagy foi executado e enterrado secretamente em 1958.
   

O Massacre de Mueda foi há sessenta anos

(imagem daqui)
   
O Massacre de Mueda, a 16 de junho de 1960, foi um dos últimos episódios da resistência dos moçambicanos à dominação colonial antes do desencadear da luta armada de libertação nacional.
Naquela data, realizou-se uma reunião entre a população do atual distrito de Mueda e a administração colonial, que terminou com a morte a tiros de um número indeterminado de moçambicanos. De acordo com algumas fontes, a reunião teria sido pedida pela MANU, uma organização que pretendia a independência daquela região de Moçambique, e acordada com a Administração, não sendo muito clara a razão dos disparos. Pensa-se que poderia ter sido uma demonstração de força por parte das autoridades para dissuadir os moçambicanos de lutarem pela independência.
Depois da independência, o dia 16 de junho passou a ser comemorado. Foi nesta data, em 1980, que se lançou a nova moeda nacional de Moçambique, o metical.
      

O verdadeiro Bloomsday foi há 116 anos

Atores caracterizados como personagens de Ulisses, durante o Bloomsday, em Dublin
     
Bloomsday, comemorado a 16 de junho, é o dia feriado instituído na Irlanda para homenagear o personagem Leopold Bloom, protagonista de Ulisses, de James Joyce. Em todo o mundo, é o único dia dedicado a um personagem de um livro.
O Bloomsday é comemorado na Irlanda e pelos amantes da literatura com diversos eventos oficiais e não oficiais. Também é comemorado todos os anos em vários lugares e em várias línguas. Em comum entre os muitos dedicados entusiastas e simpatizantes envolvidos nestas comemorações há o esforço por relembrar os acontecimentos vividos pelos personagens de Ulisses pelas dezanove ruas da cidade de Dublin.
Ulisses narra os acontecimentos vividos pelo personagem Leopold Bloom durante 16 horas do dia 16 de junho de 1904. Joyce estabelece uma série de correspondências com a Odisseia de Homero, seja entre os personagens (Leopold Bloom e Ulisses; Molly Bloom e Penélope; Stephen Dedalus e Telémaco) seja com referência aos acontecimentos narrados. A obra é considerada um dos marcos da literatura ocidental contemporânea.
Há alguma controvérsia sobre o ano em que o Bloomsday começou a ser comemorado. Alguns especialistas indicam 1925 (três anos após o lançamento do livro); outros afirmam que foi na década de 40, logo após a morte de Joyce, enquanto a hipótese mais aceita indica que foi em 1954, na data do quinquagésimo aniversário do dia retratado em Ulisses.
Hoje o Bloomsday é uma efeméride inserida no calendário cultural de vários países e não se restringe ao círculo de leitores da obra (de aproximadamente 900 páginas).
    

Uma Mulher viajou no Espaço pela primeira vez há 57 anos

Valentina Vladimirovna Tereshkova (Maslennikovo, 6 de março de 1937) foi a primeira cosmonauta da história e a primeira mulher a ir ao espaço, em 16 de junho de 1963.
Oriunda de uma família proletária - o seu pai era um motorista de trator, desaparecido na guerra russo-finlandesa de 1940 - Valentina só entrou para a escola aos oito anos e começou a trabalhar com dezoito, numa fábrica têxtil. Na mesma época, começou a participar num clube de paraquedistas amadores. Aos 24 anos, em 1961, começou a estudar para se qualificar como cosmonauta, no mesmo ano em que o diretor do programa espacial soviético, Sergei Korolev, considerou enviar mulheres ao espaço, numa forma de colocar a primeira mulher em órbita antes dos Estados Unidos.
Em 1962, ela foi admitida como cosmonauta, com mais quatro mulheres - das quais apenas ela acabou indo ao espaço - sendo a menos preparada de todas, sem educação universitária, mas especialista em paraquedismo, considerado condição fundamental para o voo, já que a nave Vostok operava automaticamente, dispensando pilotagem, mas o ocupante era ejetado dela após a reentrada, pousando com um pára-quedas pessoal.
 
