sexta-feira, fevereiro 13, 2015

A Irmã Lúcia morreu há dez anos

Lúcia (à direita) junto a Jacinta Marto em 1917

Lúcia de Jesus dos Santos (Aljustrel, Fátima, Ourém, 28 de março de 1907 - Coimbra, 13 de fevereiro de 2005), freira da Ordem das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e reverenciada pela maioria dos católicos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia, foi, juntamente com os seus primos Jacinta e Francisco Marto (os chamados «Três Pastorinhos»), uma das três crianças que viram Nossa Senhora na Cova da Iria, em Fátima, durante o ano de 1917.

Biografia
Lúcia nasceu no lugar de Aljustrel, próximo de Fátima, filha de António dos Santos e de sua mulher (casados em Fátima, Ourém, a 19 de novembro de 1890) Maria Rosa (nascida a 6 de julho de 1869) e irmã mais nova de sete: Maria dos Anjos, Teresa de Jesus Rosa dos Santos, Manuel Rosa dos Santos, Glória de Jesus Rosa dos Santos, Carolina de Jesus Rosa dos Santos e Maria Rosa. Tinha dez anos e era completamente analfabeta quando alegadamente viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria, juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a única dos três primos que falava com a Virgem Nossa Senhora, a sua prima Jacinta ouvia mas não falava e Francisco nem sequer ouvia as palavras de Nossa Senhora, e como tal era a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia católica revelou-se céptica sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o bispo de Leiria tornou público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito. A partir daí, o Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a irmã Lúcia viveu cada vez mais isolada.
Em 17 de junho de 1921, o Bispo de Leiria, Dom José Alves Correia da Silva, proporcionou a sua entrada no colégio das Irmãs Doroteias em Vilar, Porto, alegadamente para a proteger dos peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da Iria e pretendiam falar com ela. Professou como Doroteia em 1928, em Tui, Espanha, onde viveu alguns anos.
Em 1946 regressou a Portugal e, dois anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde professou como Carmelita a 31 de maio de 1949. Foi neste convento que escreveu dois volumes com as suas Memórias e os Apelos da Mensagem de Fátima. Em 1991, quando o Papa João Paulo II visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e esteve reunido com ela doze minutos. Antes, já se tinha encontrado também em Fátima com o Papa Paulo VI.
Lúcia morreu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Convento Carmelita de Santa Teresa em Coimbra. O Papa João Paulo II, nesta ocasião, rezou por Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de fevereiro de 2006 o seu corpo foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto dos seus primos.

Memórias
A 12 de setembro de 1935, os restos mortais de Jacinta Marto são trasladados para o cemitério de Fátima. Ao abrir-se a urna, verifica-se que o rosto da vidente se encontrava incorrupto. Tiram-se então algumas fotografias e o então Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, remete algumas para Lúcia que se encontrava na altura em Pontevedra. Na carta de agradecimento, Lúcia evoca a prima com saudade referindo alguns factos sobre o carácter de Jacinta. Estas palavras levam D. José a ordenar-lhe que escrevesse tudo o que se recordava da prima. Assim nasce a Primeira Memória da Irmã Lúcia, que fica concluída em dezembro de 1935.
Volvidos dois anos sobre a revelação dos factos relatados na Primeira Memória, o Bispo de Leiria, convencido da necessidade de se estudar mais a fundo os acontecimentos de Fátima, dá ordens a Lúcia para escrever a história da sua vida e das aparições. A vidente obedece e redige, entre os dias 7 e 21 de novembro de 1937, o que fica conhecido como Segunda Memória da Irmã Lúcia. Neste texto, a vidente revela pela primeira vez os factos ocorridos com as três visões do Anjo.
Em 26 de julho de 1941, o Bispo de Leiria escreve a Lúcia anunciando-lhe o livro "Jacinta" que estava a ser preparado pelo Dr. J. Galamba de Oliveira. Pede-lhe então para recordar tudo o mais o que pudesse lembrar sobre a prima, de modo a ser incluído nesta edição. Esta ordem cai no fundo da alma da vidente como um raio de luz, dizendo-lhe que era chegado o momento de revelar as duas primeiras partes do Segredo. Manifesta então a vontade de acrescentar à edição dois capítulos: um sobre o Inferno e outro sobre o Imaculado Coração de Maria. Estas revelações são escritas e concluídas em 31 de agosto de 1941. São posteriormente publicadas e conhecidas como a "Terceira Memória da Irmã Lúcia".
Surpreendidos com os relatos da "Terceira Memória", Dom José Alves Correia da Silva e Galamba de Oliveira concluíram que Lúcia não tinha dito tudo nas narrações anteriores e que ocultaria ainda algumas coisas. A 7 de outubro de 1941, a vidente recebe ordem para escrever tudo o que soubesse sobre Francisco e completar o que faltasse sobre Jacinta e descrever, com mais pormenor, as Aparições do Anjo e de Nossa Senhora. Lúcia entrega o manuscrito a 8 de dezembro de 1941 deixando claro que nada mais tem a ocultar excepto a Terceira parte do Segredo. O texto é depois publicado como "Quarta Memória da Irmã Lúcia" e nele a vidente escreve o texto definitivo das Orações do Anjo, acrescentando também ao segredo a frase «Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé».

Memorial Irmã Lúcia
Em 31 de maio de 2007 foi inaugurado em Coimbra um museu sobre a vidente de Fátima.
Foi projectado pelo arquitecto Florindo Belo Marques para uma área onde as freiras do Carmelo de Coimbra tinham galinheiros, o museu apresenta um espólio que remete até ao tempo das "aparições de Fátima".

Processo de beatificação
Em 14 de fevereiro de 2008, na Catedral de Coimbra em Portugal, o Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, por ocasião do aniversário da morte da "vidente de Fátima", tornou público que o papa Bento XVI, atendendo ao pedido do bispo D. Albino Mamede Cleto, de Coimbra, compartilhado com numerosos bispos e fiéis do mundo todo, autorizou, excepcionando as normas do Direito Canónico (Artigo 9 das Normae servandae), o início da fase diocesana da causa da sua beatificação, transcorridos apenas três anos da sua morte.

Eventos históricos
Apresenta-se a seguir uma cronologia de alguns eventos históricos relacionados com a vida de Lúcia:

O bombardeamento de Dresden começou há 70 anos...

Dresden após o ataque aéreo

O bombardeamento de Dresden foi um bombardeamento militar efetuado durante a Segunda Guerra Mundial pelos aliados da Força Aérea Real (RAF) e a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos da América (USAAF) entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Em quatro ataques-surpresa, 1.300 bombardeiros pesados lançaram mais de 3.900 toneladas de dispositivos incendiários e bombas altamente explosivas na cidade, a capital barroca do estado alemão de Saxónia. A tempestade de fogo resultante destruiu 39 quilómetros quadrados do centro da cidade.
Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953 por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeamento justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e 50.000 trabalhadores em apoio aos esforços nazis. Em contrapartida, diversos pesquisadores argumentaram que nem toda a infraestrutura comunicacional, como pontes, foram de facto alvo do bombardeamento, assim como extensas áreas industriais distantes do centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca ou nenhuma significância militar, uma "Florença do Elba", como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeamento indiscriminado e desproporcional aos comensuráveis ganhos militares.
Nas primeiras décadas após a guerra, estimativas de mortos chegavam a 250.000, número atualmente considerado absurdo. Uma investigação independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de 22.700 vítimas, com um número máximo de mortos em torno de 25.000 pessoas.
Em comparação direta com o bombardeamento de Hamburgo de 1943, que criou uma das maiores tempestades de fogo provocadas pela RAF e a Força Aérea dos Estados Unidos, matando aproximadamente 50.000 civis e destruíndo praticamente toda a cidade, e o bombardeamento de Pforzheim, em 1945, que matou aproximadamente 18.000 civis, os ataques aéreos contra Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra Mundial. No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por bombardeamento estratégico, ocupando lugar de destaque entre as causes célèbres morais da Segunda Guerra. Discussões pós-guerra, lendas populares, revisionismo histórico e propagandismo da Guerra Fria levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a respeito da fundamentação ou não do bombardeio, e se sua realização teria constituído um crime de guerra.
Apesar de nenhum dos envolvidos no bombardeamento de Dresden jamais ter sido acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeamento foi um crime de guerra. Segundo o Dr. Gregory H. Stanton, advogado e presidente da Genocide Watch:
Cquote1.svg O Holocausto nazista está entre os genocídios mais perversos da história. Mas o bombardeio de Dresden pelos Aliados e a destruição nuclear de Hiroshima e Nagasaki também foram crimes de guerra... Cquote2.svg
- Gregory H. Stanton


Uma pilha de corpos antes da cremação

Peter Gabriel - 65 anos!

Peter Brian Gabriel (Chobham, 13 de fevereiro de 1950) é um músico inglês, um dos maiores representantes da World Music desde o final dos anos 70. Começou como vocalista, flautista e líder da banda de rock progressivo Genesis, mas, posteriormente, lançou-se numa bem-sucedida carreira solo. Peter também é um notório ativista dos direitos humanos.
  