Em junho de 1963, a União Soviética colocou duas naves espaciais simultaneamente no espaço, sendo que a primeira foi conduzida por Valery Bykovsky, que bateu o recorde de resistência no espaço, quando completou uma missão de cinco dias. Valentina voou na nave Vostok 6, lançada de Baikonur em 16 de junho, tornando-se a primeira mulher no espaço. Ela completou 48 órbitas ao redor da Terra, no total de 71 horas, quase três dias, apesar das náuseas e do desconforto psicológico que sentiu. Depois de chegarem a permanecer em órbita a uma distância de 5 km uma da outra, com os cosmonautas trocando impressões e saudações por rádio, ambas as naves aterraram no dia 19 de junho.
Selo postal da URSS em homenagem a Valentina Tereshkova, 1963
Valentina teve problemas na sua descida. Quando ejetada da Vostok VI, esteve próxima de cair dentro de um lago, e ela narra nas suas memórias que, se isso acontecesse, talvez não conseguisse sobreviver, pois estava sem forças para nadar até à borda, estando desidatrada, exausta, com fome pelas náuseas que praticamente a impediram de comer em órbita, e psicologicamente afetada pela viagem - em princípio programada para um dia mas alongada para três, pela sensação que causou no mundo o seu lançamento. Mas um forte vento mudou a direção do pára-quedas e a fez cair em terra. Mesmo assim, o impacto foi forte e ela ficou com uma grande mancha roxa no nariz, que bateu no capacete, sendo obrigada a usar forte maquilhagem nos primeiros dias de aparições públicas oficiais. Os seus três dias a bordo da Vostok eram então mais tempo no espaço que todos os astronautas norte-americanos tinham juntos.
Em 1964, Valentina e o cosmonauta Andrian Nikolayev casaram e tiveram uma filha, considerada a primeira criança nascida de pais cosmonautas. Divorciada desde 1982, casou-se novamente com Yuli Shaposhnikov, morto em 1999. Nos anos seguintes ao seu voo, ela graduou-se em engenharia. Só nos anos 80 uma mulher russa voltaria ao espaço.
Ao realizar o primeiro voo espacial feminino, Valentina recebeu as duas principais condecorações do país, Herói da União Soviética e a Ordem de Lenine, além de outras comendas e homenagens importantes. Em 2013, durante as comemorações do 50º aniversário do seu voo, recebeu a Ordem de Alexandre Nevsky das mãos de Vladimir Putin. Ela também foi presidente do comité das mulheres soviéticas e tornou-se membro do Soviete Supremo, o parlamento da URSS, e do Presidium, um grupo especial dentro do governo soviético, tendo sido proeminente na política do país de 1966 a 1991, representando a URSS na Conferência das Nações Unidas para o Ano Internacional da Mulher na Cidade do México em 1975.
Em 2011 foi eleita deputada pelo partido Rússia Unida, o mesmo de Putin e Dmitri Medvedev. Atualmente ela vive entre Yaroslavl, perto da filha e da neta, e Moscovo, onde exerce o seu mandato parlamentar.

David Mourão-Ferreira morreu há duas dúzias de anos

Estátua no Parque dos Poetas
      
David de Jesus Mourão-Ferreira (Lisboa, 24 de fevereiro de 1927 - Lisboa, 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta.
   
Biografia
Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz de Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro, entre outros.
Mourão-Ferreira trabalhou para vários jornais, dos quais se destacam a Seara Nova e o Diário Popular, para além de ter sido um dos fundadores da revista Távola Redonda. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. No pós-25 de Abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a janeiro de 1978, e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
A 13 de julho de 1981 foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em 1996, a 3 de junho, foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. No mesmo ano, 1996, recebeu o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 11 netos e netas.
Em 2005 é celebrado um protocolo entre a Universidade de Bari e o Instituto Camões, decidindo, como homenagem ao poeta, abrir naquela cidade o Centro Studi Lusofoni - Cátedra David Mourão-Ferreira que, dirigida pela Professora Fernanda Toriello e com a colaboração do professor Rui Costa, tem como objetivo o estudo da obra de David Mourão-Ferreira, assim como a divulgação da língua portuguesa e das culturas lusófonas. Promove também o Prémio Europa David Mourão-Ferreira.
   
  
A Secreta Viagem
  
  
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
  
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...
  
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!
  
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa... alheio aos meus sentidos.
— Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!
  
 
 
in A Secreta Viagem (2001) - David Mourão-Ferreira