Época nos Genesis  
Peter Gabriel fundou os Genesis em 1967, juntamente com seus amigos Tony Banks, Anthony Phillips, Mike Rutherford e Chris Stewart, todos alunos da Charterhouse School, em Godalming, Inglaterra. O nome da banda foi sugerido por um aluno mais velho do colégio, Jonathan King, que àquela altura já era um reconhecido empresário de música pop. O primeiro álbum do quinteto chamou-se From Genesis to Revelation, de cujo título foi tirado o nome do grupo.
Apaixonado pela soul music, Gabriel foi influenciado por diferentes artistas, incluindo Nina Simone, Gary Brooker dos Procol Harum e Cat Stevens. Ele tocou flauta no álbum de Stevens Mona Bone Jakon, de 1970. No entanto, as maiores influências de Gabriel foram dois de seus contemporâneos: David Bowie e Syd Barrett, este líder do Pink Floyd, que estavam redefinindo a cena musical britânica no final dos anos 60 e início dos anos 70.
Os Genesis tornaram-se rapidamente uma das bandas mais comentadas do país e, sem demora, conquistaram fãs na Itália, Bélgica, Alemanha e em outros países da Europa. O apelo inicial da banda estava na presença de palco misteriosa de Gabriel, que se disfarçava com máscaras, maquilhagens e trajes teatrais nos shows, representando personagens e símbolos das músicas. Outro recurso que Peter Gabriel usava ao vivo eram as histórias de suspense e humor que contava durante as pausas entre as músicas, enquanto os outros integrantes afinavam seus instrumentos. Nessa primeira fase do Genesis havia uso frequente de luz ultravioleta e bombas de fumo no palco.
Entre as fantasias mais famosas de Gabriel (que ele desenvolveu como forma de superação do medo de palco), incluem "The Flower" ("Supper's Ready", de Foxtrot), "Magog" ("Supper's Ready"), "Britannia" ("Dancing With The Moonlit Knight," de Selling England by the Pound), "The Old Man" ("The Musical Box", de Nursery Cryme), "Rael" (The Lamb Lies Down on Broadway) e "The Slipperman" ("The Colony of Slippermen," também de The Lamb Lies Down on Broadway).
O vocal de apoio para Gabriel era geralmente feito por Mike Rutherford, Tony Banks e Phil Collins, que, após longa busca por um substituto, acabou tornando-se vocalista da banda após a saída de Gabriel, em 1975. A saída de Gabriel dos Genesis resultou de diversos fatores. Após sete anos na banda, Peter sentia-se limitado criativamente, a sua presença teatral nos shows causou atrito com os outros integrantes, pois os media exaltavam as suas bizarrices e reduziam Mike Rutherford, Tony Banks, Steve Hackett e Phil Collins a reles músicos de apoio do vocalista.
As tensões aumentaram durante a gravação do ambicioso álbum conceptual duplo The Lamb Lies Down on Broadway e respectiva turnê, este sim um conceito criado por Gabriel, enquanto os outros integrantes se encarregaram das composições e arranjos. Por esse tempo, Gabriel foi contactado pelo diretor de cinema William Friedkin, de O Exorcista, que o sondou para a possibilidade de escrever um roteiro de filme com o líder dos Genesis. Apesar de o projeto não ter saído do papel, a ausência de uma semana da banda desgastou muito a relação do quinteto. A sua saída foi acertada antes da turnê de The Lamb Lies Down on Broadway.
Outro ponto de tensão foi a gravidez problemática de Jill Moore, mulher de Gabriel. Os médicos não garantiram que Anna-Marie nasceria com vida e, diante disso, Peter Gabriel achou por bem ficar por mais tempo com sua família. Como isso significou que o vocalista não estaria disponível para ensaiar, gravar e fazer shows, ficou claro que a saída dele era a única solução. Os sentimentos envolvidos nesse doloroso processo inspiraram Gabriel a compor a canção "Solsbury Hill", que chegou à posição 70ª das 100 mais pedidas da Billboard, em 1978.
  
O começo da carreira a solo  
Gabriel recusou-se a intitular os seus quatro primeiro álbuns-solo (todos são chamados Peter Gabriel, diferindo somente no desenho da capa), já que gostaria que as capas tivessem o mesmo impacto de uma edição especial da revista Time, que normalmente é composta apenas de uma foto e o nome da publicação; posteriormente, nos EUA, os quatros primeiros álbuns foram diferenciados através de numeração e da imagem frontal, na ordem I - Car, II - Scratch, III - Melt e IV - Security. Três deles foram produzidos entre 1976 e 1982 por Bob Ezrin. Gabriel trabalhou com o guitarrista Robert Fripp (dos King Crimson) como produtor no seu segundo LP a solo, de 1978. Esse álbum é tido como o mais obscuro e experimental, por não ter produzido hits.
O terceiro álbum, lançado em 1980, trouxe a colaboração de Steve Lillywhite, que despontava com os primeiros álbuns do U2. É lembrado pelos compactos "Games Without Frontiers" e "Biko", que mostram o novo interesse de Gabriel pela world music (especialmente na percussão, no emprego da então nascente técnica do "gated drum", também chamada de "gated reverb", na qual, dentre outras características, não são usados os pratos da bateria), e pela esmerada produção, que fez uso extenso dos recursos de estúdio e processamentos de som.
As sessões de gravação entre 1981 e 1982 com o produtor David Lord acabaram resultando no quarto LP, Security, cuja produção teve mais participação do cantor e letrista. Apesar do som peculiar e dos temas introspectivos (preferidos por Gabriel), o álbum foi bem sucedido e rendeu um sucesso, "Shock the Monkey", para o qual foi realizado um videoclipe inovador.
Gabriel promoveu todos os seus álbuns com turnês, nas quais, cada vez mais percebia-se o emprego de recursos e conceitos originais, coreografias, tecnologia de ponta, e a redução do uso de maquilhagens e da flauta que tanto o celebrizaram na época dos Genesis. Para uma das turnês, toda a sua banda raspou a cabeça. A turnê de 1982 e 1983 incluía uma sessão de abertura com David Bowie. Esse período foi resumido com o álbum ao vivo Plays Live.
Em outubro de 1982, Peter Gabriel reuniu-se com os Genesis para um show exclusivo, chamado Six of the Best, no estádio Milton Keynes, na Inglaterra. A iniciativa partiu do empresário dos Genesis, Tony Smith, ao saber que Gabriel estava à beira da falência devido ao seu patrocínio ao festival internacional de artes chamado "World of Music, Arts and Dance" (WOMAD). A situação era tão grave que Peter Gabriel foi ameaçado de morte por pessoas ligadas aos demais credores do festival. Assim, ele, Tony Banks, Mike Rutherford, Phil Collins, Steve Hackett, Daryl Stuermer e Chester Thompson apresentaram-se juntos a 2 de outubro daquele ano e conseguiram o dinheiro necessário para Gabriel normalizar a sua situação, não ser assassinado, não perder a sua gravadora e editora de música (Real World Records) e levar adiante a sua carreira. O show foi apresentado por Jonathan King, o produtor do álbum de estreia do conjunto.
  
Os anos de sucesso 
Apesar de sucesso comercial e da crítica com os álbuns anteriores, sua maior popularidade foi obtida em 1986 com So. As canções "Sledgehammer", "Big Time" e "In Your Eyes" chegaram ao topo das paradas de sucesso de vários países do mundo. O álbum foi co-produzido por Daniel Lanois, já então reconhecido pelo seu trabalho com os U2.
A canção "Sledgehammer" foi acompanhada por um videoclipe inovador, que ganhou diversos prémios no MTV Music Video Awards de 1987, e estabeleceu um novo padrão para vídeos de música, tendo sido decisiva a sua influência no surgimento da chamada "indústria do videoclipe". O mesmo aconteceu com "Big Time", cujo vídeo usa animação e diversos efeitos especiais. "Sledgehammer" também apareceu na banda sonora internacional da novela Roda de Fogo, do Brasil, em 1986. Nessa época, Peter envolveu-se fortemente com as causas da Amnistia Internacional.
Em 1989, o cantor lançou Passion, a banda sonora do filme de Martin Scorsese, A Última Tentação de Cristo. Muitos consideram o álbum como o auge de seu trabalho com world music, e com ele Gabriel ganhou o seu primeiro Grammy.
Em seguida foi lançado Us, em 1992 (também co-produzido por Daniel Lanois), no qual foram explorados problemas pessoais recentes: o fim do seu primeiro casamento, as suas crises de depressão causadas pelo transtorno bipolar e a sua excessiva preocupação com a forma física e sexo, além da crescente distância entre ele e a sua primogénita. A característica introspecção de Gabriel, nesse álbum, tornou-se mais intensa, como se pode ver no videoclipe da primeira música de trabalho, Steam, em que aparecem várias referências a mulheres e ao sexo.
A segunda música de trabalho, "Digging in the Dirt", mostra o artista em meio a várias situações conflituosas, violentas, debaixo da terra e coberto de minhocas. Os seus problemas com a filha foram explorados em "Come Talk To Me", que tinha vocal de apoio de Sinéad O'Connor. O'Connor também cantou em "Blood of Eden", o terceiro compacto do álbum. Os anos 90 de Gabriel foram resumidos no CD duplo Secret World Live (1994). Gabriel ganhou outros três Grammys pelos seus videoclipes.
Após uma grande paragem, em que se voltou para outros projetos, Gabriel lançou OVO, como a banda sonora do evento "Domo do Milénio", em Londres, em 2000, cuja proposta foi celebrar artisticamente a civilização ocidental, com a abordagem do seu passado, presente e as esperanças para o futuro, Long Walk Home, banda sonora para o filme Rabbit-Proof Fence que ganhou o Globo de Ouro. Em setembro de 2002 foi lançado Up, o seu primeiro álbum de estúdio na década, o qual aborda experiências e sentimentos típicos da meia-idade, e mescla novos estilos musicais com o resgate de algumas referências ao rock progressivo. Esse álbum teve menos sucesso comercial, embora a crítica tecesse elogios.
 
Trabalhos recentes
Gabriel apresentou-se no Live 8 a julho de 2005, e um DVD do evento foi lançado. Também tocou no palco com Cat Stevens, 33 anos após participar do álbum Mona Bone Jakon. O evento ocorreu em Joanesburgo, durante um concerto para Nelson Mandela. No final de 2005 foi lançado novo DVD duplo, Peter Gabriel Live & Unwrapped.
A FIFA convidou Peter Gabriel e Brian Eno para organizar uma cerimónia de abertura para a final Campeonato do Mundo de Futebol de 2006 na Alemanha. Peter começou o projeto no Olympic Stadium de Berlim, mas o espetáculo foi cancelado em janeiro do mesmo ano pela FIFA, por falta de dinheiro e suposta falta de interesse, ainda que a explicação oficial foi um potencial dano ao relvado do estádio.
Rumores de uma possível reunião da formação clássica do Genesis circularam entre 2004 e 2005, especialmente após Phil Collins declarar, em entrevista, que estava aberto à ideia de voltar às baquetas e deixar o microfone para Peter Gabriel. Gabriel encontrou-se com os outros membros em 2005 e 2006, e uma possível turnê para The Lamb Lies Down on Broadway foi discutida. Apesar de Gabriel não se ter interessado pelo projeto, Collins, Banks, Rutherford, Stuermer e Thompson embarcaram numa série de concertos pela Europa.
Gabriel apresentou "Imagine", de John Lennon, na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim, a 10 de fevereiro de 2006.
Peter Gabriel compôs a música "Down to Earth" para a banda sonora do filme WALL-E (2008).


Black Sabbath, o primeiro álbum de heavy metal, foi lançado há

Black Sabbath é o álbum de estreia lançado pela banda inglesa do mesmo nome, lançado em 1970 (a 13 de fevereiro, no Reino Unido).
Existem varias versões deste álbum, dependendo da versão, os nomes aparecerão diferentes, mas essa é a única diferença. A versão europeia tem "Evil Woman" como a primeira faixa do lado B, enquanto a versão americana tem "Wicked World". A versão remasterizada de 1996 tem as duas. A versão do Black Box já é mais organizada.

Gravação
Em agosto de 1969, a banda, que ainda usava o nome Earth, resolveu mudar o nome para Black Sabbath, porque havia outra banda chamada Earth. O nome Black Sabbath era uma homenagem ao filme clássico de 1963, dirigido por Mario Bava, As Três Máscaras do Terror, estrelado por Boris Karloff. Por essa mesma época eles gravaram uma versão demo da canção que levava o nome da banda. Em dezembro de 1969, eles gravaram e lançaram seu primeiro compacto, "Evil Woman". Em janeiro de 1970, a banda gravou e misturou as outras sete faixas que apareceriam em seu primeiro LP. Diz o guitarrista Tony Iommi: "Entramos no estúdio e fizemos tudo num dia só: tocamos nosso repertório daquele tempo e pronto. Achamos até que um dia era tempo demais [para gravar um disco], então viajamos no dia seguinte para tocar na Suíça, por um cachê de 20 libras".
Iommi lembra que gravaram ao vivo: "Pensamos assim: 'Temos dois dias para fazer tudo, e um dia é só para a mistura.' Então tocamos ao vivo. Ozzy cantava ao mesmo tempo; nós o pusemos num canto separado e fomos em frente. Nunca fizemos uma segunda versão da maior parte do material".

O cantor Robbie Williams faz hoje 41 anos

Robert Peter Williams (Stoke-on-Trent, Staffordshire, 13 de fevereiro de 1974) é um cantor britânico de música pop. Alcançou o sucesso com a balada "Angels", de 1997, do álbum Life thru a Lens.
Ele é um membro do grupo pop Take That. Williams chegou à fama no início até meados da década de 90. Depois de muitas discordâncias com a gestão e com os membros do grupo, Williams deixou a banda em 1995 para lançar a sua carreira a solo. Em 15 de julho de 2010, foi anunciado que ele tinha voltado para os Take That e o grupo lançou o álbum Progress em novembro de 2010.
Williams já vendeu mais de 57 milhões de álbuns em todo o mundo. Ele é o artista a solo britânico de maior venda no Reino Unido e o artista de maior venda não-latino na América Latina. Seis de seus álbuns estão entre os top 100 que mais vendeu álbuns no Reino Unido. Ele também foi honrado com dezessete prémios BRIT, mais do que qualquer artista e outros sete prémios ECHO. Em 2004, ele foi introduzido no Music Hall of Fame do Reino Unido, depois de ter sido votado como o "maior artista da década de 90".


Peter Hook, baixista dos New Order e Joy Division, faz hoje 59 anos

Hook com os New Order, em Manchester (2005)

Peter Hook (Salford, 13 de fevereiro de 1956) é um baixista, músico, autor e produtor musical britânico. Ele é mais conhecido por ter sido o baixista da banda de rock e música eletrónica New Order e, anteriormente, dos Joy Division.
Ele foi co-fundador dos Joy Division, juntamente com Bernard Sumner, em meados dos anos 70. Após a morte do vocalista, Ian Curtis, em 1980, a banda mudou o nome para New Order, onde Hook foi o baixista até sair da banda, em 2007.


Humberto Delgado foi assassinado há 50 anos

(imagem daqui)

Humberto da Silva Delgado (Torres Novas, Brogueira, Boquilobo, 15 de maio de 1906 - Villanueva del Fresno, 13 de fevereiro de 1965) foi um militar português da Força Aérea que corporizou o principal movimento de tentativa de derrube do regime salazarista através de eleições, tendo contudo sido derrotado nas urnas, num processo eleitoral fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime vigente, Américo Tomás.

Primeiros anos
Humberto da Silva Delgado nasceu a 15 de maio de 1906 em Boquilobo, freguesia de Brogueira, concelho de Torres Novas, distrito de Santarém.
Frequentou o Colégio Militar entre 1916 e 1922.
Participou no movimento militar de 28 de maio de 1926, que derrubou a República Parlamentar e implantou a Ditadura Militar que, poucos anos mais tarde, em 1933, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar.
Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu anticomunismo.

Carreira militar e pública
Em 1941 assumiu publicamente as suas simpatias para com a Alemanha Nazi, publicando dois artigos, na Revistas Ar, onde afirmou: “O ex-cabo, ex-pintor, o homem que não nasceu em leito de renda amolecedor, passará à História como uma revelação genial das possibilidades humanas no campo político, diplomático, social, civil e militar, quando à vontade de um ideal se junta a audácia, a valentia, a virilidade numa palavra.”
Representou Portugal nos acordos secretos com o Governo Inglês sobre a instalação das Bases Aliadas nos Açores durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1944 foi nomeado Director do Secretariado da Aeronáutica Civil.
Entre 1947 e 1950 representou Portugal na Organização da Aviação Civil Internacional, sediada em Montreal, Canadá.
Foi Procurador à Câmara Corporativa (V Legislatura) entre 1951 e 1952.
Em 1952 foi nomeado adido militar na Embaixada de Portugal em Washington e membro do comité dos Representantes Militares da NATO. Promovido a general na sequência da realização do curso de altos comandos, onde obteve a classificação máxima, passa a Chefe da Missão Militar junto da NATO.
Regressado a Portugal foi nomeado Director-Geral da Aeronáutica Civil.

Oposição ao regime
Os cinco anos que viveu nos Estados Unidos modificam a sua forma de encarar a política portuguesa. Convidado por opositores ao regime de Salazar para se candidatar à Presidência da República, em 1958, contra o candidato do regime, Américo Tomás, aceita, reunindo em torno de si toda a oposição ao Estado Novo.
Numa conferência de imprensa da campanha eleitoral, realizada em 10 de maio de 1958 no café Chave de Ouro, em Lisboa, quando lhe foi perguntado por um jornalista que postura tomaria em relação ao Presidente do Conselho Oliveira Salazar, respondeu com a frase "Obviamente, demito-o!".
Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha com particular destaque para a entusiástica recepção popular na Praça Carlos Alberto no Porto a 14 de maio de 1958.
Devido à coragem que manifestou ao longo da campanha perante a repressão policial foi cognominado «General sem Medo».
O resultado eleitoral não lhe foi favorável graças à fraude eleitoral montada pelo regime.

Exílio e morte
Em 1959, na sequência da derrota eleitoral, vítima de represálias por parte do regime salazarista e alvo de ameaças por parte da polícia política, pede asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois para o exílio neste país.
Convencido de que o regime não poderia ser derrubado por meios pacíficos promove a realização de um golpe de estado militar, que vem a ser concretizado em 1962 e que visava tomar o quartel de Beja e outras posições estratégicas importantes de Portugal. O golpe, porém, fracassou.
Pensando vir reunir-se com opositores ao regime do Estado Novo, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola em Los Almerines, perto de Olivença, em 13 de fevereiro de 1965. Ao seu encontro vai um grupo de agentes da PIDE, liderados por Rosa Casaco. O agente Casimiro Monteiro assassina-o, bem como à sua secretária, Arajaryr Campos. Os corpos foram ocultados perto de Villanueva del Fresno, cerca de 30 km a sul do local do crime.

Homenagens
A Assembleia da República Portuguesa decidiu, a 19 de julho de 1988, que fosse feita a transladação dos restos mortais de Humberto Delgado, do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa. A cerimónia aconteceu a 5 de outubro de 1990, dia que se assinalava os oitenta anos da imposição da República Portuguesa. Nesta mesma altura, o General foi elevado, a título póstumo, a Marechal da Força Aérea. 

A última tira de banda desenhada de Peanuts foi publicada há 15 anos


quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Música para preparar o dia de amanhã...



Charles Darwin nasceu há 206 anos

Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 - Downe, Kent, 19 de abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria culminou no que é, agora, considerado o paradigma central para explicação de diversos fenômenos na biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.
Darwin começou a se interessar por história natural na universidade enquanto era estudante de Medicina e, depois, Teologia. A sua viagem de cinco anos a bordo do brigue HMS Beagle e escritos posteriores trouxeram-lhe reconhecimento como geólogo e fama como escritor. As suas observações da natureza levaram-no ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvolvimento da teoria da Seleção Natural. Consciente de que outros antes dele tinham sido severamente punidos por sugerir ideias como aquela, ele as confiou apenas a amigos próximos e continuou as suas pesquisas, tentando antecipar possíveis objeções. Contudo, a informação de que Alfred Russel Wallace tinha desenvolvido uma ideia similar forçou a publicação conjunta das suas teorias em 1858.
No seu livro de 1859, "A Origem das Espécies" (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), ele introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural. Esta tornou-se a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. Ele entrou na Royal Society e continuou a sua pesquisa, escrevendo uma série de livros sobre plantas e animais, incluindo a espécie humana, notavelmente "A descendência do Homem e Seleção em relação ao Sexo" (The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, 1871) e "A Expressão da Emoção em Homens e Animais" (The Expression of the Emotions in Man and Animals, 1872).
Em reconhecimento à importância do seu trabalho, Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo dos túmulos de Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton. Foi uma das cinco pessoas não ligadas à família real inglesa a ter um funeral de Estado no século XIX.

Charles M. Schulz, o pai de Charlie Brown e do Snoopy, deixou-nos há quinze anos...

Charles Monroe Schulz (Mineápolis, 26 de novembro de 1922 - Santa Rosa, 12 de fevereiro de 2000) foi um cartunista americano, criador da série Peanuts e dos personagens Charlie Brown e do seu cão, da raça Beagle, chamado Snoopy, entre outros.
Iniciou a série de desenhos do Snoopy (Peanuts) em 2 de outubro de 1950 e desenhou-os mais de 50 anos, até se aposentar, em virtude da sua doença, a 14 de dezembro de 1999. Schulz faleceu em 12 de fevereiro de 2000, vitimado por um ataque cardíaco às 21.45 horas, com 77 anos. A sua última tira de banda desenhada foi publicada um dia depois, a 13 de fevereiro, em que se despedia dos seus fãs e dos seus personagens queridos.

Biografia
Charles M.Schulz nasceu em Mineapolis, nos Estados Unidos. Era filho de Dena Schulz, uma dona de casa, e Carl Schulz, um barbeiro alemão. Cresceu na cidade de Saint Paul, capital de Minnesota.
Schulz estudou na Escola Primária Richard Gordon, de Saint Paul. Era um adolescente tímido e solitário, talvez por ser o mais jovem de sua classe na Central Hight School. Depois da morte da sua mãe, em fevereiro de 1943, alistou-se no Exército dos Estados Unidos, sendo enviado ao Acampamento Campbell, no Kentucky. Dois anos depois foi para a Europa lutar na Segunda Guerra Mundial como líder da esquadra de infantaria da 20º Divisão Blindada dos Estados Unidos. Depois de deixar o exército em 1945, começou a trabalhar como professor de arte na Art Instruction Inc.
Os desenhos de Schulz foram publicados pela primeira vez por Robert Ripley em sua columa Ripley's Believe It or Not!. As suas primeiras tiras de banda desenhada regulares, Li'l Folks, foram publicadas entre 1947 e 1949 por St. Paul Pioneer Press. Esta também tinha um cão, de aspecto bastante semelhante ao Snoopy. Em 1948, Schulz vendeu a sua história ao Saturday Evening Post.
Ainda em 1948, Schulz tentou comercializar Li'l Folks no Newspaper Enterprise Association. No ano seguinte, Schulz juntou-se ao United Features Syndicate com suas melhores tiras de banda desenhada de Li'l Folks.
Os seus personagens tiveram grande êxito porque retratavam a vida quotidiana e cada um dos seus personagens escondia uma mensagem atrás de si.
Em 28 de junho de 1996, foi-lhe atribuída uma estrela na calçada da fama de Hollywood.
Em novembro de 1999 Schulz sofreu um enfarte, e depois descobriu-se que tinha um cancro que havia desencadeado metástases.
Schulz faleceu de enfarte agudo do miocárdio às 21.45 horas do dia 12 de fevereiro de 2000, em Saint Rosa. Foi enterrado no Cemitério Plesant Hill, em Sebastopol.

Autobiografia
A biografia Peanuts and Schulz: A biography, escrita por Harper Collins, revela que muito das tiras de banda desenhada de Snoopy são uma espécie de autobiografia de seu criador. Os seus personagens são inspirados em pessoas do quotidiano de Charles Schulz, e alguns acontecimentos são referências a factos da sua vida.
A personagem Lucy van Pelt é um exemplo. A sua personalidade mandona, impaciente e sarcástica foi inspirada em Joyce, a primeira mulher de Schulz. Em Peanuts, Lucy importunava Charlie Brown e adorava tirar do lugar a bola de futebol americano no momento em que ele iria chutar.
Quando Joyce pediu que o marido procurasse tratamento psicológico, Schulz ironizou por meio da banda desenhada, quando a Lucy monta um quiosque psiquiátrico na borda da estrada.
Houve mesmo na sua vida uma inatingível miúda ruiva - o seu nome era Donna Mae Johnson, ele pediu-a em casamento em julho de 1950, e esta recusou. Ele recordou a rejeição toda sua vida.
Patty foi inspirada em Patricia Swanson, prima de Schulz, que se comportava como um "rapaz", jogava à bola e não gostava de receber ordens.
Charlie Brown é o próprio Shulz na infância, um menino cujo pai falava alemão em casa e tinha uma barbearia (assim como o pai de Charlie Brown). E que, por ter entrado na escola um ano antes da data correta, sempre foi o mais pequeno da classe, o mais franzino, sofria rejeição por parte dos colegas de classe e tinha dificuldades nos desportos.


A Irmã Dorothy Stang foi assassinada há dez anos

(imagem daqui)

Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy (Dayton, 7 de junho de 1931 - Anapu, 12 de fevereiro de 2005) foi uma religiosa norte-americana naturalizada brasileira. Pertencia às Irmãs de Nossa Senhora de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiart (1751-1816) e Françoise Blin de Bourdon (1756-1838). Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres, que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes.
  
Biografia
Ingressou na vida casa religiosa em 1950, emitindo os seus votos perpétuos – de pobreza, castidade e obediência – em 1956. De 1951 a 1966 foi professora em escolas da congregação: St. Victor School (Calumet City, Illinois), St. Alexander School (Villa Park, Illinois) e Most Holy Trinity School (Phoenix, Arizona).
Em 1966 iniciou seu ministério no Brasil, na cidade de Coroatá, no Estado do Maranhão.
Irmã Dorothy estava presente na Amazónia desde a década de setenta junto dos trabalhadores rurais da Região do Xingu. A sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e lucro  com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, juntamente com trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazónica. O seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.
Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará. A sua participação em projetos de desenvolvimento sustentável ultrapassou as fronteiras da pequena Vila de Sucupira, no município de Anapu, no Estado do Pará, a 500 quilómetros de Belém do Pará, ganhando reconhecimento nacional e internacional.
A religiosa participava na Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e acompanhou com determinação e solidariedade a vida e a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazónica, no Pará. Defensora de uma reforma agrária justa e consequente, a Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazónica.
De entre as suas inúmeras iniciativas em favor dos mais empobrecidos, Irmã Dorothy ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazónica, que corta ao meio a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande.
A Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: «Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.»
Ainda em 2004 recebeu um prémio da Ordem dos Advogados do Brasil (secção Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos. Em 2005, foi homenageada pelo documentário livro-DVD Amazónia Revelada.

Assassinato
A Irmã Dorothy Stang foi assassinada, com seis tiros, um na cabeça e cinco no corpo, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, às sete horas e trinta minutos da manhã, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilómetros da sede do município de Anapu, no Estado do Pará, Brasil.
Segundo uma testemunha, antes de receber os disparos que lhe ceifaram a vida, ao ser indagada se estava armada, a Irmã Dorothy afirmou «Eis a minha arma!» e mostrou a Bíblia. Leu ainda alguns trechos deste livro para aquele que, logo em seguida, a balearia.
No cenário dos conflitos agrários no Brasil, o seu nome associa-se aos de tantos outros homens, mulheres e crianças que morreram e ainda morrem sem ter os seus direitos respeitados.
O corpo da missionária está enterrado em Anapu, Pará, Brasil, onde recebeu e recebe as homenagens de tantos que nela reconhecem as virtudes heróicas da matrona cristã.
O fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do crime, havia sido condenado em um primeiro julgamento a 30 anos de prisão. Num segundo julgamento, contudo, foi absolvido. Após um terceiro julgamento, foi novamente condenado, pelo júri popular, a 30 anos de prisão.

Citações
Cquote1.svg Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade, sem devastar. Cquote2.svg
  
Representações no cinema e na arte
  • Mataram a Irmã Dorothy (2009) - documentário do norte-americano Daniel Junge, narrado por Wagner Moura. Apresenta um retrato fiel do crime e das condições que o provocaram.
  • O artista Cláudio Pastro incluiu a Irmã Dorothy no painel em azulejos "As Mulheres Santas", na decoração da Basílica de Nossa Senhora de Aparecida (São Paulo).

Martinho da Vila - 77 anos

Martinho José Ferreira (Duas Barras, 12 de fevereiro de 1938) é um cantor, compositor e músico brasileiro.